quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O Brasil tem agora 40 Usinas de Biodiesel Autorizadas a Funcionar

A ANP divulgou ontem (29/08) a atualização das usinas autorizadas a produzirem Biodiesel no Brasil.

Com a autorização de mais quatro usinas, agora são 40 no total de plantas autorizadas a produzirem Biodiesel no Brasil.

Veja aqui o quadro com o Mapa do Biodiesel

Fonte:

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Biodiesel gera empregos no RS


Além da fabricação de biodiesel, outro efeito positivo que a Oleopan está proporcionando na região é a geração de empregos em áreas técnicas. Para ocupar as 162 vagas a serem abertas entre janeiro deste ano e o final de 2008 serão contratados funcionários com nível superior das áreas de engenharia, química e biologia e agronomia captados, de preferência, em Veranópolis.

Uma dessas vagas foi ocupada por Diego Grandi, 22 anos, que deve concluir no dia 3 de outubro o curso de Engenharia de Materiais. Apesar de ter escolhido essa profissão de olho em uma vaga nas indústrias metalúrgicas instaladas no município, Diego se diz satisfeito com o novo emprego.

- O equipamento e a tecnologia foram desenvolvidos dentro da própria empresa e pude acompanhar todo esse processo. A usina só tende a crescer, então a oportunidade para desenvolvimento profissional cresce junto - avalia.

Além do trabalho na usina, a empresa contratou um corpo de técnicos e agrônomos para trabalhar no fomento de novas culturas pelos agricultores da região. Além de soja e de canola, a empresa manterá projetos de incentivo ao plantio de mamona, girassol e pretende retomar o cultivo de tungue, que teve seu auge na década de 1960.

Para o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Veranópolis, Luciano Zanella, o incentivo à produção de matérias-primas alternativas à soja deverá movimentar a agricultura familiar não apenas no município, mas em todo o Norte e Nordeste gaúcho. Hoje a empresa é uma das maiores compradoras de soja do Estado.

- A Oleoplan eqüivalerá a 50% da geração de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do município. Para nós, além do equilíbrio fiscal, a empresa é fundamental para a geração de empregos, principalmente técnicos, e para a geração de renda extra em relação a agricultura - informa Zanella.


Fonte:

Usina de biodiesel de sebo bovino é inaugurada em São Paulo


O Grupo Bertin, holding que atua nos segmentos de agroindústria, infra-estrutura e energia, iniciou na semana passada as operações de sua primeira usina de biodiesel a base de sebo bovino - tem a maior capacidade já instalada no mundo para a fabricação do biocombustível. Com investimento total de R$ 42 milhões, a unidade comporta um processamento anual de 110 milhões de litros de biodiesel, produzido dentro dos padrões de qualidade que atende às exigências nacionais e internacionais. “A meta é abastecer o mercado interno e, posteriormente, o externo, contribuindo com o avanço das matrizes energéticas limpas e renováveis”, ressalta Rogério Barros, diretor comercial da Bertin Biodiesel.

A usina, localizada no km 179 da Rodovia BR 153, em Lins, interior de São Paulo, também está preparada para operar com óleos vegetais. “Embora nosso foco esteja no sebo, pela tradição da companhia na verticalização da cadeia bovina, não descartamos o uso de outras matérias-primas”, afirma César Abreu, diretor industrial da Bertin Biodiesel.

O processo de produção utilizado é o da transesterificação - reação da gordura animal e/ou óleo vegetal com um álcool (no caso do Bertin, o metanol), impulsionada pela presença de um catalisador. Como resultado obtém-se biodiesel e glicerina, co-produto destinado aos segmentos farmacêutico, cosmético e químico.

Informatizada, a unidade conta com o que há de mais moderno em equipamentos e possui um laboratório de análises altamente tecnológico apto para certificar o produto de acordo com as especificações técnicas nacionais e internacionais. Instalada dentro de um complexo industrial de 500 mil m2, que engloba outras atividades do Grupo, a usina ocupa 30 mil m2 de área construída.

Ao todo serão gerados mais 200 empregos diretos e indiretos. Hoje, o Bertin é o maior empregador da região de Lins, com 11 mil funcionários diretos.

Teste de performance

Após a inauguração da usina, seis caminhões, modelo VW 19.320E, percorrerão 100 mil quilômetros. Três estarão abastecidos com a mistura B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) e os demais atuarão como “sombras”, veículos abastecidos com diesel comum para avaliação comparativa. O desempenho será medido em diversas condições de severidade e uso. Os parceiros neste projeto do Grupo Bertin são Volkswagen, Cummins, Bosch e BR Petrobrás.

“A projeção é de crescimento para este mercado. Em 2008, torna-se obrigatória a utilização de 2% de biodiesel no diesel e é aguardado que se torne facultativa a adição de 5%, neste mesmo ano. Em termos de volume, 2% significam uma demanda de aproximadamente 840 milhões de litros/ano de biodiesel e 5% representará 2,1 bilhões de litros/ano”, diz Barros.

Ganhos ambientais

O biodiesel é produzido por meio de fontes renováveis e, por substituir o consumo de um combustível fóssil, apresenta grande vantagem ambiental. É biodegradável, reduz a emissão de poluentes na atmosfera, não contém enxofre, traz ganhos em crédito de carbono e ainda melhora a lubrificação do motor movido a diesel. “É mais um importante passo da empresa na busca pela sustentabilidade sócio-econômico-ambiental”, destaca Abreu.


CarbonoBrasil com informações da Ascom do Grupo Bertin
(Envolverde/Carbono Brasil)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Mapa do Biodiesel no Brasil

Estamos disponibilizando os dados da localização atualizada das 36 usinas autorizadas pela ANP para produzir Biodiesel no Brasil.

Agora você poderá visualizar a realidade nacional do Biodiesel, de forma regionalizada, organizada e individualizada.

Acesse aqui

Do Autor do Blog

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Empresas que já possuem o Selo Combustível Social

Atualmente, 16 empresas são detentoras do Selo Combustível Social, que identifica junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) as produtoras de biodiesel que promovem a inclusão social e o desenvolvimento regional por meio da geração de emprego e de renda aos agricultores familiares enquadrados nos critérios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Juntos, esses 16 empreendimentos possuem uma capacidade instalada total de 866 milhões de litros. São eles: Barra Álcool - Barra do Bugre (MT), Granol - Anápolis (GO), Granol - Campinas (SP), Soyminas - Cássia (MG), Biocapital - Charqueada (SP), Fertibom - Catanduva (SP), Cia Refinadora da Amazônia - Belém (PA), Brasil Biodiesel - Crateús (CE), Brasil Biodiesel - Floriano (PI), Brasil Biodiesel - Iraquara (BA), IBR Inoquímica do Brasil Ltda - Simões Filho (BA), Ponte di Ferro - Taubaté (SP), Oleoplan - Veranópolis (RS), Caramuru - São Simão (GO), Binatural - Formosa (GO) e Brasil Biodiesel - Porto Nacional (TO).


Fonte: Pantanal News

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Usinas Autorizadas pela ANP



Nota (1): Capacidade anual limitada de acordo com licença ambiental de operação vigente.

Data da última atualização: 02/08/2007

*300 dias de operação

Veja aqui detalhes das Usinas Autorizadas pela ANP

Fonte: ANP

Mapa do Biodiesel no Brasil (Por Região)

Estamos disponibilizando o mapa do Biodiesel do Brasil onde o Leitor pode encontrar a localização geografica das Plantas de Biodiesel já autoriza pela ANP. Breve estaremos disponibilizando a localização das Plantas ainda não autorizadas bem com das em planejamento.

Região Norte

Região Nodeste

Região Centro_Oeste

Região Sudeste

Região Sul

Fonte: ANP

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Valta autoriza uso de B20 em seus tratores

Os novos tratores Geração II da Valtra foram apresentados a produtores e lideranças agrícolas, na quinta-feira (16-08), em um evento na Sociedade Rural do Paraná. A festa marcou também as comemorações dos 10 anos da Concessionária Tork, responsável pela revenda desses maquinários em Londrina e região. Com modelos para as categorias média e pesada, a linha inaugura uma nova era na produção dos tratores agrícolas no Brasil ao introduzir o sistema Intercooler que, segundo o fabricante, garante mais economia e durabilidade, além de ser mais ecológico por diminuir a emissão de gases poluentes.

A tecnologia, de acordo com Hans Hermann Wagner, diretor da Tork, deve nortear o mercado de tratores agrícolas na próxima década. Ele acredita que em 10 anos mais da metade dos modelos produzidos no Brasil terá o intercooler. A expectativa é que, de imediato, a novidade represente um incremento de vendas na ordem de 20% em toda a rede Tork, composta por 10 lojas.

A novidade começa no design arrojado das máquinas, com linhas inclinadas e levemente arredondadas. As cabines oferecem novos padrões de ergonomia para proporcionar mais conforto térmico, com baixo nível de vibração e ruídos, além de visibilidade panorâmica.

O motor intercooler, explica o empresário, ganha mais potência e torque, com redução significativa de consumo e baixíssimas taxas de emissão de gases. Além de diminuir o consumo, o Intercooler provoca uma redução da temperatura de trabalho do motor, garante maior durabilidade e menor custo de manutenção. Esta tecnologia está disponível em dois modelos: o BM 125i (linha média) e o BH 185i (linha pesada).

A Valtra é a primeira empresa, no Brasil, a autorizar o uso do biodiesel B-20 em seus tratores, com garantia de fábrica. Testes de campo comprovaram a viabilidade econômica e a segurança do biodiesel como combustível alternativo para máquinas agrícolas equipadas com motor Sisu-Diesel. Essas avaliações, segundo o fabricante, permitiram estender a garantia de fábrica para misturas de até 20% de biodiesel.

Redação
Fonte: Folha de Londrina

Microsoft adere ao biodiesel

A Microsoft está se tornando mais ecologicamente correta ao utilizar biodiesel feito com canola ( foto) no equipamento usado para construir seus novos datacenters na parte leste de Washington, que funcionarão à base de energia hidroelétrica.

A empresa construtora que está trabalhando nos novos datacenters chegou até Steve Verhey, executivo chefe da Central Washington Biodiesel, com um problema no início deste ano, disse ele. A empresa havia construído a estrutura, incluindo as paredes e o teto, de 46.451 metros quadrados e descobriu que depositar o cimento no pavimento e finalizar o resto do interior apresentava um risco para a saúde e segurança. Isto porque os caminhões de cimento e outras máquinas que utilizava diesel comum e propano emitiam gases perigosos dentro deste espaço fechado.

Canola: planta cultivada em Washington e outros estados norte-americanos utilizada para fabricação de biodiesel

Eles queriam saber se o biodiesel poderia resolver este problema, disse Verhey. Os gases resultantes da queima do biodiesel contém metade do monóxido de carbono presente no diesel comum, afirmou ele. Adicionalmente, um galão (3.78 litros) de biodiesel emite apenas 0.689 Kg de dióxido de carbono, comparado com os 9.97903214 Kg por galão do diesel comum, o que mostra que o biodiesel tem um impacto muito menor no meio ambiente.

Durante sua primeira reunião, a empresa construtora decidiu mudar completamente para o biodiesel durante este projeto. Sete caminhões de cimento estão trabalhando 12 horas por dia, seis dias por semana, usando o biodiesel, até que o pavimento da estrutura esteja completo.

Fonte: Blog BABOO 2007

Governador quer culturas para biodiesel no Amazonas

O governador do Amazonas, Carlos Eduardo de Souza Braga, propôs nesta quarta-feira, em audiência sobre a política ambiental em seu estado, uma ação do governo federal com o objetivo de incluir culturas para o biodiesel entre as possibilidades de plantio em áreas degradadas para o mercado de carbono do Protocolo de Kyoto.

Eduardo Braga sugeriu que o governo faça um levantamento das áreas degradadas na região amazônica antes de 1990 para permitir o aproveitamento dessas áreas na captação de recursos do Protocolo de Kioto. O governador lembrou que somente o estado do Amazonas teve 1 milhão de hectares degradados nesse período. A audiência foi promovida pelas comissões da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas.

Ele ressaltou que as culturas para a matéria-prima do biodiesel não prejudicarão a floresta, pois serão feitas em áreas já degradadas, e representarão o ingresso de recursos no País por meio do mercado de carbono. Eduardo Braga lembra que reduzir a emissão de uma tonelada de dióxido de carbono chega a valer 30 dólares no Protocolo de Kioto e entre 0,50 centavos de dólar e 3,90 dólares no mercado livre de serviços ambientais.

Quanto ao plantio de cana-de-açúcar na região amazônica para a produção de etanol, parlamentares lembraram que, recentemente, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o governo pretende proibir esse cultivo na Amazônia e no Pantanal para preservar os biomas. Mas, para o governador do Amazonas, a produção de biocombustíveis pode sim acontecer sem que a floresta seja derrubada. "Houve degradação antes de 1990 para plantio de pasto, não deu certo a pecuária, a área está lá degradada, abandonada e poderia ser tranqüilamente usada para etanol, através da cana-de-açúcar, ou biodiesel, através de dendê", argumentou.

Amazônia Sustentável
A presidente da Comissão da Amazônia, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), lamentou que o Plano Amazônia Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente, não estabeleça metas, apesar de prever "ações excelentes". O plano tem como prioridade a viabilização de um novo modelo de desenvolvimento na região, baseado na inclusão social com respeito à diversidade cultural, na viabilização de atividades econômicas dinâmicas e competitivas e no uso sustentável dos recursos naturais.

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados

Petrobras tem estratégias distintas para etanol e biodiesel

RIO - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, explicou nesta
terça-feira que a empresa tem estratégias distintas para o etanol e o biodiesel.
A companhia prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão em biocombustíveis até 2012.

- Do ponto de vista do etanol, queremos ampliar nossa participação na cadeia
nacional para atender aos mercados internacionais, com foco em logística e
comercialização. No que se refere ao biodiesel, queremos desenvolver e liderar a
atividade de produção. Queremos atuar na prdução voltada para o mercado
brasileiro e para o exterior - afirmou, em conferência com analistas de mercado
e investidores.

Segundo o executivo, US$ 1,5 bilhão pode parecer pouco frente aos US$ 112,4
bilhões que serão investidos pela empresa até 2012, considerando todas as suas
áreas de atuação.

- Mas na escala de investimentos em biocombustíveis, é um volume significativo -
ponderou.

Deste volume, 46% irão para dutos e álcooldutos, 29% para biodiesel, 4% para
H-Bio e o restante para outros. A expectativa é de que o mercado nacional
produza 1,254 milhão de metros cúbicos de biocombustíveis por ano em 2012, dos
quais 938 mil metros cúbicos serão oferecidos pela Petrobras. Para 2015, a
projeção é de um mercado total de 2,7 milhões de metros cúbicos por ano, com a
Petrobras produzindo 1,182 bilhão de metros cúbicos.

Fonte:

Distribuidoras encaram travas ao biodiesel

As distribuidoras de combustíveis encontram dificuldades para cumprir as metas de distribuição do biodiesel no país este ano. A BR Distribuidora, que previa chegar a julho deste ano com uma distribuição média de 35 milhões de litros de biodiesel ao mês, está comercializando 21 milhões. A Ipiranga previa para este ano vender 250 milhões de litros do B2 (o equivalente a 5 milhões de litros de biodiesel puro), chegando a 40% das vendas totais de diesel. Hoje, no entanto, a participação do B2 nas vendas de diesel está em 20%. A AleSat também relata problemas para cumprir metas.

"Muitas vezes o biodiesel não é produzido no prazo e a empresa tem que direcionar os caminhões para outra usina, ou esperar de três a quatro dias no pátio para carregar os tanques", afirma Cyro Souza, diretor de operações da AleSat. Segundo ele, a demanda cresceu rapidamente e algumas usinas não conseguem atender à procura. A AleSat adquiriu 30 milhões de litros de biodiesel puro e afirma ter estrutura logística para adquirir e comercializar todo o produto neste ano. Em torno de 65% do diesel que vende no país já possui a mistura de 2% (o B2).

José Augusto Dutra Nogueira, diretor de operações da Ipiranga, também diz que o atraso no cumprimento das metas deve-se a problemas para a retirada do produto nas usinas de biodiesel. "Muitas usinas não entraram em operação no prazo previsto por falta de documentação ou por outro motivo, o que trouxe algum transtorno", afirma. A Ipiranga adquiriu 80 milhões de litros de biodiesel nos leilões e diz ter condições de utilizar todo o produto até dezembro. O volume, segundo ele, será suficiente para misturar o biodiesel em todo o diesel que vende. Hoje, o índice de mistura está em 25%.

Em entrevista recente ao Valor, Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobras havia informado que apenas 41% do biodiesel negociado foi entregue no prazo. De 876 milhões de litros negociados em cinco leilões, foram retirados nas usinas 196 milhões de litros. Como é sabido, a Soyminas, que negociou a venda de 8,7 milhões de litros, não conseguiu cumprir a meta. A Brasil Ecodiesel negociou nos leilões 488 milhões de litros e precisa fazer a entrega de 400 milhões de litros nos próximos meses. A Caramuru, que negociou 30 milhões de litros nos leilões, ainda não inaugurou sua usina em São Simão (GO). A Renobrás, que negociou 900 mil litros, e a Fiagril, que fechou a venda de 27,5 milhões de litros nos leilões, foram autuadas no início do ano por falta de inscrição estadual.

A BR Distribuidora informou, por meio de sua assessoria, que além do atraso nas entregas, teve que devolver o produto a algumas usinas, por não apresentarem a qualidade estabelecida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A BR distribui 21 milhões de litros de biodiesel por mês (66% do que previa) e faz a distribuição em 93% dos postos que possui no país.

Fonte: Blog Novos ares

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Biocombustível desviará água de produção de comida, diz estudo

Os biocombustíveis, saudados por muitos como a solução verde para redução de emissão de gases e uma alternativa para combustíveis fósseis, pode não ser uma solução completa, dizem especialistas em uma conferência em Estocolmo durante esta semana.

Segundo o Instituto Internacional de Água de Estocolmo (SIWI), a quantidade de água adicional necessária para a produção de bioenergia será equivalente á quantidade necessária para o setor de agricultura para alimentar o mundo.

A produção dos biocombustíveis requer grande quantidade de água, um recurso que já está em estoque limitado em muitas partes do mundo. A bioenergia poderia desta forma desviar uma quantidade de água que é extremamente necessária para a produção de comida.

"Quando governos e empresas discutem soluções relacionadas a biocombustíveis, acho que a questão da água não está incluída na pauta o suficiente", disse Johan Kuylenstierna, diretor da conferência World Water Week.

O evento anual reúne em sua edição 2007 cerca de 2.500 especialistas em água de todo o mundo.

Segundo Kuylenstierna, no futuro a produção de comida, o consumo de água e a produção de biocombustíveis vão aumentar. "Isso não deixa muita perspectiva para a água", comenta.

"Biocombustíveis não são ´a´ solução, mas uma das soluções", disse Kuylenstierna.

Fonte: France Press

Brasil, potência do biocombustível


Um país com um território de 851 milhões de hectares, dos quais apenas 6,5 milhões estão ocupados pela cana de açúcar, mas que já figura entre os maiores produtores mundiais, pode se orgulhar de ter o título de potência dos biocombustíveis. Num momento em que a mundo se volta para a questão do aquecimento global e da substituição do petróleo, o Brasil chega na frente em diversas frentes de geração de energia.

Conforme dados do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (MAPA), aproximadamente 45% da matriz energética do Brasil é de fonte renovável. Deste total, a cana entra com 14%. No âmbito internacional, já é responsável por quase 40% do total, ou seja, 15 bilhões de litros de álcool dos 40 bilhões produzidos mundialmente. A produção brasileira deixa o país numa situação confortável, mas, segundo Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, “não devemos ter uma postura estática diante desta posição favorável”.

O uso de outros recursos energéticos, como o gás natural e a energia nuclear, ainda é pequeno no Brasil. “Nestes quesitos, ainda somos lanterninhas”, brinca Lima. A própria ANP mostra que, enquanto o consumo de gás natural no mundo é de 20,9% e nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) chega a 22%, por aqui o uso é de apenas 9,3%. Com a fonte nuclear, não é muito diferente. Na média mundial, o consumo é de 6,4%, na OCDE, 10,7% e no Brasil, só 1,2%.

Contrapondo-se aos que recusam o uso da energia nuclear, Lima esclarece que esta “é hoje uma das mais limpas, seguras e acessíveis que existem. Estamos passando pela ‘renascença’ da fonte nuclear”. Hoje, a tendência mundial aponta para o maior aproveitamento do gás natural. E se fortalece a esperança de que os biocombustíveis,
entre eles o etanol, venham a ser uma rica fonte de energia para a humanidade.

Como qualquer programa que envolva de um lado grandes cifras e setores poderosos e, do outro lado, trabalhadores e movimentos sociais, a produção de cana desperta discussões acaloradas. Além da questão da superexploração da mão-de-obra dos canavieiros, um tema que vem despertando muitas divergências é a expansão do plantio de cana.

A cana de açúcar é a terceira maior atividade agrícola brasileira no que diz respeito à produção e ao valor bruto produzido, logo atrás das primeiras colocadas, a soja e o milho. O Brasil consegue atingir um alto índice de produção canavieira utilizando um espaço relativamente pequeno do território nacional, apesar de ocupar 22 dos 27 estados. A safra 2006/2007 foi de 424,4 milhões de toneladas, dos quais 49% foram usadas para a obtenção de álcool. O estado de São Paulo responde por 60% do total produzido. Apenas a região Centro- Sul concentra 85% da produção nacional. Nas últimas dez safras, a produção de cana aumentou 40%, o álcool 16% e o açúcar, 105%.

E o potencial de expansão é animador. De olho nessa perspectivas, o governo federal lançou em 2005 o Plano Nacional da Agroenergia, para expandir a produção de biocombustíveis no Brasil de forma planejada e sustentável. Mais de 10% dos 61milhões de hectares usados em culturas anuais e permanentes são ocupados pela cana, que abrange 6,5 milhões de hectares. E há ainda 90 milhões de hectares em áreas férteis e virgens da fronteira agrícola. Isso permite, segundo Alexandre Betinardi Strapasson, coordenador-geral de Açúcar e Álcool do MAPA, uma expansão segura para a produção do etanol, e derruba o argumento de que o Brasil corre o risco de se tornar um grande canavial.

No entanto, é importante que haja uma política de zoneamento para determinar as áreas que podem ser usadas para o plantio, evitando assim o avanço sobre áreas de preservação ambiental e a concentração da monocultura em determinadas regiões. Nas terras paulistas, por exemplo, a expansão canavieira gera preocupação por parte de especialistas do MAPA pelo “excesso de monocultura intensiva”, fato também observado na região da Zona da Mata Nordestina, sobretudo em Pernambuco, Alagoas e Paraíba. “Temos que trabalhar de maneira a evitar essa concentração, seja com financiamento direcionado, ou com estímulos via tributos. Mas independentemente dessas políticas, é importante que a legislação ambiental seja de fato implementada”, diz Strapasson. Ele lembra também que já está prestes a ter início o processo de zoneamento encabeçado pelo ministério. Dentro de alguns meses, um mapeamento irá subsidiar os técnicos na determinação das áreas que poderão ser usadas para o plantio da cana.

De cara, Haroldo Lima adianta que não há risco, hoje, de se avançar pela Amazônia adentro com o plantio da cana. Strapasson concorda e, na revista Política Agrícola, do MAPA, explica que “as variedades de cana atuais não são adaptadas às condições de clima amazônico” pois, em função do alto índice de chuvas, “a cana-deaçúcar cresce em demasia, mas acumula pouca sacarose em seu colmo”. Vale lembrar, conforme ressaltou Strapasson, que o etanol é uma das fontes de energia com menor impacto ambiental e que, bem utilizada, pode ser um importante condutor de desenvolvimento. “Nossa intenção é acelerar o andamento dos trabalhos conjuntos entre os ministérios para encontrarmos soluções que venham a trazer benefício a todos e o menor impacto possível aos elos da cadeia, sejam eles sociais ou ambientais”, finalizou.

Fonte:

Seria despropósito substituir a cana pelo milho

Duas grandes polêmicas rondam a questão do uso do etanol. Uma delas veio à tona com as declarações de Fidel Castro sobre o risco que a plantação de cana pode representar para a produção de alimentos, e sobre o uso do milho na produção do etanol.

Engenho colonial: modelo deixou raízes no Brasil

Haroldo Lima, presidente da ANP, explica que hoje há duas opções para a produção do etanol: a cana e o milho. “Nossa produção de milho equivale a 1/3 da americana. Não temos condições de concorrer neste terreno e nem temos essa pretensão até porque temos a cana que para a produção de álcool, do ponto de vista do balanço energético, é muitas vezes melhor que o do milho”.

Segundo a ANP, o balanço energético do milho é de 1,2, o que significa que, no processo de produção do etanol de milho, tem-se 20% a mais de energia do que aquela que é consumida. Com a cana, esse índice atinge 8, ou seja, na produção de etanol via cana produz-se 700% de energia a mais do que a consumida no processo produtivo.

“O próprio Fidel Castro, em um de seus artigos, observou que a produção de milho brasileiro em 2005 foi de 34,6 milhões de toneladas e ele mesmo diz que foram integralmente consumidas como alimento”, alerta Lima.

“E pretendemos que assim continue sendo. Seria um despropósito substituir a cana pelo milho porque temos um produto muito melhor”.

Também desagrada a setores da esquerda e dos movimentos sociais a grande concentração de terras em posse poucos proprietários. O modelo é uma herança daquele usado no período colonial, tanto no que diz respeito aos latifúndios quanto à superexploração da mão de obra. “A produção do etanol no Brasil ainda está muito ligada à forma colonial de se produzir açúcar, vinculada às plantations, que forneciam para os engenhos na base do trabalho escravo”, disse Lima.

Plantation é uma designação do sistema de produção agrícola utilizado na colonização dos países latinoamericanos e baseado em três pilares fundamentais: monocultura de exportação, latifúndio e trabalho escravo.

O modelo perdurou até o século 19, mas ainda hoje sua influência pode ser notada na formatação de nossa agricultura. “Ainda hoje existem grandes canaviais fornecendo para as usinas. As plantations viraram canaviais e os engenhos viraram usinas. A relação de trabalho se modernizou, não é mais escravocrata, é assalariada,
mas sobrevivem resíduos e manifestações de atraso onde ainda há trabalho análogo ao escravo”, explica o presidente da ANP. Para ele, a solução para esse problema está não no combate ao etanol, mas ao atraso dessas relações. “Devemos lutar pela modernização das relações de trabalho. E essas relações de trabalho tendem a se modernizar com o avanço do etanol, mais do que se o etanol ficasse como um produto de mercado limitado”.

Fonte:

Prós e contras dos combustíveis verdes

Encontrar uma alternativa ao petróleo é uma prioridade para combater o aquecimento global e travar a dependência das importações de combustiveis. O aparecimento dos biocombustíveis criou novas oportunidades para o setor agrícola e deu novo alento na luta contra as emissões de dióxido de carbono.

O bioetanol, por exemplo, é obtido a partir de produtos orgânicos como a beterraba, os cereais, o trigo ou a cana de açúcar. A Comissão Europeia pretende que até 2010, dez por cento do sector dos transportes da UE utilizem biocombustíveis.

Mas vejamos como funciona todo o processo. Da cana de açúcar, beterraba, batata ou trigo são extraidos açúcares que por fermentação originam o etanol. Este será, depois, misturado com o óleo de colza ou de girassol. Através de um processo químico será, então, possível obter o biodiesel.

A produção dos combustíveis "verdes" intensificou-se na última década. Os programas contam com mais de 20 anos de desenvolvimento industrial, mas foi necessário esperar por uma maior consciência ecológica e pelo aumento do preço do petróleo para pôr mãos à obra.

Em 2005, a produção de biodiesel no mundo atingiu os quatro milhões de toneladas. A Alemanha assume-se como o primeiro produtor, seguida da França e Itália. Já a produção de Etanol fixava-se em 36 milhões de toneladas com destaque para os países da América do Sul e da América do Norte.

Mas o desenvolvimento dos biocombustiveis é também controverso. Independentemente da poluição directa ter um impacto menor, a produção implica o cultivo de milhares e milhares de hectares, com recurso a adubos e pesticidas.

Os mais críticos temem que a extensão das monoculturas, para produzir bioetanol e biodiesel, provoque a desflorestação de áreas como a Amazónia, no Brasil.

Fonte: EuroNews

Biodiesel gera US$ 700 milhões

Florianópolis, 7 de Agosto de 2007 - Receita pode subir para US$ 1,8 bilhão com o B5, previsto para 2013, mas que pode ser antecipado. A capacidade autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para produção de biodiesel no Brasil até julho de 2007 foi de 1,6 bilhão de litros/ano, produzidos por 35 fábricas e comercializados em mais de cinco mil postos revendedores. Este volume é o dobro do suficiente para atender a mistura B2 legalmente obrigatória, de 2% de biodiesel com 98% de diesel até janeiro de 2008, estabelecida pelo Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), de 800 milhões de litros ao ano. O potencial do Brasil é de geração de US$ 700 milhões com a mistura B2 e produção de 800 milhões de litros/ano e de US$ 1,8 bilhão com a mistura B5 (de 5% a partir de 2013) e produção de 2,2 bilhões de litros/ano.

As informações foram prestadas pelo membro da Comissão Executiva do Programa de Bioenergia do governo Federal, José Honorário Accarini, durante o seminário Biocombustíveis promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis, na semana passada. Segundo Accarini, o Brasil pode produzir biodiesel com mais de 100 matérias-primas, "uma bênção, uma abundância", comenta, "mas cada região ou estado precisa encontrar o melhor caminho".

Accarini diz que o mundo todo procura por fontes de energias renováveis e há um mercado firme e crescente. "Há grandes interesses e capitais envolvidos, temos que engajar a agricultura familiar e as regiões mais pobres neste mercado", afirma. Para ele o Brasil tem um destino: "ocupar seu espaço na produção de biocombustível." "O biodiesel é o novo combustível do Brasil. Temos solo, clima, água e competência para produzir o petróleo verde, que com o conceito amplo de sustentabilidade nunca vai acabar", salientou a uma platéia de empresários.

O executivo afirma que os americanos e europeus querem usar o etanol e o biodiesel, biocombustíveis que estão "na crista da onda" no Brasil. "Não é viável economicamente e tecnicamente ao Brasil exportar cana-de-açúcar. Eles vão ter que importar o etanol". Segundo ele, com o biodiesel é diferente e tanto o grão ou o óleo podem ser exportados. "Agrega valor ao País exportar o óleo, porque daí fica aqui a glicerina e o farelo". Ele diz que cada US$ 1,00 produzido pelo agronegócio brasileiro gera US$ 3,00 no PIB.

Accarini diz que o papel das políticas públicas é proteger os elos mais fracos da cadeia produtiva e garantir a oferta de biodiesel de qualidade. "O avanço deste mercado vai reduzir a emissão de poluentes e de gastos com importações de petróleo e derivados".

Nos leilões de compra da ANP, realizados a partir de 23 de novembro de 2005 até fevereiro deste ano foram adquiridos 885 milhões de litros, sendo o último preço médio estabelecido em R$ 1,862/litro. A geração de empregos na agricultura familiar foi de 225 mil postos de trabalho. "A participação de empresas foi acima do esperado e as regiões Norte e Nordeste participaram com 49% dos volumes arrematados", afirma.
O PNPB também estabelece um modelo tributário diferenciado que pode chegar a isenção de 100% dos impostos (PIS, Cofins, IPI e Cide) se as regiões forem Norte, Nordeste e semi-áridos e o biodiesel for produzido a partir da mamona ou palma. De modo geral, para a agricultura familiar a redução do PIS e Cofins é de 68% e a alíquota é zero para o IPI e Cide.

Ainda de acordo com Accarini, não há mais medidas legais ou normativas pendentes no âmbito federal para se produzir, comercializar e usar biocombustível no Brasil. Segundo ele, todo agente econômico que se interessar em produzir esse novo combustível terá marco regulatório legal concluído, financiamento à toda cadeia produtiva, apoio à pesquisa e desenvolvimento e cooperação e intercâmbio com outros países.

Há, no entanto, preocupações recorrentes relacionadas à expansão do mercado, como a concorrência com a produção de alimentos, sendo a soja e o milho os mais citados, avanço sobre a Amazônia e biomas e a sustentabilidade dos biocombustíveis enquanto redutores líquidos da emissão de gases causadores do efeito estufa. "Mas é preciso destacar alguns contrapontos importantes e poucos citados", diz.

Segundo ele, não é possível cultivar cana-de-açúcar na Amazônia e as área degradadas existentes podem ser utilizadas para o cultivo de oleaginosas com ganhos ambientais importantes. Nas regiões produtoras tradicionais de etanol existem áreas de pastagens extensivas que podem ser convertidas. "Na agricultura brasileira há uma fronteira agrícola interna que pode ser explorada com ganhos de produtividade sustentáveis."

kicker: Nos leilões da ANP foram adquiridos, até fevereiro deste ano, 885 milhões de litros, sendo R$ 1,862/litro o último preço médio praticado

Fonte: (Juliana Wilke)

Expedito Parente* fala sobre o Potencial do biodiesel

“Produção de biodiesel pode pôr fim à miséria”Nordeste brasileiro é uma região semi-árida, de difícil convivência. E nessa região a motivação do biodiesel é o combate à miséria. Tem que se resolver o problema da fome. A miséria no Nordeste pode ser combatida ofertando-se ocupação e renda no campo. E as culturas que poderão realmente ser importantes para a região deverão ser as culturas xerófilas, que podem ser cultivadas em regime de baixa pluviosidade.

Entre as culturas energéticas mais conhecidas, destacam-se a mamona e o pinhão manso. Então, o Nordeste no qual o Ceará se insere, poderá ser um produtor importante de biodiesel. Poderá resolver seus problemas sociais e até ser auto-suficiente em biodiesel.

No entanto jamais terá um potencial de produção, sejamos realistas, como a região amazônica, dentro de uma configuração de floresta energética plantada de forma equilibrada.

O Brasil é um país de dimensões continentais com plenas vocações para a biomassa. E vocações diversificadas. O Programa Brasileiro de Biocombustíveis tende a ser um programa regionalizado. Cada região tem suas motivações para a produção de biodiesel e suas vocações agrícolas. Vocações de matérias-primas.

No Norte do Brasil, as vocações incidem sobre as culturas permanentes, especialmente as palmeiras, que têm um ciclo de vida produtiva de 50 anos.

E algumas dessas palmeiras têm uma produtividade muito grande. O dendê, por exemplo, chega a produzir 5 mil quilos - até supera essa marca - de óleo por hectare/ano. Existem outras espécies nativas na Amazônia que são potencialmente produtoras de óleos e consequentemente de biodiesel. Talvez até em níveis superiores ao do dendê, se domesticadas. A região amazônica tem disponível florestas que foram desmatadas, que estão em degradação, em condições de produzir biodiesel para abastecer toda a Europa. E a calha do rio Amazonas é a estrada natural para o escoamento. Não existe no mundo um lugar que tenha um potencial tão grande quanto a região amazônica, nessa área que foi desflorestada onde pode ser implantada uma floresta energética. Então esse deverá ser o futuro celeiro da produção de biodiesel no mundo. E nessa região se inserem os estados de maior produção do País. O Amazonas, o Pará e os estados circunvizinhos.

Já em outras regiões do Brasil, como o Sul, o Centro-Sul e o Centro-Oeste, existem áreas, em alguns estados, que são extremamente importantes na produção de biodiesel, no entanto com culturas anuais. Eu citaria a soja, o girassol, o amendoim e outras culturas anuais.

Nessas regiões, a vocação são essas culturas trabalhadas de forma mecanizada e existem áreas extremamente produtivas inclusive com produtividades bem maiores que as que poderiam ser obtidas no Nordeste semi-árido.

O Ceará como integrante do Nordeste, será um produtor de biodiesel exatamente na medida da solução de seu problema social. Mas temos que ser realistas. Nós jamais poderemos nos comparar, em termos de produtividade, com o celeiro mundial que é a Amazônia e que tem maiores condições potenciais que o Nordeste. O Ceará poderá ser sim, um produtor de biodiesel na medida certa de suas motivações, com a inclusão social como solução para o problema da miséria e sua auto-suficiência em biodiesel. Essa visão realista sugere que culturas alimentícias como o feijão, a mandioca, o milho e o arroz, sejam também incentivadas para a formação de uma cesta agrícola para as necessidades da população.

Certa vez, perguntado sobre a potencialidade do Ceará na produção de biodiesel, defendi a proposta de que o estado deverá dimensionar a sua produção agrícola para fins energéticos, na dimensão de suas necessidades internas e na eliminação da miséria no campo.

Não obstante, não devemos esquecer a importância das culturas tradicionais de subsistência.

* Engenheiro químico, detentor da primeira patente mundial de biodiesel e presidente da Tecbio - Tecnologias Bioenergéticas Ltda.

Fonte:

Portugal: duas fábricas de biodiesel produziram 67.822 toneladas só no primeiro semestre

As duas fábricas de biodiesel a operar em Portugal, a Torrejana (Torres Novas) e a Iberol (Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira), já produziram 67.822 toneladas deste combustível para o mercado nacional, afirmaram à Lusa os responsáveis pelas unidades fabris. No primeiro semestre deste ano a Torrejana produziu 22.822 toneladas de biodiesel, das 45.900 atribuídas por quota anual a esta unidade fabril pelo Estado, disse à Lusa o empresário João Cardoso. A Iberol produziu 45 mil toneladas no primeiro semestre, tendo como objectivo as 100 mil até ao final deste ano, afirmou o administrador da empresa João Rodrigues.

O principal cliente de ambas as fábricas e que adquire a totalidade do combustível produzido é a Galp. João Cardoso, responsável da Torrejana, o primeiro operador a produzir "energia verde" defende que "o governo devia obrigar as petrolíferas a introduzir uma percentagem maior de biodiesel nos combustíveis distribuídos".A totalidade da matéria-prima da Torrejana, óleos vegetais, é adquirida em Portugal, estando em experimentação uma nova planta brasileira.

O administrador da Iberol esclarece que "as políticas anunciadas pelo primeiro-ministro são favoráveis à utilização do biodiesel" no entanto alerta para o modo como essas políticas são aplicadas, nomeadamente pela "Direcção-Geral de Energia e Direcção-Geral das Alfândegas," discordando do modo como as entidades operam. O biodiesel é obtido a partir da refinação de óleos extraídos de plantas como o girassol, a palma, a soja e a colza, sendo utilizado sobretudo em frotas de veículos de transporte público.

As previsões de produção de biodiesel em Portugal para o final de 2010 são de 300 mil toneladas por ano, entre as cinco empresas que obtiveram licença de produção. A Galp já "incorpora nos combustíveis cerca de 2 a 3 por cento de biodiesel de primeira geração" de acordo com a directiva europeia 2003/30/CE, publicada em 2003, prevendo o aumento de incorporação no diesel até 10 por cento, para 2010, explicou fonte da empresa à Lusa. O objectivo é a utilização de 25 por cento de biodiesel incorporado nos combustíveis até 2030, sendo para isso necessário "entrar na produção de biocombustíveis de segunda geração nas refinarias do Porto e Sines", refere a Galp.

Fonte: O Mirante On Line

Lula inaugurará usina de biodiesel do Grupo Bertin dia 21

RIBEIRÃO PRETO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai inaugurar, na próxima terça-feira, dia 21, a usina de biodiesel que o Grupo Bertin já opera em fase de testes em sua sede, na cidade de Lins (SP). De acordo com a companhia, a unidade tem capacidade de produzir 100 milhões de litros por ano, ou 14% da mistura de 2% do biodiesel ao óleo diesel, chamada B2, obrigatória a partir de 2008.

Apesar de a usina estar preparada também para produzir biodiesel a partir do etanol de cana-de-açúcar e de oleaginosas, na rota etílica, o Grupo Bertin utilizará sebo bovino de seus frigoríficos como matéria-prima na produção do combustível e ainda metanol de petróleo no processo de transformação, a chamada rota metílica. Os investimentos na usina chegam a R$ 40 milhões, R$ 14 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A unidade, construída em uma área de 30 mil metros quadrados, foi projetada pela Dedini Indústrias de Base, e, de acordo com o Grupo Bertin, a produção será utilizada para consumo próprio e também comercialização para abastecimento do mercado.

Fonte:

Apoios para os biocombustíveis em Portugal

O Estado vai apoiar os agricultores que se dediquem à produção de biocombustíveis em 45 euros por hectare e ao nível dos impostos para produtos petrolíferos.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Rui Nobre Gonçalves, à margem da visita à Quinta do Carrascal, em Torre de Moncorvo.

Segundo avançou ao MENSAGEIRO, a maioria dos estudos indicam que as condições de Portugal são favoráveis nomeadamente para a produção do bioetanol, obtido através de matéria-prima rica em açúcar ou amido, como o milho ou cereais. No entanto, momento, segundo Rui Nobre Gonçalves, estarão a ser levadas a cabo experiências em várias regiões, nomeadamente na Beira e em Trás-os-Montes, para averiguar as capacidades ao nível da exploração de biodiesel, obtido a partir de culturas energéticas como o girassol ou a colza.

Fonte: Mensageiro de Bragança

Pesquisadores do Brasil e exterior estudam o pinhão manso para produção de biodiesel

No contexto atual de produção de biodiesel, no qual inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU) tem discutido matérias-primas alternativas, que não sirvam de alimento, o pinhão manso tem sido tema de destaque. No Brasil, com o advento do Programa Brasileiro de Biodiesel, de acordo com a Embrapa, esta opção está baseada no fato da planta possuir alta produtividade de óleo, ter baixo custo de produção e ser resistente mesmo na região semi-árida do país.

No laboratório da Westfalia Separator (WS) Food da Alemanha, empresa que pertence ao grupo GEA, líder mundial em equipamentos industriais, o pinhão manso tem sido estudado visando o pré-tratamento e transesterificação desta oleaginosa. Segundo Klaus-Peter Eickhoff, responsável pela área de Óleos e Gorduras da WS da Alemanha, as pesquisas preliminares demonstram que não há dificuldades em se processar esta matéria-prima para a produção do biocombustível. Lincoln Neves, químico de processos e vendas do setor de Óleos e Gorduras da Westfalia Separator do Brasil destaca que apesar de preliminares, essas pesquisas são de extrema importância para o avanço da produção de biodiesel no Brasil.

A produção de pinhão manso também pode possibilitar o aumento da geração de emprego na área rural, inclusive em locais com clima seco, diz Eickhoff. E ainda, como afirma Neves, "É preciso aproveitar o potencial de outras matérias-primas, principalmente aquelas que não são utilizadas como alimentos e ainda ocupam áreas para plantio onde outras oleaginosas não se desenvolvem".

Em Minas Gerais, através da EPAMIG, pesquisas sobre a cultura do pinhão manso, para o aprimoramento de variedades mais produtivas, são realizadas em diferentes regiões do Estado. Mas o pesquisador chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente, Alfredo José Barreto Luiz, revela que ainda são necessárias mais pesquisas sobre o cultivo e o manejo da oleaginosa em larga escala. "O pinhão manso não é uma planta domesticada, mas como as suas sementes são, reconhecidamente, boa fonte de óleo, com algumas características que o qualificam para uso como combustível, foi escolhido para ser pesquisado no sentido de descobrirmos se é possível cultivá-lo em escala comercial e, se for possível, como é a melhor forma e fazê-lo", diz Barreto. Para Neves, o que falta é justamente aperfeiçoar o processo produtivo.

Aproveitando este contexto, a Westfalia Separator do Brasil disponibiliza para instalação em fábricas no país uma tecnologia de ponta para o pré-tratamento de oleaginosas, que não gera resíduos indesejáveis durante a produção de biodiesel. "A alta performance da tecnologia contribui para um maior rendimento na produção de biodiesel, gerando economia de insumos e mais receitas com subprodutos", afirma Neves.

Pinhão manso: vantagens e desvantagens
O pinhão manso, arbusto da caatinga, apresenta boa produtividade em terras pouco férteis, com diferentes condições de climas desde áridos até seco. Além do baixo custo para produção, o que pode estimular a agricultura familiar e a consequentemente geração de emprego; ao contrário de outras oleaginosas não pode ser consumido para a alimentação, portanto, é uma opção para a produção do biodiesel.

Apesar deste contexto, a planta não é considerada domesticada no Brasil, o que significa que não há nenhuma variedade reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Também não existe linha de crédito oficial para essa cultura, nem seguro agrícola. Assim como não há nenhuma recomendação oficial de manejo da cultura, como adubação, espaçamento, tratos culturais etc; nem referente a produto para controle de pragas no Brasil.

Contatos para a imprensa: Valence Imagem Corporativa
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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Entregas de biodiesel ainda em atraso

A poucos meses de vigorar a lei que torna obrigatória a adoção da mistura de 2% de biodiesel no diesel, usinas e Petrobras ainda não chegaram a uma solução para sistematizar as entregas do biocombustível às distribuidoras. Indústrias alegam que a estatal atrasa a retirada do produto nas usinas, o que as obriga a paralisar a produção para evitar superestocagem. A Petrobras, por sua vez, afirma que as usinas é que descumprem os prazos, por motivos diversos.

De acordo com a estatal, dos 876 milhões de litros de biodiesel arrematados nos cinco leilões promovidos, 196 milhões já foram entregues pelas usinas. "Do volume arrematado no segundo leilão, por exemplo, apenas 41% foi efetivamente entregue", observou Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobras.

Segundo Costa, as usinas alegaram como razões para os atrasos a falta de documentação legal - como autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), selo social do Ministério do Desenvolvimento Agrário e licenças ambientais - o que obrigou a estatal a renegociar alguns contratos. Como o Valor já antecipou as empresas Soyminas, Biocapital, Ponte di Ferro, Binatural e Renobrás tiveram problemas para cumprir os prazos de entrega.

Representantes de algumas indústrias, no entanto, afirmam que ocorre o contrário: a Petrobras atrasa a retirada do biocombustível das usinas, alegando capacidade de armazenamento insuficiente. Ricardo Vianna, diretor financeiro e de relações com investidores da Brasil Ecodiesel, confirmou que negocia com a estatal um novo cronograma para entregar 400 milhões de litros negociados em leilão e que ainda não foram entregues. "A oferta de biodiesel antecedeu os investimentos das distribuidoras em logística para receber o biocombustível. A Petrobras tinha como alternativas comprar e estocar o produto ou repactuar os prazos", afirmou Vianna. Segundo o executivo, a Ecodiesel conseguirá normalizar o cronograma de entregas até outubro.

Diego Ferrés, sócio-diretor da Granol - que negociou a entrega de 83,9 milhões de litros nos cinco leilões - também confirmou a demora da Petrobras para retirar o produto nas usinas. "O programa do biodiesel está sofrendo problemas de continuidade. E isso preocupa, porque logo a mistura se tornará obrigatória e ainda não se sabe se as distribuidoras estarão com estrutura logística para atender a essa nova demanda", avaliou.

Fonte:

Seagri estuda uso de usinas móveis de produção de biodiesel


Mini-usinas produtoras de biodiesel montadas em cima de caminhões para se locomoverem até onde estão os pequenos produtores da matéria prima a ser esmagada. Essa inovadora tecnologia de extração de óleo por prensagem foi apresentada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia como alternativa para inserir o agricultor familiar na cadeia de produção do biodiesel, agregando valor à matéria prima produzida e facilitando a vida do pequeno produtor. O projeto prevê um aumento da renda dos pequenos produtores em até 30% e ainda gera sub-produtos para a adubação orgânica e alimentação animal.

O equipamento foi desenvolvido por uma empresa do Rio Grande do Sul especialmente para as pequenas propriedades e serve para extração de óleo de diversos tipos de grãos oleaginosos como o pinhão manso, girassol, soja, mamona, caroço de algodão, gergelim, amendoim e outras oleaginosas vegetais. O maquinário extrai 40 toneladas de óleo por dia e é de fácil operação e mobilidade.

A apresentação do equipamento, articulado pela Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), foi feita durante reunião que teve a participação de secretários de municípios baianos produtores de oleaginosas, representantes da Petrobras, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e movimentos sociais organizados.

GARANTIA DE COMPRA

O processo de beneficiamento ocorre nas etapas de condicionamento e de prensagem do grão. “O equipamento foi desenvolvido e fabricado visando a sua fácil instalação e transporte, podendo ser implantado em espaços reduzidos”, explicou o gerente da empresa de soluções tecnológicas Intecnial, Caio Bruno Ferrari. A empresa é a mesma que desenvolveu a planta da usina de biodiesel Petrobras Candeias.

Para o representante do Programa de Biodiesel – Planta Petrobras Candeias, Davi Gomes Leal, o equipamento atende às exigências de entrega do produto à estatal. Ele aprovou a idéia e reforçou o compromisso da Petrobras com a garantia da compra dos grãos e do óleo purificado, neutralizado e degomado a serem produzidos nas usinas móveis.

O Estado da Bahia, em parceria com a Petrobras, analisará a possibilidade de adquirir alguns exemplares do equipamento para a extração de óleo por prensagem. Uma comissão técnica da Bahia irá a Santa Cruz do Sul (RS), onde fica a sede da empresa, para acompanhar o funcionamento da máquina.

Para o superintendente de Agricultura Familiar da Seagri, Ailton Florêncio, outra grande vantagem do projeto é atender a diferentes regiões de plantio, evitando a ociosidade de equipamentos em algum período de escassez. A Bahia tem por meta a instalação de uma nova matriz energética em bases sustentáveis e o cultivo de 600 mil hectares com oleaginosas, ampliando a renda de 100 mil agricultores familiares.

FONTE

Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia
Assessoria de Comunicação da Seagri
Pedro Formigli e Ana Paula Loiola - Jornalistas
Telefones: (71) 3115-2767 - (71) 3115-2737
E-mail: imprensa@seagri.ba.gov.br

Brasil Ecodiesel quer ampliar produção


A Brasil Ecodiesel registrou receita líquida de R$ 53,3 milhões, no segundo trimestre de 2007

A Brasil Ecodiesel foi autorizada pelo seu Conselho de Administração a duplicar, até meados de 2008, as usinas de Porto Nacional (TO), Rosário do Sul (RS), Iraquara (BA) e Itaqui (MA). A empresa já estuda também, ampliar a capacidade de produção das usinas de Crateús, no interior cearense e de Floriano, no Piauí.

Com as conclusões das entregas de biodiesel contratado nos primeiro e segundo leilões promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o diretor de Relações com Investidores da companhia, Ricardo Vianna, anunciou ontem, o início das entregas do combustível vegetal contratado nos terceiro e quarto leilões da ANP.

Na expansão das usinas, sinalizou Vianna, a Brasil Ecodiesel pretende investir R$ 59,8 milhões. Segundo disse, considerando a construção da usina de Dourados (MS), a companhia deverá alcançar a capacidade instalada de 1,43 milhão de litros de óleo por ano.

Durante teleconferência com jornalistas, Vianna revelou também que a empresa registrou receita líquida de R$ 53,3 milhões, no segundo trimestre de 2007. No mesmo período, informou, a empresa apresentou uma margem bruta negativa de 6,6%, e prejuízo líquido de R$ 13,8 milhões, devido principalmente ao incremento dos custos de produção.

Entre os principais motivos da elevação dos custos ele citou a retração na capacidade produtiva das usinas, por conta das baixas retiradas do produto; e à redução no preço de venda do biocombustível.

Produção

Ainda que o mercado de biodiesel tenha observado um incremento de 34% na produção nacional neste período, o volume do biocombustível produzido pela Brasil Ecodiesel ficou aquém da capacidade de produção. O setor enfrenta as dificuldades inerentes ao estabelecimento de um novo mercado.

“Nossas unidades foram obrigadas a operar num baixo nível de ocupação da capacidade industrial e sofreram constantes paralisações devido às retiradas de biodiesel em volumes inferiores aos valores disponibilizados. No entanto, a Brasil Ecodiesel, juntamente com a Petrobras, estão negociando um novo cronograma de entregas, que permita o fornecimento de todo o volume contratado até o final de 2007”, afirmou Ricardo Vianna.

Extração de óleo

Além das obras de duplicação e ampliação das capacidades produtivas das usinas, a Brasil Ecodiesel optou por realizar investimentos em unidades de redegomagem ácida de óleos vegetais nas usinas de Crateús, Iraquara, Rosário do Sul, Porto Nacional e Itaqui, ampliando a possibilidade de utilização de diferentes tipos de óleos vegetais. Também está em fase final de planejamento a instalação de uma unidade de bidestilação de glicerina, em Iraquara, de modo a ampliar seus mercados de colocação.

Recentemente, a Brasil Ecodiesel iniciou a fase de testes e comissionamento da Unidade de Extração de Óleos, em Iraquara, na Bahia, que já estoca mamona. A empresa conta com outras duas unidades semelhantes, uma em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, e outra, em construção, em Porto Nacional, no Tocantins.

Fonte:

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

DF vai produzir biodiesel

A Brasil Ecodiesel fechou ontem parceria com pequenos produtores dos núcleos rurais de Planaltina e Entorno para o fornecimento de girassol, mamona e pinhão manso para a produção de biodiesel na nova unidade da empresa, que será erguida no município de Água Fria, em Goiás. Os parceiros receberão da Brasil Ecodiesel sementes, assistência técnica e terão garantida a compra de 100% da produção a um preço mínimo de R$ 0,60 por quilo mais bônus por produtividade e pagamento de 60% da produção estimada em caso de quebra.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Saulo Diniz, a iniciativa pioneira da empresa de produzir biodiesel no Centro-Oeste ajudará a fomentar emprego e renda na região. “Sinto que o país está à frente no investimento dessa tecnologia e a participação de Brasília é de vital importância.” O supervisor da Brasil Ecodiesel, Antônio Edson, calcula que serão criados 80 empregos diretos em um primeiro momento.

A região de Planaltina e Entorno possui cerca de 500 pequenos produtores rurais interessados em aderir à nova tecnologia. “Essa é a oportunidade de crescimento que estávamos esperando”, disse Enildes da Costa, presidente da Associação Mulheres Ruralistas de Planaltina (DF) e da Associação de Pequenos Produtores Rurais de São Gabriel (GO).

A unidade da empresa será instalada em um terreno cedido por Armando Castalto. Produtor a mais de 30 anos, ele se diz satisfeito por contribuir para o crescimento da região. A extensão da área para construção será definida pelos técnicos da própria empresa. Segundo o prefeito de Água Fria, Leandro Ceolin, “serão tomadas as medidas necessárias para a instalação da Brasil Ecodiesel na cidade”.

Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Produção de biocombustíveis vai triplicar em Portugal

A corrida à produção de biocombustíveis está ao rubro. Em Portugal, existem atualmente duas unidades com dimensão relevante, a Iberol, em Alhandra, e a Torrejana, em Torres Novas, a produzir com uma capacidade da ordem das 200 mil toneladas, que é toda comprada pela maior petrolífera nacional, a Galp. Uma produção que hoje garante o abastecimento de 3% do consumo nacional de combustíveis.

Mas com os vários projetos já anunciados - Martifer, Enersis, Galp, entre outros -, a produção nacional deverá aumentar para as 650 a 700 mil toneladas. Um valor suficiente para satisfazer a ambiciosa meta nacional de 10% para incorporação bio até 2010 e provavelmente até para exportar.

Na Europa, a meta de 5% terá de ser substancialmente reforçada nos próximos anos. Segundo estimativas da Europia (associação europeia das petrolíferas), a União Europeia terá de garantir uma percentagem de 16% de biocombustíveis no consumo total de combustíveis rodoviários, se quiser cumprir a meta de redução de 10% das emissões de dióxido de carbono até 2020. O problema é que a Europa, e ainda mais Portugal, é altamente deficitária nas matéria-primas usadas no biocombustível, pelo que terá de recorrer à importação maciça de óleos, pressionado ainda mais os preços dos produtos alimentares que utilizam os mesmos cereais de base.

Para José Horta, secretário-geral da Associação das Empresas Petrolíferas Portuguesas (APETRO), o grande dilema que tem de ser resolvido a nível mundial é encontrar um equilíbrio entre a crescente procura da nova indústria - que promete reduzir a dependência do petróleo e as emissões de CO2 -e as necessidades alimentares mundiais, em particular do Terceiro Mundo. E uma das respostas passa por recorrer a culturas que não tenham uma utilização alimentar. Um exemplo é um arbusto que está a ser desenvolvido em países como o Egipto, Índia, Colômbia e Madagáscar. Segundo João Cardoso, presidente da Torrejana, as sementes do jatropha curcas permitem maior aproveitamento de óleo (40%) com menos área produzida, sendo que este produto não serve para a alimentação.


Fonte: Diário de Notícias - Portugal

Nova usina de biodiesel em SP produzirá 30 mil litros por dia

Uma nova usina de biodiesel está sendo construída em Batatais, no Interior de São Paulo, e deverá entrar em operação em novembro deste ano. A expectativa da empresa que toca o projeto é que o faturamento no primeiro ano de produção chegue a R$ 30 milhões, podendo dobrar em até dois anos após o início da operação.

Esta planta é construída nas instalações da Petrobio Biodiesel, empresa especializada em fornecer equipamentos para a indústria do setor biocombustível. A própria Petrobio terá participação acionária neste empreendimento, cujas matérias-primas serão a soja e o etanol.

Fonte:

Brasbiofuel disponibiliza 250 milhões de litros de biodiesel

A Brasbiofuel já está comercializando biodiesel tanto para o Brasil, quanto para alguns grupos estrangeiros. São, no total, 250 milhões de litros que atendem à demanda do mercado interno e externo.

A importação do combustível está prevista até o início das atividades nas usinas de Cambe, Londrina e Campo Largo, no estado do Paraná, e são Francisco e Itajaí, em Santa Catarina. A produção deve ser iniciada em março de 2008, assim que forem concluídas as construções das bases e a instalação de todo o maquinário.

Cada uma das refinarias chegará a produzir cerca de 50 milhões de litros ao mês, sempre com o objetivo de oferecer ao mercado um produto de alta qualidade e com preços competitivos. A Brasbiofuel está elaborando um projeto no qual estabelecerá parcerias para oferecer amplo apoio técnico na aquisição de sementes, cultivo e colheita, comprometendo-se com a compra dos produtos. A indústria irá gerar 400 empregos diretos e 1000 indiretos.


Fonte: Jornal O Debate

Biodiesel impulsiona potássio

O preço médio realizado das vendas de potássio da Vale do Rio Doce no segundo trimestre deste ano subiu para US$ 240,74 por tonelada, contra US$ 198,08 no mesmo período de 2006.

Os motivos são o crescimento da demanda global por proteínas, que requer crescentes volumes de grãos, o salto na produção de álcool e do biodiesel e o maior consumo de fertilizantes para a elevação da produtividade agrícola. Tudo isso resulta em forte pressão sobre a oferta de potássio.

A produção da Vale de potássio no segundo trimestre de 2007 foi de 162 mil toneladas, contra 121 mil toneladas em igual período do ano anterior.

A Vale do Rio Doce é a única produtora de potássio do Brasil, na mina de Taquari Vassoura (SE) e está concluindo neste ano o projeto de ampliação da mina, que deve passar de uma capacidade de produção de 600 mil para 850 mil toneladas anuais. A Vale tem mais um projeto de potássio na Argentina, com investimento total de US$ 78 milhões.

Fonte:

Trading Emissions investe R$ 125 mi em usina de biodiesel

A companhia britânica Trading Emissions, que opera com créditos de carbono, disse nesta quinta-feira que investiu R$ 125 milhões em participação de um projeto de uma nova usina de biodiesel no Brasil.

A Trading Emissions disse que a fábrica, que será localizada no Estado de Goiás, terá uma capacidade anual para produzir 200 mil toneladas de biodiesel.

A empresa assegurou o direito de comercializar todos os créditos de emissões que conseguir - chamados Certificados de Redução de Emissões (CER) - por diminuição de carbono ou outras emissões como resultado do projeto.

O processo de construção da usina deve começar em julho de 2008, segundo a companhia.

A Trading Emissions desenvolveu o projeto com a compra de uma participação na empresa brasileira Bionasa Combustível Natural.

Fonte:
Da Agência

Já Acabou a febre do biodiesel?!

Chamou a atenção, em 2006, a corrida de empresários nacionais e estrangeiros por licenças da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis - ANP para produzir biodiesel, motivados pelo alto preço do petróleo e o baixo (menos de US$ 500,00/t) preço do óleo de soja (90% do óleo vegetal produzido no Brasil), além das previsões alarmantes do relatório da ONU sobre riscos do aquecimento global causado pelos gases de efeito estufa, particularmente do CO2 proveniente da queima de derivados do petróleo.

A euforia dos empresários era tal, que se chegou a especular na possibilidade de antecipar a adição de 2% de biodiesel no diesel (B2), de 2008 para Julho de 2007 e do B5, de 2013 para 2010. A capacidade de produção das usinas já autorizadas pela ANP é superior a 1 bilhão de litros, para uma demanda, a partir de 2008, de 800 milhões de litros.

Mas nem tudo são flores no país dos biocombustíveis. O preço do petróleo recuou, o do óleo de soja subiu (mais de US$ 700,00/t) e a preocupação com o meio ambiente continua, mas no contraste entre a natureza e o lucro, este conta mais. Resultado: têm hoje mais usinas prontas e inoperantes do que usinas produzindo. Não passou dos 53 milhões de litros nossa produção no 1º trimestre de 2007 e nesse ritmo não teremos, em 2008, os 800 milhões de litros de biodiesel necessários para cumprir com a demanda do B2.

Como Lei é Lei, o biodiesel adquirido pela Petrobrás em leilões públicos realizados em 2006 e 2007, terá que aparecer. O usineiro que vendeu o produto terá que entregá-lo e poderá ter prejuízos caso não tenha garantido o fornecimento e o preço da matéria prima, quando negociou o biodiesel com a Petrobrás. Tampouco está tendo êxito quem apostou nos benefícios do selo social da produção familiar da mamona, do girassol ou do dendê, pois a produção dessas oleaginosas é ainda muito pequena, visto que sua baixa rentabilidade desestimulou o pequeno produtor, destinatário dos incentivos fiscais que estimulariam a produção.

Para ser sustentável, uma usina produtora de biodiesel depende da garantia de fornecimento da matéria prima com preços racionais, o que só se consegue com produtores associados e preços previamente acertados. Sem essa segurança, fica-se na dependência dos humores do mercado, que não costuma ser generoso. Nesse particular, bem aventuradas as Cooperativas de Produtores, cujos associados são, além de fornecedores da matéria prima, também consumidores do biodiesel e das tortas resultantes do processamento das oleaginosas.

A propósito do biodiesel, o que o Brasil tem é clima favorável, muita terra disponível e domínio das tecnologias de produção das oleaginosas em climas tropicais. Tem, portanto, muito potencial, mas, ainda, pouca produção. Em 2006, o País foi apenas o 14% produtor de Biodiesel, mas poderá ser o 2º ou 3º, ainda em 2007 e, talvez, o 1º a partir de 2010.

Amélio Dall’Agnol - amélio@cnpso.embrapa.br

Fonte:

Projeto incentivará produtor a cultivar mamona no Agreste do Pernambuco


Quinze mil agricultores serão beneficiados pelo Programa de Produção de Biodiesel do Agreste de Pernambuco. A minuta do projeto que tem como meta difundir o plantio da mamona em 13 municípios da região foi apresentada, ontem, ao Ministério de Ciência e Tecnologia, em Brasília, pela coordenadora de Inovação Tecnológica da Agência para a Energia - Adene, Maria Helena Silva, e pelo idealizador da ação, Dom Mauro Morelli, do Instituto Harpia Harpyia. Em Pernambuco, o projeto será coordenado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.

A apresentação do projeto definitivo está prevista para 24 de agosto, na unidade industrial de Pesqueira, e o início das atividades deve ocorrer no último trimestre de 2007. O programa de Arranjo Produtivo Local para a Produção de Biodiesel no Agreste, que leva em conta inclusão social e geração de renda, consiste no plantio de mamona para produção de óleo empregado na fabricação do combustível, associado à produção de outras frentes, como apicultura, caprinocultura, vinicultura, horticultura, entre outras, mas especialmente a cultura do feijão. “Estimamos o plantio de 15 mil hectares de mamona consorciados com o plantio de feijão. Daí se inicia a sustentabilidade alimentar”, disse o coordenador da APL estadual, João Luis Coutinho.

Recursos de R$ 5,8 milhões, financiados pelos governos federal, estadual e municipal, serão utilizados na implementação do programa. Em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo governador Eduardo Campos, o Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar, do Ministério de Desenvolvimento Agrário, será viabilizado com financiamento para os agricultores, por intermédio do Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil. "A proposta é chegar a um padrão de desenvolvimento sustentável para os agricultores e suas famílias, tendo em vista de aumento da diversificação da produção, com o conseqüente crescimento dos níveis de emprego e renda”, ressaltou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho.

Produção - O plantio dos 15 mil hectares no agreste central representará uma produção de 12 mil toneladas/ano de mamona, que representarão produção de dez mil litros biodiesel/dia e três milhões de litros por ano. A mamona cultivada será repassada à Usina de Produção de Biodiesel Governador Miguel Arraes de Alencar, que será inaugurada em setembro próximo, na cidade de Pesqueira. Do lucro da usina, 50% serão rateados com os agricultores participantes do arranjo produtivo. O excedente do consumo do feijão será comercializado pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.

Fonte: FISEPE

Biodiesel será produção marginal na UE

A produção de biocombustíveis será uma saída "marginal" para as colheitas de cereais da UE pelo menos até 2010, segundo um relatório publicado pela Comissão Europeia (CE) sobre as perspectivas dos mercados agrícolas para 2007-2014. Bruxelas calcula que a procura de matérias-primas para a produção de biocombustíveis aumente, mas prevê que sejam necessários vários anos até que o desenvolvimento destes combustíveis ecológicos tenha um impacto na produção cerealífera comunitária.

Segundo a CE, o cultivo para biocombustíveis "deixará de ser uma saída de mercado marginal" a partir de 2010. Dentro dos mercados comunitários, a venda de cereais crescerá ligeiramente graças à procura emergente de bioetanol (combustível a partir de álcoois ou açucares agrícolas) e biomassa, assim como as iniciativas empreendidas pela UE.

Os líderes da UE concordaram em impor um uso mínimo de biocombustíveis, de maneira que em 2020 estes represente 10 por cento do consumo de energia nos transportes. Em geral, a CE calcula que a renda agrícola terá uma evolução favorável a médio prazo e poderá crescer 21 por cento entre 2006 e 2014, ainda que este aumento "esconda" diferenças entre os rendimentos dos agricultores dos países que entraram na UE antes de 2004 e os 12 que se incorporaram depois do Centro e Leste da Europa.

Após a cimeira UE/Brasil, realizada a 4 de Julho, em Lisboa, a Comissão Europeia promoveu uma conferência mundial sobre biocombustíveis, na qual participaram o presidente do Brasil, Luís Inácio "Lula" da Silva, o presidente em exercício da UE e primeiro-ministro português, José Sócrates, assim como académicos e representantes de companhias do setor.

Segundo a Comissão europeia, a procura de rações "estancará" e baixará ligeiramente devido ao aumento de resíduos de proteínas vegetais procedentes da produção de biocombustíveis, que serão emtregues para a alimentação animal. Bruxelas prevê que o setor das oleaginosas aumentará a produtividade, devido a melhores condições nos mercados mundiais e ao aumento da procura de biodiesel (combustível ecológico obtido de gorduras vegetais).

Embora a UE vá contar com um aumento de produções como a soja, colza ou girassol, continuará a ser um importador líquido nos próximos sete anos. Quanto ao sector do açúcar, a Comissão augura um "período de transição" até 2009, durante o qual haverá um alto nível de existências, até que as indústrias se reestruturem, se liberalizem as importações de países menos avançados e se expanda a indústria dos biocombustíveis.

Nas produções animais, as perspectivas da CE são "relativamente positivas" para o sector avícola, porcino e os mercados lácteos, enquanto que cairá o sector do gado vacum. O consumo de carne por pessoa na UE sairá da crise a causa da gripe aviária e aumentará em 3,2 por cento até 2014. Também se prevê uma queda da produção de carne de cordeiro e de caprinos.

Fonte: O Mirante On Line

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Colhedoras de coco babaçu amazônico encaram dilema do biodiesel


O babaçu, palmeira nativa abundante na Amazônia oriental e no norte e nordeste do Brasil, tem grande potencial para produzir biodiesel e biomassa energética, mas as mulheres que vivem de sua coleta temem perder sua tradicional fonte de renda. “A experiência nos faz prever novas dificuldades de acesso ao babaçu”, explica ao Terramérica Eunice da Conceição Costa, uma das coordenadoras do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, em Imperatriz, município do sudoeste do Maranhão.

Essas dificuldades têm suas raízes no processo agrário que o estado viveu desde 1969, quando foi aprovada a Lei de Terras que impulsionou a formação de propriedades e a apropriação privada de extensas áreas públicas. As cercas se multiplicaram, proibindo a atividade extrativista, e as florestas foram substituídas por pastagens e plantações. O Movimento luta por uma lei nacional análoga à existente em alguns municípios para garantir o livre acesso das colhedoras ao babaçu e para deter a destruição deste recurso natural indispensável para a economia popular.

Calcula-se que 400 mil pessoas, quase todas mulheres, sobrevivem da extração do óleo do fruto e outros produtos aproveitáveis do babaçu (Orbignya phalerata martins) para alimentação, construção e artesanato. Entretanto, chegou à região a febre dos combustíveis agrícolas, menos poluentes do que os derivados do petróleo. O biodiesel exige uma escala industrial e produção mecanizada e pode atropelar a atividade tradicional. “É um risco para nós, querem nos tirar o babaçu”, disse Maria Adelina Chagas, coordenadora geral do Movimento, organizado nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.

É possível produzir esse combustível a partir do babaçu sem tirar a fonte de renda das quebradeiras de coco, ampliando-a, disse ao Terramérica Fernando Carvalho Silva, coordenador do Núcleo de Biodiesel da Universidade Federal do Maranhão. É necessário um sistema mais eficiente de coleta do coco e extração de suas amêndoas ou sementes, que contêm o óleo. O conteúdo oleaginoso do fruto é de apenas 7%, mas é indispensável aproveitar toda a matéria-prima. A dura casca do coco tem alto poder calorífico e pode ser usada como carvão na indústria ou na geração de energia elétrica. A parte carnosa é rica em amido e empregada na produção de alimentos humanos e para o gado.

Assim, a produção do biodiesel depende de uma cadeia de produção que associe indústrias de alimentos, fertilizantes, energia, insumos para cosméticos e outras, destaca Silva. Além de estudar as possibilidades do babaçu, o grupo universitário desenvolve uma usina-piloto de combustível, de tecnologia simples e barata, acessível para as comunidades rurais. Poderá produzir entre 250 e 280 litros de biodiesel em cada operação, que durará dois dias porque vai purificar o combustível por decantação, evitando centrífugas caras, explicou o pesquisador.

O objetivo é tornar a iniciativa viável economicamente, beneficiando as quebradeiras de coco, que tomarão a decisão final sobre o projeto, que modificaria totalmente a economia do babaçu, acrescenta Silva. A abundância da palmeira é suficiente para fornecer biodiesel a vários Estados. Calcula-se que as florestas nativas de babaçu ocupam 18 milhões de hectares, principalmente no Maranhão. Seu coco é o principal produto florestal brasileiro depois da madeira, e representou 19,4% da produção extrativista não madeireira em 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Contudo, sua extração, muito rudimentar, não se enquadra com a produção energética. Além da colheita manual do coco, as mulheres extraem cada amêndoa em uma operação arriscada. Seguram o fruto entre os dedos de uma das mãos, sobre o fio de um machado apoiado no solo, e o golpeiam com um pedaço de pau. “Nenhuma máquina substitui as quebradeiras de coco”, porque não consegue o corte longitudinal que preserva as quatro ou cinco sementes contidas em cada coco, afirmou Costa, destacando essa habilidade transmitida de mãe para filha que, entretanto, não consegue evitar acidentes.

Cada mulher extrai por dia uma média de oito quilos de sementes e ganha cerca de R$ 7,00, segundo Chagas. É pouco dinheiro, mas muito mais do que o biodiesel proporciona, o que constitui outro obstáculo para que as quebradeiras se somem à produção desse biocombustível, acrescentou. Além disso, o programa governamental de incentivo ao biodiesel nas regiões pobres do Norte e Nordeste do país não incluiu o babaçu.

O Selo Combustível Social, concedido ao biodiesel feito com matérias-primas procedentes da agricultura familiar, oferece uma redução de tributos que torna o produto mais barato em mais de 10%. Isto o tornaria muito competitivo no mercado de combustíveis, afirma a funcionária. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel menciona apenas o rícino e o óleo de palma para o “estímulo máximo” de isenção de dois tributos, porque são produções com tecnologias já dominadas. Mas também o babaçu e outras matérias-primas podem se beneficiar desse fomento se ficar comprovada sua viabilidade na agricultura familiar, acrescenta Carmelio.

O selo social é “uma defesa para as quebradeiras de coco”, que afasta o risco de as florestas de babaçu serem tomadas pelo grande negócio agroenergético, assegura a funcionária. A Petrobras, por exemplo, só compra biodiesel certificado por esse selo. Além disso, a agricultura familiar, que inclui as extrativistas, tem acesso a créditos subsidiados que ampliam suas vantagens, conclui a especialista em biodiesel.

Envolverde/Terramérica

Diversificação e Nacionalização da materia-prima do Biodiesel

A Petrobras está investindo para diversificar as matérias-primas usadas na produção de biodiesel, com a intenção de evitar as oscilações de preços de outras sementes que estão sujeitas ao mercado de alimentos, como a soja. A estatal quer garantir a liderança na fabricação do combustível a partir de sementes oleaginosas de plantas tipicamente brasileiras, como a mamona, o dendê e o pinhão-manso.

De acordo com o gerente de Desenvolvimento Energético da estatal, Mozart Schmitt, a empresa já está conseguindo provar que o desempenho do biodiesel de mamona não fica atrás do combustível feito a partir de soja, pelos dados preliminares de um estudo que está feito em conjunto com a Ford e a Unifacs, da Bahia. O estudo compara o desempenho do diesel comum com misturas de 5% (o chamado B5) de biodiesel feito apenas com mamona ou apenas com soja nos motores de seis veículos Ford Ranger. "Até o momento, os veículos testados já rodaram 45 mil quilômetros e não houve diferença entre os combustíveis", disse Schmitt.

Outro importante braço de pesquisas da Petrobras na área de biodiesel está no Rio Grande do Norte, onde a estatal montou duas unidades experimentais de produção de biodiesel, no parque industrial de Guamaré. Ambas unidades produzem a partir da mamona e de outras oleaginosas e podem começar a operar comercialmente já no ano que vem, podendo atingir capacidade entre 18 mil e 20 mil toneladas de biodiesel por ano, o suficiente para abastecer o mercado potiguar da mistura de 5% (B5) de biodiesel ao diesel comum, que só começará a ser obrigatória em 2013. Ao todo, a Petrobras está investindo cerca de R$ 20 milhões nesses dois projetos. Uma dessas plantas opera com a tecnologia tradicional de produção de biodiesel, que usa óleos vegetais para produzir o combustível.

A outra planta já utiliza nova tecnologia desenvolvida pela própria Petrobras, com produção do biodiesel a partir diretamente da semente. "A vantagem desse procedimento é exatamente a de pular uma das etapas da produção", disse o consultor-sênior da Petrobras responsável pela tecnologia, Carlos Khalil, explicando que, com essa nova técnica, não é necessário transformar as sementes em óleos vegetais.

A Petrobras ainda está analisando se o processo de fabricação a partir da semente é, de fato, mais eficiente do que o que usa os óleos. Mozart Schmitt destacou que uma vantagem clara da produção por sementes é a possibilidade de se instalar usinas de biodiesel em locais mais isolados, próximos dos produtores de grãos, mas distantes de unidades de fabricação de óleos.

Custo

O custo também foi destacado por Schmitt como uma vantagem, já que a compra do óleo representa cerca de 80% do custo de produção do biodiesel. As técnicas em desenvolvimento nos dois projetos serão utilizadas pela Petrobras para adaptar as três grandes usinas em contrução em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG). Elas têm previsão de iniciar as operações até o fim deste ano. Para construir essas unidades, a Petrobras contratou a empresa Intecnial, que usa tecnologia americana de produção, que prioriza o processamento da soja.

As três grandes usinas terão capacidade total de 171 milhões de litros de biodiesel por ano — suficiente para abastecer cerca de 20% dos 800 milhões de litros que serão necessários para que todo o diesel vendido no país contenha 2% de biodiesel a partir do ano que vem, conforme determinação do governo.

A meta principal da Petrobras é a de atingir, no longo prazo, a liderança na produção de biodiesel no país. A expectativa da empresa é a de atingir, em 2011, uma produção de 855 milhões de litros.

Fonte: Monitor Mercantil

Coplacana vai fabricar biodiesel

Os produtores de cana-de-açúcar vinculados a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) terão sua própria usina de biodiesel em fevereiro de 2008. O óleo será extraído da soja, cultivada em área de rotação da cana e irá movimentar colheitadeiras, treminhões, tratores e demais equipamentos da frota da cooperativa e de seus cooperados.

Os ciclos de desenvolvimento da cana e da soja são bem definidos, o que permite intercalar essas culturas em diferentes momentos em um mesmo espaço sem prejuízo a nenhuma delas, explica o engenheiro agrônomo e gerente-administrativo da Coplacana, Klever José Coral.

A semeadura da soja acontece em outubro, logo após a colheita da cana. E a usina entra em operação no fim da colheita da soja, em fevereiro, quando os produtores já se preparam para a próxima lavoura de cana.

Segundo Coral, a chamada cana de ano e meio (ciclo de 18 meses) deixa a terra livre por 6 meses entre o fim da colheita e o início do replantio. "Podemos aproveitar a mesma estrutura de mão-de-obra e maquinários da cana, com poucas adaptações", explica. A cana de ano (12 meses) entra no rodízio.

A princípio a soja ocupará as áreas canavieiras em que a queimada é proibida, como a faixa de um quilômetro no entorno do perímetro urbano. O projeto envolve 50 cidades localizadas até um raio de 200 quilômetros de Piracicaba. E também o espaço entre redes de eletricidade e com grande declividade, de difícil acesso para as máquinas.

Rodovia do Açúcar A primeira unidade será inaugurada em fevereiro na Rodovia do Açúcar, km 171, em Piracicaba. A capacidade será de 45 mil litros de óleo de soja por dia (45 m³/dia) ou 13,5 milhões de litros por ano. Segundo o agrônomo e empresário, se a composição do biodiesel for B20, ou seja, 20% de óleo de soja misturada a 80% de óleo diesel, a produção será de 180 mil litros de B20 por dia (quase 50 milhões de litros por ano).

Resíduos rentáveis O resíduo da moagem do grão, o farelo de soja, subproduto muito valorizado como complemento alimentar animal 100% vegetal para bovinos, suínos e aves, também poderá gerar receita. Atualmente, os pecuaristas da região compram o farelo longe, por falta do produto em locais próximos. A usina irá gerar mil toneladas por dia de farelo, suficiente para abastecer grande parte da região segundo Coral.

No início da operação a usina irá produzir apenas 15 m³ de óleo, assimilando a soja cultivada em uma área inicialmente prevista de 10 mil hectares. Esse volume será ampliado com o tempo, até atingir a capacidade total.

A disponibilidade de área para soja é de 35 mil hectares, divididos entre os 7 mil cooperados ligados às 14 filiais da Coplacana.

O investimento na construção da usina será em torno de R$ 10 milhões, bancados em parte pela cooperativa e complementado por recursos vindos de linhas de crédito do Finame, por meio do BNDES. A usina irá empregar 30 pessoas na linha de produção e no laboratório para pesquisa e análise.

Fonte: