quarta-feira, 4 de abril de 2007

Austrália e Europa em confronto


O confronto entre a União Europeia e a Austrália começou depois dos comentários feitos por Stravos Dimas, comissário europeu para o Ambiente, durante a reunião do Painel Intergovernamental para as Mundanças Climáticas, reunido esta segunda-feira, em Bruxelas.

As críticas do comissário europeu focaram a relutância, demonstrada pelos Estados Unidos e pela Austrália, em assinar o Protocolo de Quioto, em 1997.

"É uma questão de orgulho político o que impede a Austrália de ratificar Quioto. Se o governo australiano quisesse incentivar as negociações internacionais, ratificaria o tratado", disse Stravos Dimas, durante a sua intervenção no Painel Intergovernamental.

Do lado australiano, a resposta chegou pela voz do primeiro-ministro, John Howard. Para Howard, a "União Europeia deve preocupar-se com os seus próprios países, de maneira a conseguir que os estados-membros cumpram as metas que a UE definiu".

O líder australiano relembrou, ainda, que há 12 países da União Europeia que não devem conseguir cumprir os objectivos de Quioto. As críticas mais duras atingem países como Portugal, Espanha, Dinamarca, Irlanda e Itália.

O aviso foi lançado pelas empresas de combustíveis com o objectivo de alertar a União Europeia para o facto dos planos no domínio dos biocombustíveis poderem afectar as florestas do planeta.

O biodiesel é produzido à base de substâncias naturais de algumas plantas e de etanol, proveniente da fermentação de amido ou de plantas com altos índices de açúcar.

Alguns biólogos já alertaram para o facto da Terra não ter capacidade produtiva suficiente para alimentar pessoas com necessidades proteicas e ainda para fazer andar automóveis com combustíveis provenientes de plantas.

A proposta da União Europeia pretende que, até 2020, a utilização de biodieseis passe para o dobro. O uso de biocombustíveis tem sido defendido pela indústria automóvel, como forma de conseguir diminuir a emissão de gases de efeito de estufa. Para além disso, a UE quer que, daqui a 13 anos, 20% da energia mundial provenha de energias renováveis.

Fonte: Diário da Europa

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