quarta-feira, 14 de abril de 2010

Concurso Petrobras Biocombustível - 2010

A Petrobras Biocombustível oferece 81 vagas imediatas e formação de cadastro de reserva para profissionais de níveis médio/técnico e superior. As remunerações variam de R$ 1,9 mil a R$ 5,6 mil. Inscrições de 26 de abril a 9 de maio. Provas previstas para 6 de junho. O concurso é organizado pela Cesgranrio.

Veja aqui o Edital do concurso

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bactérias para produzir biodiesel

A aposta no uso de microrganismos para melhorar a produção de biocombustíveis está em alta. Frequentemente surgem estudos com esse tema. O último reuniu pesquisadores de um ramo acadêmico inusitado para a área energética, como o Centro de Doenças Infecciosas e Vacinologia do Instituto de Biodesign da Universidade do Estado do Arizona. Eles desenvolveram uma cepa de cianobactéria, que possui cor azulada e capacidade de fazer fotossíntese, do gênero Synechocystis, para produzir ácidos graxos, substâncias gordurosas presentes em óleos, de soja, amendoim, dendê, que são a principal matéria-prima na produção de biodiesel. Os pesquisadores conseguiram retirar esses ácidos sem destruir a bactéria por meio da introdução de genes no DNA desses microrganismos para a produção de uma enzima chamada tioesterase. Ela facilita a secreção dos ácidos pela bactéria através da membrana celular. Os pesquisadores liderados pelo professor Xinyao Liu também introduziram modificações genéticas, ao longo de sucessivas gerações de cianobactérias, com adição de novos genes para provocar uma superprodução de ácidos graxos, além de eliminar estruturas celulares que não são essenciais para a sobrevivência da bactéria. O trabalho foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e os pesquisadores acreditam que as cianobactérias geneticamente modificadas são uma tecnologia promissora para a produção de biodiesel porque podem ser bem competitivas. Atualmente para produzir biodiesel é necessário cultivar plantas oleaginosas e depois fazer a extração do óleo por meio de solventes, além do alto gasto de energia elétrica.

Fonte:

sexta-feira, 9 de abril de 2010

CNPq recebe propostas para edital de apoio a cadeia produtiva do biodiesel

O CNPq está com as inscrições abertas até o dia 20 de maio para o edital 3/2010, que tem como objetivo apoiar projetos de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, mediante a seleção de propostas que visem ao desenvolvimento da cadeia produtiva do biodiesel. Os investimentos somam R$ 15 milhões, recurso proveniente do FNDCT/Fundos Setoriais.

A chamada contempla duas linhas de pesquisa. A primeira, Cadeia de Produção e Uso de Biodiesel, abrange as seguintes fases: produção e obtenção de matérias primas graxas; produção de biodiesel via rotas metílica e/ou etílica; caracterização e controle da qualidade do óleo e do biodiesel produzido e controle de processos de extração do óleo e obtenção dos mono-ésteres; estratégias e formas de armazenamento; e utilização de co-produtos das fases de obtenção de matéria prima, de extração do óleo e produção do biodiesel.

A segunda linha de pesquisa tem como foco a sustentabilidade ambiental, cujos projetos devem envolver uma das ações a seguir: recuperação de áreas degradadas com a utilização de culturas oleaginosas endêmicas e não convencionais como fonte de matéria prima para produção de biodiesel, envolvendo a extração do óleo e a utilização de co-produtos da fase agrícola; avaliação de impactos ambientais e estratégias de remediação ambiental; e análise do ciclo de vida de processos associados à produção de biodiesel.

O prazo de execução dos projetos é de 24 meses. Para participar, o proponente deve atender a alguns requisitos como possuir o título de doutor e ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes; ter vínculo formal com a instituição de execução do projeto; ter experiência de pesquisa na área, o que será caracterizado pela autoria de patentes e/ou artigos científicos e tecnológicos publicados em periódicos indexados, entre outros.

O edital está disponível neste link.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Biodiesel - Curitiba mais uma vez sai na frente

A comissão de licitação do transporte coletivo de Curitiba abriu ontem os envelopes com as propostas de preços dos três consórcios que participam da seleção.

