segunda-feira, 23 de abril de 2007

Nova tecnologia pode cortar em um terço o custo de produção do biodiesel

Nesta segunda-feira (16) foi assinado o primeiro contrato de licenciamento com a empresa privada Biocamp, do Mato Grosso. “[A tecnologia] coloca o Brasil em uma posição de destaque na produção de biodiesel. Em um ou dois anos, seremos o maior produtor mundial de biodiesel”, aposta o o pesquisador da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, Osvaldo Candido Lopes, um dos coordenadores do projeto.

Pelo contrato, a empresa terá que produzir um mínimo de 380 mil litros por ano. O projeto ficará em teste por dois anos em dez usinas, ainda não divulgadas. O objetivo é, posteriormente, usar a nova tecnologia em larga escala. O contrato não é exclusivo. A produção inicial deverá atingir 10 mil litros por dia. Um dos objetivos de se utilizar o biodiesel - combustível renovável e menos poluente-, é eliminar 1 bilhão de toneladas de carbono por ano por uma frota de 2 bilhões de carros.

A tecnologia desenvolvida pela Unicamp trata-se de um catalisador capaz de aumentar a velocidade da transformação de gordura animal e óleos vegetais em biodiesel. A diferença dos catalisadores já existentes é que o novo diminui em 10% o sabão gerado durante o processo. Nos processos atuais, para retirar a espuma formada, é necessário lavar o produto, o que gera umidade e a necessidade, posterior, de secar o biodiesel. “Simplifica o processo, aumenta o rendimento, diminui o gasto energético e enquadra o biodiesel dentro das normas brasileiras e mundiais”, destaca o pesquisador.

O catalisador é a substância colocada no álcool que promove a reação química. “Você conhece um rapaz, mas nunca conversou com ele. Aí, um dia, um parente põe vocês dois em contato e começam a namorar. O parente é o catalisador”, exemplifica o Osvaldo Lopes . “Sem ele, você não chega ao biodiesel”, ressalta. Várias substâncias podem ser usadas como catalisadores, como qualquer gordura animal, óleo de fritura, óleo de soja ou girassol.

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