terça-feira, 6 de março de 2007

Brasil Ecodiesel prevê exportar até 30% da produção em 2010


A Brasil Ecodiesel está negociando com empresas européias e norte-americanas para exportar entre 20 e 30 por cento da sua produção de biodiesel a partir de 2010, quando deverá produzir 1 bilhão de litros.

Líder do setor no Brasil, a empresa planeja fechar 2007 com capacidade instalada para 800 milhões de litros do biocombustível.

'Estamos no processo de validação do nosso produto junto à Comunidade Européia... faremos adaptações para entrar nas regras do mercado europeu e crescer em exportação', afirmou a jornalistas o diretor da Brasil Ecodiesel Ricardo Vianna, nesta terça-feira.

O mercado interno, no entanto, ainda é prioridade da companhia criada em 2003 e listada no Novo Mercado da Bovespa em 2006.

Este ano, a previsão é de inaugurar mais três plantas, o que aumentará para seis o total de unidades da empresa. Além disso, a Brasil Ecodiesel planeja elevar a capacidade da primeira usina do grupo, em Floriano, no Piauí.

No ano passado, mais duas unidades foram agregadas ao grupo, com capacidade de 118,8 milhões de litros ao ano cada, o mesmo volume que será produzido nas novas plantas.

Para atingir 1 bilhão de litros em 2010, a idéia é construir pelo menos mais duas unidades, disse Vianna, 'mas ainda está sendo estudado'.

Uma nova ida ao mercado para financiar a expansão não está descartada, mas também ainda está no campo de 'especulação', segundo o diretor da empresa, que fechou o ano com caixa de 211 milhões de reais devido à bem-sucedida captação no final de 2006, recursos carimbados para as novas unidades, cada uma com custo de 20 milhões de reais.

SOJA

Outro plano para este ano é reduzir drasticamente a participação do óleo de soja na produção da companhia --hoje em 95 por cento do total--, que reduz a margem de venda da empresa. O objetivo é chegar a uma margem de no mínimo 15 por cento, destacou Vianna.

'Hoje, o principal custo da produção são os óleos vegetais.

A estratégia da companhia é usar óleos disponíveis no mercado só para complemento das oleaginosas da empresa', explicou.

De acordo com Vianna, de cada 1,80 real obtido por litro vendido, 1,50 real corresponde ao custo do óleo de soja. O objetivo da companhia é ter sua produção baseada em 40 por cento de oleaginosas como mamona, pinhão manso e girassol, de plantações familiares; 15 a 20 por cento de plantações próprias e o restante de outros produtores de óleo instalados no país.

Para reduzir os gastos, a companhia vem investindo na agricultura familiar em plantações de mamona, girassol e pinhão manso. Em 2006, segundo Vianna, eram 33 mil famílias plantando para a Brasil Ecodiesel. A previsão é de que em 2007 esse número pule para 100 mil.

'A empresa dá as sementes de mamona, girassol e pinhão, e ensina a técnica, e incentiva o agricultor a não substituir o que já planta, mas usar isso como complemento', afirmou.

A Brasil Ecodiesel já tem 496 milhões de litros comprometidos em vendas feitas no leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos últimos dois anos. A empresa fechou 2006 no vermelho, com prejuízo de 38 milhões de reais, causado principalmente por despesas com o lançamento de ações, baixa produção e investimentos.

Mesmo pequena, a produção em 2006, de 35 milhões de litros de biodiesel, ou 50,7 por cento da produção no mercado brasileiro, garantiu receita líquida de 52,9 milhões de reais.

Para o futuro, o desejo é de que o governo antecipe de 2013 para 2010 a mistura de 5 por cento de biodiesel ao diesel, que em 2008 passa a ser obrigatório na proporção de 2 por cento.

'Nós estamos ansiosos com essa antecipação, principalmente em função do sucesso do biodiesel, que em dois anos se consolidou como indústria e provou que é capaz de atender o mercado', afirmou.

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