A licitação apresentou alguns avanços, principalmente na área técnica. Os três consórcios concorrentes se comprometeram a cumprir os índices máximos descritos no edital da licitação em termos de acessibilidade, motores modernos e uso de biocombustível, entre outros.

As empresas apresentaram que 75% dos ônibus terão motores Euro 3 e parte da frota contará com tanques de biocombustível (B100). A maioria dos veículos (80%) terá plataformas elevatórias e a velocidade média, para otimização da frota e do serviço, deve subir para 21 quilômetros por hora, contra os 16 quilômetros por hora atuais. Haverá ainda a redução na taxa de ocupação dos veículos. Os itens devem ser cumpridos em até 24 meses de vigência do contrato.

Mas o fator que talvez seja de maior destaque é a mudança na remuneração das empresas que vão operar o sistema. Atualmente, as empresas que possuem a permissão para o serviço recebem por quilômetro rodado.

Após a licitação, os repasses serão de acordo com a composição quilômetro rodado por passageiros pagantes. Isso significa que as empresas terão que trazer mais usuários para o sistema de transporte coletivo.

Fonte:

Fusão Shell-Cosan muda estratégia da Petrobras

Gabrielli, presidente da Petrobras, e Rossetto, que comanda a PBio, subsidiária de biocombustíveis.

Entrada de petroleiras estrangeiras na produção de álcool faz estatal preferir aquisição de usinas para crescer mais rápido.

Diante da ofensiva de empresas estrangeiras como a anglo-holandesa Shell no mercado brasileiro de etanol, a Petrobras Biocombustível (PBio) vai dar uma guinada na estratégia de negócios a partir deste ano, com maior agressividade na política de aquisições.

Uma fonte da companhia, subsidiária da Petrobras para etanol e biodiesel, afirma que a estratégia de crescer por meio da construção de novas usinas foi deixada em segundo plano.

"A chegada de uma grande concorrente, e já na liderança, está nos levando a focar as aquisições", diz a fonte, um alto executivo da PBio que prefere não se identificar.
A Shell e a Cosan fecharam em janeiro parceria por meio da qual vão transferir para uma nova companhia seus ativos de produção de etanol e açúcar e de distribuição de combustíveis no país.

O negócio incomodou a Petrobras. Na semana passada em São Paulo, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli deixou claro que vai disputar espaço no setor com a construção e a aquisição de empresas.

Guinada

O anúncio fez a PBio mudar de estratégia por vários motivos. Basicamente, a empresa entende que precisa crescer rápido e tomando oportunidades de grandes concorrentes do setor de petróleo, que começam a entrar no etanol.

Além da Shell e da Petrobras, a British Petroleum (BP) também está presente na produção de álcool no Brasil, com 50% da Tropical Bioenergia.

Era das petroleiras

No mercado de açúcar e álcool, fala-se na "era das petroleiras", com a expectativa de que novos investimentos cheguem ao setor. "Os biocombustíveis estão para as petroleiras como a ala das baianas está para as escolas de samba: não tem nada a ver com o enredo, mas quem não investir perde pontos", compara o diretor do Itaú BBA, Alexandre Figliolino. O executivo trabalha com fusões e aquisições de usinas.
Diante dessas perspectivas, as aquisições permitirão à PBio um crescimento mais rápido do que a construção de novas usinas, que leva no mínimo dois anos. É muito tempo, considerando a diferença entre as participações que Petrobras e Shell detêm no setor.

O único ativo da Petrobras em etanol é 40% na usina Total, de Bambuí (MG), pelo qual a estatal pagou R$ 150 milhões em dezembro de 2009. A Total tem capacidade de produzir 100 milhões de litros de álcool por ano, e crescerá para 200 milhões com os recursos da PBio.

Já a Shell ficará com uma participação de 50% das usinas da Cosan, que produzem 2 bilhões de litros de etanol por ano.

Mercado externo

Além disso, a fusão Cosan-Shell também afeta diretamente a estratégia de crescimento orgânico da Petrobras Biocombustível. Isso porque o plano de negócios prevê que o foco da estatal nas aquisições de usinas é o mercado interno.

Já a construção de novos projetos estaria voltada ao mercado externo, em sociedade com tradings e compradores internacionais.

Mas a força da rede de distribuição de combustíveis da Shell no mundo dá à joint venture com a Cosan uma capacidade imbatível de desenvolver mercados mundiais de etanol. Ficar esperando por parceiros para construir usinas perdeu o sentido, segundo a fonte da PBio.

Fonte: Brasil Econômico/Luiz Silveira e Ricardo Rêgo Monteiro

Ipea garate o futuro da produção de biocombustíveis

A diversidade de matérias-primas renováveis e o reaproveitamento de resíduos vão garantir o futuro dos biocombustíveis no Brasil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As novas tecnologias, segundo o instituto, também vão contribuir para garantir o suprimento.

Ainda de acordo com o Ipea, a produção nacional de soja será capaz de atender a demanda crescente de biodiesel. O estudo alerta, no entanto, que se houver uma elevação de preço no mercado internacional, o mercado pode sofrer os mesmos problemas do açúcar e do álcool, com o desvio da produção para exportação e a falta de matéria-prima para produção de biodiesel localmente.

“É claro que, se os preços dos combustíveis fósseis retornarem aos patamares elevados do início deste século, o mercado de biocombustíveis será extremamente promissor, o que impulsionará o desenvolvimento de novos processos e tecnologias. O setor energético deve se preparar para a substituição da matriz energética e o setor agroindustrial exercerá papel importante nesta mudança”, diz o Ipea em nota.

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A Inserção dos biocombustíveis na matriz energética brasileira á luz do princípio da precaução

Texto de final de curso de LARISSA TAVARES DE ALMEIDA

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Esalq e a Itesp têm projeto para produzir biodiesel de macaúba

Projeto inédito no país realizado em parceria entre a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e a Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) visa à produção de biodiesel a partir do óleo de macaúba.

De acordo com o professor responsável pelo Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Paulo Kageyama, estudo preliminar realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostra que o fruto da palmeira produz entre 5 e 10 vezes mais óleo do que a soja por hectare. Além disso, a iniciativa pretende ajudar os agricultores familiares que vivem em mais de 100 assentamentos da região, contribuindo ainda para a recuperação ambiental de áreas degradadas.

Atualmente, 90% do biodiesel produzido no país é feito a partir do óleo extraído da soja. Com a macaúba, além do óleo para o combustível, Kageyama explicou que o produto também poderá ser utilizado para fins medicinais e na produção de cosméticos.

O projeto teve início há um ano e é financiado pelo MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Segundo o professor da Esalq, para iniciar uma plantação seria necessário esperar quatro anos para que a planta oferecesse o óleo. No entanto, na região nativa da espécie (Pontal do Paranapanema) já existe uma grande quantidade de plantação natural de macaúba que já permite a produção imediata do biodiesel. (Alessandra Santos)

Fonte: Jornal de Piracicaba

Leia a íntegra da reportagem na edição impressa do JP ou no JP Virtual

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lucro com biodiesel

Este ano, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel passou de 4% para 5%, antecipando a meta do governo prevista para 2013. A produção vai muito bem.

O problema é que continua vindo quase tudo da soja, contrariando aquela expectativa inicial de usar o óleo de culturas alternativas como matéria-prima.

No começo da safra, o Globo Rural visitou agricultores familiares em Goiás que estão plantando soja para produção do novo combustível.

Muitos carros, caminhões, ônibus. Uma frota que não para de crescer. Uma preocupação mundial: diminuir os gases causadores do efeito estufa. Fontes de energia renováveis são bem-vindas. Nesse cenário, surgiu o Programa Nacional do Biodiesel, lançado pelo governo há cinco anos.

O objetivo era investir num combustível biodegradável e menos poluente, produzido a partir de óleos vegetais e animais, para substituir parte do diesel de petróleo. E de quebra ainda inserir a agricultura familiar nessa nova cadeia produtiva, principalmente no Norte e no Nordeste, que têm como produzir oleaginosas como a palma, que dá o dendê, e a mamona. O governo autorizou, então, a mistura de 2% do novo combustível ao diesel comum.

A ideia era chegar gradativamente, aos 5% em 2013. Mas a indústria respondeu rápido e os planos mudaram. O governo decidiu antecipar essa meta. Desde janeiro de 2010, todo diesel que sai das bombas dos postos de combustível do país passou a ter em sua composição 5% biodiesel. Uma mistura obrigatória.

Para atender à nova demanda, o país deve produzir este ano 2,3 milhões de metros cúbicos de biodiesel, que, contrariando as expectativas iniciais, será quase todo produzido a partir do óleo de soja.

O biodiesel de mamona (Ricinus communis L.), de que tanto se falou no início do programa, por enquanto não deu certo. No ano passado, o Globo Rural mostrou pequenos agricultores do Ceará que tiveram sérios problemas.

O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na coordenação do Programa Nacional do Biodiesel admite que houve erro de avaliação. “O governo já esperava que a soja fosse a oleaginosa mais importante. A velocidade da entrada dessas alternativas é que talvez nós tenhamos errado no tempo. Nós acreditávamos que seria mais rápido e tem sido mais lento. Essa lentidão se deve às diferenças de estrutura agrícola. Você tem uma cadeia produtiva como a da soja, com 40 anos de evolução, infra-estrutura, tecnologia, financiamento e todo um conhecimento dos agricultores já colocados. E essas outras culturas são novas. Então, estão sendo implantadas no nosso país”, explicou Arnoldo Campos.

Hoje, setenta e oito por cento do biodiesel produzido no Brasil vem da soja, quinze por cento é do sebo de animais e 3% do caroço de algodão. Todas as outras culturas dividem os 4% restantes.

“Hoje há uma participação de quase 20% da agricultura familiar no total do biodiesel produzido. Desse montante, são 93% de soja”, completou Campos.

Se é verdade que o programa de biodiesel ainda não decolou direito em regiões que dependem de oleaginosas alternativas, em outras partes do país onde a soja se dá bem ele vai de vento e popa.

No Estado de Goiás hoje são cerca de 1,7 mil agricultores familiares trabalhando para a produção do biodiesel. Mais de 90% plantam soja.

Jataí, no sudoeste goiano, é uma região com tradição na produção de grãos. No lugar, agricultores familiares de oito assentamentos, reunidos em cooperativa, vão entregar, este ano, sua quarta safra de soja para as indústrias que esmagam o grão para fazer biodiesel.

Fábio Gottems e seu irmão, Paulo, plantaram, juntos, nesta safra, setenta hectares. Cada um é dono de um lote no assentamento Rio Paraíso. Eles sempre plantaram soja. Primeiro, em terra arrendada. Depois, em terra própria. Desde 2007, entregam tudo o que produzem para a indústria de biodiesel.

“É uma diferença em questão do incentivo, preço melhor e a questão de crédito. As empresas também estão fornecendo um crédito com mais facilidade. Facilitou mais um pouco a vida do produtor”, comparou Fábio.

Fábio e Paulo são beneficiados pelo Selo Combustível Social, um tipo de certificado concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário a indústrias de biodiesel que fecham contratos antecipados com agricultores familiares para a compra de parte de sua matéria-prima e prestam assistência técnica para eles. A vantagem é que 80% do mercado de biodiesel, hoje, só pode ser acessado por empresas que detenham o selo. E elas também contam com um desconto no imposto Pis/Cofins.

Gilmar Katzer é presidente da Coparpa, cooperativa que fica no assentamento Rio Paraíso e atende, além do Fábio e do Paulo Gottems, outras 300 famílias produtoras de soja. Ele explicou que, juntos, fica mais fácil conseguir um bônus com as indústrias, que, por causa do selo, têm interesse em negociar.

“Esse ano, nós temos 4,5% a mais do que preço de mercado, mais R$ 2,00 para a soja convencional e R$ 1,00 para a soja transgênica. Nós vimos que essa diferença influencia em cerca de 20% a 25% do lucro do produtor”, avaliou Gilmar.

Fábio planta soja convencional e está satisfeito. Como ele já negociou boa parte do que está colhendo com a indústria, sabe o quanto esse bônus vai representar. “Da cerca de R$ 3,5 por saca. Numa produtividade de 50 sacas por hectares, aumenta em torno de R$ 150 a R$ 160 o hectare. Isso aí é um aumento de lucro”, calculou.

A soja dos irmãos Gottems segue para Anápolis, sede de uma das indústrias que compram o grão para fazer biodiesel na região. Os grãos são testados, secos e laminados. O importante é saber que desse processo de esmagamento saem dois produtos principais. O primeiro é o farelo, produto nobre da soja, base da ração animal. O segundo produto da soja é o óleo, que a indústria usa para fazer o biodiesel.

O primeiro óleo extraído da soja fica armazenado em tanques. É o chamado óleo bruto. Agora em 2010, o Brasil deve utilizar 1,6 milhão de toneladas desse óleo. É a produção de 2,9 milhões de hectares. É o equivalente a 12% da área plantada no país.

“Esse óleo tem uma parcela destinada para refino, vendido no mercado interno, através de garrafas pets ou óleo enlatado. Tem outra parte que destinada para a produção de biodiesel, feita na unidade de Anápolis”, falou Wallinson Cavazzani, gerente de produção.

Segundo o diretor industrial, Juan Diego Ferrés, a maior parte do óleo produzido em uma indústria já vai para a produção de biodiesel. “Mais ou menos hoje 70% hoje do total já vai para o biodiesel e 30% vai para alimento”, contou.

O doutor Diego é também presidente da Ubrabio, União Brasileira do Biodiesel, entidade que já defende um aumento no percentual do biodiesel no diesel, de 5% para 10%. Segundo ele, há hoje um excedente de óleo de soja no mercado que permitiria o aumento. “Os mercados de óleo alimentício crescem 1,8 % ao ano, sendo que a oferta de produção cresce 7,6% ao ano”, justificou.

Ricardo Dornelles, diretor de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, explicou, no entanto, que a prioridade do governo, por enquanto, é outra.

“Hoje, nós temos a capacidade instalada de fábrica de produção de biodiesel superior à nossa demanda. Esse é um ponto que o governo olha, obviamente, mas nós temos hoje duas prioridades que talvez hoje sejam mais importantes: uma é consolidar e fortificar a questão da participação da agricultura familiar como agente desse processo; a segunda prioridade é ter uma menor dependência da soja. É buscar formas alternativas de diversificar a produção de matérias-primas. Com a diversificação você vai poder aproveitar a capacidade produção das micro regiões do país”, explicou Dornelles.

Enquanto isso, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel tem mudado mesmo é a vida do agricultor familiar que planta soja.

O seu José Antônio dos Santos é da Bahia. Ele trabalhava como técnico agrícola em fazenda de cacau no sul Estado. Com a decadência da cultura e a crise, ele foi para Goiás tentar a sorte. Virou sem-terra. Dos tempos de acampado, ele e a mulher, Norma dos Santos, não gostam nem de lembrar.

“Difícil demais. Muito perigoso. Você perde a liberdade e não conhece ninguém. E o povo não quer aproximação com a gente porque é um sem-terra”, reclamou dona Norma.

Quando o casal conseguiu um lote no assentamento Rio Verdinho, em Rio Verde, também no sudoeste goiano, eles decidiram criar gado de leite. Conseguiam se manter, mas a vida era dura.

O seu Zé e dona Norma migraram para a soja por conta do programa de biodiesel, incentivados pela cooperativa. Outros 27 agricultores do assentamento seguiram pelo mesmo caminho. Juntos, financiaram as máquinas que servem a todos. Muito zeloso, o seu Zé deposita na lavoura de 40 hectares a esperança de outro ano bom.

“Nós estamos esperando uma produtividade de 60 sacos por hectare. E nós estamos querendo ver se fazemos uma média de R$ 40,00 por saco”, falou seu Zé.

Esta é a quarta vez que seu Zé e a dona Norma vão entregar a soja para a indústria de biodiesel. Neste meio tempo, ampliaram a casa, reformaram a cozinha e renovaram os eletrodomésticos. Construiram novos quartos e a tão sonhada suíte. A sala também ganhou uma TV maior para divertir os netos.
Tem até computador com internet. Mas o xodó de seu Zé está garagem.

“Já é o segundo carro zero. Eu compro e pago à vista. Eu queria que o biodiesel num parasse nunca e fosse para frente a vida toda porque é uma fonte de energia renovável e está dando muito lucro para o pequeno produtor”, concluiu seu Zé.

O Brasil é o segundo maior produtor de biodiesel do mundo. Só perde para a Alemanha. Mas com o preço atual do petróleo, o novo combustível ainda custa mais do que o diesel comum.

Fonte:

Escassez de matéri-prima para 40% das usinas no Brasil

Apesar do potencial agrícola do país, atualmente 40% das usinas credenciadas para produção de biodiesel estão paradas, por falta de matéria-prima. Este e outos problemas serão discutidos durante o II Seminário de Biodiesel, em maio, promovido pela Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA).

Fonte: Diario de Pernambuco

10 mil toneladas de biocombustível apreendidos na Europae

A Europa apreendeu 10 mil toneladas de biocombustível nos portos de Veneza e Trieste, acusando os exportadores americanos de fraude. Os Estados Unidos sofrem uma taxa de importação que praticamente torna inviável o comércio com a Europa.

A suspeita é de que exportadores americanos estejam usando outros países como forma de driblar as tarifas e garantir a venda para o mercado europeu. Entre os países investigados estão Argentina, Brasil, Indonésia e, principalmente, o Canadá.

Na sexta-feira, a aduana italiana apreendeu 10 mil toneladas de biocombustível vindo de exportadores canadenses. A suspeita, porém, é de que o combustível tenha origem nos Estados Unidos e o Canadá esteja sendo usado como forma de driblar as imposições europeias.

Ao Estado, o Conselho Europeu de Biodiesel (EBB) admitiu que os produtores europeus estão investigando não apenas o Canadá, mas também argentinos, brasileiros e até a Indonésia por ajudar a mascarar as importações americanas.

A estratégia seria simples. Produtores americanos enviariam seus produtos a diferentes partes do mundo e, de lá, o biodiesel seguiria para a Europa, com nova origem. Segundo Amandine Lacourt, representante do Conselho Europeu de Biodiesel, a fraude poderia chegar a 100 milhões por ano em tarifas não pagas por americanos usando outros países.

Jamil Chade - 02/04/2010
Fonte:

Petrobras - duplicação de Candeias elevará em 33% capacidade de produção de biodiesel

Com a conclusão das obras de duplicação da Usina de Biodiesel de Candeias, na Bahia, prevista para agosto, a Petrobras aumentará em 33% a capacidade de produção de biodiesel de suas três unidades: a de Montes Claros (MG), a de Quixadá (CE) e a de Candeias.

A capacidade de produção conjunta das três usinas passará dos atuais 326 milhões de litros para 434 milhões de litros por ano, até o final do ano, após a conclusão das obras na Bahia. A outras duas usinas produzem, cada uma, 108 milhões de litros anuais.

O Planejamento Estratégico da Petrobras prevê ainda a construção de uma usina de grande porte na Região Norte do Brasil até 2012, que poderá para processar 120 milhões de litros de biodiesel por ano – o que vai dobrar a capacidade de produção da estatal nos próximos três anos. Para isso, a estatal vai transformar uma das suas duas unidades experimentais localizadas em Guamaré, no Rio Grande do Norte, em usina industrial.

Para os próximos cinco anos, já foram aprovados pela companhia investimentos de R$ 1 bilhão, destinados ao desenvolvimento de tecnologias em biocombustíveis, a serem implementadas pelo Centro de Pesquisas da estatal, na Ilha do Fundão, e também por outras instituições de pesquisa.

A intenção da estatal brasileira de energia de se tornar uma das cinco maiores produtoras de biodiesel do mundo levou a estatal a concluir, em novembro do ano passado, o primeiro negócio para produção em parceria com a iniciativa privada, com a aquisição de 50% da Usina de Marialva, em Maringá, no norte do Paraná, do grupo BSBios.

O início da produção, que será de 120 milhões de litros por ano, está previsto para o segundo semestre de 2010. Esse volume representa 60% da demanda atual do estado do Paraná, que é de 200 milhões de litros por ano.

A produção de biodiesel da Petrobras em 2009 evitou a emissão na atmosfera de 320 mil toneladas de dióxido de carbono.

Fonte: