quinta-feira, 31 de maio de 2007

B5 chega até 2010


A homologação do uso do combustível misturado com 5% de biodiesel e 95% de diesel destilado de petróleo – conhecido por B5, pela indústria automobilística e pelo governo federal pode ocorrer antes do previsto. No próximo dia 11 de junho, adiantou em entrevista à Gazeta Miguel Dabdoub, professor do departamento de Química da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e coordenador do projeto Biodiesel Brasil, serão apresentados os resultados de testes com biodiesel ao governo federal. “Muito provavelmente, deverá resultar no adiantamento das metas de uso do B5 que, por lei, estão estabelecidos para janeiro de 2013 e agora, será possível para janeiro de 2010”, acredita.

Pelo projeto Biodiesel Brasil, foram testados 150 caminhões e 20 vans da unidade da Coca-Cola de Ribeirão Preto. Os programas, detalha o professor, referem-se à validação do uso de 5% de biodiesel em caminhões, vans e ônibus pertencentes às frotas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e com fabricantes de motores e filtros.

Outros programas de testes, de acordo com Dabdoub, são com máquinas agrícolas, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jabotical. O programa foi desenvolvido na usina de álcool Catanduva, com a frota de tratores que utilizou 20% de biodiesel de soja e 5% de mamona. “Um terceiro teste concluído com sucesso foi o de equipamentos de máquinas da Caterpillar, em Paracatu, Minas Gerais.

Há ainda um quarto teste com veículos da Peugeot e Citroën. A primeira fase dos testes foi concluída com sucesso em junho de 2006 e, atualmente, a segunda fase incluí veículos com tecnologia de ponta, como a injeção eletrônica. “Utilizamos 30% de biodiesel de soja nesses veículos e nos outros foram utilizados 30% de dendê. Também utilizamos misturas de soja e mamona. É o programa mais avançado que temos no País e, oficialmente, posso dizer que é o mais avançado que temos no mundo por utilizar misturas de até 30%”, garante..

No campus da USP de Ribeirão Preto, segundo Dabdoub, há o centro de Desenvolvimento da Produção de Biodiesel e de uso dessa tecnologia. Há diversas indústrias parceiras na realização dos programas, que se concentram em uma lista de 25 empresas. “Nosso grupo colabora com assessoramento para incentivar a instalação de usinas de biodiesel”, diz.

Nessa terça-feira (29), 10 norte-americanos, dois deles jornalistas da revista Chemical and Engineering, e os demais membros da Sociedade Americana de Química, liderados pelo professor Miguel Dabdoub, conheceram a fábrica da NG Metalúrgica, a maior exportadora de turbinas de geração de energia do Brasil e produtora de destilarias de álcool, equipamentos e sistemas para diversos segmentos industriais.

Antes da passagem por Piracicaba, a comitiva norte-americana esteve na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de São Carlos e na (Unicamp). Para o professor Miguel Dabdoub, a visita à NG é oportunidade de interação com pesquisadores norte-americanos e de realização de negócios futuros. “A visita faz parte da colaboração bilateral Estados Unidos Brasil. E a NG Metalúrgica é primeira e única indústria a produzir equipamentos para biodiesel e exportado para os Estados Unidos com tecnologia desenvolvida no Brasil”.

Segundo Dorival Augusto Secamilli, do departamento Comercial de Açúcar e Álcool da NG, as destilarias são vendidas em função de capacidades agrícola, moagem, matéria-prima, determinando sua produção para álcool ou açúcar.

Fonte: Gazeta de Ribeirão

Governo quer B100 para frota de sojicultores


O Ministério de Minas e Energia estuda incluir no Plano Decenal de Energia que deverá ser divulgado em junho, a possibilidade de uso de 100% de biodiesel (B 100) na frota dos produtores de soja, informou hoje o superintendente de Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Gelson Baptista Serva, em apresentação para executivos do setor na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Segundo ele, projeção realizada pela EPE indica que se todos os produtores de soja substituíssem o diesel fóssil pelo óleo vegetal, seriam necessários 6 bilhões de litros anuais.

"É claro que não estamos falando de 100% de caminhões usando esse componente, mas sim uma alternativa para a redução do uso de óleo diesel fóssil, que hoje é importado pelo país", disse.

Atualmente, apenas a bistura B2, ou seja, 2% de óleo vegetal na fórmula de óleo diesel, é autorizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a previsão é de elevar esta mistura até 5% a partir de 2013. Apesar disso, a mistura B 100 já vem sendo usada clandestinamente por produtores de soja da região Centro-Oeste. "Apesar do preço do óleo de soja estar alto, acaba compensando para o produtor o seu uso nos caminhões e máquinas agrícolas, porque o combustível acaba saindo sem impostos e muito mais em conta do que o óleo diesel", afirmou.

Diesel fóssil
Outra possibilidade estudada pelo governo, disse Serva, é de substituição do diesel fóssil por biodiesel nas usinas termelétricas existentes nos sistemas isolados da região Norte. A idéia, explicou, seria incentivar o cultivo da palma, que é propícia para a região amazônica, utilizando apenas as áreas já desmatadas.

Estimativa feita pela EPE aponta que seriam necessários 1 bilhão de litros de biodiesel para abastecer as térmicas do sistema isolado e o custo do combustível sairia por R$ 2,05 o litro, ante o diesel comprado hoje para abastecer as usinas, que é de R$ 2,08. "É claro que esse diesel é compensado pelo pagamento da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) na conta do consumidor nacional. Esse tipo de subsídio teria que ser reestudado", disse.

Segundo ele, apesar de haver críticas à utilização da área desmatada na Amazônia para essa finalidade, o número de hectares seria mínimo. Segundo cálculos da EPE hoje existem 50 milhões de hectares desmatados possíveis de serem ocupados pelo cultivo, mas para abastecer todo o sistema isolado de geração de energia elétrica da região Norte seriam necessários apenas 200 mil hectares.

"Apenas para se ter uma idéia, mesmo que utilizássemos B100 em toda a frota nacional, poderíamos ocupar com a palma, que tem produtividade acima das outras oleaginosas, um total de 7,35 milhões de hectares dessa floresta", considerou.

Fonte:

B5

Durante os próximos quatro meses, 3 mil ônibus que circulam na Região Metropolitana do rio de Janeiro vão funcionar com 5% de biodiesel misturado ao combustível tradicional, o diesel. O projeto une Fetranspor, BR Distribuidora, Mercedes Benz, Volkswagen e Secretaria estadual de Transportes. O secretário Julio Lopes garante que é o maior projeto experimental com biodiesel no transporte público do Brasil.

O setor de transporte, em todo mundo, é responsável por cerca de 24% do dióxido de carbono (CO2) lançado na atmosfera, segundo dados da Agência Internacional de Energia. A participação das frotas das grandes cidades na emissão de gases aumenta 2,5% a cada ano. Nos países em desenvolvimento, essa taxa é maior ainda, chegando a 4,4% ao ano.

Fonte:

Veículos já andam com combustível de sebo bovino

Matéria-prima não é problema para a Fertibom Indústrias. Está faltando soja, usa-se mamona. Acabou? Tem pinhão manso. A safra não foi boa, sebo de animal serve. Hoje o Brasil produz combustível assim, num mesmo lugar, com o mesmo equipamento. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) entrou com os recursos e a empresa com a tecnologia para a construção de uma usina piloto para produção de biodiesel com diferentes tipos de matéria-prima. A unidade trabalha com sebo animal e 20 tipos de oleaginosas, como amendoim, soja, girassol, algodão, nabo forrageiro e pinhão manso e produz 40 mil litros de biodiesel por dia, informa o coordenador do projeto da Fertibom, Heitor Gobbi Barbosa. A planta servirá de modelo para a construção de uma unidade com capacidade para até 30 milhões de litros por ano.

Fabricante de fertilizantes líquidos de Catanduva, São Paulo, a Fertibom trabalha em parceria com a escola de química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no desenvolvimento de um novo processo de produção do combustível. "A idéia é obter um produto que possa atender interesses de produtores em diferentes regiões do país, o que ajudaria também a minimizar o risco da sazonalidade agrícola", ressalta Carolina Mello, analista da Finep responsável pelo projeto. Outro aspecto importante é o uso do álcool etílico para a fabricação do biodiesel.

Segundo Gobbi, no momento a Fertibom usa o sebo bovino na produção do biodiesel por ser mais vantajoso economicamente. O quilo custa entre R$ 1,05 e R$ 1,10 e cada quilo produz aproximadamente a mesma quantidade de biodiesel, informa. Toda a produção é vendida para a Petrobrás, em Paulínia, e para a refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul. A empresa ganhou o terceiro leilão para fornecimento do combustível e deve entregar ao governo até o final deste ano 6 milhões de litros de biodiesel.

Por Roberto do Nascimento


Fonte: Carbono Brasil

Cetec inaugura laboratório para aprimorar produção de biodiesel

Com planta piloto para produção de biodiesel, um reator (protótipo), laboratório de química, salas de apoio e de controle de planta, a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) – órgão do Sistema de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado - inaugura Laboratório de Biocombustíveis, em Belo Horizonte, na sexta-feira, 1º de junho, às 10h.

A planta piloto, que utilizará etanol, terá capacidade de produção de 1.000 litros por dia de biodiesel, possibilitando o aprimoramento do processo de fabricação pela rota etílica, de acordo com informações da assessoria de comunicação do governo de Minas Gerais. Entre os objetivos do laboratório estão a melhoria do rendimento da transesterificação e a obtenção de um produto de qualidade.

O Laboratório de Biocombustíveis foi montado com recursos, de aproximadamente R$ 1,3 milhão, provenientes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). O Cetec realiza trabalhos com biodiesel desde a década de 70 após a primeira grande crise do petróleo. Esse centro tecnológico integra, atualmente, o Programa Mineiro de Biodiesel – coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) -, trabalhando, por exemplo, no desenvolvimento da fabricação desse biocombustível a partir de oleaginosas com potencial de cultivo em Minas Gerais.

Fonte: ProCana

Miniusina de biodisel desperta interesse internacional


A miniusina de biodiesel, desenvolvida por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), continua atraindo o interesse de comitivas internacionais. Em menos de uma semana, entre os dias 24 e 29 de maio, a Embrapa recebeu, em Brasília/DF, coreanos, chilenos, argentinos e uruguaios.

Uma comitiva da Embaixada da República da Coréia esteve na Embrapa para obter informações sobre matérias-primas voltadas para a produção de energia adaptáveis ao seu país. O chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Eurípedes, apresentou a palestra Culturas para energia no Brasil e acompanhou os representantes da Agência de Desenvolvimento Rural (RDA) da Coréia, Yeong Ho Lee, Gunhwa Kim e Kim Su-Gul e a conselheira da Embaixada, Dong Won Park, na visita à miniusina.

A explicação sobre o funcionamento do protótipo que transforma óleo vegetal em combustível, por meio do processo de craqueamento, foi feita pelos técnicos da Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília-DF), Jairo Dolvim Dantas e Roberto Vieira.

Procisur
Na última quinta-feira, 24, membros do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico, Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur) se reuniram com representantes da Assessoria de Relações Internacionais (ARI) da Embrapa para discutir novas áreas de atuação para fortalecer a cooperação regional e se interessaram pela miniusina de biodiesel.

O diretor nacional do Instituto de Investigações Agropecuárias (INIA), o chileno Leopoldo Sáchez Grunert, ficou impressionado com a possibilidade de produzir combustível a partir de grãos como dendê e mamona oferecida pelo equipamento. A comitiva do Procisur, integrada também pelo argentino Emilio Ruz-Jerez e pelo uruguaio Pablo Chilibroste, foi recepcionada pelo gerente-adjunto de Semente e Mudas da Embrapa Transferência de Tecnologia, Ronaldo Andrade.

A miniusina, voltada para a agricultura familiar, pode produzir até 800 litros de biodiesel a partir de oleaginosas, transformando a matéria-prima dentro da propriedade para movimentar tratores, equipamentos de irrigação e motores de barco, geradores de energia, por exemplo. O equipamento, ainda em fase de testes, poderá viabilizar a inclusão social de pequenos agricultores e de comunidades isoladas.

Fonte:

Procura por biocombustível eleva custo da maionese no Japão


O gigante japonês dos temperos, Ajinomoto, disse nesta terça-feira que vai ter que aumentar, pela primeira vez em 17 anos, os preços das suas maioneses devido à escalada do custo dos óleos em decorrência da forte procura de vegetais para os biocombustíveis.

"Fizemos tudo até agora para melhorar a nossa produtividade e racionalizar as nossas despesas. Mas, ultimamente, o preço dos óleos vegetais aumentou tão fortemente que a manutenção do preço atual das maioneses se tornou muito difícil”, lamentou o grupo em comunicado.

Segundo Ajinomoto, os preços dos óleos vegetais, ingrediente de base da maionese, subiram 40% nos últimos cinco anos, por causa principalmente da corrida dos produtores e biocombustíveis para os óleos de colza, soja ou girassol.

Um fenômeno similar foi observado para vários produtos à base de açúcar cujo preço é puxado para cima pelo aumento da procura dos produtores de etanol a partir da cana de açúcar.



29/05/2007
Fonte: Agência Lusa

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Vem aí o carro movido a maisena


Amido de milho, conhecido comercialmente como maisena, polvilho, fécula de batata ou outras formas de hidratos de carbono são a nova proposta de fonte energética para movimentar automóveis no futuro. Pesquisadores da Virginia Tech, nos Estados Unidos, propõem o uso dessas substâncias combinadas com águas e uma mistura de enzimas para produzir hidrogênio no próprio veículo.

Combinadas com o amido, as enzimas poderiam ganhar energia suficiente para dividir a água em seus elementos, produzindo hidrogênio e dióxido de carbono. O hidrogênio será usado para alimentar uma célula de combustível, gerando eletricidade e a água resultante do processo voltará para o tanque para ser novamente misturada às enzimas.

Segundo os pesquisadores, um tanque com aproximadamente 45 litros poderia levar amido suficiente para produzir 4 quilos de hidrogênio, proporcionando uma autonomia de até 480 quilômetros.

O sistema é considerado limpo do ponto de vista ambiental, já que o gás carbônico resultante é originado por material de fonte vegetal, que o retirou da atmosfera durante sua formação. O processo tem um rendimento energético três vezes superior à queima do álcool em motores de combustão interna.

A próxima etapa no desenvolvimento da nova tecnologia é conseguir acelerar o ritmo de reação para que o hidrogênio possa ser produzido com rapidez suficiente para ser utilizado como combustível automotivo, assim como reduzir o custo das enzimas empregadas.


Fonte: Autoestrada.com.br

Yes, nós temos etanol

É maior do que se imaginava a chance de o Congresso dos Estados Unidos começar a eliminar, depois da eleição presidencial de 2008, a sobretaxa aplicada sobre o etanol importado do Brasil. Há boas razões para acreditar nessa possibilidade. Uma delas é a crescente insatisfação provocada pela explosão dos preços do milho, usado nos EUA na produção de álcool combustível. A outra é a limitada capacidade doméstica americana de aumentar a produção de etanol.

O Brasil está ganhando espaço nas mentes e corações dos americanos. A necessidade de independência energética e de mitigar o aquecimento global está, na avaliação do Eurasia Group, uma das maiores empresas de consultoria política do mundo, entre as forças que estão levando a opinião pública dos EUA a olhar com seriedade para a alternativa brasileira.

Pesquisa feita pelo instituto Ipsos mostrou que 57% dos americanos são favoráveis à redução da tarifa - de 54 centavos de dólar sobre um galão de etanol (3,8 litros) -, enquanto 29% são contra. Curiosamente, o apoio e a rejeição não variam muito de região para região nos EUA. A mesma pesquisa atesta a imagem positiva que os americanos têm do Brasil (ver tabela).

Dos entrevistados, 70% concordam que o etanol mais barato do Brasil tornaria os EUA menos dependentes de petróleo do Oriente Médio. Outros 65% acham que isso ajudaria a reduzir o aquecimento global. "Essas respostas demonstram que o público está claramente inclinado a fazer uma associação entre maior volume de importação de etanol brasileiro, independência energética e redução do aquecimento global", diz o analista Christopher Garman, do Eurasia.

Em torno da idéia de independência energética criou-se uma coalizão em defesa do etanol brasileiro. Ela reúne conservadores preocupados com a segurança nacional dos EUA e grupos ambientalistas, que vêem, num sistema global para o etanol, uma forma efetiva de desenvolvimento de combustíveis alternativos.

É evidente que a opinião pública, por si só, não tem como forçar os parlamentares americanos a mudarem de idéia em relação ao produto brasileiro. Basta ver que a pesquisa Ipsos constatou que 81% dos entrevistados desconheciam a existência da sobretaxa. Sem pressão pública, os congressistas não têm incentivo para agir. Democratas e republicanos estão, porém, dedicados à idéia de adotar medidas para aumentar a independência energética e elevar o uso de biocombustíveis. Não se deve esperar, no entanto, que os candidatos à sucessão de George W. Bush contrariem, antes das eleições, os produtores domésticos de etanol.

Os analistas apostam que a luta contra a sobretaxa virá dos consumidores e da indústria usuária de milho. O motivo: a escalada do preço do produto por causa da corrida do etanol. O preço do milho dobrou de 2006 para cá. A conta tem sido paga pelos produtores de carne, leite e aves e, claro, pelos consumidores. A situação deve piorar porque, enquanto seis anos atrás 6% da lavoura de milho era dedicada à produção de etanol, hoje, ela é de 20%.

A sobretaxa ao etanol do Brasil expira em 31 de dezembro de 2008. A pressão dos produtores de gado para que o Congresso não a prorrogue já começou. O Conselho Nacional de Produtores de Carne de Porco (NPPC, na sigla em inglês) está defendendo publicamente o fim da tarifa. O senador republicano Richard Lugar propôs a realização de estudos sobre os efeitos políticos e econômicos de uma alteração na sobretaxa.

Do "outro lado", há os produtores de milho do Meio-Oeste americano e a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA), que estão fazendo lobby para que, na nova Lei Agrícola dos EUA, seja fortalecido o papel dos produtores locais. O Congresso, diz Chris Garman, deve aprovar medidas para aumentar os Padrões de Combustível Renovável (RFS), de maneira a incentivar ainda mais a produção americana de etanol.

A Lei de Política Energética, de 2005, fixou meta, para 2012, de mistura à gasolina de 7,5 bilhões de galões de combustíveis renováveis. Em 2007, a produção americana de etanol deverá atingir 7 bilhões de galões, sendo que o Congresso tende a aumentar a meta estipulada dois anos atrás. O governo Bush, por sua vez, estabeleceu que, até 2017, os EUA deverão reduzir o consumo de gasolina em 20%. Isto significa o consumo de 35 bilhões de galões de biocombustível. "A atual meta de RFS terá que ser revista para cima. Um RFS maior significa demanda maior de etanol produzido a partir do milho, portanto, uma maior pressão sobre o preço do milho", diz Garman.

A expectativa dos especialistas é que a produção americana de etanol atinja seu pico em 2010, com algo entre 12 bilhões e 12 bilhões de galões. Essa diferença entre produção e as metas fixadas pelas autoridades terá que ser atendida em parte, explica Garman, por importações. É aí onde o Brasil, o maior e mais eficiente produtor de etanol a partir de cana-de-açúcar do mundo, poderá exercer seu papel. Falta pouco.

Letargia conveniente

O que faz o Itamaraty que ainda não emitiu uma declaração sequer sobre a escalada autoritária de Hugo Chávez? A cláusula democrática, inscrita no tratado que criou o Mercosul, deveria ser evocada, uma vez que a Venezuela se prepara para integrar-se ao bloco.

O silêncio é comprometedor. No fundo, o Itamaraty apóia as ações de Chávez. Só isso explica o mutismo diante do totalitarismo chavista e justifica esquisitices como a exigência de que, na volta de missões ao exterior, os diplomatas façam escala em Caracas para se submeter a uma espécie de purificação ideológica.


Cristiano Romero
Fonte:

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Embrapa Agroenergia completa um ano

Com a necessidade crescente de uso de energias alternativas em escala mundial, a atividade agropecuária se confirmou como uma das mais promissoras fontes de matérias-primas para a produção de energia renovável. Nesse cenário, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sentiu a necessidade de uma coordenação dos trabalhos e pesquisas de desenvolvimento de soluções para obtenção de energia na atividade agro-industrial. Criou-se, então, a Embrapa Agroenergia, que quinta-feira (24) completou um ano.

"Neste ano já estamos atuando no gerenciamento de metas, na criação do portifólio da Unidade e definindo parcerias", diz Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Agroenergia (na foto). A unidade vem mapeando e articulando os esforços e as competências das diferentes unidades de pesquisa da Embrapa, além de estruturar cinco coordenadorias regionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), localizadas em pontos estratégicos do território nacional. É uma unidade que atua no contexto de várias redes de pesquisa, envolvendo também pesquisadores de outras instituições, inclusive do exterior.

É nesse contexto que são desenvolvidas pesquisas para garantir a sustentabilidade e a competitividade às cadeias de agroenergia e que se promove a transferência de tecnologias nessa área. Em consonância com o Plano Nacional de Agroenergia (2006-2011), a Embrapa Agroenergia incluiu em sua missão o desenvolvimento de quatro plataformas de PD&I: etanol, biodiesel, florestas energéticas e resíduos. O trabalho desenvolvido abrange os sistemas de produção, a eficiência dos processos de transformação e a definição das características necessárias dos produtos ou subprodutos.

Etanol
As principais linhas de pesquisa dizem respeito ao desenvolvimento e caracterização de espécies de cana com tolerância aos estresses ambientais, bióticos e abióticos, especialmente a resistência a pragas, ao estresse hídrico e a eficiência do uso de nitrogênio. São realizados estudos de impactos sociais e econômicos do cultivo dessa cultura. Paralelamente, são estudados também outras fontes de obtenção de etanol, como amido e celulose.

Biodiesel
Atualmente as espécies estudadas como matéria-prima para produção de biodiesel são soja, mamona, girassol, dendê e colza, para ampliação do domínio tecnológico e possibilidades de uso. Estão sendo realizados estudos sócio-econômicos e de impactos ambientais, as tecnologia de produção e de uso do biocombustível. São efetuados zoneamentos climáticos e sanitários dessas culturas. Também são estudadas oleaginosas com potencial para produção de biodiesel.

Florestas Energéticas
Os estudos sobre a energia gerada biomassa florestal, que tem como vantagem o fato de produzir um combustível renovável com impacto nulo sobre o efeito estufa, abordam a produção da matéria-prima, os processos agroindustriais, os derivados de alto valor agregado, a eficiência produtiva e as florestas nativas e plantadas.

Resíduos
Diz respeito a co-produtos derivados do processo agroindustrial com possibilidade de ampliação dos usos e embarcada de inovações que agregam valor à produção. As redes já articuladas de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) dizem respeito aos descartes do setor sucro-alcooleiro, madeira, arroz, dejetos animais e lixo.

Fonte:

Minas tem levantamento completo sobre o algodão

Minas Gerais é o único estado do Brasil que conta com um levantamento detalhado da sua produção de algodão, possibilitando o acompanhamento de todos os estágios da atividade no campo, além da identificação de dificuldades de mercado e a adoção de medidas preventivas em casos de ameaças de problemas sanitários, entre outras providências. O trabalho, intitulado “Levantamento Georreferenciado de Algodão do Estado de Minas Gerais”, foi desenvolvido com recursos do Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento da Cultura do Algodão em Minas Gerais (Algominas), administrado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O levantamento foi realizado pela Associação dos Produtores de Algodão de Minas Gerais (Amipa), com a participação dos sindicatos dos produtores e da indústria têxtil do Estado, informa o coordenador do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão em Minas (Proalminas), Lindomar Antônio Lopes. Ele explica que o trabalho pode servir de modelo para os demais estados produtores – Mato Grosso, Bahia e Goiás – , que ainda não contam com um levantamento completo como este. “Podemos projetar, por exemplo, o consumo de adubo, inseticidas e fungicidas, fazer levantamentos relativos à mão-de-obra e acompanhamento de custos das propriedades e da produção em geral”, assinala o coordenador.

“O programa foi bem recebido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituições ligadas à Secretaria da Agricultura”, explica Lindomar Lopes. Segundo ele, outros órgãos, principalmente envolvidos com estatística agropecuária, também manifestaram o interesse de participar da atualização do trabalho em cada safra.

Mapa completo

Todas as propriedades de Minas Gerais, situadas no Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste e Norte foram identificadas por satélite e o levantamento de dados, realizado por técnicos que visitaram os locais. Existe a indicação de cada produtor, nome da propriedade, área que ela ocupa, sua altitude média e o município em que se encontra, entre outros dados.

O levantamento mostra uma área total, no Estado, com plantio de 28.203,58 hectares na safra 2006/2007, que resultou em cerca de 36 mil toneladas de pluma. Há identificação das quinze cultivares utilizadas nas lavouras e a comparação das áreas ocupadas com algodão nas duas últimas safras. De acordo com o trabalho, o Noroeste de Minas, que tem maior área, apresentou grande redução e o Norte de Minas também. O Triângulo Mineiro teve pequeno recuo na área, enquanto o Alto Paranaíba e o Pontal do Triângulo avançaram com área maior do que na safra 2005/2006.

O coordenador do Proalminas informa que o levantamento será um suporte importante para o trabalho desenvolvido pelo agronegócio do algodão, em parceria com o governo do Estado, para a expansão da produção e aprimoramento da qualidade da pluma. “A meta é atender ao consumo total da indústria têxtil mineira, que apresentou demanda de 141.200 toneladas na safra 2006/2007, contra 149.700 toneladas na safra passada, em razão do cambio e concorrência dos produtos têxteis chineses no mercado brasileiro”, explica.

Para a próxima safra está prevista a inclusão, no “Levantamento Georreferenciado do Algodão no Estado de Minas Gerais”, de informações sobre 60 Unidades Técnicas Demonstrativas (UTDs), que serão desenvolvidas em 16 municípios da Serra Geral, no Norte de Minas. Toda a produção desse projeto será de algodão transgênico e parte do caroço se destinará à fabricação do biodiesel na usina da Petrobras, em Montes Claros. A criação das unidades demonstrativas terá o custo de R$ 30 milhões, sendo R$ 21 milhões financiáveis, e uma renda prevista da ordem de R$ 40 milhões. A coordenação do projeto é da Secretaria da Agricultura, por intermédio do Proalminas, em parceria com as prefeituras e as entidades do setor de algodão no setor privado.

fONTE: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Assessoria de Comunicação Social
Jornalista responsável: Ivani Cunha

Do

Na ponta do lápis

Em período de dólar tão enfraquecido, o que diminui a renda do produtor, todo cuidado com os gastos é pouco. Só ontem, por exemplo, a queda do dólar em relação a quinta-feira fez o produtor perder 1,1 saca de soja por alqueire.

A PERDA
Ao fechar a R$ 1,953, o dólar perdeu R$ 0,18 em relação a quinta-feira. Como a saca de soja está a US$ 14, a perda foi de R$ 0,25 por saca. Com produtividade média de 120 sacas por alqueire, a perda total seria de R$ 30,24 -acima dos R$ 27,40 do valor atual da saca. Já o recuo do dólar desde o início da safra indica perda total de R$ 3,48 bilhões para o setor, considerando a safra em 58 milhões de toneladas.

QUEDA MANTIDA
O álcool manteve a tendência de forte queda de preços nesta semana. Acompanhamento do Cepea indicou que os preços médios do álcool anidro recuaram para R$ 0,76416 por litro, com queda de 13,74% em relação à semana anterior. No mesmo período, o litro do hidratado recuou para R$ 0,60789, com baixa de 10,45%.

NO ACUMULADO
O Cepea mostra que quanto mais avança a safra de cana maior é o ritmo de queda dos preços. Nas últimas cinco semanas, o valor do álcool hidratado acumula queda de 37% nas usinas paulistas, enquanto o anidro ficou 30% mais barato. Os preços são para o produto na porta das usinas paulistas e não incluem impostos.

IGUALDADE
A Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel quer a extensão dos benefícios fiscais concedidos aos agricultores familiares a todos os demais produtores, o que permitiria ao país atender o crescimento da demanda interna e externa por biodiesel. O setor está preocupado ainda com a política fiscal da Argentina, que instituiu alíquota de "retenção" de 5% sobre as exportações de biodiesel, enquanto a do óleo de soja é de 24%.

DE OLHO NO CLIMA
O mercado de milho, além das preocupações com o plantio norte-americano, começa a olhar também para a safrinha brasileira. Os próximos 30 dias serão definitivos para a produção brasileira devido a possíveis geadas no Paraná e seca em Mato Grosso e em Goiás. A avaliação é da consultoria Safras & Mercado.

FEIJÃO
O preço do feijão encerra a semana com novo aumento. A saca de 60 kg do tipo carioquinha chegou a ser negociada a R$ 85 em algumas praças. Segundo o cerealista Geraldo Bortoloto, a diminuição na oferta do produto provoca a elevação no preço do cereal. Em 30 dias, o preço do feijão acumula alta de 43,5% nas principais regiões produtoras.

Fonte:
Do

Câmara de biodiesel defende revisão tributária no setor

A Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel vai propor ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, que encaminhe ao Palácio do Planalto proposta de revisão tributária na produção de biodiesel. Os representantes do setor também pedirão a Stephanes que manifeste ao Ministério das Relações Exteriores a preocupação dos produtores com a política fiscal da Argentina para o biodiesel, que pode provocar desequilíbrios no mercado. Eles reafirmaram ainda a necessidade de o Brasil investir mais em pesquisas e tecnologia para produção de energia verde

As decisões foram tomadas sexta-feira (25/05) durante a reunião da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Também foi aprovada a participação do Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como membro efetivo da câmara e criação de um grupo temático para elaborar uma cartilha de orientação aos produtores sobre as novas normas de classificação de soja, que devem entrar em vigor em 15 de julho próximo, de acordo com a Instrução Normativa nº 11, publicada no Diário Oficial da União do último dia 16.

Isonomia - A revisão tributária na produção de biodiesel é hoje uma das principais preocupações do setor. “É preciso que haja isonomia fiscal para viabilizar o plantio de oleaginosas também em áreas maiores”, disse o presidente da Câmara de Oleaginosas e Biodiesel, Carlos Lovatelli. Para ele, o Governo Federal deve estender a todos os produtores os benefícios fiscais concedidos aos agricultores familiares, para que o País possa atender o crescimento da demanda interna e externa por biodiesel.

O setor também teme que a política fiscal da Argentina para o biodiesel traga prejuízos ao Mercosul. O país vizinho instituiu recentemente uma alíquota de “retenção” de 5% sobre as exportações de biodiesel, enquanto a taxa sobre os embarques de óleo de soja é de 24%. Na avaliação de Lovatelli, seria importante que o Itamatary fizesse gestões com o governo argentino para mostrar os riscos que isso pode trazer ao equilíbrio do bloco econômico.

Os integrantes da câmara destacaram ainda a necessidade de o Brasil elevar os investimentos em pesquisa de matérias-primas e de novas tecnologias para o setor de biodiesel. Segundo eles, o mercado de agroenergia será dominado por quem tiver mais tecnologia. Hoje, as principais fontes brasileiras do produto são soja, mamona, dendê, amendoim, girassol e algodão. A cadeia produtiva defende a ampliação de pesquisa para ampliar a matriz do biodiesel nacional.

Fonte: MAPA

Sudoeste do PR investe na produção de girassol para biodiesel


A cultura do girassol está sendo reinstalada no Paraná e no país. Para incentivar o cultivo na região Sudoeste, um dia de campo foi promovido em Pato Branco na sexta-feira (25-05), na propriedade de Ildo Battisti, na Linha São Pedro de Alcântara.

O fomento está surgindo com a parceria da distribuidora de híbridos, Helianthus Sementes, a empresa produtora de biodiesel, Brasil Eco-diesel e a Soloceres Agropecuária.

O representante da Helianthus Sementes, Ilton Pereira lembra que há dez anos houve um fomento na produção, mas havia problemas de doenças, variedades e faltava tecnologia. “Hoje nós estamos reintroduzindo a cultura, fazendo fomento, porque o biodiesel vai ser basicamente fundamentado na cultura do girassol, que produz de 40% a 50% de óleo. As indústrias de biodiesel estão buscando fazer o fomento da cultura do girassol, para poder servir de matéria prima”.

Pereira explica que da produção do óleo é feito o biodiesel. Ao extrair o óleo vai gerar o farelo, que é altamente nutritivo para ração de animais, tanto para bovinos quanto para aves e suínos. O representante oferece uma semente híbrida de ciclo pequeno, em torno de 120 dias no inverno e 110 dias no verão, bem adaptado à região. “Pode ser plantado tanto em janeiro e fevereiro, que é safrinha, como pode ser plantado em julho e agosto”, explicou.

Fonte: Diário do Sudoeste

Malásia e Indonésia confirmam uso de 12 mi de toneladas para biodiesel


Os governos da Malásia e da Indonésia reiteraram hoje que cada país irá destinar 6 milhões de toneladas de óleo de palma por ano para a produção de biodiesel, mas reconheceram que estão longe de atingir a meta.

A locação anual combinada de 12 milhões de toneladas pelos dois maiores produtores mundiais de óleo de palma foi anunciada em 2006, quando o entusiasmo pelo biodiesel estava no auge. Mas, desde então, os preços do petróleo recuaram de suas máximas, enquanto os do óleo de palma avançaram para máximas de nove anos, colocando em risco muitos projetos de biodiesel.

Após um encontro hoje entre representantes dos dois governos, ficou decidido que os países irão manter a alocação, apesar de dúvidas sobre o futuro do biodiesel. "Estamos longe de alcançar 6 milhões de toneladas. O que estamos dizendo é que 6 milhões são nosso compromisso. O resto cabe ao setor privado", afirmou Peter Chin, do governo da Malásia. "Se os preços atuais do óleo de palma são considerados altos demais, então os fabricantes terão que tomar suas próprias decisões comerciais quanto a continuarem ou não", acrescentou ele.

A Malásia aprovou mais de 90 projetos de produção de biodiesel, mas até agora apenas seis deles estão em operação, com uma produção combinada de 107.000 toneladas nos três primeiros meses de 2007, segundo autoridades. As informações são da Dow Jones.

Fonte:

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Lula quer evitar com biodiesel erro cometido com o álcool

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (15/05/07) que é preciso tomar cuidado para que o Brasil, no caso do biodiesel, não cometa os mesmos erros que foram cometidos com o álcool. Ele disse que o sucesso dos veículos que utilizam mais de um combustível dá a certeza de que o álcool virou uma matriz energética importante.

Para Lula, a intenção do Brasil de fornecer álcool a outros países aumenta a responsabilidade, porque é preciso garantir o suprimento. "Não podemos brincar." No caso do biodiesel, Lula defendeu que é preciso que uma empresa se responsabilize pela regulação do estoque e que não há ninguém mais bem preparado para isso do que a Petrobras.

O presidente disse que em reuniões com outros países, como no G 8, ele vai fazer a propaganda do etanol e do biodiesel. "Querem despoluir o planeta, querem diminuir o aquecimento global e melhorar a qualidade do ar, usem combustível renovável, que o Brasil quer ser parceiros de vocês", disse o presidente, numa referência à campanha que fará para o consumo do álcool e do biodiesel.

Condições de trabalho

Lula disse que depois que o álcool foi consolidado como matriz energética "de qualidade excepcional", é preciso humanizar a produção de cana-de-açúcar e criar melhores condições de trabalho. "Este será o segundo passo", disse o presidente, no Palácio do Planalto. Lula observou que existem ainda outras questões que envolvem a produção de álcool combustível, como a construção de um álcoolduto, ligando a região Sudeste ao Porto de Santos, e a instalação de 76 novas usinas.

Sobre as condições de trabalho dos plantadores de cana, o presidente disse que seria "ótimo" que a questão fosse resolvida entre sindicato de trabalhadores e empresários e que o governo fosse ser o indutor dessa conversa. Ele ressaltou, no entanto, que se houver problema eles serão fiscalizados pelo Ministério do Trabalho. Segundo o presidente, se for necessário o governo ou a bancada aliada no Congresso poderão apresentar um projeto de lei para regular o setor.


Fonte:

Agência de Notícia UDOP

Seminário apresenta oleaginosas para a produção de biodiesel em Mato Grosso


A cultura do amendoim pode ser uma alternativa rentável para o pequeno produtor na produção de biodiesel é o que relata o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Denizart Bolonhesi durante o I Seminário sobre culturas agroenergéticas que está acontecendo no município de Barra do Bugres, na Usina Barralcool. O evento começou no dia 24 e encerra hoje e está abordando sobre o Programa Nacional de Biodiesel, selo combustível social e a difusão de novas tecnologias.

O pesquisador do IAC relatou sobre os aspectos gerais da cultura do amendoim e o potencial da cultivar IAC-Caipó. Segundo o pesquisador, a variedade produz 52% de óleo e tem um potencial de produtividade de 5 mil quilos por hectare de amendoim em casca. A variedade Caipó utiliza 3 aplicações de fungicidas, enquanto as outras cultivares necessitam de 6 aplicações. “O município de Campo Novo do Parecis está produzindo amendoim para a indústria alimentícia com um custo de produção inferior a do Estado de São Paulo em torno de R$ 600,00”, esclarece Bolonhesi.

O diretor de Pesquisa da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Antonimar Marinho dos Santos, fala que o seminário está discutindo sobre as oleaginosas utilizadas para a produção de biodiesel, tais como: girassol, mamona, amendoim, pinhão manso, gergelim e dendê. E a proposta da Empaer é difundir tecnologias voltadas para a agricultura familiar para atender as indústrias do Estado.

Nas próximas décadas haverá concentração de esforços no desenvolvimento de biomassa moderna para produção de energia renovável, por exemplo, os biocombustíveis derivados de óleos vegetais, como biodiesel, extraídos de diferentes oleaginosas. Em Mato Grosso os pesquisadores da Empaer, Valter Martins de Almeida e Norival Tiago Cabral apresentaram resultados de pesquisas que estão sendo desenvolvidas com as culturas da mamoneira, pinhão manso e girassol.

Para acompanhar o comportamento da mamona, foram instaladas unidades de observação nos municípios de Cáceres e Quatro Marcos avaliando os genótipos a fim de produzir um material mais produtivo. Segundo Valter, apesar da mamona ser considerada uma cultura secundária a procura é grande pelo óleo e torta de mamona (adubo). “A produtividade da cultura no Estado é baixa apenas 800 quilos por hectare, com potencial para produzir de 1.200 a 1.500 quilos por/hectare”, salienta.

O pinhão manso é uma cultura perene que está recebendo um tratamento diferenciado, pois há necessidade de conhecer melhor a planta conferindo o material genético, espaçamento, sistema de poda, praga, doenças e outras. As unidades de observação foram implantadas nos municípios de Cáceres, Quatro Marcos, Tangará da Serra e Sinop em parceria com a Empresa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Embrapa. “Sabemos que o potencial nutricional do pinhão manso é muito bom, atingindo de 4 a 6 mil quilos de baga por hectare a partir do quarto ano”, relata.

O pesquisador acredita que as culturas terão resultados positivos no quarto ano de pesquisa. Esse trabalho vem sendo executado em conjunto com a extensão rural, produtores e indústrias. Participaram do seminário o presidente da Empaer, Leôncio Pinheiro da Silva Filho, diretores da Barralcool, os pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Astor Nied, Gilberto Colodro e Gilmar Liaforga, produtores e técnicos.

Fonte: SECOM

Biocombustíveis, um novo debate

Vimos nos últimos dias um novo debate que tem surgido em torno dos biocombustíveis: a questão de utilizar alimentos para a produção de energia. Isso é aquedado? É o que todos se perguntam, principalmente num País que ainda registra casos de desnutrição e fome.

O Brasil precisa olhar de frente para esse desafio. A eterna busca para reforçar a matriz energética e nos deixar cada vez menos vulneráveis passa, de fato, pela questão da alimentação. E é possível trilhar nesse caminho, como é possível conciliar o desenvolvimento com as questões ambientais. Só teremos o tal desenvolvimento sustentável, se o campo for explorado com racionalidade.

Uma iniciativa nesse sentido está sendo feita na região de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte. Assentados já produzem melão, que é exportado. Agora podem ganhar ainda mais ao plantar girassol para a produção de biodiesel. O plantio consorciado de frutas com oleaginosas será em áreas irrigadas, com dois objetivos: calcular exatamente o custo do girassol incluindo os gastos com irrigação e, principalmente, verificar na prática se é mesmo possível aproveitar a intensa insolação da região, para produzir três safras anuais.

Os estudos indicam que é possível e isso resultará em emprego para a mão de obra local durante o ano inteiro, eliminando-se a sazonalidade da agricultura local e utilizando a terra para dois fins: alimentação e produção de energia.

A produção de biocombustíveis com sebo de boi, uma realidade, é outra alternativa que se apresenta viável com a entrega de 50 milhões de litros para a Petrobrás no final do ano passado. Cada cabeça de gado fornece 15 quilos de sebo aproveitável e o Brasil, com o abate de 23 milhões de cabeças/ano, tem o potencial de produzir 350 milhões de litros/ano.

Os israelenses são especialistas em produzir alimentos em condições atípicas, no meio do deserto, e são também hábeis estudiosos em energias alternativas. Afinal a região é a única do Oriente Médio que não possui petróleo. Eles criaram por lá a geotermia e produzem energia a partir do vapor que sai de dentro da Terra. Perfuram poços de até 4.000 metros e conseguem temperaturas de 120º. Ao injetar água, transformam-na em vapor para produzir energia elétrica.

O Brasil tem potencial para também ter a sua geotermia. Os poços de água quente que abastecem Mossoró (RN) podem se transformar nessa fonte não poluente de energia. A vantagem é que a água já chega à superfície a 50º. Se essa água naturalmente quente for injetada em poços que podem ter apenas metade da profundidade dos de Israel, será transformada em vapor e então direcionada às turbinas de geração de energia. O investimento inicial é alto para cavar o poço e para o sistema de injeção, mas o processo é conhecido e viável.

Caminhos fáceis não existem, mas os governos e os empresários precisam trabalhar juntos e buscar soluções híbridas de produção de energia e alimento. (Carlos Zveibil Neto - Vice-presidente da Associação Paulista dos Empresá)

Fonte:

Usina de biodiesel em Betin esta pronta para ser inaugurada


Com investimento estimado em R$ 40 milhões, a já considerada maior usina de biodiesel do país em capacidade instalada, construída pelo Grupo Bertin em Lins (SP), aguarda sua total liberação pela burocracia estatal para ser inaugurada.

A unidade opera há quase seis meses em caráter experimental. A princípio, a matéria-prima é o sebo bovino, mas também está previsto uso de oleaginosas conforme o aumento da demanda.

O sebo é fornecido por frigoríficos do próprio grupo Bertin e por outras empresas do ramo de carnes.

Segundo César Abreu, diretor industrial da Divisão Biodiesel do grupo, a planta montada em Lins pode comportar processamento diário de 300 toneladas de sebo bovino, com meta de 100 mil toneladas por ano. É o equivalente a 100 milhões de litros de biodiesel.

Esse volume é suficiente para atender a 14% do consumo nacional mediante adição, obrigatória a partir de 2008, de 2% ao óleo diesel. O restante será reservado para consumo próprio pelas empresas do Grupo Bertin.

Abreu informa que o Bertin utilizou capital próprio e recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com exceção de alguns instrumentos eletrônicos, os equipamentos da usina foram fabricados no Brasil.

“Estamos aptos a operar com 100% de sebo bovino ou 100% de oleaginosas [soja, algodão, amendoim, girassol]” explica Abre. “E ainda a fazer mistura de sebo bovino com oleaginosas em proporções variadas”, completa o diretor industrial da Divisão Biodiesel.

O Bertin só deve definir a data de inauguração quando tiver confirmada a presença de autoridades federais, como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Perfil do conglomerado

* Operações diversificadas
O Grupo Bertin é uma holding (companhia que controla outras), de capital 100% nacional, que atua em agropecuária, alimentos, biodiesel, couros, cosméticos, equipamentos de proteção individual, higiene e limpeza, produtos pet e sistemas de higienização. A matriz está em Lins

* 30 anos, 30 unidades
O conglomerado opera ainda em construção civil, energia elétrica, concessões de rodovias e de saneamento básico, contando, também, com um resort. Com 30 anos de atuação, possui 30 unidades espalhadas pelo pais que geram 30 mil empregos. Suas atividades estão voltadas ao mercado interno e a mais de 80 países nos cinco continentes

* Adição obrigatória
O mercado brasileiro vai comercializar óleo diesel com 2% de biodiesel. A adição é medida obrigatória que deve entrar em vigor em 2008. O biodiesel poderá ser produzido com sebo bovino ou qualquer outra gordura animal, soja, algodão, milho, amendoim, girassol, gergelim, mamona, pinhão-manso

Fontes: Grupo Bertin e BOM DIA

Unidade impulsiona economia da região
O diretor industrial do Grupo Bertin, César Abreu, afirma que a usina de biodiesel de Lins implica multiplicação da oferta de emprego e renda e crescimento econômico em setor já consolidado em outros países.

Outro benefício apontado pelo executivo é o desenvolvimento sustentável, com medidas como redução da emissão de gases poluentes e ganho em crédito de carbono do Tratado de Kyoto.

Fonte:

Biodiesel de palmáceas

Encarregada de coordenar os trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica na área do combustível verde, a Embrapa Agroenergia se volta para somar esforços da iniciativa privada e do poder público na consolidação do programa de biodiesel no Brasil. A proposta, colocada em discussão, prevê a reserva de 51% das ações das novas parcerias para o empresariado, ficando 49% com o poder público.

As projeções no mercado do combustível verde são animadoras, pelo consumo interno e pela demanda do mercado externo. A partir da autorização de se adicionarem 2% de biodiesel ao óleo diesel até o fim de 2007, estima-se existir mercado potencial de 840 milhões de litros por ano. Em 2008, quando a adição se tornar obrigatória, e até 2012, esse mercado sobe para um bilhão de litros de biodiesel anuais.

Este deverá ser um negócio florescente. Mas, para vingar, necessita de marcos regulatórios permanentes, definidos, claros, evitando-se o vaivém do Proálcool, desacreditado no início, acelerado quando deslanchou, para, em seguida, enfrentar vicissitudes impostas pelo próprio governo. O País chegou a concentrar 95% da produção no carro a álcool, para abandoná-lo após superada a crise dos combustíveis fósseis.

A partir de 2013, quando o percentual da mistura se eleva para 5%, o Brasil precisará, no mínimo, de 2,4 bilhões anuais de litros de biodiesel. Por isso, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previu a concessão de incentivos para elevar a produção, já em 2010, para 3,3 bilhões de litros de óleo extraídos da variedade de plantas disseminadas por todas as regiões brasileiras.

Nesse mercado consumidor, haverá lugar para absorver a produção da agricultura familiar de plantas geradoras de óleos essenciais, da média e da grande lavoura mecanizada. Entre os cenários mobilizados pelo governo para corresponder ao aumento da produção de biocombustíveis, acena-se com o aproveitamento das palmáceas de alto rendimento, como a macaúba, o babaçu e o buriti, além do dendê.

O País dispõe de domínio tecnológico para produzir biodiesel extraído das palmáceas. Falta, entretanto, capacidade inovadora para colocá-las em escala comercial, competindo com o dendê. A capacidade de produção do óleo de dendê pode variar entre quatro mil e sete mil litros por hectare. Mas, em contrapartida, tem cultivo concentrado na Amazônia tropical úmida e na região cacaueira da Bahia. Sua produtividade se distancia muito do rendimento oferecido pela soja, entre 600 e 800 litros de óleo por hectare. Embora espalhada entre o Rio Grande do Sul, Centro-Oeste e Maranhão, rendendo 700 litros de biodiesel por hectare, a soja poderá ver aproveitada apenas seu excedente para a extração do combustível verde.

Essas peculiaridades de cada área produtora levam o diretor da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, a defender um modelo regionalizado para produção da energia renovável. Desse modo, o Brasil antevê o surgimento de novos rumos.

Fonte:

Etanol e biodiesel mudam os negócios na Bolsa de Chicago

Até dois anos atrás, parecia impossível pensar que os fatores fundamentais que regiam o mercado mundial de commodities agrícolas poderiam mudar radicalmente de uma hora para outra. No caso do principal mercado internacional de grãos, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (Cbot, em inglês), era difícil imaginar operadores monitorando os preços do petróleo ou negociando mais contratos de milho do que de soja.

Mas é olhando para trás que Dave Lehman, o economista-chefe e diretor executivo da Cbot, consegue mensurar o impacto que os biocombustíveis tiveram na sua própria bolsa e em todo o mercado agrícola. “O biodiesel, mas mais ainda o etanol, estão mudando as regras do jogo em Chicago”, constatou ele em visita a São Paulo . Lehman participou de um seminário de commodities promovido pelo IBC Brasil e pela Agra FNP no dia 23.

Aos poucos, os operadores de mercado e a própria Cbot estão se adaptando a uma nova realidade: Lehman conta que o crescimento da produção de biocombustíveis está aumentando a volatilidade de preços. “A soja tem uma volatilidade historicamente alta, mas no caso do milho estamos vendo uma volatilidade bem acima da média histórica. E volatilidade traz especulação”, constata.

Com o petróleo em alta e cada vez mais estados norte-americanos exigindo a mistura de etanol à gasolina, os Estados Unidos estão dobrando a capacidade de produção do biocombustível. O detalhe é que o país já é o maior produtor mundial. Segundo Lehman, estão operando hoje 115 refinarias capazes de produzir 21,5 bilhões de litros de álcool de milho. Mas as 79 plantas em construção terão capacidade de fabricar mais 24 bilhões de litros.

Diante dessa explosão na produção de etanol, os agricultores vêem no milho as melhores perspectivas de remuneração, o que impacta o preço de todos os outros produtos agrícolas que devem perder espaço para o cereal.

Isso explica por que os contratos futuros de óleo de soja alcançaram sua maior cotação desde junho de 1984 na última sexta-feira. Os agricultores norte-americanos pretendem reduzir a área plantada com soja em 11%, para sua menor extensão desde 1996 para plantar milho, segundo a última projeção do departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês).

“A questão do mercado no momento é exatamente se os produtores norte-americanos terão mesmo condições de migrar toda essa área de soja para o milho”, assinala Lehman. Na avaliação do executivo da Bolsa de Chicago, o clima não está colaborando para o plantio de milho, o que pode fazer os produtores optarem pela soja, que possui uma janela de plantio maior e pode ser semeada mais tarde.

Além disso, Lehman diz que não há certeza se as fabricantes de fertilizantes terão condições de atender a todo o crescimento da demanda por produtos voltados ao milho. Caso não consigam o insumo ideal, os agricultores também podem desistir do milho e ficar com outras culturas.

Mas a Cbot não se contentou em ser apenas a principal formadora mundial de preços das principais matérias-primas dos biocombustíveis — milho e soja. “Acredito que o milho é uma fonte intermediária de etanol nos EUA”, avalia Lehman, considerando o avanço das pesquisas para a produção a partir da celulose.

Para não perder o barco dos biocombustíveis e ainda abocanhar um mercado que hoje é negociado na concorrente nova-iorquina, a Nybot, a Cbot já possui contratos futuros de etanol. “Os futuros do etanol ainda têm uma liquidez baixa, e por isso acabamos de lançar os contratos de swap de etanol, que serão importantes até o fortalecimento do mercado”, relata Dave Lehman.

Fonte:

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mercado de biodiesel antecipará metas

O mercado de biodiesel no Brasil dá passos acelerados para sua consolidação. O ano de 2008 representará oficialmente o início da mistura de 2% do combustível renovável no óleo mineral. O suprimento necessário já está garantido com folga. Além disso, a firme expansão na produção do biodiesel permite projeções do governo federal de que, já em 2010, será possível obter um produto com 5% de insumo vegetal. A previsão inicial era de que este percentual só seria alcançado em 2013. Para tanto, o setor busca ainda formas de tornar o fornecimento de matérias-prima menos suscetível às variações das commodities agrícolas.

Atualmente, existem no país 20 unidades produtoras de biodiesel, com capacidade de ofertar 928 milhões de litros. Esta quantidade supera o total necessário (840 milhões de litros) para a mistura de 2%, conhecida como B2, que entrará em vigor em 2008. Para se atingir o composto B5 em 2013, ou seja com 5% de óleo renovável, o governo estimou, em sua política nacional de biodiesel que o fornecimento deveria ser de aproximadamente 2 bilhões de litros.

Elevar a produção do biodiesel a esse patamar não representa qualquer dificuldade, e por isso, é possível considerar que já em 2010 a mistura B5 estará disponível. O principal obstáculo é compatibilizar o uso de matérias-primas com a demanda mundial por commodities, uma vez que grande parte do biodiesel brasileiro, 90%, é obtido com o esmagamento da soja. Manter a oferta de combustível atrelada às variações do mercado de alimentos pode tornar o diesel caro. "Para aumentar a competitividade do biodiesel, temos que aumentar a produção com variedades que não servem de alimento", observa o superintendente de abastecimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Roberto Ardenguy.

A soja ganhou espaço no suprimento de biodiesel em função da cadeia produtiva bem estruturada. No longo prazo, porém, não é considerada uma boa opção. Apenas 20% do grão é composto de óleo, o que gera cerca de 700 litros por hectare. Já se conhecem espécies que podem gerar de quatro a cinco mil litros por hectare. O coordenador do Departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, crê que a soja continuará garantindo a oferta enquanto os experimentos com outras espécies estiverem maturando. "Qualquer solução não virá rapidamente, estamos procurando a ´cana´ do biodiesel", diz em referência ao grande potencial energético da matéria-prima do etanol.

A Brasil Ecodiesel, empresa com sete unidades e maior produtora de biodiesel no país, está apostando em uma produção futura baseada principalmente na mamona e no girassol. Ambas as espécies possuem um coeficiente energético melhor do que o da soja. "Quando mais rápido sairmos da soja, melhor", afirma o presidente do Conselho de Administração, Jório Dauster. Até o fim do ano, a companhia chegará a uma produção de 800 milhões de litros, dos quais 75% extraídos da soja.

Até 2010, quando o empresário julga que a mistura B5 já terá entrado no mercado, a Brasil Ecodiesel, espera reduzir a 20% a contribuição da soja, elevando o girassol à variedade mais representativa de sua oferta, com 45%. Também será ampliado o uso da mamona, 30%, e pode se obter já uma parcela de 5% do óleo extraído do pinhão-manso. Esta última espécie, conta Dauster, surpreende por se adaptar em várias regiões do país, e se irrigada, é capaz de produzir o ano inteiro.

O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, considera que da forma como está se estruturando, o mercado de biodiesel já estará consolidado em um período de 10 anos. Ou seja, com preços e abastecimento estáveis. "No estágio atual, os resultados já são ótimos, o que tem estimulado governo e a iniciativa privada a investir", pontua. No médio prazo, a grande aposta da Embrapa é na palma de dendê. Pesquisas iniciadas há uma década, fazendo o cruzamento do dendê, uma espécie africana, com o caiué, variedade nativa, estão produzindo resultados com significativo potencial econômico. Segundo Durães, a capacidade de oferta de sementes ainda é bastante reduzida, equivale ao plantio de 20 mil hectares. No entanto, ele acredita que se houver demanda contratada de empresas, a Embrapa seria capaz de ampliar sua produção de sementes e mudas.

"Não há porque não antecipar a meta da mistura de 5%", argumenta Jório Dauster, frente ao bom panorama de produção de biodiesel. Ele ressalta ainda que não apenas a demanda do setor de transportes tem despertado os investimentos. Há ainda um grande mercado entre grandes usuários. A Vale do Rio Doce, por exemplo, consome 1 bilhão de litros de diesel por ano. Agora, a mineradora estuda introduzir uma mistura de 20% de biodiesel em suas locomotivas, o que geraria um consumo semelhante a um terço de toda a produção atual.

Além de casos como esse, aponta o presidente da Brasil Ecodiesel, há também a possibilidade de abastecer frotas de ônibus urbanos e geradores de energia. Basta lembrar que cidades inteiras no Norte do país, Manaus entre elas, têm fornecimento de energia à base de óleo diesel.

Roberto Ardenguy, da ANP, menciona que a inserção do biodiesel na cadeia dos combustíveis dependerá também de adaptações tecnológicas. A frota de caminhões, notadamente antiga no Brasil, precisa ser testada para se ter certeza se reagirá bem à mistura de 5% de biodiesel, pondera. Além dos motores, estudam-se quais as melhores formas de transportar e armazenar o insumo, que é biodegradável.

O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) desde 2003 estabeleceu um rede de pesquisa sobre o biodiesel. Os investimentos são feitos através dos fundos setoriais, e até agora somam R$ 16 milhões, envolvendo 58 instituições e 208 pesquisadores. Um novo período de dois anos de apoio a pesquisa termina em 2008 e deve consumir mais R$ 20 milhões com experimentos em toda a cadeira produtiva. Isso inclui melhorias na matéria-prima e processo produtivo, e também nos meios de armazenamento. De acordo com o MCT, cerca de R$ 12 milhões adicionais serão investidos em normatização dos produtos e órgãos de verificação de qualidade.


18/05/2007
Fonte: Gustavo Faleiros/
Agência de Notícia UDOP

Anunciado o início das obras do “Gigante do Biodiesel” para o próximo mês

O Prefeito Toshio Misato juntamente como Presidente da Naturoil, Mário Multedo e a diretoria da Naturoil Combustíveis Renováveis S.A., anunciaram oficialmente ontem, 21, em entrevista coletiva concedida à imprensa, a instalação em Ourinhos da maior fábrica de Biodiesel da América Latina que pretende produzir 227 milhões de litros/ano.

Orgulhoso por nossa cidade ter sido escolhida para sediar este importante empreendimento, o que projetou Ourinhos em veículos de comunicação da região, do Estado, do país e do mundo, Toshio deu as boas vindas a empresa que já tem inclusive a licença ambiental pela CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental). O início das obras está previsto para começar, a pleno vapor, em menos de 40 dias com os trabalhos de terraplanagem.

Mário Multedo explicou que a planta de Biocombustível de Ourinhos vai utilizar uma tecnologia francesa que não deixa efluentes ou resíduos que possam denegrir o meio ambiente. "Nossa tecnologia é diferenciada, ela congrega toda a matéria-prima de óleo vegetal e também pode contemplar a utilização de sebo bovino, sendo que o único material oleaginoso que não seria adequado seria a mamona. A glicerina que iremos produzir tem a garantia de 98% no seu grau de pureza. Temos uma imensa preocupação em preservar a natureza e privar pelo padrão de qualidade da nossa produção, uma vez que esta planta de Biodiesel será a maior fábrica da América Latina e a 4ª maior do mundo, cuja previsão é estar em funcionamento entre maio e junho de 2008".

Numa escala de 200 mil toneladas de Biodiesel, a Naturoil será a primeira fábrica da América Latina a utilizar esta tecnologia de última geração. Inicialmente serão investidos 110 milhões de reais para a instalação da Naturoil, que vai gerar cerca de 350 empregos, entre diretos e indiretos, além de movimentar a área logística, hoteleira, alimentícia e comercial da cidade. "Pretendemos absorver a mão-de-obra qualificada dentro da região de Ourinhos, que terá todo suporte para a implantação da fábrica", disse Multedo.

O Prefeito Toshio frisou que o Biodiesel está hoje em evidência no mundo. "O fato da Naturoil ser hoje a maior fábrica do Brasil e estar sendo implantada em Ourinhos, tem repercussão nacional e mundial. O grande ganho para a cidade será a geração de impostos, tendo em vista o grande faturamento da empresa que gira em torno de 400 milhões de reais/ano. Isso deve dar um bom retorno de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), beneficiando o desenvolvimento econômico do nosso município".

A escolha por Ourinhos

Ourinhos foi escolhida entre quatro cidades, segundo o Presidente da Naturoil, Mário Multedo, por suas características como o entroncamento rodo-ferroviário, abundância em água e energia elétrica e por estar eqüidistante dos portos de Santos e Paranaguá e devido ainda a sua proximidade com as bases distribuidoras de combustível, o que facilitará e muito no escoamento da produção do Biodiesel. O empenho do Prefeito Toshio e do Governo do Estado, também foram preponderantes para o bom andamento das negociações.

A área da Naturoil foi doada pela Prefeitura Municipal, através da Lei Complementar nº 503, que autorizou a concessão do local para a instalação da fábrica em nossa cidade. A área que possui cinco alqueires (o que equivale a 121 mil m2), está localizada na Fazenda Furnas (proximidades do Kartódromo).

O Prefeito Toshio informou que a estrada de Guaraiúva, que dá acesso à área onde será instalada a Naturoil, receberá pavimentação asfáltica até maio de 2008, quando a fábrica entrará em operação.

Ampliação da Naturoil

Mário Multedo disse que em uma segunda fase a Naturoil tem como meta até o ano de 2010, a ampliação de sua produção para cerca de 500 milhões de litros, investindo nesta etapa, mais 400 milhões de reais. "Esta fase congrega sua instalação em três pilares importantes: uma planta de produção de etanol, numa empresa integrada de bioenergia; investimentos na área de infraestrutura e a duplicação da planta de Biodiesel".

A infraestrutura para o funcionamento e ampliação da Naturoil poderá contar com equipamentos desenvolvidos pelas empresas ourinhenses. "Tendo em vista que Ourinhos tem um excelente centro de indústrias Metal-Mecânica, congregamos a possibilidade de boa parte dos equipamentos serem adquiridos localmente no município, sempre que as tecnologias das plantas localizadas neste centro atenderem as necessidades do Projeto Naturoil", explicou o Presidente Multedo.

Conheça a Naturoil

A Naturoil foi criada em novembro de 2006 pela Associação da Enercon (20%), empresa do mercado de comercialização de pretóleo e derivados, comandada por Mário Multedo, com a espanhola Bionor (80%), uma das grandes produtoras européias de Biodiesel, subsidiária do grupo Cie Automotive (autopeças).

Veja Também: Naturoil (Ourinhos/SP)

Fonte: Assessoria de Imprensa da Pmo
da Agência de Notícia UDOP

Petrobras deve comprar 5 mil toneladas de mamona do Norte de MG

Uma das dúvidas do produtor e outros agentes da cadeia produtiva do biodiesel é a contribuição e a vantagem de o agricultor plantar oleaginosas. Uma das questões é a seguinte: Como a cadeia produtiva do biodiesel vai promover a inserção do pequeno produtor no Norte de Minas?

"É preciso que se coloque um time forte em campo para agilizar a questão da tecnologia, assistência técnica, crédito, entre outras demandas como aconteceu no Ceará para que o produtor seja beneficiado com a produção de biodiesel no Norte de Minas", disse a coordenadora de biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Edna de Cássia Carmelo, durante a 18ª semana do produtor rural de Montes Claros (MG).

A coordenadora ainda falou que em Minas Gerais a situação da inclusão social ainda está melhor do que em outros estados, isso porque há em Montes Claros um comprador das oleaginosas, que é a Petrobras. Nessa safra de 2006/07 a Petrobras assumiu a posição de comprar os grãos dos estados do Ceará e da Bahia, mas a proposta da estatal é comprar apenas óleo em 2008; conforme informou o gerente de implantação do projeto de biodiesel em Montes Claros, Júlio Cezar Monteiro Lopes.

Júlio Cezar ainda conta que a Petrobras acredita que a exemplo do que já acontece com a Petrovasf e os agricultores em Itacarambi no processo de compra e venda da mamona, deve acontecer com a estatal na região. Há três anos a Petrovasf trabalha processando o óleo da mamona em Itacarambi e tem dado certo. Lá a empresa paga cerca de R$ 0,56 pelo quilo do grão sendo que a previsão da estatal é que se pague pelo menos R$0,60 pelo quilo do grão da mamona para processar biodiesel na usina.

"A Petrobras deve operar basicamente nas mesmas condições da Petrovasf, já que lá cerca de 95% dos agricultores familiares estão envolvidos no processo de produção baseando-se em garantia de preço mínimo. Isso deve dar certo porque senão a empresa não estaria de pé há três anos", comenta.

Recursos aportados

Outro ponto a ressaltar é que a Petrobras vai aportar recurso para investir na assistência técnica. Júlio diz que a estatal vai fiscalizar se a capacitação e assistência técnica estão acontecendo, mas não será a empresa a ter contato direto com o produtor. O provável é que a Petrobras firme algum tipo de convênio com o governo de Minas Gerais no sentido de aplicar os recursos na Emater, empresa que presta assistência técnica aos pequenos produtores no estado.

"Como perdemos o calendário agrícola no ano passado no Norte de Minas deixamos de firmar nossos contratos com os produtores. Para esse ano não queremos perder, mesmo porque já em 2008 começa a se adicionar biodiesel no diesel, período em que pretendemos colher nossa safra. Na safra 2006/07 a Petrobras adquiriu sementes dos produtores do Ceará, mas isso não deve acontecer na próxima safra, quando só vamos adquirir o óleo para processar o combustível renovável", enfatizou.

A coordenadora de biocombustíveis do MDA lembra que é preciso apressar o passo e construir um planejamento estratégico com urgência para o Norte de Minas, partindo do pressuposto de que é preciso começar a tomar atitudes em junho para que o banco do Nordeste e do Brasil, disponibilizadores de crédito, exatamente do Pronaf se adequem para atender o agricultor. Assim como a pesquisa que deve ser imediatamente anunciada para que se conheça as oleaginosas que podem ser aplicadas à agricultura familiar como é o caso da mamona.

Potencialidade

Para tanto, a Petrobras já afirmou que deve comprar cerca de cinco mil toneladas de mamona por ano na região, sendo que a capacidade de produção da usina de biodiesel é de processar 50 mil toneladas por ano. Isso, conforme Edna, deve envolver uma média de 10 mil agricultores que receberão acesso ao Pronaf via instituições financeiras atuantes na região.

Produzir o óleo para o biodiesel não é problema para a agricultura familiar, porque vai produzir com o selo social. Isso dará garantias de inserção do pequeno produtor nos arranjos produtivos do biodiesel; mas é preciso avançar para não perder o calendário agrícola. Está faltando um núcleo gestor resistente para dar o ponta pé inicial. Em julho os bancos já devem ter linhas de crédito para atender esse público, bem como assistência técnica para que seja feito o preparo da terra. O negócio é ter semente no chão com rapidez para atender a demanda da Petrobras e para que o pequeno produtor seja beneficiado.

Ela complementou a informação anunciando que em Julho quando o ministério da agricultura vai lançar o plano safra também vai falar do zoneamento e das linhas de crédito para as oleaginosas disponíveis pelo banco do Nordeste.

Vale lembrar que é preciso na visão do MDA, saber das reais necessidades dos produtores, porque se pensa que a adesão ao plantio de mamona vai partir diretamente de cada produtor.

"Tudo tem que ser firmado, assim como o contrato de compra e venda com a Petrobras. É importante também definir os pólos de produção do biodiesel, como chamamos no MDA. Plantar agora para colher em meados de outubro", conclui.

Fonte: O Norte de Minas - Montes Claros

Uso de etanol na UE vai superar o de biodiesel

O consumo de etanol na União Européia (UE) pode superar o de biodiesel até 2020 devido à falta de matérias-primas para a produção do produto feito à base de óleos vegetais, segundo a Associação Européia de Bioetanol Combustível (eBio), que representa os produtores de etanol da região.

A UE, formada por 27 países, quer que os biocombustíveis componham em média 5,75% dos combustíveis utilizados por seu setor de transportes até 2010 e 10% até 2020.

A medida visa reduzir a dependência da UE dos combustíveis fósseis e restringir as emissões de gases geradores do efeito estufa. O biodiesel compõe cerca de 80% da produção de biocombustíveis da UE, segundo pesquisa da empresa Frost & Sullivan Inc.
Alcançar as metas de uso de biodiesel "depende, em grande medida", da chamada Biomassa para Líquido (ou da tecnologia de conversão de biomassa em combustível líquido), produzida a partir de rejeitos, disse ontem o secretário-geral da eBio, Robert Vierhout, e há "muita incerteza em relação à possibilidade de podermos produzi-la a um preço razoável até lá".


Para o biodiesel produzido a partir de matérias-primas tradicionais, a UE não dispõe de terras suficientes para plantar a quantidade de canola necessária e, por isso, a região teria de "importá-la de outros países, fato que não é economicamente muito bom e que também compreende questões de sustentabilidade", disse Vierhout em entrevista concedida na Espanha.

Ao implementar a meta para 2020, "provavelmente observaremos uma utilização de mais de 10% de etanol e de menos biodiesel", disse ele. As produtoras de biocombustíveis estão tentando obter novas matérias-primas para fabricar etanol e biodiesel - que são produzidos, em grande parte, a partir de cana-de-açúcar, beterraba, cereais e óleos vegetais - para reduzir seus custos e melhorar a eficiência.

O preço do milho deu um salto de 81% no ano passado devido a secas e ao aumento da demanda por parte do setor de etanol, reduzindo as margens de lucro do produtores do combustível alternativo, além das margens dos fabricantes de alimentos e rações animais.

A União Européia mais do que dobrará sua capacidade de produção de etanol para 6 bilhões de litros até 2009, liderada pela França, de acordo com a eBio. A maior parte da produção adicional será proveniente do trigo. Caso o bloco consiga atingir sua meta de utilização de 10% de biocombustíveis até 2020, a Comissão Européia prevê um aumento de 6% nos preços do trigo europeu, segundo Vierhout. Nos últimos 12 meses, o preço do trigo avançou 32% por cento.

Fonte:

Brasil implantará agrovila na Nigéria para etanol e biodiesel

A tecnologia nacional para o desenvolvimento de projetos da cadeia agrícola está ganhando o mercado externo. Um pool de empresas brasileiras iniciará um projeto este ano na Nigéria, África subsaariana, para a implantação de uma agrovila.

O projeto consiste na construção de uma vila com capacidade para atender até mil pessoas inicialmente, em uma área de seis milhões de metros quadrados. A projeção inicial é de que as obras consumam cerca de US$ 100 milhões na primeira fase.

José Luiz de Vasconcelos Bonini diretor da JLVB Arquitetura e Urbanismo e um dos idealizadores do projeto, disse que, com base em experiências implantadas no Brasil, o know-how será exportado para o continente africano. “A agrovila ocupará uma área próxima da capital, Lagos. A idéia é atrair investidores locais para produção de etanol à base de cana-de-açúcar, diesel a partir do dendê, comum no país, além de mamona para biodiesel”, diz.

De acordo com o Bonini, as agrovilas também serão responsáveis pela geração de energia solar e eólica próprias. “O governo nigeriano nos autorizou a sermos os concessionários de energia da vila e poderemos desenvolver outras fontes alternativas de captação — no caso, a eólica”, conta.

A intenção, segundo Bonini, é incentivar as famílias que irão se instalar na região a serem os principais produtores de cana e, posteriormente, aportarem em mini indústrias processadoras do combustível.

“É um país rico em terra, e onde a cana é uma das principais culturas de subsistência econômica. A empresa Eco Energia será responsável pela extração de combustível da mamona, cultura que será adaptada na região, que tem o clima propício”, diz Bonini. A cidade de Lagos conta com uma população de 14 milhões de habitantes, semelhante à da Grande São Paulo. Haverá incentivos para as famílias interessadas em se mudar para a região. “Já estamos capacitando profissionais brasileiros para participarem do projeto. Também já estamos realizando um intercâmbio entre engenheiros agrícolas e de outras áreas para nos certificar do êxito da iniciativa”, revela Bonini.

Contrapartida
Em benefício, o governo nigeriano irá isentar os investidores brasileiros, por cinco anos, de todos os impostos e também da evasão de resultados. “Estamos em um momento de captação de parcerias locais para divulgação da agrovila e, no Brasil, à Associação Comercial Brasil-Nigéria é uma das incentivadoras.”

Para Berucke Chikaeze Nwabasili, presidente da comunidade nigeriana, ligada à associação comercial, a agrovila é um intercâmbio comercial que poderá impulsionar os negócios entre os dois países. “É um aspecto interessante para desenvolver a produção de cana-de-açúcar e o biocombustível”, constata. Há possibilidades de levar a experiência para outras regiões do país.

Expansão
A projeção dos envolvidos no projeto é de ultrapassar as fronteiras da região e levar o modelo para Índia, China e demais países da África e do Ocidente “A concessão deste tipo de agrovila não é possível no Brasil, por isso se torna necessário mirar para outros locais. Outros governos estão de olho neste potencial, mas inicialmente estamos prospectando a vila nesta área”, conta Bonini.

Produto nacional
A Vita Brasil é uma das empresas que irão participar do projeto exportando um composto alimentar de farinhas de trigo, mandioca, arroz e minerais para diminuir a desnutrição infantil. A intenção, de acordo com Marc Aygadoux, diretor de Marketing da companhia, é de triplicar em até um ano a exportação de produtos para a Nigéria, hoje com produção mensal de 100 toneladas. “Temos um projeto piloto na cidade de Mongaguá, litoral de São Paulo, onde, em um ano e meio, a queda da mortalidade infantil foi de 26 por mil para cinco por mil”, diz.

Segundo o diretor, a empresa está buscando investidores para levar efetivamente o projeto ao país africano.

“É um produto totalmente natural. Futuramente a intenção é produzi-lo na própria Nigéria”, constata.

Fonte:

Biocombustível a partir de restos de madeira


Pesquisadores da Universidade da Georgia, Estados Unidos, desenvolveram um novo biocombustível fabricado a partir de pedaços de madeira que poderá ser misturado ao biodiesel ou mesmo ao diesel comum para ser utilizado diretamente em motores a combustão.

Reciclagem verde

A produção de óleo a partir da madeira não é uma novidade científica, mas até hoje os pesquisadores não haviam conseguido criar uma técnica que permitisse a produção de biocombustíveis diretamente da madeira de forma economicamente viável para que eles pudessem ser utilizados diretamente nos motores convencionais, sem necessidade de adaptações.

As plantações de árvores para a fabricação de celulose e de móveis gera uma grande quantidade de resíduos - uma biomassa formada principalmente por galhos e pelas extremidades das árvores, que geralmente não são aproveitadas. A geração de biocombustíveis é uma das melhores possibilidades de se fazer essa reciclagem verde.

"O detalhe mais entusiasmador de nosso método é que ele é muito fácil de ser feito," diz o pesquisador Tom Adams. "Nós esperamos reduzir dramaticamente o preço da produção de combustível a partir da biomassa com esta técnica."

Bio-óleo a partir da madeira

O novo processo trata quimicamente o óleo produzido a partir da madeira, tornando-o adequado para uso direto em motores diesel.

Os fragmentos de madeira são aquecidos em uma atmosfera sem oxigênio, um processo conhecido como pirólise e hoje largamente utilizado para a produção de carvão vegetal. A pirólise libera um gás, que equivale a cerca de dois terços da massa da madeira que entra no processo. Na produção do carvão vegetal esse gás é inteiramente liberado na atmosfera.

A nova técnica aproveita justamente esse gás, que é condensado em um bio-óleo e tratado quimicamente. Esse tratamento está sendo objeto de um pedido de patente pelos pesquisadores. No final do processo, cerca de 34% do bio-óleo (entre 15 e 17% do peso seco da madeira que entra no processo) pode ser utilizado para alimentar os motores de carros e caminhões.

Os cientistas ainda vão aprimorar o processo, esperando elevar sobretudo o percentual de gás que é transformado efetivamente em biocombustível. Segundo eles, a criação de um processo em escala industrial ainda consumirá alguns anos de pesquisas.

Fonte: Inovação Tecnológica

Biodiesel só substituirá 10% do petróleo em 2050

Segundo o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ruy de Goes Leite de Barros, estudos demonstram que o percentual máximo que se pode conseguir de substituição de petróleo por biodiesel no mundo será de 10% em 2050. "É impossível fazer mais que isso, até porque não há disponibilidade de terra para o cultivo das oleaginosas", disse ele há pouco.

Ruy Barros ressaltou ainda que os biocombustíveis também causam impactos ambientais, pois ocupam terras, gastam água e podem usar agrotóxicos. Entretanto, segundo ele, as vantagens em relação ao petróleo são inegáveis.

O secretário participa de audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para discutir as ações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel.

Fonte: MS Noticícias

Como foi a audiência sobre programa de biodiesel
da Agência de Notícia UDOP

Criador do Pró-alcool prefere óleo vegetal a biodiesel

O criador do programa Pro-álcool e presidente da oscip Instituto do Sol, José Walter Bautista Vidal, defendeu há pouco a utilização de óleo vegetal em motores, em detrimento do biodiesel.

Vidal afirmou que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel traz em sua concepção um "equívoco gravíssimo", que consiste em buscar tecnologia para retirar a glicerina do óleo vegetal. Ele explicou que o governo quer retirar o componente porque os motores produzidos pela Mercedes-Benz utilizados no País operam com temperaturas muito baixas e não conseguem queimar a glicerina. "Temos que usar o óleo. Parê que buscar produzir o biodiesel, se isso encarece o processo e o óleo é melhor?", questionou. Segundo ele, já existe tecnologia para usar o óleo vegetal em diversos motores.

Ele também ressaltou que o Brasil precisa assumir "sua vocação para ser o grande produtor de energia líquida renovável [como álcool e óleo vegetal] para abastecer o mundo". Segundo ele, o País é o único no mundo que tem condições para evitar uma guerra mundial pelo petróleo, pois possui dimensão continental, sol, água, a maior fronteira agrícola e a melhor tecnologia para produção de energia limpa.

José Walter Bautista Vidal participa de audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para discutir as ações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel.

Fonte: MS Noticícias

Depois do biodiesel ESAC aposta no etanol

Na sequência da aposta bem sucedida no biodiesel, a Escola Superior Agrária de Coimbra prepara-se para ensaiar a unidade piloto de etanol.

Jorge Varejão, docente da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), anunciou, na conferência sobre biocombustíveis organizada pelo Núcleo de Ambiente, com o apoio da Xenax e do Instituto Politécnico de Coimbra, a conclusão da unidade piloto para a produção de etanol. Os testes estão marcados para breve e, segundo o docente, a unidade, com dois mil litros de capacidade, aproveitará os resíduos das cantinas das ESAC, principalmente arroz e batata, e da unidade de produção de queijo. O etanol, que Jorge Varejão considera o biocombustível do futuro, é utilizado nos motores a gasolina, nos motores diesel ou como componente do biodiesel.

Recorde-se que a ESAC possui um projecto inovador nesta área, produzindo este biocombustível a partir dos óleos usados nas cantinas.

Segundo Jorge Varejão, o biodiesel é utilizado com sucesso nas máquinas agrícolas ao serviço da escola e, em breve, entrará nos depósitos de combustível das viaturas de transporte de pessoal da ESAC.

A fase de arranque e teste da unidade de produção de Biodiesel ocorreu entre Julho e Setembro de 2006 e a produção efectiva iniciou-se em Outubro, sendo que nela se poderá converter, em condições óptimas e em funcionamento automático, até um máximo de 600 litros de óleo por dia. Funciona de modo automático ou manual, em ciclos de 6/8 horas, e foi construída unicamente com tecnologia disponível na escola, com o contributo empenhado de funcionários, alunos e docentes.

O aproveitamento do óleo queimado para utilização nos diferentes equipamentos do estabelecimento de ensino e o suporte didáctico a alunos e docentes constituem-se como objectivos principais da unidade, que transforma resíduos até agora considerados de difícil eliminação, em combustível de elevada qualidade.

Paralelamente a este projecto, a ESAC tem desenvolvido o conhecimento na área da biotecnologia pela participação e submissão em projectos de investigação científica; pela aposta na construção e adaptação de equipamentos, e; pela realização de estágios técnico-científicos pelos alunos.

A ESAC reafirma a aposta nesta área com uma proposta de mestrado em biotecnologia, especialização em biocombustíveis, adaptada ao modelo de Bolonha.

Fonte: Diária As Beiras