segunda-feira, 30 de abril de 2007

Biodiesel: prefeitura de Cacoal incentiva o cultivo da mamona

A mamoneira é uma planta muito rudimentar, própria das áreas quentes. Prefere por natureza, um clima quente e úmido na fase de seu crescimento e carece de clima quente e seco na sua colheita. O “Biodiesel é nova fonte energética para Cacoal”. Ela pode ser sozinha ou com outras culturas.

O Brasil é o maior produtor mundial de bagos de mamona. Industrializa, comercializa e exporta o óleo para muitos países que usam nas indústrias de sabão, curtume, medicamentos, na fabricação de tintas e principalmente como combustível, por ser um excelente lubrificante para motores de alta rotação. É muito viscoso e de alta aderência até mesmo em altas temperaturas.

O óleo da mamona é pouco poluente por ser biodegradável e de origem vegetal, não deixa resíduos, o que não ocorre com os lubrificantes (fósseis) minerais.

O seu cultivo pode ser muito simples. Mas para o propósito de obtenção de resultados, se faz necessário os conhecimentos específicos. Um engenheiro agrônomo, mão-de-obra qualificada, poderá orientar a melhor época para o plantio das sementes selecionadas, espaçamento ideal e a variedade a ser cultivada.

O principal propósito de toda e qualquer atividade comercial é a lucratividade. O agricultor objetiva resultados, por isso deverá plantar as variedades chamadas anãs de boa produtividade e que facilitam a colheita.

Devido à característica de fruto indeiscente (madura e não cai), seca na planta sem soltar-se do cacho, a colheita pode ser feita em ciclos oportunos, aproveitando a mão-de-obra nas colheitas dos cachos secos já granados, devidamente prontos.

TABELA SOBRE BAGO DE MAMONA (UNITÁRIA)
Índices e Números das riquezas naturais da mamona
(unitário) 50 a 60% de Óleo
1.6% de Ácido fosfórico
5.2% de Fibras e Hidratos
15% de Cinzas
9.1% de H/2 – O/ Composto
1.91% de Ácido Nítrico
0,28% de Óxido Fosfórico
3.02% de Óxido de Potássio

Observação: Tal formulação constitui o adubo conhecido por NPK (Nitrogênio – Fósforo e Potássio) tão usado na agricultura.

CONSORCIAMENTO DE MAMONEIRAS COM OUTROS CULTIVARES

Como cultura secundária, a mamoneira pode ser plantada em consórcio com o café, frutíferas e em áreas de reflorestamentos, porém e preciso tomar cuidados para que não venha ocorrer a competição de nutrientes entre as plantas. O mais correto é consorciá-la em lavouras de café ou em frutíferas podadas ou em folhas abertas para que a mamoneira abafe as ervas daninhas e proteja o solo.

Na cultura primária, pode se plantar milho, feijão, abóbora, mandioca e batata doce, pois estas plantas têm um ciclo vegetativo menor que a mamoneira. Para tanto é necessário um espaçamento propício com rotação de cultura por anos seguidos. Uma boa opção para Cacoal é o consorciamento de mamoneiras com o mamão papaia, já que ambas tem o ciclo vegetativo compatível e diga-se de passagem, o mamão tem boa procura no mercado consumidor.

Dentre tantas vantagens da mamoneira, destaca-se também a sua importância na recuperação de solos já degradados como sistema aero-vegetal, pois as raízes aeram o solo, descompactando-o e facilitando a infiltração da água das chuvas, fixando nitrogênio e no processo de decomposição, renova através da sua biomassa, produzida por caules e folhas. Neste caso, junta-se o útil ao agradável. Recupera-se o solo e o produtor rural obtém retorno financeiro na comercialização do produto.

Com o cultivo da mamona iniciado em Cacoal, a prefeitura, através da Secretária municipal de Agricultura visa três benefícios aos produtores rurais do município. Benefício econômico, emprego e renda, diversificação na produção rural. Benefício Social, diminuição do êxodo rural e viabilidade de crescimento na renda familiar. Beneficio Ambiental, diminuição do efeito estufa por efeito da cobertura verde, alta biodegrabilidade comparada com óleo diesel mineral e a operação ecológica através do combustível 100% renovável.

Cacoal ganha, os produtores rurais ganham e o Estado de Rondônia ganha com a troca de informações e conhecimentos técnicos dos órgãos competentes, somando e distribuindo os resultados nessa nova opção a ser explorada neste início de século.

Fonte: Rondonoticias

Biodiesel e Etanol: Nações Unidas apóiam Brasil

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) vai entrar na briga sobre o uso do etanol (álcool combustível), dando razão ao Brasil.

A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a FAO fez um diagnóstico sobre o assunto e concluiu que os biocombustíveis não prejudicam a produção de alimentos no mundo, como argumentam os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro.

Segundo Lula, mais do que fontes alternativas baratas, o etanol e o biodiesel oferecem repostas eficazes para os principais desafios da época – como geração de empregos – e diversificam a pauta exportadora.

“Vamos tirar a ideologia dessa discussão”, afirmou o ex-ministro José Graziano, atualmente no cargo de representante regional da FAO para a América Latina e Caribe. Lula recebeu as conclusões das Nações Unidas das mãos de Graziano, ao lançar a campanha intitulada “América Latina Sem Fome”.

“Esse é um tema novo, pouco conhecido e alvo de muita especulação. Não é uma solução para todos os países, não é uma panacéia, mas semear combustível é uma grande oportunidade de tirar muita gente da pobreza”, disse Graziano.

Discurso conciliatório
O presidente Lula iniciou a visita de menos de um dia a Santiago disposto a buscar novos aliados sem aumentar os rumores de que deseja isolar a Bolívia e a Venezuela, após uma sucessão de contenciosos com os dois países, que vão da questão do etanol à criação do Banco do Sul.

Não foi uma tarefa fácil, mas Lula usou o discurso no encerramento do Fórum Econômico da América Latina para pregar a união sul-americana: disse que as opções ideológicas dos governantes não são problema, mas solução, porque os eleitores escolheram nas urnas o caminho da mudança.

Convencido de que é preciso acenar para a conciliação, Lula fez um pronunciamento diplomático, no qual mencionou até mesmo o Banco do Sul – alvo de ruidosas divergências entre Brasil, Bolívia e Venezuela –, ao admitir que a região precisa de fontes inovadoras de financiamento.

Afirmou, porém, que, antes disso, é necessário aprofundar o processo de integração na área de infra-estrutura (já iniciado, no seu diagnóstico, com a construção de estradas, pontes e hidrelétricas) e fixar normas e critérios comuns de financiamento.

Na prática, Lula não recuou de sua posição anterior, evitando aceitar um “prato feito” antes de discutir melhor o tema.

Avaliou que é preciso concentrar esforços para a harmonização dos interesses do Mercosul e da União Sul-Americana de Nações. Não quis, no entanto, sair do encontro com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, dando a impressão de que deseja se livrar dos tradicionais parceiros.

A proposta da criação do Banco do Sul, que tanta polêmica causou recentemente na Cúpula Energética Sul-Americana, em Isla Margarita, foi feita pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em dobradinha com seu colega equatoriano, Rafael Correa, com o aval do boliviano Evo Morales.

O discurso de Lula no Fórum Econômico fechou um dia de negociações e assinatura de acordos bilaterais com o Chile. O presidente foi acompanhado por uma comitiva empresarial liderada pela Petrobras. (Agência Estado)

País firma parceria com Chile

SANTIAGO, Chile – Em tempos de insegurança no fornecimento de gás boliviano para o Brasil e argentino para o Chile, a Petrobras e a Enap (empresa de petróleo chilena) fecharam uma parceria para exploração de biocombustíveis, gás natural liquefeito e petróleo nos dois países e em outras nações.

O acordo foi assinado ontem, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Chile para reunião de trabalho com a presidente Michelle Bachelet, que esteve no Brasil há um ano.

O plano de ação das duas empresas prevê o desenvolvimento de projetos e negócios da indústria de hidrocarbonetos e energia, especialmente nas áreas de gás natural liquefeito, biocombustíveis e exploração da Plataforma Pacífica.

Ainda este ano, os dois países vão organizar missões tecnológicas e empresariais para implementação da parceria. GNL A importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) teve seus primeiros contratos assinados pela Petrobras com a empresa Nigerian LNG.

O acordo de intenções, assinado em Barcelona, estabelece todas as condições para a negociação entre as duas companhias sempre que houver demanda de GNL por parte da Petrobras.

Fonte:

Laboratórios de Biodiesel sobre rodas

Seis picapes Ford Ranger estão participando de um teste de longa duração para definir parâmetros da política nacional de uso de biodiesel. As picapes da Ford vão percorrer 100 mil quilômetros com mistura de 5% de biodiesel, dentro do conhecido Projeto B5.

O lançamento oficial deste programa de testes, liderado pela Ford, Petrobras e Unifacs, Governo da Bahia, entre outros parceiros, ocorreu no dia 9 de abril, no Farol da Barra, em Salvador.

De acordo com a previsão do Governo Federal, o percentual de 5% deste biocombustível deve se tornar obrigatório em alguns anos. O resultado desse teste prático, que será realizado em diferentes percursos na Bahia, será utilizado para verificar os efeitos nos motores atuais da mistura de 5% de biodiesel ao diesel comum.

Para que funcionem com laboratórios móveis, todas as picapes Ford Ranger serão utilizadas num mesmo percurso, obedecendo às mesmas condições de rodagem. Ao diesel comum, dois dos veículos terão acrescentados um percentual de 5% do biodiesel de soja, dois receberão a mesma quantidade de biodiesel de mamona e os outros dois utilizarão apenas o diesel comum, estes últimos servirão como referência para avaliação dos resultados do teste.

O objetivo é verificar se a quantidade de 5% de biodiesel, adicionada ao combustível tradicional, poderá ser utilizada nos motores atuais da frota de veículos a diesel do Brasil. A equipe que guiará as picapes Ranger será formada por técnicos químicos e mecânicos, que terão treinamento especial para garantir a execução do projeto de acordo com as normas técnicas exigidas pela indústria e governo.

Após o término da rodagem, todos os componentes dos veículos serão analisados. Os sistemas de injeção eletrônica, que são mais sensíveis a essa mistura, receberão atenção especial nesta análise.
“Trata-se de um teste muito importante, que influenciará as políticas governamentais para o uso dos biocombustíves.

Estamos otimistas quanto ao resultado”, antecipa o engenheiro-chefe da Ford, Diógenes de Oliveira. Segundo Oliveira, a pesquisa em novos combustíveis que acrescentem mais flexibilidade para a indústria e para o consumidor final, com ganhos para o ecossistema, é uma constante na Ford. “A Ford se preocupa em buscar e incentivar o uso de combustíveis renováveis e fomentadores do desenvolvimento sócio-econômico”, afirma.

Fonte: ComuniWEB

Sebo bovino será fundamental para exportações de biodiesel

Os pecuaristas brasileiros poderão se beneficiar diretamente do crescimento previsto para o mercado de biodiesel nos próximos anos, fornecendo inclusive uma matéria-prima fundamental para que o país consiga a exportar o biocombustível para a Europa, disse nesta sexta-feira o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Linneu Costa Lima. Está claro que, se o Brasil quiser exportar biodiesel um dia, terá que utilizar 30% de sebo bovino em sua composição, afirmou o secretário durante palestra no Congresso Internacional da Carne, em São Paulo. Segundo ele, somente com o uso do sebo bovino o Brasil poderá chegar a um biodiesel de composição semelhante ao utilizado na Europa. Atualmente no país, as principais matérias-primas para o biocombustível são a soja e a mamona. O biodiesel, a partir do sebo bovino, teria como vantagens comparativas o baixo preço no mercado interno e o fato de ser um subproduto da carne em um país que tem o maior rebanho comercial do mundo, com 200 milhões de cabeças.

Temos uma produção regular e suficiente para começar essas operações (de transformar sebo bovino em biocombustível), disse Costa Lima. Na cadeia do biocombustível, o sebo terá um papel muito importante.

Segundo o secretário, há atualmente 19 usinas de biodiesel em operação no país, com produção de 664 milhões de litros por ano. Outras 46 estão em fase de autorização, construção ou projeto, o que deve elevar a capacidade produtiva do Brasil para mais de 3 bilhões de litros anuais.

O secretário previu que haverá uma transição da era do petróleo para as energias mais limpas e renováveis. E que, em quatro décadas, o mundo tenderá a substituir combustíveis líquidos por outras fontes de energia, como a solar e a eólica.

Mas ainda temos quatro décadas pela frente. Portanto, agora é a hora da agroenergia, disse ele. As informações são da assessoria de imprensa do Congresso Internacional de Carnes.

Fonte:

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Biodiesel do País

A Brasil Ecodiesel poderá exportar até 50 milhões de litros de biodiesel este ano, se isso não prejudicar o mercado interno, informou o presidente do Conselho de Administração da empresa, Jório Dauster.

Maior produtora de biodiesel do País, a companhia produziu no ano passado 282 milhões de litros do combustível e prevê encerrar este ano com 800 milhões de litros.

A partir de 2008, a mistura de 2% de biodiesel ao diesel será obrigatória no Brasil. O total produzido pela empresa seria suficiente para atender a maior parte dos 840 milhões de litros que serão necessários para cumprir a mistura compulsória.

"Pensamos em exportar 30, 40, 50 mil metros cúbicos (milhões de litros) se possível este ano, mas nada que já esteja acertado... temos esperança de ser um grande 'player' internacional", afirmou Dauster sobre as exportações, ressaltando que o mercado europeu hoje é o mais interessado.

"Os Estados Unidos estão de olho no etanol brasileiro e a Europa no biodiesel", afirmou, após palestra nesta quarta-feira na Câmara de Comércio Brasil-França.

Ele explicou que o mercado europeu está acostumado com o biodiesel a partir da colza (oleaginosa), não utilizada no Brasil. Testes da Brasil Ecodiesel misturando mamona à soja, no entanto, estão sendo bem recebidos naquele mercado nos primeiros testes enviados, segundo Dauster.

Atualmente, 70% da matéria-prima da empresa é a soja, mas a tendência é que esse percentual caia para 20% até 2010. O girassol, hoje com 18% da produção, deverá passar a responder por 45%, e a mamona pulará dos 12% atuais para 30%. O restante será coberto pelo pinhão manso, informou o executivo.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Biodiesel: produtores da Califórnia apostam no produto

Los Angeles, 25 - Produtores da Califórnia estão fazendo experiências com produtos agrícolas que podem gerar biodiesel por meio de processamento. O biodiesel, originado de oleaginosas, é cada vez mais procurado. Alguns dos esforços requerem cultivar lavouras como canola em terras improdutivas que não suportam produtos de valor mais elevado. Outros produtores vêem as oleaginosas como uma lavoura de cobertura que pode melhorar a qualidade do solo entre o plantio de produtos mais lucrativos.

Pesquisadores até começaram a desenvolver experiências com variedades de algas que podem ser cultivadas em tanques e convertidas em biodiesel. "Temos uma das regiões mais férteis e produtivas do mundo", afirmou Salinas Mayor Dennis Donohue, produtor de chicória. Não faz sentido não nos envolvermos no futuro que está se desenhando."

Os testes estão sendo conduzidos em meio a um cenário de preços elevados da gasolina e regulações ambientais rigorosas que estimulam o mercado a procurar fontes alternativas de energia como o biodiesel, que é derivado de óleos vegetais e outras fontes.

Trânsito

Agências de trânsito em várias cidades, incluindo Houston e Columbus, possuem frotas de ônibus que utilizam biodiesel. O sistema da University of California está convertendo a frota do campus para que ela funcione com 100% de biodiesel E a Disneylândia utiliza biodiesel como combustível para os trens que circulam dentro do parque.

A produção de biodiesel nos Estados Unidos triplicou a cada um dos dois anos anteriores, alcançando 250 milhões de galões em 2006, afirmou Amber Pearson, porta-voz do Conselho Nacional de Biodiesel. Ainda não está claro, no entanto, se plantar canola ou outras lavouras de oleaginosas seria vantajoso economicamente para a Califórnia, que produz alguns dos vegetais mais valiosos do país.

Fonte:

Usina de biodiesel: como ficam os pequenos produtores?

Na edição do último dia 15 de abril, li neste prestigioso matutino que a Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana) construirá uma usina de biodiesel em Piracicaba, que deverá entrar em operação em janeiro do próximo ano, com um investimento inicial de R$ 8 milhões (cerca de US$ 3,7 milhões). A capacidade da usina, da ordem de 45 mil litros/dia, será obtida sob demanda de 300 toneladas/dia de matéria-prima (grãos de soja), o que exige uma área plantada de 35 mil hectares dessa oleaginosa.

Segundo o coordenador do Pólo Nacional de Biocombustíveis, o professor Weber Neves do Amaral, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) /USP (Universidade de São Paulo) esta “é a única oportunidade para pequenos agricultores de cana terem controle de uma etapa importante da cadeia produtiva”. Informa também o professor Weber, que a equipe do pólo colaborou com o Plano de Negócios da usina, do ponto de vista agrícola, com relação às áreas necessárias, às matérias-primas, ao momento de a Coplacana entrar no mercado, e como os agricultores poderiam estar diversificando a sua produção.

A nosso ver, trata-se de iniciativa que implica em promover a substituição da cultura canavieira, de caráter semiperene (planta-se num ano e colhe-se pelos seguintes três, cinco anos), por cultura de plantas oleaginosas anuais (planta-se e colhe-se todo ano). É preciso deixar bem claro que a experiência brasileira com lavouras anuais tem provado, já desde longa data, que é fundamental o uso da técnica do plantio direto, tendo em vista a sensível redução nos custos de produção e o efeito altamente significativo na conservação do solo.

Todavia, essa técnica de plantio direto na palha, além de exigir conhecimentos agronômicos específicos, requer o uso de semeadoras especiais. Assim, essa migração requer investimentos tanto em reciclagem de conhecimentos como em equipamentos, totalmente diferentes dos típicos da lavoura canavieira.

Por outro lado, a colheita de oleaginosas (soja, girassol, amendoim) exige o uso de colheitadeiras combinadas, cujo investimento tanto em maquinaria como em adequação das áreas à colheita mecânica são em muito semelhantes às de colheita de cana-de-açúcar. A colheita manual e o uso de trilhadoras, no caso de soja e girassol, têm custos que inviabilizam essa prática para os pequenos produtores. Por outro lado, a mamona, embora possa ser colhida manualmente, exige máquina descascadora especial que não danifique as sementes, dado o risco de rancificação.

Tudo leva a crer que o Plano de Negócios de que fala a notícia sobre o tema, tenha sido elaborado criteriosamente e incluído estudos sobre as condições de produção das oleaginosas, na área de suprimento de matéria-prima da usina de biodiesel, ou seja, em nosso município e região.

Por se tratar de documento da mais alta importância para avaliação dos impactos socioeconômicos e ambientais, é da mais alta importância ser do conhecimento público, pois se trata de iniciativa que, certamente, terá reflexos na comunidade agrosilvopastoril do município.

Assim sendo, cabe-nos, como legisladores, solicitar informações ao Poder Executivo sobre a obra; sua conformidade com as normas legais vigentes e dos estudos sobre a probabilidade de seu impacto ambiental, uma vez que envolve instalação de duas unidades industriais interligadas (de extração de óleo e de produção de biodiesel) com manejo de resíduos. Uma geração de atividade agrícola que certamente envolverá o uso de sementes transgênicas e de defensivos químicos diferenciados.

Por outro lado, para que possamos fazer um estudo detalhado desse projeto, vamos solicitar à diretoria da Esalq a cópia do Plano de Negócios elaborado pelo Pólo Nacional de Biocombustíveis para a Coplacana, tendo em vista nossa ação política em defesa dos pequenos produtores rurais, que procuram adequar-se à atual legislação ambiental e praticar uma agricultura sustentável.
Fonte: Jornal de Piracicaba

Usina de Biodiesel de Cássia

A usina de biodiesel da cidade de Cássia, aqui no Sul de Minas, corre o risco de perder a licença de produção da Agência Nacional de Petróleo. A empresa entregou biodiesel vendido nos leilões fora das especificações, por isso enfrenta processo administrativo e já foi proibida de participar de novos leilões.

Enquanto isso, a usina de Varginha está prestes a receber a autorização da ANP para vender o combustível ecologicamente correto.

De acordo com o secretário de Agricultura da cidade, Joadylson Barra Ferreira, falta apenas um documento dos bombeiros.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Biodiesel: Europeus definem investimentos em Mato Grosso

O potencial para a produção de biodiesel de Mato Grosso está atraindo atenções do mundo inteiro e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) atua como elo entre os empresários e os setores mais viáveis, como o sucroalcooleiro, uma das áreas que despertam maior interesse. No início desta semana, o vice-presidente da Famato, Normando Corral, conversou com o representante de um grupo europeu, Hervé Joie, na sede da federação, em Cuiabá.

O contato com empresários alemães e franceses, neste caso, também envolve a empresa CiaTerra Participações S/A, de Tangará da Serra. Formada por um grupo de 50 produtores rurais do município, a CiaTerra tem como principal objetivo fomentar investimentos em agroenergia no estado. Segundo Normando Corral, que está à frente da empresa, os empresários europeus querem produzir álcool com a garantia do fornecimento da matéria-prima. As negociações estão apenas começando, mas a expectativa é muito boa. Não se falou em valores, por enquanto, mas a Famato acredita que os investimentos se concretizem ainda este ano. É financiamento no setor produtivo. Dinheiro que vem pra ficar no estado e não pra especulação, avalia Corral. As informações são da assessoria de Comunicação da Famato.

Fonte:

Capacidade das usinas de biodiesel supera meta

O governo federal avança nas discussões para alterar as metas de adição de biodiesel ao diesel, devido ao rápido avanço do número de usinas em operação. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o governo estuda permitir, a partir de 2008, a adoção do B5 (mistura de 5% de biodiesel no diesel) pelas empresas de transporte coletivo das capitais e a adoção de índices maiores de biodiesel pelas termelétricas. Para atender a essas demandas, seriam realizados novos leilões pela Petrobras.

"Com a entrada de novas usinas em operação, a capacidade instalada chega a 1 bilhão de litros por ano, o que já permite pensar na adoção do B5 em alguns casos", disse Arnoldo Campos, coordenador do Programa de Biodiesel pelo MDA. Entre as unidades que entram em operação até maio estão Caramuru (em Goiás) e Brasil Ecodiesel (em Tocantins e Maranhão).

Das empresas que participaram dos leilões realizados pela Petrobras, a Soyminas, de Cássia (MG), foi a única a descumprir o contrato de entrega. A empresa participou do primeiro leilão feito pela Petrobras e tinha até fevereiro deste ano para entregar 8,7 milhões de litros à estatal. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o MDA movem processos administrativos para avaliar o cancelamento do selo social concedido à empresa.

Conforme Campos, além de não entregar o biodiesel, a empresa não comprovou a compra de matérias-primas de agricultores familiares. Se perder o selo, a Soyminas ficará impossibilitada de participar de futuros leilões da Petrobras e perderá os benefícios fiscais - no caso da empresa, redução de 69% no valor dos tributos federais.

Fonte:
da Agência de Notícia UDOP

Mamona para biodiesel garante trabalho para 2,5 mil famílias

A empresa Brasil Ecodiesel, maior produtora de biodiesel do país, quer aumentar sua produção e vai ampliar a área plantada com mamona no Estado. A meta da empresa é o plantio, até o final deste ano, de uma área de 5 mil hectares (ha) envolvendo 2,5 mil famílias no negócio.

O Espírito Santo, com forte participação de agricultores familiares na produção agrícola, é um dos Estados onde a empresa trabalha para ampliar o plantio de mamona, uma cultura que não tem colheita mecanizada e uma das mais indicadas para a produção de biodiesel.

O gerente da Brasil Ecodiesel para o Leste da Bahia, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo, Eraldo Cruz, disse que a empresa assinou contrato com produtores rurais capixabas de vários municípios que já plantaram mais de 980 ha. Afonso Cláudio e Apiacá são os municípios com maior área plantada.

A novidade que a Brasil Ecodiesel está trazendo para o Estado é o contrato com os produtores, para o fornecimento das sementes, assistência técnica e garantia de preço para a produção. "Garantimos o o preço com bônus de produtividade", ressalta Cruz.

Com 5 mil ha de área plantada, a produção estimada será 5 mil toneladas de grãos de mamona, que resultará em 2,5 milhões de litros de óleo. Uma área plantada entre 5 mil e 6 mil ha poderá viabilizar para o Estado uma unidade esmagadora de grãos, que demandará investimento de R$ 5 milhões, informou Cruz.

Para evitar a monocultura, junto com a semente de mamona, o produtor receberá semente de feijão para o plantio consorciado. O presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Enio Bergoli, disse que o órgão está participando do projeto.

O técnico Márcio Adonis destacou que a participação do Incaper refere-se à pesquisa com os materiais que melhor se adaptam no Espírito Santo. Das quatro variedades selecionadas o Incaper indicará qual é a mais indicada para cada região.

Mamona é um biocombustível derivado de óleos vegetais, renovável, para uso em motores diesel, sejam eles para transportes ou para geração de outro tipo de energia, podendo substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Pode ser usado em um motor diesel sem necessidade de qualquer modificação. É um combustível alternativo de queima limpa.

Saiba mais

A Brasil Ecodiesel, com sede no Rio de Janeiro e fábricas em Floriano-Piauí e Iraquara - Bahia, é a maior produtora de biodiesel do país e a segunda maior no mundo.

A empresa, que opera há quatro anos, tem produção anual de 480 milhões de litros de biodiesel, representação em 21 Estados e emprega 1.130 funcionários.

A meta, até o final deste ano, é ampliar a área plantada com mamona para 5 mil ha, envolvendo 2,5 mil famílias.

A Brasil Ecodiesel assina contrato com os produtores e além de garantir preço mínimo para a produção fornece as sementes e assistência técnica.

Para a produção de até 500 quilos de mamona, o preço mínimo é de R$ 0,60 por quilo. De 501 a 700 quilos, R$ 0,65. De 701 a 900 quilos, R$ 0,70. Acima de 901 quilos, R$ 0,75.

Os produtores interessados em plantar mamona devem manter contato com o escritório da empresa, no Estado, para fazer o cadastro e agendar a visita do técnico.

O chefe do escritório, que funciona em Ibatiba, é Junio Storck. O telefone: (28) 9935-3534 ou (28) 3543-1708

Fonte: Sebrae MG

Nicarágua: Etanol está fora da agenda Nicarágua-Brasil

MANÁGUA, 24/04 - O etanol, uma alternativa para os altos custos do petróleo, cujo uso e produção são promovidos pelo Brasil e Estados Unidos, não será tema de discussão da Comissão Mista nicaragüense-brasileira instalada em Manágua, informaram fontes governamentais da Nicarágua.

O foro de cooperação, que durante dois dias vai analisar 37 projectos de diversas áreas, incluindo a energética, passará por alto a temática relativa à produção de um substituto para a gasolina a partir da transformação de alimentos como milho ou cana-de-açúcar, acrescentaram as fontes.

"Não podemos pensar que vamos tirar etanol do milho ou da cana-de-açúcar", disse à AFP o ministro nicaragüense de Energia e Minas, Emilio Rapacciolli.

A forma como se "vislumbram os projectos que possamos ter com o Brasil no campo do biodiesel" é em nível privado, de modo que as empresas brasileiras dêem assistência técnica e financiamento a pequenos produtores locais para a plantação, coleta e processamento da palma africana, disse Rapacciolli.

A partir da palma africana, pode-se extrair óleo vegetal que não é de uso para o consumo humano e "pode se transformar em biodiesel para os veículos", completou o ministro. Um dos grupos económicos mais importantes da Nicarágua "está produzindo e exportando etanol", a partir da cana-de-açúcar, e recentemente apresentou ao governo um projecto para aumentar a capacidade de produção e exportação avaliado em 45 milhões de dólares, comentou o ministro.

"Esta iniciativa privada tem o apoio do governo", disse Rapacciolli, como um indicador da tolerância oficial a projectos deste tipo.

Em matéria energética, com o Brasil, há avanços ao nível técnico para desenvolver dois projectos que "vão ajudar a mudar a matriz da geração de energia com petróleo", acrescentou.

Estes projectos de energia hidroeléctrica estariam prontos para 2010 e aumentariam a capacidade instalada no país em 240 megawatts, destacou o ministro

Fonte: Angola Press

Campo pode crescer por décadas com bioenergia

Projeções indicam que demanda por produtos agrícolas será sustentável por pelo menos 20 anos. O aumento da demanda mundial por combustíveis renováveis deve proporcionar um crescimento sustentável da agricultura brasileira ao menos pelos próximos 20 anos, segundo cálculo da RC Consultores feito com exclusividade para este jornal.O aumento da demanda mundial por combustíveis renováveis deve proporcionar um crescimento sustentável da agricultura brasileira ao menos pelos próximos 20 anos, segundo cálculo da RC Consultores feito com exclusividade para este jornal.

Integra do texto

São Paulo, 24 de Abril de 2007 - Projeções indicam que demanda por produtos agrícolas será sustentável por pelo menos 20 anos. O aumento da demanda mundial por combustíveis renováveis deve proporcionar um crescimento sustentável da agricultura brasileira ao menos pelos próximos 20 anos, segundo cálculo da RC Consultores feito com exclusividade para este jornal. Já em 2008, cana-de-açúcar, milho e soja vão impulsionar o crescimento do setor, estimado em até 15%. As três culturas responderão por 58% da receita do campo, projetada em R$ 130 bilhões. Em 2007 correspondem a 55% e nos três anos anteriores eram 50%.

"A safra 2007/08 será plantada sob o estigma da esperança potencializada", diz Fábio Silveira, economista da RC Consultores. Para ele, o campo não vive uma "bolha" e a agroenergia proporcionará um crescimento sustentável, mesmo que viva altos e baixos. "Estamos saindo da era do petróleo rumo à da energia renovável, que passa pelo álcool e pelo biodiesel", afirma.

Segundo o economista, a decisão do governo Bush de intensificar o uso do milho para energia mudou o mercado. Até 2025, os americanos vão precisar de 120 bilhões de litros de álcool. De acordo com Silveira, os EUA têm limites de fronteira agrícola e, por isso, o Brasil se beneficia tanto da cana-de-açúcar, com o fornecimento de etanol, quanto da colheita maior de milho e soja. O economista estima para 2008 uma produção 5% maior de cana-de-açúcar, 10% superior de soja e igual percentual de crescimento para o milho.

Fonte:

Quercus apela a regras na produção de biocombustíveis

Estamos perante uma forma de energia menos poluente mas ainda assim com riscos inerentes à sua utilização.

A associação ambientalista, portuguesa, Quercus alertou hoje para a necessidade de regras que minimizem os impactos ambientais dos biocombustíveis, uma energia que consideram "menos poluente" do que os combustíveis convencionais, mas que afirmam ter alguns "riscos". Um estudo publicado hoje no Reino Unido indica que o bio-gasóleo produz praticamente tantos gases com efeitos de estufa como o gasóleo convencional. "É indiscutível que os biocombustíveis são uma energia menos poluente do que a de derivados do petróleo. O problema é não haver regras e usar-se, por exemplo, um tractor ou pesticidas para produzir a colza que está na base do biodiesel", afirmou entretanto o presidente da Quercus, Hélder Spínola.

O ambientalista defende que é também necessário garantir que o processo de fabrico das matérias-primas não arrasta outros problemas, como o esgotamento dos solos, a destruição de florestas para esta produção agrícola ou o uso de tractores ou outros veículos que emitem gases com efeito de estufa. "É que se forem usados tractores, os gases com efeito de estufa poupados pelo biocombustível acabam por não compensar as emissões que estiveram na base da produção desse combustível", comentou.

Outro alerta deixado por Hélder Spínola refere-se ao comportamento da União Europeia: "Não podemos continuar a importar matéria-prima do Brasil, por exemplo, resolvendo o problema da Europa e prejudicando o de outros locais no mundo. É fundamental que as metas europeias não sejam satisfeitas à custa da importação de matérias-primas". O especialista defende uma produção europeia "regrada" destas matérias-primas, para que não sejam agravados problemas como o esgotamento dos solos. Segundo Hélder Spínola, a novidade do estudo hoje publicado no Reino Unido "é considerar as consequências dos biocombustíveis em todo o seu processo de produção".

O estudo foi feito por analistas da revista "Chemistry & Industry" que compararam as emissões de gases com efeito de estufa dos dois tipos de gasóleo durante os seus ciclos de vida, desde a sua produção à combustão nos motores dos veículos. Os resultados mostraram que o gasóleo derivado de sementes de colza, produzidas em explorações agrícolas dedicadas, emite quase a mesma quantidade de gases com efeito de estufa (CO2 ou equivalentes) por quilómetro conduzido do que o gasóleo convencional. Mas se os terrenos usados nas culturas da colza servissem antes para plantar árvores, o gasóleo derivado do petróleo emitiria apenas um terço das emissões equivalentes de C02 como gasóleo biológico (biodiesel), refere o estudo.

O gasóleo produzido a partir da colza é o mais importante combustível de fonte renovável usado na Europa, tendo por base contribuir para o cumprimento das metas europeias de redução dos gases com efeito de estufa, prevista no Protocolo de Quioto. O compromisso europeu é o de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 08 por cento até 2012 (face às emissões de 1990) e em 20 por cento até 2020.

Fonte: Luso Motores

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Jetbio fecha parceria com líder em tecnologia para produção de biodiesel

A empresa passa a deter licença exclusiva para a fabricação de usinas de biodiesel por bateladas com tecnologia desenvolvida no Brasil.

A Jetbio, fabricante de usinas para produção de biodiesel, selou na última sexta-feira parceria com a Petrobio, líder brasileira em tecnologias no setor.

Criadora do único processo comercialmente viável e tecnicamente correto para a produção de biodiesel tanto com metanol como com etanol, a Petrobio pretende consumir 17% de seu faturamento em 2007 para investimento na área de Pesquisa e Desenvolvimento.

Ao incorporar esta nova tecnologia a Jetbio confirma seu compromisso com o crescimento sustentável do país. Rafael Abud, um dos diretores da empresa completa: “Ao unir o que há de melhor em tecnologia de produção de biodiesel a uma grande capacidade industrial, levaremos nossas usinas para todo o país a custos muito competitivos”.

Com isso a Jetbio torna-se completa proporcionando a fazendeiros, frigoríficos, transportadoras, avicultores ou qualquer outra empresa que possa se beneficiar do uso do biocombustível a possibilidade de terem, em sua propriedade, um método eficiente e de baixo custo para produção de combustível, além de reduzir bruscamente o impacto ambiental antes causado pelo óleo diesel.

Totalmente flexível e com tecnologia 100% nacional, as usinas têm capacidade de produção entre 2.000 e 50.000 litros e podem utilizar como matéria prima qualquer tipo de óleo vegetal ou gordura animal.

“O retorno sobre o investimento é muito rápido, principalmente para o cliente que desejar produzir o biodiesel para consumo próprio como forma de reduzir seus gastos com combustível“, ressalta Abud.

Fonte:

Com terras disponíveis, Brasil é "celeiro" para alimentos e bioenergia

Nos 14 países de maior área agrícola no mundo, 49% das terras agricultáveis ainda estão disponíveis para plantio. Poucos, contudo, têm potencial para expandir fortemente o cultivo de grãos, de forma que a oferta possa atender à simultânea - e crescente - demanda das áreas de alimentos e biocombustíveis. Esta é a principal conclusão de um estudo, recém-concluído, do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (Pensa), vinculado à Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). O estudo é baseado em dados da FAO, braço da ONU para alimentação e agricultura.

Segundo o levantamento, de 1,862 bilhão de hectares de terras aráveis distribuídas em países como Brasil, EUA, Rússia, Índia, China, além da União Européia, 917,7 milhões não são aproveitados para produção agrícola. O problema, aponta Marcos Fava Neves, coordenador do Pensa, é que nas regiões onde os planos de expansão do plantio para atender ao setor de biocombustíveis são mais ousados não há área disponível em amplitude suficiente. Exceto no Brasil.

Na União Européia, a meta é adotar uma mistura de 5,75% de etanol na gasolina a partir de 2010, e o mesmo percentual para a mistura de biodiesel no diesel. Em 2020, os índices serão elevados para 10%. Para atender a essas demandas obrigatórias, o bloco terá que reservar, em 2010, 22,7% de sua área agricultável para produzir grãos destinados a biocombustíveis. Em 2020, a área para agroenergia terá de ocupar 38,4% das lavouras européias para atender à demanda doméstica.

Atualmente, a UE cultiva 102,9 milhões de hectares e tem 16,3 milhões de hectares disponíveis, ou 15,8% da área total agricultável - suficiente para atender à primeira fase de expansão, mas não a segunda. "Hoje a Europa já não tem área disponível para fazer essa ampliação. Muito se fala na Rússia, que conta ainda com mais de 87 milhões de hectares disponíveis, mas há uma grande restrição climática e problemas fitossanitários sérios no país", disse Fava Neves durante seminário realizado em São Paulo.

Estudo realizado pela RC Consultores com base em dados da FAO revela que, até 2013, a União Européia terá uma demanda obrigatória de 18,4 bilhões de litros de biodiesel para consumo interno por ano, mas terá capacidade para produzir apenas 6,3 bilhões. A Europa já é grande importadora de óleo de palma da Malásia para a produção de biodiesel, o que, associado ao plano do país de produzir 5 bilhões de litros ao ano para uso próprio, tem levado os preços da commodity a recordes históricos. "Na Índia e na Malásia não há área para expansão agrícola. Na China, eles enfrentam um sério problema com a falta de água, e na Austrália tem a seca. Restam os países da África, que têm políticas complicadas, e o Brasil", afirmou Fava.

Ainda conforme a RC, Europa, EUA e Brasil demandarão juntos, em 2010, 11 bilhões de litros de biodiesel por ano, o que equivale a uma produção de soja de 61,1 milhões de toneladas ou uma área próxima a 22 milhões de hectares.

Nos EUA, a meta é elevar o consumo de biocombustíveis, até 2012, dos atuais 4,7 bilhões de galões (17,8 bilhões de litros) para 35 bilhões, ou 132 bilhões de litros - sendo que 90% desse volume será de etanol. "Os EUA vão precisar ampliar a área plantada com milho em 145% [46,11 milhões de hectares adicionais] para garantir esse volume e eles não têm terras apropriadas em disponibilidade para isso", acrescentou Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone). Ele observa, no entanto, que o país tem restrições climáticas para essa ampliação.

A RC indica que a demanda extra de etanol pelos principais países consumidores de combustíveis fósseis deve chegar a 44,3 bilhões de litros por ano em cinco anos - 7,4 bilhões de litros na UE, 4,5 bilhões na China e 30 bilhões nos EUA. Hoje, o consumo global é de 55 bilhões de litros por ano. "Poucos países têm condições de oferecer produção de grãos e cana suficiente para atender aos mercados de alimentos e energia. O Brasil é um deles, basta fazer um bom planejamento dessa expansão", afirmou Fava Neves.

Na área de alimentação, a FAO estima que, até 2020, a população global passará de 6,2 bilhões de pessoas para 8,3 bilhões e, com esse crescimento, a demanda por alimentos se expandirá de 2,45 bilhões de toneladas de alimentos, para 3,97 bilhões. Isso significa que será necessário dobrar a produção agrícola mundial em 13 anos. "Os países terão que reavaliar as áreas utilizadas na produção e investir em produtividade, para evitar forte pressão de demanda", alerta Tito Díaz, diretor de produção animal e saúde da FAO.

com informações do

Pinhão manso: pesquisa da Embrapa avalia planta para produção de biodiesel no semi-árido

O óleo produzido a partir da semente de pinhão manso é semelhante ao do diesel extraído do petróleo. As propriedades encontradas no biocombustível atendem às especificações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o petrodiesel.

Esta qualidade destaca a espécie para integrar o time de plantas oleaginosas que irão compor o programa de produção de combustível vegetal na região seca do Nordeste. É uma planta de grande potencial, assegura o pesquisador José Barbosa dos Anjos, da Embrapa Semi-Árido.

Diante do regime irregular de chuvas do sertão nordestino o pinhão manso tem uma vantagem única dentre outras plantas oleaginosas: é a única com ciclo produtivo que se estende por mais de 40 anos. A mamona, que produz um óleo essencial com uso em mais de 400 produtos da indústria química, precisa ser replantada a cada um ou dois anos – a depender da quantidade de chuvas.

O pinhão também se adapta bem a solos de pouca fertilidade, bastante comuns na região. O rendimento do óleo na semente do pinhão é de 30 a 40% - abaixo da mamona, que pode render algo entre 45% e 50%. No entanto, como o agricultor não terá necessidade de plantar novamente a cultura por mais de 40 anos, o custo de produção fica bastante reduzido. Estas características favorecem sua produção em escala de grande produção quanto a das pequenas propriedades dos agricultores familiares, ressalta o pesquisador Marcos Antonio Drumond, da Embrapa Semi-Árido.

Convivência e negócios – Atualmente, ao lado da mamona, há uma forte demanda da iniciativa privada e de instâncias dos governos federal, estadual e municipal por informações acerca do sistema de produção do pinhão nas condições de sequeiro do Nordeste. Em Jacobina, 350 km de Salvador (BA), está em fase de instalação um projeto que prevê implantar 1000 ha desta oleaginosa para fins de produção de óleo combustível.

Em outro empreendimento privado, a empresa Biodiesel do Vale do São Francisco, sediada em Petrolina, a 750 km de Recife, irá processar biodiesel a partir de mamona e pinhão manso. Esta empresa é recém adquirida pelo grupo português, que atua no setor energético. Na área pública, a Petrobrás estuda o uso da planta em usina que pretende instalar na cidade mineira de Montes Claros com capacidade de processar até 40 milhões de litros por ano.

Com um olho na convivência com o semi-árido e outro na participação dos agricultores familiares no programa do biodiesel do Governo Federal, a prefeitura do município baiano de Andorinhas, acerca de 400 km de Salvador, também avalia seriamente o emprego do pinhão manso num projeto de diversificação produtiva para pequenas propriedades de 2 ha. A oleaginosa deverá ser plantada em consórcio com uma forrageira (capim bufel) em áreas onde o solo não é adequado para o cultivo da mamona. A prefeitura quer aumentar a capacidade suporte alimentar para os rebanhos caprinos, que são a base da economia do município, e estar em condições de integrar iniciativas de produção de biocombustíveis, afirma o Técnico em Agropecuária Sivaldo da Silva Gomes, da prefeitura.

Pesquisa – Para Marcos Drumond se assiste hoje, de certa forma, uma corrida pelo cultivo de pinhão manso no semi-árido. Ele, contudo, salienta que as pesquisas com a planta na região ainda são bem recentes e é preciso ser prudente e buscar as informações técnicas já disponíveis para que não se venha a montar sistemas de produção insustentáveis. Os pesquisadores da Embrapa estão realizando testes com a cultura em campos experimentais dos municípios de Petrolina (PE), Araripina (PE), Senhor do Bonfim (BA) e Nossa Senhora da Glória (SE).

Testes conduzidos em área do Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia apontam a possibilidade de uma safra de 200-250 kg por hectare já aos primeiros 6-7 meses após o plantio. É um resultado surpreendente, afirma Marcos. Em registros de produção de países como Índia e Tailândia, onde o pinhão manso é utilizado para processamento de biodiesel, a colheita do pinhão se dá apenas um ano após o cultivo e alcança, no quarto ano a estabilidade de produção em torno de 1000 a 2000 kg/ha.

Marcos acredita que produção no semi-árido deve atingir esta marca também. E, afirma, como o agricultor só vai precisar investir uma vez na implantação da cultura, é um índice de produtividade que pode ser considerada excelente nas condições do regime de chuvas irregular do semi-árido nordestino, destaca o pesquisador. Sob irrigação, o pesquisador estima que safra por hectare pode chegar a dobrar (2000 a 4000 kg/ha).

Colza – O pesquisador José Barbosa dos Anjos destaca outra importante qualidade do pinhão manso. Segundo ele, o óleo da semente desta planta é parecido com o da colza, uma variedade de couve e da mesma família da canola, e que é muito usado na indústria química da Europa.

Mais Informações:

Marcos Antonio Drumond – pesquisador
Endereço eletrônico: drumond@cpatsa.embrapa.br

José Barbosa dos Anjos – pesquisador
Endereço eletrônico: jbanjos@cpatsa.embrapa.br

Fonte:

Nova tecnologia pode cortar em um terço o custo de produção do biodiesel

Nesta segunda-feira (16) foi assinado o primeiro contrato de licenciamento com a empresa privada Biocamp, do Mato Grosso. “[A tecnologia] coloca o Brasil em uma posição de destaque na produção de biodiesel. Em um ou dois anos, seremos o maior produtor mundial de biodiesel”, aposta o o pesquisador da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, Osvaldo Candido Lopes, um dos coordenadores do projeto.

Pelo contrato, a empresa terá que produzir um mínimo de 380 mil litros por ano. O projeto ficará em teste por dois anos em dez usinas, ainda não divulgadas. O objetivo é, posteriormente, usar a nova tecnologia em larga escala. O contrato não é exclusivo. A produção inicial deverá atingir 10 mil litros por dia. Um dos objetivos de se utilizar o biodiesel - combustível renovável e menos poluente-, é eliminar 1 bilhão de toneladas de carbono por ano por uma frota de 2 bilhões de carros.

A tecnologia desenvolvida pela Unicamp trata-se de um catalisador capaz de aumentar a velocidade da transformação de gordura animal e óleos vegetais em biodiesel. A diferença dos catalisadores já existentes é que o novo diminui em 10% o sabão gerado durante o processo. Nos processos atuais, para retirar a espuma formada, é necessário lavar o produto, o que gera umidade e a necessidade, posterior, de secar o biodiesel. “Simplifica o processo, aumenta o rendimento, diminui o gasto energético e enquadra o biodiesel dentro das normas brasileiras e mundiais”, destaca o pesquisador.

O catalisador é a substância colocada no álcool que promove a reação química. “Você conhece um rapaz, mas nunca conversou com ele. Aí, um dia, um parente põe vocês dois em contato e começam a namorar. O parente é o catalisador”, exemplifica o Osvaldo Lopes . “Sem ele, você não chega ao biodiesel”, ressalta. Várias substâncias podem ser usadas como catalisadores, como qualquer gordura animal, óleo de fritura, óleo de soja ou girassol.

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Biocombustível não compete com alimentos

O presidente Lula voltou a afirmar, ontem, na Venezuela, que a produção de biocombustíveis será uma boa saída para as economias mais pobres do mundo e defendeu a tese de que não existe competição entre a produção de alimentos e a de insumos para os biocombustíveis. “Ou seja: ninguém vai deixar de plantar feijão para plantar biocombustíveis. Ninguém vai deixar de plantar arroz para plantar biocombustíveis.


Lula deixou a Venezuela ontem à tarde e embarcou de volta ao Brasil - oportunamente, antes da entrevista coletiva dos demais presidentes à imprensa, conduzida pelo venezuelano, Hugo Chávez, após o encerramento da cúpula.

O presidente brasileiro afirmou, e repetiu, que o resultado dessa primeira reunião de presidentes da América do Sul para tratar da integração energética foi “extraordinária”. “Nós consolidamos a união da América do Sul. Nós criamos uma secretaria permanente e, pela primeira vez, fizemos uma discussão muito forte sobre a integração energética.”

Lula afirmou ainda que o potencial energético da América do Sul é equivalente a todas as reservas de petróleo existentes no mundo, referindo-se ao somatório do potencial de produção de gás, petróleo, biodiesel e energia hidráulica e eólica.

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Biodiesel deve elevar preço da soja

A construção da maior usina de biodiesel do País em Tibagi, região dos Campos Gerais, anunciada esta semana, deve mexer com o preço da soja. Isso porque o novo complexo industrial, quando estiver operando em capacidade plena, processará 6,6 mil toneladas da oleaginosa por dia, que resultarão em 1,2 milhão litros/dia de biodiesel.

De acordo com o diretor de empreendedorismo e incubação do Instituto Gene/Blumenau - entidade sem fins lucrativos que representa os investidores internacionais do projeto -, Horst Nilton Boeving, o cronograma físico-financeiro da nova usina ainda está sendo elaborado. A expectativa é que as obras iniciem entre agosto e setembro desse ano. A usina deve começar a operar no fim de 2008 e, no final de 2009 ou em 2010, estará em capacidade plena.

De acordo com o gerente técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, o volume de soja que a nova usina deve utilizar é relevante. “Se considerarmos que a usina vai operar 300 dias no ano (média de uma indústria de esmagamento), significa que serão consumidos 2 milhões de toneladas de soja, o que representa 16% da safra paranaense. É uma indústria de grande porte”, confirmou Turra.

Como o aumento da demanda leva à elevação de preço, seguindo a lógica do mercado, os produtores de soja já podem esperar por uma maior rentabilidade. “O impacto nos preços, porém, depende do ritmo de industrialização. Hoje, por exemplo, quase não existem usinas de biodiesel”, explicou.

Turra afirmou que, no mercado brasileiro, quase 97% da soja hoje produzida é transformada em óleo de soja e farelo. “A soja é pouco consumida em grão, apenas para consumo humano como suco à base de soja ou leite, mas em quantidade pequena”, explicou. Com a oleaginosa servindo de matéria-prima para a produção de biodiesel, deve reduzir a oferta de óleo de soja para consumo humano. “A tendência portanto, é que haja um aumento do preço do óleo de soja e uma queda no preço do farelo. Fechando as contas, deve haver aumento do preço da soja em grão.”

Investimento de R$ 303 milhões

A usina de biodiesel, resultado do convênio entre a Prefeitura de Tibagi e o Instituto Gene/Blumenau, consumirá 110 milhões de euros - aproximadamente R$ 303 milhões. Segundo as partes envolvidas, os recursos virão de investidores internacionais, e não há dinheiro governamental. A estimativa é de que sejam gerados 150 empregos diretos e outros mil indiretos.

O faturamento anual bruto da usina deverá ficar em torno de R$ 1,1 bilhão. O município de Tibagi é o terceiro maior produtor de soja do Estado, com participação de 22%. A prefeitura deve disponibilizar um terreno de 360 metros quadrados, avaliado em aproximadamente R$ 500 mil, para o empreendimento.

O município de Tibagi foi escolhido porque atendeu às exigências feitas pelos investidores internacionais. “Os investidores fizeram uma recomendações sobre como deveria ser o município para instalar a usina. Alguns foram descartados, como o caso de município não tivessem mais de 30 mil habitantes e que tivesse IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo”, explicou Horst Boeving.

Segundo ele, 40% da soja será comprada de agricultores familiares. Além da soja, a nova usina terá capacidade de utilizar outras nove matérias-primas, como girassol, pinhão-manso e canola.

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Biocombustível: uma ameaça?

Cerca de 200 organizações ambientalistas assinaram uma carta aberta em que qualificam de "grave ameaça disfarçada de verde" a idéia de elevar a produção e o consumo de biocombustíveis no mundo.


O documento, divulgado em Madri, na Espanha, critica duramente a União Européia (UE), que em março deste ano fixou metas de utilização de biocombustíveis. Um porta-voz das entidades condenou o entusiasmo brasileiro com as iniciativas neste sentido.

"A UE sugere que grande parte dos cultivos destinados a biocombustíveis terão de ser produzidos nos países do hemisfério sul e exportados para a Europa", afirma o texto.

O documenta alerta: "Ainda que isto pareça uma grande oportunidade para as economias do sul, os monocultivos para biocombustíveis, como de palmeiras, soja, cana-de-açúcar e milho, conduzem a uma maior destruição da biodiversidade."

O documento foi proposto pela organização espanhola Ecologistas en Acción, e divulgado ao fim de uma conferência realizada em Madri, um mês depois de a União Européia estabelecer metas de utilização de fontes alternativas em sua matriz energética.

A Comissão Européia, o braço executivo do grupo de 27 países, estabeleceu que pelo menos 20% de toda a energia consumida pelo bloco devem ser provenientes de fontes renováveis até 2020. A CE determinou que 10% dos combustíveis consumidos pelos automóveis de cada país sejam biológicos.

O porta-voz da Ecologistas en Acción, Tom Kucharz, disse que a demanda por biocombustíveis vai fomentar disputas por terras "nas áreas ecologicamente mais frágeis do globo", entre elas o Brasil. "Não entendemos o entusiasmo brasileiro em relação aos biocombustíveis, porque o Brasil tem grande experiência no tema, e conhece os efeitos negativos de uma má gestão da selva amazônica, que é um patrimônio da humanidade", afirma.

Fonte:

O pai do biodiesel decola

Pergunte ao professor EXPEDITO PARENTE como nasceu o biodiesel e o pai do combustível alternativo que supreendeu o mundo contará a história do ingazeiro. É mais ou menos assim: “Eu estava passando um fim de semana num sítio em Pacoti, no interior do Ceará, e decidi, depois de uma cachacinha, tomar um banho de cachoeira. Estava lá me refrescando quando fixei o olhar num ingazeiro. Já viu como é o Ingá? Parece uma vagem. Mas naquele momento, o formato do ingá me lembrou átomos de uma molécula de biodiesel, que eu estava tentando formular há tempo. No outro dia, passei no supermercado, comprei óleo de algodão, fui para o laboratório e com a ajuda de um catalisador fiz a transesterificação (reação química entre álcool etílico e oléo vegetal). Nasceu, assim, o biodiesel”. Os ensaios preliminares de combustão foram bons e Expedito resolveu testar o produto na oficina de um amigo. “Era o Bernardo, de 92 anos, alucinado por motores”, conta o professor. Seu Bernardo, naquele final dos anos 70, foi o primeiro mortal a ver um motor rodando com óleo vegetal. Bateu nas costas de Expedito e profetizou: “Esse negócio vai te levar longe, filho”.

Levou. Expedito José de Sá Parente, natural de Fortaleza, formado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduado em tecnologia química na França e na Alemanha e ex-professor da Universidade Federal da capital cearense , é hoje, aos 66 anos, o dono da Tecbio, referência mundial em combustíveis alternativos. Recentemente, ele esteve em Seattle, na sede da Boeing. Foi retribuir uma visita que o executivo Dave Daggett, chefe do departamento de combustíveis alternativos da fabricante norte-americana, fez ao Brasil em dezembro passado. Dagget veio ver de perto uma nova invenção de Expedito: o bioquerosene, feito a partir do babaçu. Voltou maravilhado a Seattle e, em parceria com a Nasa, tratou de fazer os primeiros estudos de viabilidade do combustível. “Tem que funcionar, né. No céu não há acostamento”, afirma Expedito. O professor não revela os termos do acordo com a Nasa e a Boeing. Diz apenas que ambas, em associação com a Tecbio, estão debruçadas sobre o projeto e que, em dois anos, será possível iniciar vôos experimentais com o bioquerosene. Entrar em comercialização é outra história. “Eu e Dave nos falamos semanalmente. Devo revê-lo em breve, em Seattle”.

Mas antes de pousar na terra da Boeing, o professor tomará um avião até o Norte do Brasil. Tem outro projeto grandioso por lá, que ele chama de Amazonização do biodiesel. “Vamos fazer ilhas energéticas, em regiões remotas, isoladas, que precisam do óleo diesel como combustível”, explica. Em certos lugares da Amazônia, conta ele, é comum a prática do escambo. “Os mascates trocam um botijão de 20 litros de óleo diesel por um saco de 60 quilos de feijão. É uma situação cruel”. A Tecbio desenvolveu uma máquina que funciona como uma mini-usina para processar o biodiesel e levará o equipamento para essas regiões. Utilizando plantas nativas da Amazônia, além de côcos e amêndoas, será possível extrair o óleo vegetal e transformá-lo em biodiesel. Mas a Amazonização vai além das ilhas energéticas. O projeto prevê, numa fase posterior, o reflorestamento de grandes áreas que foram devastadas. A Amazônia tem, hoje, 80 milhões de hectares em degradação. É preciso reflorestá-la para que haja matéria-prima em quantidade. “Com uma área de 80 milhões de hectares em condições normais, daria para abastecer a Europa com biodiesel”, garante o dono da Tecbio. Dinheiro, segundo ele, não vai faltar: “com o tratado de Kyoto, surgiram vários fundos de energia limpa com capacidade financeira para projetos ambientais e sociais. Já temos a sinalização de grandes parceiros para a Amazonização, mas não posso revelar seus nomes”.

Em qualquer discurso do professor cearense a questão ambiental é sempre colocada em destaque, à frente até das vantagens econômicas. “O biodiesel é, antes de tudo, um remédio social”, afirma Expedito. “Em 2004, a comissão de energia da ONU fez um balanço e concluiu que, de 1996 até aquele ano, o mundo havia consumido mais petróleo do que de 1900 a 1996. E os danos ambientais foram terríveis”. Além do prejuízo ao meio-ambiente, há a questão da finitude do petróleo, o que abriu espaço para os combustíveis alternativos. O mundo todo foi atrás do biodiesel, Nos EUA, ele é fabricado com soja. Na Alemanha, a maior produtora mundial, com um 1 bilhão de litros ao ano, o combustível vem da colza – conhecida por aqui como Canola. “Mas ninguém tem nossa diversidade de culturas. Temos uma variedade enorme de oleaginosas”, afirma Anna Paula Florentino, gerente comercial da Tecbio. E não só de oleaginosas. Há a possibilidade de se produzir no Brasil 500 mil toneladas de sebo bovino, gordura animal que pode ser utilizada como insumo para o biodiesel. “No ano que vem passaremos a Alemanha. Só a Tec-Bio já produz 600 milhões de litros anuais”, garante o professor. Esse volume da empresa equivale a 75% dos 800 milhões de litros previstos para a primeira fase do programa brasileiro de biodiesel.

Expedito poderia estar rico, se recebesse royalties por sua invenção. “Como o biodiesel passou muito tempo sem caráter comercial, a invenção entrou em domínio público”, explica. O projeto do biodiesel, segundo ele, foi engavetado durante décadas porque o governo estava focado no álcool etílico. Havia um lobby dos usineiros, nos anos 80, e uma crise no mercado internacional do acúcar. “Mas não estou preocupado com isso, não. Só olho para a frente, minha vida não tem retrovisor”. E olhando para frente, ele sonha com uma Amazônia reflorestada, abastecendo o mundo com biodiesel, e aviões voando com bioquerosene. E pensar que tudo começou na cachoeira de Pacoti.

Fonte: Portal do Meio Ambiente

Soyminas é 1ª baixa no programa do biodiesel

O Programa Nacional de Biodiesel terá a primeira baixa nas próximas semanas. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) prepara o cancelamento do Selo Combustível Social da produtora de biodiesel Soyminas, empresa com sede em Cássia, na região do Triângulo Mineiro. A unidade foi inaugurada em março de 2005 pelo presidente Lula.

A Soyminas é a primeira produtora de biodiesel a descumprir o contrato com a Petrobras. A empresa negociou no primeiro leilão organizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a venda de 8,7 milhões de litros de biodiesel com entrega física prevista para fevereiro. Segundo a ANP, o problema da Soyminas foi a qualidade do produto. Procurada pela reportagem, a empresa não se pronunciou.

?Já pedimos informações e não há sinal de vida. Já preparamos um parecer a partir do qual será tirado o selo social da empresa. É o primeiro caso no programa, infelizmente?, afirma Arnoldo Campos, coordenador do Programa de Produção e Uso do Biodiesel no MDA.

Fonte:

Manguinhos lança programa de reaproveitamento de óleo vegetal


Com a apresentação de um caminhão-tanque de recolhimento e a entrega dos primeiros litros de óleo de cozinha usado por cooperativas de catadores, a Refinaria de Manguinhos, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente, lançou nesta sexta-feira o Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove).

O diretor de Manguinhos Fernando César Barbosa, o secretário Carlos Minc e representantes de cooperativas de catadores de óleo do Rio de Janeiro, principal mão-de-obra a ser empregada em rede coletora - falaram sobre os benefícios ambientais dessa iniciativa e os ganhos econômicos, com a geração de emprego e renda para milhares de pessoas.

A produção de biodiesel a partir do reaproveitamento do óleo vegetal será a primeira experiência do gênero realizada no Estado do Rio de Janeiro. Manguinhos aproveitará óleo vegetal usado nas cozinhas cariocas para a produção de 4,5 milhões de litros/ano de biodiesel, o que proporcionará uma geração de renda para as cooperativas de cerca de R$ 2,7 milhões.

Com o tempo, novos atores sociais se incorporarão à iniciativa, como redes de restaurantes, hotéis e de supermercados, entre outros. Mas os atores principais dessa iniciativa serão sempre os moradores, que terão à disposição uma alternativa ecológica para o óleo de cozinha usado que, em geral, é despejado nas pias e lixões, contribuindo assim para o aumento da degradação ambiental.

Além de contribuir para a geração de trabalho e renda, por meio da inserção das cooperativas na cadeia produtiva do biodiesel, Manguinhos ajudará na redução da poluição dos rios e da Baía de Guanabara, da emissão de CO2 e dos custos para o tratamento de esgotos.

Fonte: Correio do Brasil

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Biodiesel no senado

Diretora da ABEE diz que indústria de energia eólica é a que mais cresce no mundo
Ao falar durante a audiência pública sobre fontes alternativas de energia, a diretora-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEE), Ivonice Campos, afirmou que essa indústria é a que mais cresce no mundo, atualmente. O país líder na utilização da energia eólica é a Alemanha, com 20 mil megawatts instalados. Em seguida, vêm os Estados Unidos, a Índia e a China, sendo que este último, em um ano apenas, instalou 1,2 mil megawatts.

Apesar de ter um potencial invejável, com várias cidades litorâneas apresentando ventos constantes e de boa qualidade, o Brasil não está entre os dez países que mais utilizam essa energia no mundo, conforme informou a diretora da ABEE. Segundo ela, um fator muito favorável à instalação de aerogeradores no Nordeste, por exemplo, é a complementaridade com o aproveitamento hidráulico: quando as águas que geram hidroeletricidade estão em baixa, os ventos para a energia aeólica estão em alta. O potencial de instalação é de 203 mil megawatts no Brasil inteiro, como informou.

Ainda segundo Ivonice Campos, esse potencial de instalação é tal que suportaria uma fábrica de aerogeradores e de equipamentos em cada um dos estados do Brasil. A maior vantagem dessas centrais de energia eólica é a rapidez com que uma central é montada. Leva-se apenas alguns meses - prazo bem reduzido se comparado com a construção de uma hidrelétrica. Outra vantagem é que a energia eólica pode ser utilizada nos segmentos da metal-mecânica e na produção de componentes de informática.

Para a diretora da ABEE, o Brasil precisa de uma política energética que priorize a instalação de fábricas de aerogeradores e equipamentos, com sustentabilidade econômica. Ela explicou que as centrais podem ser construídas muito próximas umas das outras e até instaladas no mar.

- Na Alemanha, por exemplo, 26% da matriz energética provém de energia eólica. No Brasil, representa apenas uma solução complementar ao Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia, que prioriza álcool combustível e biodiesel, mas seu potencial é imenso - concluiu Ivonice Campos.

Manoel Polycarpo de Castro Neto, coordenador-geral de Biocombustíveis da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), lembra que as alterações climáticas estão tornando-se uma preocupação cada dia maior, com secas e enchentes em várias regiões, quebra de safra e até com a ocorrência de ciclones, como o Catarina,que atingiu o sul do país.

Manoel Polycarpo lembrou que o clima mundial está sendo modificado pelo aumento da emissão dos gases dióxido de carbono e metano, especialmente porque 70% da matriz energética mundial é baseada em combustíveis fósseis, como petróleo, o que contribuiria para o aumento do efeito estufa. Na América Latina, recordou, há a diminuição de produção agrícola em função de mudanças climáticas bruscas que estão causando até o derretimento de geleiras nos pólos.

O coordenador-geral de Biocombustíveis da ANP lembrou que a agência tem como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas não apenas da indústria do petróleo, mas também em relação ao gás natural e aos biocombustíveis.

- Estamos cuidando do Programa Nacional de Biodiesel, que prevê mistura de dois por cento de biodiesel no diesel, medida que será obrigatória a partir do próximo ano. Já estamos produzindo oitocentos milhões de litros de biodiesel por ano e, em 2008, a produção será de um bilhão de litros, suficientes para cumprir a meta de adicionar dois por cento ao diesel produzido no país - ressaltou.

Manoel Polycarpo lembrou que 43,6% da matriz energética do Brasil é baseada em fontes renováveis. Isso é bom, disse, reconhecendo que a maior parte desse percentual é de hidroeletricidade. No mundo inteiro, a percentagem de fontes renováveis é de somente 12 ou 13%, concluiu.

Biodiesel acelera uso de oleaginosas

O interesse mundial pelo biocombustível está alavancando a produção de outras oleaginosas além da soja no País. Só na última safra a área plantada de girassol e mamona avançou 17,3% (de 66,9 mil hectares para 80,9 mil hectares) e 27% (de 147,9 mil hectares para 203,3 mil hectares) e a produção saltou 22% e 30% respectivamente, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O presidente da Brasil Ecodiesel, Nelson José Côrtes da Silveira afirma que a empresa deverá promover o aproveitamento de 300 mil toneladas de mamona e semente de girassol até o final do ano. A companhia pretende ampliar para 25% o uso dessas espécies na obtenção de óleos vegetais, promovendo uma redução de 85% para 75% no uso de soja. “São culturas de segurança, estão menos sujeitas a irregularidades climáticas e requerem menor investimento por hectare”, avalia Silveira. Segundo o presidente da Brasil Ecodiesel, a soja não é sustentável a longo prazo para a produção de biocombustível.

Para fomentar o aumento da produção a empresa, que investe em agricultura familiar e hoje atua em 436 municípios, deverá ampliar sua rede de produtores parceiros que hoje é de cerca de 100 mil agricultores e chegar a 1.200 municípios até o final de 2007. No ano que vem a companhia espera que até 40% da sua matéria-prima seja proveniente de agricultores familiares, o que representará 250 mil toneladas de óleo. “O principal objetivo da Brasil Ecodiesel é organizar a agricultura familiar. Nosso foco é o desenvolvimento regional do Nordeste”, diz.

Atualmente, a capacidade das 21 plantas autorizadas para a produção de biodiesel pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de 789,42 milhões de litros, desses 256,5 milhões poderão ser gerados pela Brasil Ecodiesel.

A Caramuru também irá se expandir este ano. Segundo o vice-presidente da companhia, Cesar Borges, a empresa está estudando o mercado e dentro de 90 dias irá anunciar novos investimentos. Desde a explosão do mercado de biocombustível investidores de vários países já procuraram a empresa para propor negócios voltados exclusivamente para a agroenergia. “A empresa está aberta para o capital estrangeiro, mas espera investimentos de forma global”, afirma Borges. Atualmente, a Unidade de Extração e Refino de Óleos Especiais da companhia, que extrai óleo de soja, milho, girassol e canola tem capacidade para processar 500 toneladas por dia.

A Oleoplan espera apenas o licenciamento da ANP para colocar mais uma usina em funcionamento. Este ano a produção da empresa deve chegar a 100 milhões de litros, sendo que 10% já foi vendido para a Petrobras. Com foco na agricultura familiar a Oleoplan desenvolve projetos de mamona, canola, girassol, pinhão manso e tungue. Este ano irá implementar lavouras piloto de mamona abrangendo pelo menos 3 mil produtores familiares. A Granol Indústria, Comércio e Exportação também acaba de anunciar a construção de mais uma unidade produtora de biodiesel.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também deve iniciar ainda neste semestre um grande projeto em rede de pesquisa em oleaginosas. Um grupo multidisciplinar de pesquisadores em unidades de pesquisa de todo o País estão mobilizados para estudar a viabilidade socioeconômica e ambiental das cadeias produtivas da canola, girassol, mamona, soja e dendê. “Nessas pesquisas estão sendo desenvolvidos novos sistemas produtivos sustentáveis, cultivares mais apropriadas e novos processos de extração de óleo”, explica a coordenadora de articulação e integração de projeto do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Suzana Druck.

Segundo ela, desde que o tema de biocombustíveis se tornou pauta constante dos assuntos do governo a demanda por pesquisas e o interesse pelo trabalho que a Embrapa vem desenvolvendo nessa área aumentou, inclusive por países da Europa. Há um namoro da União Européia nessa área, mas não há ações efetivas. A Embrapa tem sido bastante procurada, mas projetos internacionais não se estabelecem do dia para a noite”, diz Druck.

Priscila Machado
Fonte:

Paraná terá usina de biodiesel

Fundo europeu elege Tibagi (PR) para construir usina que utilizará sojacomo matéria-prima. O município de Tibagi, no Centro Sul do Paraná terá investimento de " 110 milhões (R$ 302,5 milhões) para a construção da maior usina de biodiesel produzido a partir de soja do País. O empreendimento é resultado de um convênio entre a Prefeitura de Tibagi e o Instituto Gene/Blumenau - entidade sem fins econômicos que representa investidores internacionais do projeto. O faturamento anual bruto da usina deverá ficar em torno de R$ 1,1 bilhão. Tibagi é o terceiro maior produtor de soja do Estado, com 22% do total do Paraná que em 2007 deverá chegar a 12 milhões de toneladas.

"É o investimento mais importante que o município já recebeu. Além do dinheiro que vai movimentar a economia local, com geração de arrecadação de impostos, também haverá uma contrapartida social, com a geração de emprego e a prioridade para a agricultura familiar", comentou o prefeito Sinval Silva (PMDB).

A contrapartida do município será um terreno de 360 mil metros quadrados, avaliado em R$ 500 mil, para o empreendimento. "Esse valor será 100% revertido em obras sociais em Tibagi", justificou o prefeito.

O complexo industrial de biodiesel de Tibagi terá capacidade de processar 6,6 mil toneladas de soja por dia e produzirá diariamente 1,2 milhão de litros de biodiesel e 2,5 toneladas de farelo de soja. A estimativa é de criação de 150 empregos diretos e outros mil indiretos.

Fonte: com informações da

Equipamento irá avaliar a qualidade do biodiesel em Mato Grosso

O reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Paulo Speller, participa amanhã (19), às 8h30, da entrega do Cromatógrafo a Gás para determinação de marcadores em biodiesel. O equipamento de alta tecnologia foi cedido, em regime de comodato, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) à Central Analítica de Combustíveis (CEANC) do Departamento de Química, do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET). A solenidade será realizada na sala de sessões dos Órgãos Colegiados Superiores, no prédio da reitoria.

O equipamento será utilizado no controle da qualidade do biodiesel vendido em Mato Grosso. O cromatógrafo torna possível a realização de análises quantitativas, que indicam se está correta a proporção de biodiesel adicionado ao óleo diesel; e qualitativas, que permitem a identificação da origem do biodiesel por meio de marcador químico que, obrigatoriamente, os produtores misturam ao combustível. Cada produtor possui um marcador específico, que individualiza o produto.

Ao todo, sete cromatógrafos estão sendo entregues pela ANP a laboratórios e institutos de pesquisa participantes do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis. Além da UFMT, já receberam os equipamentos universidades da Bahia (Unifacs), do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Piauí (UFPI). O Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP, localizado no Distrito Federal, e os laboratórios de universidades de São Paulo (Unesp) e Rio Grande do Sul (UFRGS) também receberão o equipamento.

Coordenada pelo professor Edinaldo de Castro e Silva, a Central Analítica de Combustíveis já faz o monitoramento de qualidade nos 900 postos em atividade no Estado de Mato Grosso. Para ele, o controle de qualidade do biodisiel é muito importante, por ser um processo novo, e existe a preocupação de que não danifique os motores dos veículos.

Fonte: 24 horas News

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Charge do Dia



Esta charge do Sinovaldo foi feita originalmente para o

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Obras de instalação da Brasil Ecodiesel ficam prontas em três semanas

A empresa Brasil Ecodiesel S. A. terá suas instalações físicas concluídas em 3 semanas. A informação é de técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental "Henrique Luiz Roessler" (Fepam), que estão em Rosário do Sul (na região da Fronteira Oeste, a cerca de 400 km de Porto Alegre, para inspeção na planta industrial da empresa, localizada no km 488 da BR -158.

A vistoria integra conjunto de procedimentos visando concessão da Licença de Operação (LO) e está sendo realizada pelos engenheiros-químicos Renato Chagas, chefe da Divisão de Controle da Poluição Industrial (Dicopi); Roseane Adegas, chefe do Serviço de Licenciamento de Atividades Industriais em Implantação (Selai); e Ângela Schunemann, também do Selai.

De acordo com o engenheiro-químico Renato Chagas, as obras estão em estágio avançado e em três semanas devem estar prontas. Ele informou também que o tratamento de efluentes e o sistema de resíduos sólidos estão parcialmente concluídos e a tancagem, finalizada. A Brasil Ecodiesel adquiriu da Avipal, em São Luiz Gonzaga, uma unidade esmagadora de soja e girassol para processamento destes produtos.

Proteção ambiental

A Licença de Instalação (LI) do empreendimento foi assinada em 17 de janeiro de 2007 e prevê a produção de 360 mil litros/dia de biodiesel a partir do metanol e óleo diesel, a maior do Estado. São 18 milhões e 360 mil litros de biodiesel por mês,1.800 toneladas de glicerina, 230 toneladas de ácido graxo e 16,5 toneladas de sais.

Ocupando área útil de 11,6 mil metros quadrados, a empresa deve funcionar 24 horas diárias. Entre as diversas providências para proteção ambiental formuladas pela Fepam está a instalação de bacias de contenção para evitar contaminação por vazamentos em toda a área de processamento, recebimento, transferência e tancagem, com drenagem para um sistema de coleta.

Também foram determinações da Fundação a destinação adequada dos resíduos sólidos, a proibição de lançamento de efluentes líquidos industriais em cursos d'água sem prévia autorização e o impedimento de queima a céu aberto de resíduos sólidos de qualquer natureza.

Fonte:

Biodiesel europeu

O lucro dos produtores de biodiesel da União Européia está deprimido pelo produto de mais baixo custo importado dos EUA, disse o Conselho Europeu do Biodiesel (EBB). Este ano, a UE importou dos EUA 35 mil toneladas por mês do combustível B99.9, disse Raffaello Garofalo, secretário-geral do EBB. Os subsídios dos EUA permitem que o país venda o biocombustível a preços menores que os da UE.


Fonte:

Mamona "social" vira óleo para químicas


Uma operação inusitada, ainda que permitida por lei, começa a incomodar alguns dos principais agentes da área de biodiesel do país. Parte da mamona produzida por agricultores familiares, aquela que garante às usinas um regime tributário vantajoso, é esmagada, mas o óleo resultante é vendido no mercado físico para uso industrial e não entra na composição do biodiesel, como apregoava o governo em seu plano de incentivo ao combustível.

A Aboissa Óleos Vegetais, corretora que atua há 20 anos no mercado de óleos vegetais, adquiriu recentemente remessas do produto processado pelas usinas de biodiesel. "O óleo de mamona é um produto nobre, muito mais caro que o biodiesel. Nenhuma usina está fazendo combustível com ele. Não é economicamente viável produzir biodiesel de mamona", afirma Roberto Silvério, operador de mercado da empresa.

Silvério observa que, enquanto o litro do biodiesel adquirido pela Petrobras é vendido por R$ 1,75, em média, o óleo de mamona custa R$ 2,85 por litro. É esse diferencial, diz, que tem levado usinas a vender o óleo de mamona para outros fins e comprar matérias-primas mais baratas, como o óleo de soja refinado (R$ 1,56 o litro) e o óleo de algodão semi-refinado (R$ 1,47). "O ano foi difícil para as indústrias. É natural que busquem saídas para garantir rentabilidade", resume Nivaldo Trama, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel.

Francisco Ourique, diretor comercial da Brasil Ecodiesel, admite que a companhia faz a inusitada operação, mas por questões logísticas. "A indústria não pode estocar os insumos, e o processamento só é lucrativo quando se usa toda a capacidade dos tanques. Quando houve problema de estocagem, optamos por vender o óleo de mamona", diz.

Segundo ele, em um ano e meio de operações a Brasil Ecodiesel vendeu 600 toneladas de óleo de mamona. "Nossa produção de biodiesel nesse mesmo período foi de 100 mil toneladas. Foi, portanto, um volume residual e não afetou o mercado". Uma fonte de uma grande exportadora brasileira de óleo de mamona, que preferiu não ser identificada, confirmou ter comprado da Brasil Ecodiesel 150 toneladas de óleo de mamona no início do ano. E defendeu o negócio. "Se todas as usinas que têm o selo social realmente utilizarem a mamona [para a produção de biodiesel], haverá um sério problema no mercado, porque não há oferta suficiente de matéria-prima".

A produção nacional de mamona gira em torno de 100 mil toneladas, sendo que as duas maiores empresas do ramo - Bom Brasil e A.Azevedo Indústria e Comércio de Óleos - consomem 92 mil toneladas por ano. "Quando a oferta cai, os preços sobem e as indústrias químicas reclamam da falta de produto. É um mercado sensível", reitera a fonte.

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) aponta um rendimento médio de 700 quilos de óleo de mamona por hectare plantado. A Conab estima um plantio na atual safra de 209,1 mil hectares, o que tende a gerar uma safra de 146,3 mil toneladas de óleo de mamona neste ano.

Conforme o Ministério do Desenvolvimento Agrário, hoje só a Brasil Ecodiesel processa óleo de mamona no país. As demais empresas que cultivaram a oleaginosa ainda não colheram. Dentre as entregas que a Brasil Ecodiesel deve fazer neste ano para a Petrobras, 208,2 milhões de litros virão de unidades na Bahia, no Ceará e no Piauí - e, em tese, metade desse volume deveria ser obtido com o processamento de mamona.

Conforme Instrução Normativa nº 1 do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que regulamenta a lei nº 11.116/05, as usinas do Nordeste e do semi-árido com selo social devem adquirir 50% da matéria-prima processada (mamona ou palma) de agricultores familiares. O índice é menor para Sudeste e Sul (30%), e para Norte e Centro-Oeste (10%). Mas a mesma lei ressalva, no artigo 15, que o biodiesel "terá que ser processado, preferencialmente, a partir de matérias-primas produzidas por agricultor familiar". É o "preferencialmente" que dá margem para a venda do óleo a outras indústrias.

Arnoldo Campos, coordenador do Programa de Biodiesel no Ministério do Desenvolvimento Agrário, reconhece que não há verificação das matérias-primas usadas no biodiesel. "O governo checa se as empresas com selo social estão adquirindo a matéria-prima de agricultores familiares nos volumes exigidos por lei. E isso está acontecendo".

Mas a operação é alvo de críticas de algumas companhias do segmento. "A empresa que tem selo social ganha dinheiro vendendo o óleo de mamona, que é mais caro, e com a redução de tributos", afirma Marcello Brito, diretor-comercial da Agropalma. O selo social garante às usinas do Norte e Nordeste que usam palma ou mamona isenção de PIS/Cofins e Cide, num total de R$ 0,218 por litro. Nas demais regiões, o desconto é de R$ 0,211. "Uma legislação isonômica seria melhor", pondera Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).


Fonte:

Sebo é disputado para biodiesel

Com a demanda por biodiesel, o preço da tonelada de sebo bovino do boi saltou de R$ 650 em março 2006 para R$ 1.200, em março de 2007. 'O preço do sebo começou a subir em janeiro de 2006 e não parou mais', afirma o analista do mercado de bioenergia da Safras & Mercados, Miguel Biegai Júnior. Ele estima em 600 mil toneladas/ano a disponibilidade de sebo bovino no País . 'Se esse total fosse usado para a produção de biodiesel, daria cerca de 500 milhões de litros.'

Além do sebo bovino, o de frangos e suínos são alternativa para a produção de biodiesel, com maior potencial para a gordura de frango, segundo o veterinário Luciano Roppa. 'Como o sebo de suínos e de bovinos é bastante valorizado na produção de embutidos, cosméticos e produtos de limpeza, é mais viável produzir energia com a gordura de frango nos pólos produtores de aves.' Roppa diz que se na propriedade o produtor de suínos tiver frigorífico registrado pela inspeção estadual e não utilizar o sebo para embutidos, pode transformá-lo em biodiesel.

PARA O PEQUENO

A empresa Blinda, de Campinas (SP), desenvolveu uma planta de produção do biocombustível para pequena propriedade, para produzir até 35 mil litros de biodiesel ao mês. A planta custa cerca de R$ 180 mil. 'Estima-se que, ao produzir seu próprio combustível, o pequeno produtor pode reduzir pela metade os custos com diesel', diz Carlos Burgon, diretor da divisão de biodiesel da empresa.


Beth Melo
Fonte:

Amazônia discutirá programa nacional de biodiesel

A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional vai promover audiência pública para discutir as ações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Será convidado para discutir o tema o diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, Eudoro Santana. O debate foi proposto pelo deputado José Guimarães (PT-CE). A audiência ainda não tem data marcada.

Guimarães lembra que o objetivo do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel é implementar, de forma sustentável, tanto técnica, como economicamente, a produção e uso do Biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, por meio da geração de emprego e renda.

Na avaliação do deputado, outra característica importante do programa é utilizar matérias-primas locais e estimular a instalação de usinas de produção de óleo, em parceria com governos estaduais e municipais. José Guimarães ainda cita a distribuição da riqueza como um dos impactos importantes do programa, já que a produção de biodiesel garante a oportunidade para a inclusão social de milhares de famílias que, hoje, dependem exclusivamente da agricultura de subsistência.

"No ceará, em ação articulada pelo Dnocs, serão construídas unidades de extração de óleo de mamona no entorno das usinas de produção de biodiesel, organizando os pequenos produtores rurais em cooperativas, com vistas a garantir maior valor agregado à mamona cultivada", afirma o parlamentar.

Para ele, devido ao grande alcance social do Programa, torna-se indispensável que a comissão conheça seu projeto executivo, as dificuldades encontradas, e acompanhe seus resultados.


01/04/2007
Fonte: Agência Câmara

Biodiesel ainda não é o combustivel ideal

A coordenadora do grupo de pesquisa em biodiesel do Iapar, Dalziza de Oliveira, defende que, além de atender a frota em escala nacional, é preciso encontrar espaço para que comunidades agrícolas possam se beneficiar da produção do biodiesel. ''É importante perceber que a questão das energias renováveis é um processo irreversível. Mas é preciso questionar, participar, para que o poder econômico não dite todas as regras.''

Nos meios científicos, a discussão é que o biodiesel e o álcool venham preencher uma lacuna nos próximos 30, 40 anos. ''A partir daí, espera-se que haja opções mais limpas, que o carro a hidrogênio se viabilize, e que se utilize muito mais a energia solar, das marés e eólica.''


Dorico da Silva
Fonte: Folha de Londrina

Conab indica aumento de produção de mamona e girassol

Matérias-prima na produção de biodiesel, mamona e girassol deverão apresentar aumento de produção em 2006/07. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje, aponta crescimento também na área a ser cultivada.

A produção de girassol está projetada em 119,8 mil toneladas, com aumento de 28% sobre o total colhido em 2005/06. A área plantada deve subir de 66,9 mil para 80,9 mil hectares, acréscimo de 20,9%. A produtividade está estimada em 1.481 quilos por hectare, com alta de 5,9%. Já a safra de mamona está estimada em 148 mil toneladas, com aumento de 42,4% sobre a colheita obtida em 2005/06, de 103,9 mil toneladas. A área deve subir 37,5%, passando de 147,9 mil hectares para 203,3 mil hectares. A produtividade está projetada em 728 quilos por hectare, 3,6% maior do que na temporada anterior.

Fonte:

Expansão de biocombustíveis no Brasil se dará via mercado interno, diz consultoria

Em relatório divulgado na última terça-feira (27), a Tendências Consultoria afirmou que o crescimento do setor de biocombustíveis no Brasil se dará por meio de recursos do próprio mercado interno. "O que se pode afirmar é que, por ora, o principal caminho para o desenvolvimento dos segmentos de álcool e biodiesel no país virá do imenso potencial do mercado interno brasileiro", diz o documento.

A recente visita do presidente norte-americano George W. Bush ao Brasil agitou o complexo sucroalcooleiro do país, sobretudo pela expectativa dos Estados Unidos reduzirem substancialmente os impostos incidentes na importação do produto brasileiro.

"Com os olhos voltados para o desenvolvimento do próprio mercado doméstico, o governo Bush não tomou nenhuma medida nesse sentido, restringindo-se em assinar acordos de cooperação tecnológica", afirmam os analistas da consultoria.

Alternativa frente ao petróleo

A dependência do petróleo tem feito vários países tomarem resoluções de restrição ao uso de combustíveis fósseis, substituindo-os por combustíveis alternativos. A recente postura dos Estados Unidos é um claro exemplo disso.

"Eles vêm o álcool como uma possibilidade de estarem menos expostos à volatilidade dos preços do petróleo, intimamente ligado ao fato de a maior parte da produção mundial ainda estar no Oriente Médio, região extremamente conflitante", dizem os analistas da consultoria.

Além disso, o mercado petrolífero ainda sofre a pressão da influência da ação coordenada dos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para se manter os preços internacionais em patamares elevados. Com o álcool e o biodiesel, surgiria uma alternativa mundial.

Competitividade brasileira

Segundo a Tendências, o Brasil consegue fabricar álcool ao menor custo se comparado ao restante do mundo. Para se ter uma idéia, o limite mínimo de substituição da gasolina por esse derivado sucroalcooleiro é de US$ 25,00 por barril de petróleo. "Para o etanol norte-americano, feito de milho, esse limite é de US$ 40,00, enquanto que chega a US$ 55,00 no caso do biodiesel feito de soja", ressaltam os analistas da consultoria.

Esse cenário extremamente rentável permite que o Brasil tenha uma capacidade de desenvolvimento sem necessitar de subsídios governamentais. "O país também se destaca pela bem-sucedida adaptação e pelo uso já amplamente difundido do álcool na frota brasileira de veículos", diz a Tendências.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 83% dos automóveis leves vendidos mensalmente atualmente no Brasil contam com a tecnologia flex fuel, sendo que, desde janeiro de 2003, foram comercializadas mais de 3 milhões de unidades.

Exportações: aumento no longo prazo

No que se refere ao mercado externo, a projeção da Tendências é a de que, em um período de 10 anos, as exportações brasileiras de etanol cheguem a 7 bilhões de litros, contra os atuais 2,73 bilhões de litros. "As vendas externas serão importantes para o complexo sucroalcooleiro do país, mas não serão um driver para a produção interna", ressaltam os analistas da consultoria.

Não obstante, a Tendências faz uma ressalva considerável no que tange às exportações do Brasil. "Não é possível confiar cegamente em nenhuma projeção para as vendas externas, as quais dependem intrinsecamente de decisões discricionárias dos governos de todo o mundo", diz a consultoria.

Na opinião dos analistas da Tendências, a rentabilidade verificada atualmente nesses embarques não deve se sustentar no longo prazo, na medida em que outros países deverão incrementar a sua produção e os preços tenderão a recuar.

Fonte: