MANÁGUA, 24/04 - O etanol, uma alternativa para os altos custos do petróleo, cujo uso e produção são promovidos pelo Brasil e Estados Unidos, não será tema de discussão da Comissão Mista nicaragüense-brasileira instalada em Manágua, informaram fontes governamentais da Nicarágua.
O foro de cooperação, que durante dois dias vai analisar 37 projectos de diversas áreas, incluindo a energética, passará por alto a temática relativa à produção de um substituto para a gasolina a partir da transformação de alimentos como milho ou cana-de-açúcar, acrescentaram as fontes.
"Não podemos pensar que vamos tirar etanol do milho ou da cana-de-açúcar", disse à AFP o ministro nicaragüense de Energia e Minas, Emilio Rapacciolli.
A forma como se "vislumbram os projectos que possamos ter com o Brasil no campo do biodiesel" é em nível privado, de modo que as empresas brasileiras dêem assistência técnica e financiamento a pequenos produtores locais para a plantação, coleta e processamento da palma africana, disse Rapacciolli.
A partir da palma africana, pode-se extrair óleo vegetal que não é de uso para o consumo humano e "pode se transformar em biodiesel para os veículos", completou o ministro. Um dos grupos económicos mais importantes da Nicarágua "está produzindo e exportando etanol", a partir da cana-de-açúcar, e recentemente apresentou ao governo um projecto para aumentar a capacidade de produção e exportação avaliado em 45 milhões de dólares, comentou o ministro.
"Esta iniciativa privada tem o apoio do governo", disse Rapacciolli, como um indicador da tolerância oficial a projectos deste tipo.
Em matéria energética, com o Brasil, há avanços ao nível técnico para desenvolver dois projectos que "vão ajudar a mudar a matriz da geração de energia com petróleo", acrescentou.
Estes projectos de energia hidroeléctrica estariam prontos para 2010 e aumentariam a capacidade instalada no país em 240 megawatts, destacou o ministro
Fonte: Angola Press
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