terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Estudo de pinhão-manso avança para produção de biodiesel em RO

O projeto de avaliação do pinhão-manso (Jatropha curcas) para a produção de biodiesel em Rondônia será avaliado esta semana em Ariquemes, a 198 km da capital. Os pesquisadores da Embrapa/RO vão colher frutos de plantas cultivadas há três anos em Ariquemes.

O experimento vai avaliar a produtividade da espécie, o teor de óleo nas sementes, a vulnerabilidade a doenças e contribuir para a implantação e o desenvolvimento do cultivo no Estado.

Os estudos com pinhão-manso (Jatropha curcas) esclarecem sobre o sistema de produção de biodiesel. A espécie tem potencial para a produção de combustível no Brasil, por conter alto teor de óleo nas sementes e resistir em condições de plantio.

Análise

Análises em laboratório vão identificar a genética das plantas cultivadas na unidade de observação estudada por pesquisadores da Embrapa de Ariquemes. É o início do processo de melhoramento genético da espécie. Segundo os pesquisadores, a planta está em fase de domesticação porque não existe cultivo de pinhão-manso que garanta plantio seguro.

De acordo com o pesquisador da Embrapa/RO, Rodrigo Barros Rocha, há longo período de estudo para se produzir a cultura em larga escala. Rocha explicou que os dados são preliminares, mas que permitirão estimativas de colheita e fazer recomendações para produção de mudas.

Fonte: Portal Amazônia

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

ANP quer investir em pesquisas na área de biodiesel

05/01/09 - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pretende usar em 2009 parte de sua dotação para pesquisa também em projetos de biodiesel. A intenção da ANP é acelerar o processo de redução da dependência que o Brasil ainda tem da soja para a produção do biocombustível.

Entre os focos das pesquisas estará o uso do pinhão-manso com matéria-prima. "Ele não é usado para nada, não serve como alimentação nem disputa área com os alimentos", diz Edson Silva, diretor de abastecimento da ANP. "O que o pinhão-manso precisa é escala".

Por lei, as empresas petroleiras destinam à agência 1% da receita com a exploração de grandes campos. Os recursos são reservados para projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de combustíveis. Metade dessa verba é utilizada em projetos de pesquisa desenvolvidos pelas próprias companhias. A outra metade destina-se a estudos que têm universidades e institutos de pesquisa à frente.

Hoje, apenas projetos ligados à cadeia petrolífera têm sido financiados por essa verba, segundo Silva. "Mas não há impedimento para o uso dos recursos também no biodiesel. A agência é de petróleo, gás natural e biocombustíveis", diz. Em 2008, o 1% recolhido pela ANP representou cerca de R$ 950 milhões.

O programa brasileiro de biodiesel surgiu com a bandeira de incentivo à adoção da mamona como matéria-prima, alternativa então tida pelo governo como a ideal para a participação da agricultura familiar na recém-nascida indústria. No entanto, a baixa produtividade e a produção concentrada na agricultura de pequena escala mantiveram as usinas afastadas da oleaginosa. A própria ANP editou em 2008 uma resolução em que considerou a viscosidade da mamona imprópria para a produção de biodiesel sem a adição do óleo de outras matérias-primas.

A redução da dependência da soja, matéria-prima de mais de 70% da produção nacional de biodiesel, é um dos dois desafios do setor neste ano, avalia Silva. "É natural que a soja tenha surgido como fonte principal: ela tem uma estrutura bem montada, profissional e tem escala, mas precisamos diversificar as matérias-primas".

O segundo desafio, diz o executivo, é o da redução dos custos. O recurso exigido para a produção de um litro de biodiesel é mais alto que o de um litro de diesel convencional. "Mas é um preço que, acredito, a sociedade está disposta a pagar. O biodiesel é um combustível renovável, agride menos o meio ambiente - o que pode reduzir os gastos do Estado com saúde - e, por ser produzido aqui, diminui nossa dependência do diesel importado", disse. "O custo não pode inibir o aumento do percentual de adição obrigatória".

No dia 1º de janeiro, a mistura compulsória de biodiesel com diesel à base de petróleo completou um ano. Com obrigatoriedade inicialmente estabelecida em 2%, a adição passou a 3% em julho, embora a indústria tenha mantido a expectativa de elevação para 5% ainda em 2008. O cronograma prevê elevação a esse patamar apenas em 2013.

De forma surpreendente, avalia Silva, os maiores entraves do programa ocorreram na primeira metade do ano, quando ainda vigorava a mistura de 2%. "Os seis primeiros meses foram razoáveis. Não houve problemas de abastecimento, mas de entrega e de pagamento. O programa era muito recente e o mercado ainda estava se adaptando a ele".

No primeiro semestre, foi necessária a realização de quatro dos chamados leilões de segurança - diferentemente dos leilões convencionais, realizados pela ANP, os de segurança são feitos pela Petrobras para recomposição de estoques. No segundo semestre, apenas duas dessas rodadas adicionais foram exigidas, afirma Silva.

Já em seu primeiro ano, o uso obrigatório de biodiesel no Brasil foi marcado também pelos problemas financeiros da Agrenco e da Brasil Ecodiesel, então a maior empresa do setor no país. "No começo houve uma canibalização de preços muito grande. Não é juízo de valor, mas uma constatação: quem foi mais arrojado se deu pior e as mais cautelosas, muitas vezes, até anteciparam entregas", disse. Apesar dos problemas, no intervalo de 12 meses, o número de usinas autorizadas a operar passou de 43 para 62 e a capacidade instalada do setor cresceu de 2,42 bilhões para 3,76 bilhões de litros.

Fonte: - Patrick Cruz

Petrobras começa a produzir biodiesel na Segunda em Montes Claros

09/01/09 - A Usina de Biodiesel da Petrobras, em Montes Claros, vai produzir, na segunda-feira, a primeira carga do combustível, ao entrar em operação em caráter definitivo, depois de concluída a fase experimental. O gerente da unidade, Júlio César Monteiro, afirma que, após o ajuste dos equipamentos, por uma equipe de técnicos dos Estados Unidos, que terminou no final de 2008, a usina reiniciou as atividades, na última segunda-feira, passado o recesso de final de ano.

Segundo ele, a primeira remessa será produzida depois de a unidade receber o óleo extraído de diversas culturas oleaginosas. Monteiro assegura que a usina produzirá 1,5 milhão de litros de biodiesel no primeiro trimestre deste ano, “que já foram vendidos no 12º leilão do combustível realizado pela Agência Nacional de Petróleo”. Apesar de a Petrobras não comentar o assunto, a entrada em operação da usina sofreu atraso de três meses.

A Petrobras construiu três usinas de biodiesel no Brasil - as outras duas são em Candeias, na Bahia, e Quixadá, no Ceará -, com investimentos de R$ 80 milhões em cada unidade. As duas primeiras entraram em operação no final do ano passado e foram inauguradas com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A de Montes Claros também deveria ser inaugurada em 2008, primeiro em junho, mas a data foi remarcada várias vezes. As eleições municipais também teriam atrasado a inauguração do empreendimento. O Hoje em Dia apurou que parte dos equipamentos destinados a Montes Claros foram levados para Quixadá, atrasando a instalação da usina.

A Petrobras, por meio da assessoria de imprensa, informou as unidades “são acompanhadas de um programa para o desenvolvimento do mercado agrícola regional, que fornecerá a matéria-prima para a produção de biodiesel. Com isso, a empresa possibilitará a geração de emprego e renda, observando sempre a sustentabilidade empresarial, social e ambiental. A empresa segue as premissas do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e está comprometida com a obtenção do Selo Combustível Social - já conquistado pelas usinas de Candeias e Quixadá”.

Ainda de acordo com a empresa, o programa incentiva o desenvolvimento da agricultura familiar por meio de ações que envolvem a distribuição de sementes, serviços de assistência técnica agrícola, transporte da produção e apoio à organização dos pequenos agricultores em cooperativas. “A Petrobras Biocombustível firma contratos com prazo de cinco anos, que oferecem maior garantia aos agricultores, com preço de compra previamente negociado com a participação das entidades representativas. A empresa tem como meta desenvolver na região parcerias com 20 mil agricultores familiares para o suprimento da Usina de Montes Claros. Para a safra 2008/2009, já são 12.955 agricultores familiares cadastrados no programa e que receberão assistência técnica e acompanhamento da atividade produtiva”.


Girleno Alencar
Fonte: Hoje em Dia- MG

Holandeses criam moto a diesel/biodiesel

A empresa holandesa E.v.a., fabricante de pequenos motores a diesel, decidiu criar recentemente uma motocicleta com esse tipo de motor.

Robusto, com ótima distribuição de torque e de fácil manutenção, o propulsor diesel vai equipar uma big-trail.

Batizada de Track Diesel T-800 Cdi, a moto utiliza o biodiesel e o óleo diesel como combustíveis. O propulsor dessa curiosa motocicleta é um tricilíndrico de 800 cilindradas com turbo, intercooler e transmissão continuamente variável (CVT), feita por cardã.

A potência fica nos 54 cv, mas o que impressiona é o torque: 10,1 Kgf.m disponível a baixíssimos 1.800 giros.

O modelo estará disponível em setembro na Europa, custando cerca de 17.500 euros. Mais informações, no site www.dieselmotorcycle.co.uk/ ou www.evamotor.nl/.

Fonte: MOTO.com.br

Aviação testa as vantagens dos biodiesel

Um Boeing 747 da Air New Zealand (ANZ) foi o primeiro avião a voar, na terça-feira 30 de dezembro, com uma mistura de querosene e biocombustível considerado de ''segunda geração''.

Partindo do aeroporto nacional de Auckland, o jumbo voltou de lá com facilidade após um voo experimental de duas horas, ao longo do qual um de seus quatro motores queimou um combustível composto de 50% de biodiesel extraído de óleo de jatrofa.

Esse experimento visa determinar se essa planta poderá um dia substituir parcialmente o petróleo como fonte de combustível aéreo. Conduzido pela ANZ, junto com a Boeing e a Rolls-Royce, ele se insere em uma política mais geral da aviação civil visando encontrar alternativas ao combustível tradicional, o Jet-A1, acusado como os outros hidrocarbonetos de contribuir para as emissões de gás do efeito estufa e de ser, ainda por cima, sujeito às cotações erráticas do petróleo.

Por enquanto, o transporte aéreo só contribui com 2 a 3% para as emissões de CO2, mas projeções da Comissão Europeia estimam um aumento de 90% do tráfego até 2020. A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), que representa 230 companhias aéreas, fixou um objetivo de introduzir 10% de biocombustíveis no consumo das frotas até 2017. As companhias aéreas têm consciência dos limites dos agrocombustíveis de primeira geração (extraídos da cana-de-açúcar, da soja, da colza ou do milho): alguns deles congelam a temperaturas elevadas demais; sua cultura é acusada de tomar o lugar das terras aráveis destinadas à alimentação, de contribuir com a crise alimentar ao inflar a cotação das matérias-primas e de encorajar o desflorestamento.

A Air New Zealand ressalta então que seu experimento devia respeitar três critérios "não-negociáveis": a fonte do combustível não devia entrar em competição com culturas alimentares; a utilização do combustível não devia impor nenhuma modificação técnica nos aparelhos; ele devia ser competitivo com o querosene e imediatamente disponível.

O óleo utilizado foi colhido na Índia, no Maláui, em Moçambique e na Tanzânia. A planta, originária da América do Sul, pode ser cultivada em solos áridos, seus grãos não são comestíveis, de forma que sua cultura poderia não competir com a agricultura alimentar. A Índia já aposta na jatrofa para propelir uma parte dos caminhões que aram o subcontinente: 7,4 milhões de hectares já cresceriam perto de grandes vias de comunicação e um plano preveria passar a 12 milhões de hectares até 2012.

Mas serão necessários muitos anos de avaliações antes que o óleo de jatrofa obtenha as certificações necessárias à sua utilização em voos comerciais. E um dos diretores da Air New Zealand estimou que a companhia não poderia garantir um abastecimento para o conjunto de seus vôos antes de 2013.

A jatrofa certamente parece promissora: seus grãos podem conter até 40% de óleo e chegam a níveis de produção de 2 toneladas por hectare - que propulsionam um 747 por mais de 100 quilômetros. Mas testes revelaram que a produção pode ser muito decepcionante e alguns agricultores - em Gana, principalmente - se mostraram reticentes em se lançar em uma produção com forte mão-de-obra cujo escoadouro não é garantido e que os tornaria dependentes financeiramente das refinadoras. Além disso, alguns pesquisadores destacam a toxicidade da planta, que poderia ter um impacto sanitário.

A jatrofa não é o único biocombustível na linha de mira da aviação. Em fevereiro de 2008, a Boeing e a Virgin Atlantic haviam realizado um voo de teste com uma mistura composta de óleo de palmeira (babaçu) e de coco. Os defensores do meio-ambiente o haviam criticado como um "golpe de publicidade", argumentando que as quantidades necessárias para as frotas aéreas não poderiam ser fornecidas por essa forma de silvicultura. Eles pediram, em vez disso, que se reduzisse o tráfego aéreo.

Seriam as algas mais vantajosas? A Enviro.aero, um centro de reflexão criado pela indústria aeronáutica, estima que sua cultura poderia necessitar "somente" do equivalente à superfície da Bélgica para responder às necessidades do conjunto da frota aérea mundial. No dia 7 de janeiro, um 737 da Continental Airlines deve realizar um voo experimental com um motor alimentado por 50% de óleo de algas...

Fonte: - Hervé Morin

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Produção de biodiesel supera meta da Petrobras

SÃO PAULO, 30 de dezembro de 2008 - As usinas de biodiesel de Candeias (BA) e de Quixadá (CE), operadas pela Petrobras Biocombustível, superaram as metas de produção para 2008. As duas unidades chegam ao final deste ano com uma produção total de 8,8 milhões de litros de biodiesel entregues ao mercado, ultrapassando os 8 milhões de litros vendidos nos 10º e 11º leilões de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural (ANP).

As duas usinas iniciaram a produção em outubro deste ano, marcando a entrada da Petrobras na produção comercial de biodiesel. Em três meses, Candeias e Quixadá entregaram, cada uma, 4,4 milhões de litros de biodiesel. A Usina de Candeias, primeira a ser inaugurada em 29 de julho passado, já iniciou a entrega antecipada do biodiesel vendido no 12º leilão, contratado para o primeiro trimestre de 2009.

A terceira usina de biodiesel da companhia está em fase de condicionamento operacional e deve iniciar produção em janeiro do próximo ano, no município de Montes Claros (MG). As três usinas juntas têm capacidade de produzir 170 milhões de litros de biodiesel por ano.

Fonte: