quinta-feira, 31 de julho de 2008

Enquanto isso na Costa Rica...

31/07/08 - Mais de quatro meses depois de a Agência Nacional de Petróleo (ANP) concluir que a mamona isoladamente não serve para produção de biodiesel por ser viscosa demais, o governo brasileiro "esqueceu" esse detalhe e fez hoje um acordo de cooperação com a Costa Rica para desenvolver justamente biodiesel de mamona. O texto, assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Oscar Arias, da Costa Rica, prevê a capacitação de técnicos para produção de combustíveis alternativos naquele país, incluindo o desenvolvimento das tecnologias com mamona e mandioca.

Carro-chefe da política de biodiesel tão cara ao presidente Lula - que citou a planta várias vezes como a saída para dezenas de famílias pobres -, a mamona foi desclassificada pela ANP em uma resolução publicada em março deste ano. A resolução diz que o biodiesel produzido de mamona é viscoso demais para ser usado para adição no diesel normal e só poderia ser aproveitado se combinado com os óleos produzidos de soja, pinhão manso ou algodão. Mesmo assim, pode representar entre 20 a 40 % da mistura, já que a viscosidade do óleo de mamona pode ser entre cinco e 10 vezes maior do que o considerado ideal pela ANP.

Fonte:

Da Agência

Meta da Petrobras Biocombustível é produzir 1 bilhão de litros de biodiesel por ano

31/07/08 - A Petrobras Biocombustível já estuda a construção de uma nova unidade com capacidade de produzir cerca de 300 milhões de litros por ano, volume que chega a ser quase o dobro da produção prevista para as três usinas que entram em operação até o final de agosto, com produção total de 171 milhões de litros de biodiesel por ano.

A informação foi dada com exclusividade à Agência Brasil pelo presidente da subsidiária, Alan Kardec. Segundo ele, as três primeiras unidades --Candeias (BA), Montes Claros (MG) e Quixadá (CE), ambas com capacidade de produção de 57 milhões de litros anuais- foram as únicas com volume de produção relativamente pequeno em comparação às demais.

"Nós trabalhamos para chegar a 2012 produzindo quase 1 bilhão de litros de biodiesel por ano. Esse é um volume significativo e ambicioso. Por isso mesmo, estamos estudando a construção de unidades maiores. Inclusive já há em estudo a construção de uma quarta unidade com capacidade para produzir cerca de 300 milhões de litros por ano. Seguramente não haverá, portanto, mais unidades de produção com a capacidade dessas três primeiras que entrarão em operação até agosto".

As três unidades que a Petrobras ativará até o final de agosto exigirão investimentos de R$ 295 milhões e com previsão de gerar trabalho e renda para 55 mil agricultores familiares, contratados para fornecer a matéria-prima.

A usina em Candeias, considerada "um marco na história da Petrobras", foi inaugurada na terça-feira (29) e é o primeiro passo para levar a estatal a se tornar o maio produtor nacional do biocumbustíveis.

Investimentos

A Petrobras Biocombustivel, subsidiária da Petrobras, criada esse ano, inicia as atividades com investimento previsto de US$ 1,5 bilhão até 2012.

Além de produzir a partir de matéria-prima de origem vegetal, como a mamona, o girassol e a soja, a usina pode também operar a partir de produtos de origem animal --como o sebo bovino, suíno ou de frango-- ou com óleos e gorduras residuais utilizados em frituras de alimentos.

Fonte:

Da Agência

Governador do Piauí concorda com decisão da ANP sobre Biodiesel

O governador Wellington Dias foi favorável em relação à decisão da ANP, Agência Nacional de Petróleo, que afirmou ser impossível, tecnicamente, produzir biodiesel apenas com óleo de mamona. Para ele, o óleo de mamona será utilizado para produzir cosméticos e aditivos. Já o biodiesel, será produzido através de outra oleaginosas como da soja e ,mais precisamente, através do pinhão manso.

Wellington falou que o Governo Federal assumiu a questão da produção de mamona e seu óleo sendo utilizado em cosmésticos, esmaltes, aditivos e lubrificantes terá o seu preço aumentado.

Segundo o governador do Estado, para a produção do biodiesel, o preço atual da mamona, R$ 0,65 o quilo, poderá aumentar para R$ 2,00, se for usado para a fabricação de outros produtos.

Wellington disse que os produtores da agricultura familiar vão continuar plantando mamona para outros produtos e pinhão manso para a produção de biodiesel. Afirmou ainda que as pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) sobre o pinhão manso estão adiantadas. Ele declarou que o teor de óleo da soja é de 20% a 30%, enquanto o do pinhão manso é de 40% a 60%, dependendo da variedade.

De acordo com ANP, foram estabelecidos vários critérios físicos e químicos para o biodiesel. Pelos parâmetros, o biodiesel produzido apenas com mamona é muito viscoso e se for usado nos motores poderá danificá-los. Para a ANP, a mamona é a única oleaginosa que não se enquadra nos parâmetros técnicos do biocombustível. Com todas as demais – soja, pinhão manso, algodão – possível produzir biocombustível sem precisar de mistura.


Flávio Moura
Fonte: 180 Graus - Teresina/Piauí

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Governo diz que mamona não atende a produção do biodiesel

O biodiesel extraído da mamona, segundo havia sido propalado pelo governo federal, seria um dos principais instrumentos de geração de renda e emprego nas regiões Norte e Nordeste. Mas coube à Agência Nacional do Petróleo (ANP) jogar uma ducha de água fria no programa social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma fonte oficial do governo informou que a Resolução Nº 07, de 19 de março de 2008, criou dificuldade para comercializar o biodiesel feito à base dessa matéria-prima. Para a fonte, a resolução diz que o biodiesel puro de mamona não atenderia às especificações por possuir elevada viscosidade. Na prática, a energia do óleo da mamona pura seria inadequado para motores movidos a diesel.

Procurada pela Gazeta Mercantil, a ANP não quis comentar o assunto. Por meio de sua assessoria de imprensa afirmou que: "a mamona pode ser utilizada como componente de mistura de matérias-primas para produção de biodiesel, tendo em vista a especificação de biodiesel regulamentada pela Resolução ANP n° 7/08".

A viscosidade do óleo da matéria-prima varia entre 20 a 30 milímetros (mm) por segundo. Portanto, acima dos limites permitidos na resolução da ANP, entre 3 e 6 milímetros. Quanto maior a densidade do óleo vegetal menor a velocidade em que o fluído se movimenta no interior do motor. O engenheiro-agronômo da Embrapa Algodão, Liv Soares Severino, diz que a resolução da ANP não exclui o biodiesel feito de mamona no mercado. Conforme ele entende, o relatório indica que não se pode usar o biocombustível feito 100% com essa matéria-prima. Isso pode ser pela densidade do produto, o que tornaria inviável ao uso nos atuais modelos de motores. Para se ter idéia, a viscosidade do óleo diesel é de 3,1 mm por segundo.

"Para usar o produto puro teria que se fabricar um novo tipo de motor", destacou. O engenheiro afirmou que pesquisadores de Córdoba (Espanha) descobriram uma linhagem de mamona que não tem esse tipo de problema.

Tanto Severino como a fonte reservada do governo são unânimes em dizer que a resolução da ANP em nenhum momento cita o percentual de óleo de mamona que poderia ser usado na mistura do diesel, embora a agência afirme que ele pode ser usado na mistura para a produção do biodiesel.

"É uma resolução inepta. Na prática ela proíbe a comercialização do biodiesel de mamona porque em nenhum momento afirma que pode se misturar o produto", destacou a fonte reservada. A mesma fonte garante que a mamona é a única matéria-prima que não cabe nas especificações da resolução da ANP. "E as matérias-primas que não atenderem as especificações estarão fora do programa", diz.

Neste caso, avalia, quem produzir biodiesel extraído da mamona estará sujeito a fiscalização da ANP e, eventualmente, poderá ter a mercadoria rejeitada no mercado, que certamente poderá ser considera ilegal. "Isso contraria o próprio espírito do programa social do governo que concedeu incentivos fiscais federais no Nordeste para a produção do biodiesel de mamona", argumenta a fonte. A própria Petrobras tem anunciado investimento no setor. Ambos especialistas descartaram a possibilidade de se reduzir a viscosidade do óleo de mamona no processo industrial.

Ou seja, a redução da viscosidade só é possível via a mistura do produto, o que não é garantido na resolução da ANP.

Fonte: , com adaptações.

Agricultura familiar no Mato Grosso é fortalecida pelo Biodiesel

O desenvolvimento da produção de biodiesel em Mato Grosso é fator decisivo para a melhoria da agricultura familiar no Estado. A afirmação foi apresentada nesta quinta-feira (24) durante o seminário Fortalecimento da organização na base de produção de oleaginosas da agricultura familiar para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (Seder), o evento reuniu grandes empresas produtoras do combustível ecológico com representantes dos agricultores familiares de todo o Estado.

“As empresas reconheceram que existiram erros durante a implantação do biodiesel na agricultura familiar, isto é algo que eu não esperava ouvir aqui. Estou muito satisfeito porque estamos buscando soluções para melhorar nossa produção, juntos”, comentou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondonópolis, Antônio Paulo de Arruda. Ele citou a cultura da mamona como exemplo, “nós não tínhamos a tradição com esta planta, por isso foi difícil trabalhar com esta oleaginosa. Mas com orientação técnica está começando a ser mais rentável”.

O ponto crucial para o fortalecimento da agricultura familiar está no Selo Combustível Social, rótulo inserido para empresas que utilizam pelo menos 10% de sua matéria prima oriunda da agricultura familiar. O Selo faz parte do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), explica o assessor da Plural Cooperativa, Nelson Borges. Ele detalhou que as empresas que recebem este selo possuem prioridade nos leilões da Agência Nacional de Petróleo. “Estas empresas compram as cotas oferecidas pela ANP, as cotas que sobram são vendidas para as empresas que não possuem o Selo Social”.

Em Mato Grosso, o superintendente de Política Agrícola da Seder, Rogério Monteiro Costa, detalhou que são 29 as empresas que trabalham com o biodiesel, mas apenas seis delas possuem o Selo Social. Ele acrescentou que a Seder está estudando maneiras de aumentar o número destas empresas com Selo Social, que elas passem a utilizar mais a matéria prima vinda agricultura familiar. “São agricultores que precisam da mão do Estado. Existe a produção nestas áreas, mas a comercialização é o grande problema. A compra da produção por estas empresas é vantagem para todos”. Rogério também adiantou que existe a possibilidade dessa cota de 10% para aquisição do Selo Social pode ser elevada para 20%, fortalecendo ainda mais a agricultura familiar. (Silvana Ribas)

Fonte:

quinta-feira, 24 de julho de 2008

"O biodiesel não vai dar certo"

Engenheiro por formação e pecuarista por profissão, Pedro de Camargo Neto é um dos maiores estudiosos da questão agrícola. Ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, ele se notabilizou como crítico contumaz da política governamental para o setor. "O Brasil é soja, carne e etanol e deveria usar sua força nessas áreas para se impor nas mesas de negociação", dispara. Segundo ele, esse foi o principal erro dos representantes do País na Rodada Doha, de comércio mundial. Nessa entrevista à DINHEIRO, o presidente da Abipecs, que reúne os criadores e exportadores de carne suína, também ataca o programa de biodiesel e diz que a burocracia prejudica o desenvolvimento da suinocultura brasileira.

Destacamos apenas as partes referentes ao biodiesel, caso queira ler a íntegra da matéria entre em Itoé Dinheiro


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DINHEIRO - Fala-se muito que a produção de etanol pode causar fome no planeta. O sr. acha que essa argumentação tem por objetivo ferir de morte o programa energético brasileiro?

CAMARGO NETO - A alta dos preços agrícolas surpreendeu muita gente. Esse fenômeno deve-se à combinação de quebra de safras e aumento do consumo. O programa de biocombustível brasileiro foi colocado nessa polêmica de forma equivocada. O uso da cana-de-açúcar já se consagrou como uma alternativa viável e os avanços tecnológicos permitem produzir cada vez mais sem ter de ampliar a área plantada.

DINHEIRO - Mas por que, então, fomos tão atacados?

CAMARGO NETO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu um erro ao atrelar o programa brasileiro aos Estados Unidos, como forma de abrir o mercado mundial de etanol. Ocorre que o projeto americano usa o milho, que tem uma eficiência energética muito inferior à da cana. Estamos apanhando por não termos vendido para o mundo as nossas vantagens comparativas. Mas o episódio serviu de lição e felizmente as autoridades brasileiras estão conseguindo reverter os prejuízos.

DINHEIRO - E qual o impacto da escassez de alimentos no caso do programa de biodiesel?

CAMARGO NETO - Acho que o impacto será pequeno pois esse projeto já nasceu morto. Usar a soja para produzir combustível equivale a cometer o mesmo equívoco dos americanos em relação ao milho. O óleo de mamona, apresentado como opção, é tão caro que ele acabará servindo de insumo para materiais nobres, como lubrificantes. O biodiesel é um programa furado.



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Fonte:

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Mais denuncias contra a Brasil Ecodiesel

Sob o titulo de "A farsa do biocombustível da Brasil Ecodiesel no Piauí" o Portal AZ, acrescenta mais alguns problemas aos já enfrentados pela Brasil Ecodiesel.

De novas denuncias sobre trabalho escravo, apesar de veladas, que são apontadas por série de irregularidades que caracterizariam este tipo de trabalho:

Funcionários endividados por conta de adiantamentos feitos pela empresa;
Obrigatoriedade de entrega de 30% da safra do feijão consorciado com a mamona;
Entrega de cesta básica que, pelo contrato, deveria ser no valor de R$ 100 reais e, segundo um colono, não passam do valor de R$ 30 reais e, além de pífia, ainda atrasa quase todos os meses;

Além de descumprimento da devida assistência técnica constante nas clausulas dos contratos firmados pelo programa "Selo Combustível Social" do Governo Federal, levando à quebra de safra pelos seus associados devido ao ataque de pragas e a falta de equipamentos, como tratores.

E por último, mas não menor, esta a denuncia da produção de carvão vegetal para uso próprio sem a devida autorização do órgão ambiental competente, o IBAMA.

Veja a Matéria aqui

Fonte:

quinta-feira, 17 de julho de 2008

10º e 11º Leilão de Biodiesel ocorrerão em agosto

17/07/08 - O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou hoje as diretrizes para dos próximos leilões de contratação de biodiesel, que serão realizados na primeira semana de agosto. O objetivo, segundo o MME, é assegurar a normalidade do abastecimento do óleo B3 a partir de outubro.

A proporção da mistura foi elevada de 2% para 3% a partir de julho deste ano. O primeiro leilão contratará 264 mil metros cúbicos de biodiesel de produtores familiares que possuem o selo social. O segundo leilão contratará 66 mil m3 de grandes produtores.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), que realizará os leilões, definirá ainda a data exata das licitações e o preço inicial do litro do biodiesel. O objetivo do governo é consolidar a introdução do biocombustível na matriz energética nacional. Dos 330 mil metros cúbicos totais a serem contratados, os 80% do primeiro leilão deverão ser entregues entre outubro e dezembro. Os 20% restantes terão a entrega negociada entre o fornecedor e adquirente do biodiesel. Hoje o país conta com 38 usinas de biodiesel em operação, com capacidade instalada para 2,731 milhões de litros.

Fonte: Agência Leia

Blog Biodiesel supera a marca dos 150 mil acessos

O Blog sobre Biodiesel nasceu de uma necessidade especifica de ajuntamento de informações sobre o bioconbustível.

Comecei a estudar sobre a matéria e acabei descobrindo que as informações, apesar de serem em grande numero, eram desencontradas e repetidas, era necessário criar um local para que pudesse fazer uma triagem das informações, separando-as por relevância e, muitas vezes fazendo o serviço de complementação dos assuntos trabalhados nas diversas fontes consultadas.

Era na realidade um Blog Pessoal, como é pricipio de todo Blog, acontece que em determinado momento as minhas informações passaram a serem fonte de pesquisa para muitos internaltas interessados em biodiesel e biocombustíveis não só do Brasil como de vários outros locais do Mundo.

Isso acaba se tornando um grande incentivo para novas publicações. Tanto que acabei tendo que separa algumas questões em outros blogs criados com esta finalidade. Assim nasceram:
  • Blog Arquivos: Criado com a finalidade de dar suporte ao Blog Biodiesel

  • Blog Biocombustiveis-Brasil (BIOBRAS): Nascido da necessidade de separar outros tipos de Biocombutíveis do Biodiesel para evitar uma confusão comum, encontrada em nossas pesquisas, na denominação destes tipos de combustíveis. Ele pretende ser um Blog onde podemos encontrar as mais novas informações sobre Biocombustíveis no Brasil e no mundo.

  • Blog Matérias-Primas para Biocombustíveis: onde você pode encontrar as matérias-primas usadas para fabricar Biocombustível no Brasil e no Mundo.

  • Blog Álcool no Brasil: aqui o leitor pode obter as informações sobre o biocombustível Álcool no Brasil.

  • Blog Usinas de Biodiesel no Brasil: você poderá encontrar as informações e localização de todas as Usinas de Biodiesel do Brasil.

Mas, no momento gostaria apenas agradecer a todos o leitores que ajudaram o blog chegar a este numero extremamente significativo.

Glencore quer produzir biodiesel no Brasil

O grupo Suíço Glencore Internacoional AG, assim como já fez a Noble Group, está disposta a e decidida a entrar no mercado de produção de biocombustíveis no Brasil. Após alguns importante aportes no setor, no ano de 2007, entra na disputa da Agrenco Holding, disputando o controle da empresa com as empresas Louis Dreyfus Commodities (LDC) e Noble Group.

O grupo Suíço Glencore Internacoional AG, atua no ramo agroindustrial e de mineração com um faturamento US$ 142,3 bilhões em 2007 e ativos de US$ 60 bilhões voltou ao mercado brasileiro para operações em grande escala. O grupo é o novo sócio majoritário da Sperafico Agroindustrial, empresa familiar com 50 anos de existência instalada na região de Toledo, no oeste paranaense, que vinha enfrentando dificuldades de pagamento de fornecedores, devido a elevação nos preços da soja nos últimos meses.

Fonte:

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Agricultores fazem escolha para o fornecimento de materias-primas para o Biodiesel

As orientações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), são as de viabilizar a produção da agricultura familiar, mas as matérias-primas para a industrialização do biocombustível proveniente da agricultura familiar, não estão sendo usadas para essa finalidade.

Mesmo com as expansões das oleaginosas - em especial a mamona e o girassol que cresceram 40% - mais de 90% do biodiesel brasileiro segue sendo feito a base de soja em razão da alta rentabilidade desses produtos. "Para o agricultor familiar é ótimo, ele está vivendo seu melhor momento, com empresas de uso tradicional da mamona e as usinas brigando na sua porta para adquirir o produto", disse Arnoldo Campos, coordenador do Programa Nacional de Biodiesel.

No entanto, Campos afirma que as indústrias ainda não usam esses produtos na fabricação do biodiesel, dando a eles outros destinos mais vantajosos comercialmente. "No momento não se está convertendo (as matérias-primas) em biodiesel e a escala de produção ainda não atingiu o patamar adequado. A gente pensou que a ascensão da utilização dessas matérias-primas seria mais rápida", admite Campos.

A alta das oleaginosas tem comprometido o sucesso do Programa de Biodiesel e levado a Brasil Ecodiesel, empresa-símbolo desse projeto, a uma situação de grande vulnerabilidade.

O valor de mercado da companhia caiu de R$ 1,156 bilhão para R$ 385 milhões nos últimos 12 meses e o mercado já fala numa possível aquisição por parte da Petrobras. Ainda que tenha apresentado uma alta de 2,30% ontem, os papéis da empresa já desvalorizaram 55,7% em 2008, mais que todo o ano passado quando registrou queda de 41,6%. "Só em julho as ações caíram 25% até a última sexta-feira", disse Fausto Gouveia, analista da Win que é homebroker da Alpes Corretora. Para Gouveia, comparada a outras empresas de capital aberto que atuam na área de energia alternativa, como a Cosan e a São Martinho, os papéis da Brasil Ecodiesel são os de menor potencial para enfrentar a concorrência. "Acho que a saída é ela compor uma empresa maior, ou sendo comprada pela Petrobras, ou incorporada por outra petrolífera na qual ela diversifique a gama de produtos", avalia.

O coordenador do Programa de Biodiesel afirmou que embora o governo acompanhe a situação da companhia, não há pacote de ajuda para nenhuma empresa de biodiesel. "Não cabe ao governo recuperar nenhuma empresa", disse. Campos. Afirmou, ainda, que hoje há muitas empresas com capacidade para atender a demanda e que não acha que os problemas da Ecodiesel irão impactar o setor como um todo.

A maior empresa do setor de biodiesel, que no ano passado foi responsável por 52,6% de toda a produção brasileira, foi acusada pela Petrobras de não cumprir contratos de entrega. A Ecodiesel, por sua vez, entrou com uma medida judicial contra a estatal alegando que a empresa não teria ido buscar o biodiesel adquirido em leilão. Na semana passada, a empresa enviou um comunicado ao mercado no qual informa que a medida judicial proposta contra a Petrobras foi realizada em caráter pontual e preventivo e informou que possui, em vigor, diversos outros contratos para fornecimento de biodiesel com a Petrobras e com Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP S.A.) para serem entregues até setembro de 2008. Sem a entrega do produto contratado da Ecodiesel, os estoques estratégicos do governo poderão ficar comprometidos. No primeiro semestre parte desses estoques tiveram que ser usados para atender a Região Nordeste e o Mato Grosso.

Fonte:

Terceira empresa entra na concorrência para compra da Agrenco

A quebra do contrato de exclusividade de negociação com o grupo francês Louis Dreyfus Commodities, abriu espaço para a entrada de dois outros interessados na compra da Agrenco.

Na quinta-feira passada, a Noble, de Hong Kong, tornou pública sua proposta pela companhia.

A terceira, e mais nova, oferta recebida, desde que as conversas com a Dreyfus se tornaram públicas, em função da prisão de três dos sócios controladores e executivos da Agrenco, teria vindo da multinacional suíça Glencore, segundo fontes ligadas à negociação. A Agrenco não confima o nome, só disse que é um grupo estrangeiro que atua no ramo.

Em função do surgimento de mais interessados e também, de um desentendimento quanto à urgência da conclusão da transação, a Agrenco renegociou as condições preliminares com a Dreyfus para eliminar a cláusula de exclusividade. Além disso, decidiu formar um comitê de assessoramento para a venda dos ativos. Esse colegiado será formado por um banco de investimentos, um escritório de advocacia e uma empresa de auditoria e contabilidade.

A empresa tem pressa em vender o controle. Ela precisa de US$ 100 milhões para capital de giro e acumula uma dívida de US$ 600 milhões. Até a semana passada, a Agrenco acreditava que a Dreyfus terminaria a due diligence (análise detalhada dos números) em dois dias, prazo que acabou não sendo cumprido. A negociação entre as duas começou no dia 24 de junho.

"A questão do tempo é muito importante para nós", disse Marco Antonio Modesti, gerente de relações com investidores da Agrenco, explicando porque quer abrir a possibilidade de diálogo com mais interessados. De acordo com pessoa próxima à administração atual, desde a prisão dos sócios, a empresa não conseguiu mais dinheiro junto aos bancos. Assim, a situação financeira, que já era difícil, está ainda mais delicada. Em março, a companhia tinha R$ 52 milhões em caixa para uma dívida de curto prazo de R$ 1 bilhão.

Vale lembrar que as ações da companhia, quem tem sede em Bermudas, quase viraram pó depois que os controladores foram presos em operação da Polícia Federal (PF) realizada em junho.

O bookbuilding da oferta de BDRs da trading de commodities agrícolas Agrenco, realizado no dia 23/10/2007, fixou o preço em R$ 10,40 por BDR. Os pedidos de reserva de investidores de varejo foram atendidos integralmente. As “Pessoas Vinculadas” foram incluídas na oferta. A liquidação ocorrerá no dia 29/10/2007.

Fonte:



Com informações do ___e do

domingo, 13 de julho de 2008

Biodiesel: o PNPB e a Brasil Ecodiesel

A Brasil Ecodiesel foi a primeira empresa brasileira a iniciar a produção em escala industrial de biodiesel, é detentora do primeiro Selo Combustível Social do MDA, é das primeiras entre as que conseguiram autorização de funcionamento da ANP. Teve a presença do presidente da república em quatro das cinco inaugurações de sua unidades de produção.

Fundada no segundo semestre de 2003 pelo empresário Daniel Birmann. A sua primeira usina de biodiesel a entrar em operação em novembro de 2005, a de Floriano, no Piauí, tinha a capacidade instalada de 45 mil metros cúbicos por ano, com 270 mil. De lá pra cá, a empresa inaugurou mais quatro unidades: Porto Nacional (em TO); Crateús e Iraquara (no CE); e, Rosário do Sul, (no RS). Sua capacidade de produção subiu para 520.000 metros cúbicos. Até o final deste ano, a empresa espera atingir uma capacidade de 2,07 milhões de metros cúbicos e, chegar a 3,53 milhões quando todas as suas unidades estiverem em pleno funcionamento. E lançou suas ações na Bolsa de Valores, com boa resposta do mercado financeiros.

Até pouco tempo era a grande vitrine do setor, com tudo indicando para o crescimento e fortalecimento desta potência emergente do Biodiesel brasileiro. Seguindo à risca as orientações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), com a sua produção baseada em matérias-primas ditas, alternativas, como a mamona, fornecidas pela agricultura familiar, era a grande amostra do governo federal do acerto em suas opções na produção do Biodiesel.

A Vitrine mostra sinais de trincamento. Desde o inicio do ano passado a empresa passa por um processo conturbado, com acumulo de prejuízos e saída de executivos, denúncias de trabalho escravo e infantil na produção de biodiesel e de iludir alguns produtores com falsas promessas.

Além da crise interna, o não cumprimento de contratos de entrega do biodiesel vendido nos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) juntamente com possibilidade de perda do Selo Combustível Social por problemas documentais de comprovação de atendimento às exigências do mesmo, poderá levar seu descredenciamento para participação em futuros leilões do governo, e a perda das isenções tarifárias. O que, no cenario atual de comercialização do Biodiesel no Brasil, onde o governo é o maior, para não dizer único, comprador, significaria a derrocada final da empresa.

Em 2006, encerrou o ano com um prejuízo líquido consolidado de R$ 38,1 milhões. O prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, registrado no quarto trimestre, num total contabilizado de R$ 37,7 milhões em 2007. Os motivos apresentados pela empresa para estes prejuízos são a elevação nas cotações dos óleos vegetais e a operação abaixo da capacidade industrial, esta motivada pelo volume de vendas inferior ao previsto, por conta da não-retirada do biodiesel pela Petrobrás, ao longo do ano.

A alta na matéria-prima e os baixos preços estabelecidos pela empresa para seu produto, nos leilões, tem dado, nos últimos seis meses, grandes problemas de caixa para a empresa, e, também, de credibilidade. Nos últimos 12 meses, suas ações já perderam 70% do valor e a empresa vem tendo dificuldade para conseguir rolar suas dívidas.

Muito desta situação, está na formação inicial da estratégia montada pela empresa para garantir o selo combustível social e, com isso, cair nas graças do governo, esperando uma eventual garantia de lucro, a que as empresas brasileiras vinham se acostumado a receber do governo Federal, nas gestões anteriores ao do presidente Lula, muitas vezes de forma irregular e fraudulenta. Não que este seja o caso da Brasil Ecodiesel, não, os erros dela foram de estratégia.

A Brasil Ecodiesel apostou na formação de uma rede de mais de 120 mil agricultores familiares dispersos por todo o país e distantes dos maiores mercados consumidores, com a intenção de garantir toda a matéria-prima para a produção de biodiesel. Só pra entender o tamanho da coisa, essa tentativa se equivale a uma empresa só administrar toda a cadeia de produção de fumo, por exemplo, com, hoje, 170 mil produtores.

Diferentemente de suas concorrentes, que compram boa parte de sua matéria-prima de grandes cooperativas agrícolas, a companhia decidiu ser ela, a própria cooperativa, financiando diretamente os seus associada.

Fora isso, apostou, e errou, na mamona como única fonte de matéria-prima.

Além de enfrentar dificuldades na sua produção, muitas vezes decorrentes de falta de assistência técnica por parte do governo,com uma conseqüente baixa oferta, 1/5 da necessidade para produção de biodiesel, e uma elevação de preço decorrente da procura. A alta nos preços da planta fez com que 60% dos agricultores nordestinos que fornecem o produto à Brasil Ecodiesel simplesmente vendessem a quem pagasse mais caro, ignorando os contratos com a empresa. Do ponto de vista financeiro, o uso de mamona para fazer biodiesel, se tornou um disparate.

O governo faz de conta que o biodiesel está sendo feito com mamona e também de que os pequenos agricultores estão mesmo recebendo o valor justo pela mamona que entregam para essas industrias.

Na verdade os pequenos agricultores recebem pela sua mamona um deságio bem grande (em alguns casos chega a R$ 5,00/saca de deságio sobre os preços de mercado) e mesmo assim não conseguem vender toda a sua produção. Continuam a ter baixa produtividade, pois não recebem em sua maioria nenhuma assinstência técnica como é prevista pelo programa de biodiesel com agricultura familiar, levando-os à desistência da lavoura.

Para completar o quadro de problemas, a soja, base para 80% do biodiesel produzido no país, teve alta de mais de 50% desde o início do ano, dando a derrocada final na equação financeira da Brasil Ecodiesel. Em novembro, a empresa ganhou contratos para vender o combustível por 1,86 real o litro, preço considerado insustentável. O preço causou estranheza no mercado, pois, a época do leilão, só o litro do óleo da soja, já tornava esse preço muito baixo para se produzir biodiesel, diz a concorrente. A Brasil Ecodiesel justificou a decisão, em nota enviada a revista EXAME, pelo caráter estratégico do leilão para consolidação do setor, mesmo sabendo da baixa rentabilidade, mas as vendas eram estrategicamente importantes para a consolidação do setor. Diversas outras empresas fizeram a mesma avaliação que nós.”, afirmaram os executivos da companhia.

As enormes filas de caminhões formadas nos portões das unidades de produção, principalmente na unidade de Iraquara - BA, esperando o fornecimento de biodiesel, o que muitas vezes não aconteceu, mostra de forma clara a situação da empresa. Desde maio, a empresa produz de forma intermitente, deixando muitas vezes de entregar, que está estipulado nos contratos firmados nos leilões de biodiesel da ANP, para as distribuidoras como a Petrobras e a ALE.

No caso da Petrobrás, a Brasil Ecodiesel alega que empresa não tem comprido o cronograma de recolhimento de volumes de biodiesel vendidos em dois leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo fato relevante divulgado pela Brasil Ecodiesel, a estatal deixou de recolher os volumes contratados nos leilões realizados no final de 2007, quando se comprometeu a entregar 161 milhões de litros. A empresa alega que a Petrobras não recolheu os volumes de fevereiro e março deste ano.

A Brasil Ecodiesel entrou na Justiça, no dia 10 deste mês, contra a Petrobrás cobrando multas pelo não recolhimento do biodiesel, reclama, também, a suspensão de multas contratuais cobradas pela Petrobras referentes aos meses de abril, maio e junho de 2008. "Nesse período, a Petrobras encontrava-se inadimplente nos Contratos de Compra e Venda de biodiesel celebrados, o que segundo o entendimento da Brasil Ecodiesel permitiria que fosse suspensa a execução das suas obrigações contratuais, tudo devidamente notificado à Petrobras na época dos eventos", afirma o texto distribuído pela companhia.

A crise da Brasil Ecodiesel chega em um momento muito difícil para PNPB. O mercado ainda esta tentando absorver a crise da Agrenco. Com as acusações de fraude nas exportações de soja, a Agrenco suspendeu o fornecimento do grão, deixando 12% do mercado de biodiesel desabastecido. Aliado a este fato, o aumento, a partir de 1º de julho, da mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel de 2% para 3%, aumentará demanda pelo biocombustível em 660 milhões de litros, só no segundo semestre.

Como não está dando conta nem dos atuais contratos, com falhas na entrega do combustível, a Brasil Ecodiesel corre o risco de ser excluída dos próximos leilões da ANP. Como os leilões são a única forma de acesso ao mercado, a punição pode ser fatal.

Como a Brasil Ecodiesel tem sido tratada pelo próprio presidente Lula, idealizador do PNPB e grande entusiasta dos biocombustíveis, como uma parceira do programa, levando à crença, por parte de muitos observadores, de uma “solução salvadora”.

Esta crença dos observadores parece não ser infundada, a Petrobras acaba de anunciar a criação de subsidiária para a área de biocombustíveis, a Petrobras Bienergia. Atualmente, a estatal é peça-chave no modelo de distribuição do biodiesel no Brasil. É ela que compra praticamente todo o óleo (97%) vendido nos leilões para depois repassá-lo às distribuidoras. É a estatal, também, que fiscaliza se as entregas estão sendo feitas no prazo e nos locais combinados com as distribuidoras. E, finalmente, é só ela, Petrobras, que define as multas para quem não cumpre os contratos firmados até o 5º leilão da ANP - a partir desse, a ANP istipulou, também, multas pelo descumprimento.

No final do ano passado, quando apareceram os primeiros sinais de dificuldade na Brasil Ecodiesel, a hipótese de comprá-la foi discutida numa reunião do conselho de administração da estatal, num pacote que incluía a aquisição de outras produtoras do setor. Mais recentemente, a proposta de compra da Brasil Ecodiesel voltou a ser discutida na Petrobras. Um grupo de trabalho chegou a ser formado para avaliar o negócio, mas nenhuma decisão ainda foi tomada. “Há um movimento no governo para salvar a Brasil Ecodiesel, e esse movimento repercute na Petrobras”, diz um executivo da empresa. A estatal não quis comentar essas informações nem esclareceu se pretende multar a Brasil Ecodiesel pelo não-cumprimento dos contratos. Por via das dúvidas, emissários da Brasil Ecodiesel já estariam sondando outras companhias do setor sobre uma possível compra ou associação - A empresa nega tal movimentação.

Desde que foi criada, em 2003, até hoje, a Brasil Ecodiesel tem uma imagem associada à figura de seu fundador, o banqueiro Daniel Birmann, que acaba de vender sua participação no banco Arbi a um sócio. Birmann também não é mais sócio da empresa, mas é em torno de seu nome que giram todas as conversas sobre a Brasil Ecodiesel no mercado de biodiesel. Herdeiro de um grupo empresarial gaúcho, Birmann já ganhou e perdeu somas consideráveis de dinheiro. Sua última boa tacada aconteceu durante o racionamento de energia no princípio da década. Exatamente no momento em que as hidrelétricas diminuíram sua produção pela falta de chuvas, o grupo comandado por ele administrava 11 termelétricas. Com a Brasil Ecodiesel, Birmann parecia ter acertado novamente. Em março de 2005, porém, outro revés: o banqueiro foi proibido pela CVM de participar de companhias abertas e foi multado em 243 milhões de reais por irregularidades na falência de uma das empresas de seu grupo. Naquele mesmo ano, ele vendeu sua participação na Brasil Ecodiesel a uma offshore, a Eco Green Solutions LCC Pouco depois, quando a Brasil Ecodiesel fez sua oferta inicial na Bovespa, o desempenho das ações foi fortemente prejudicado pela existência desse sócio oculto, que boa parte do mercado apostava ser o próprio Daniel Birmann. No mês passado, a Eco Green finalmente saiu do bloco de controle da empresa, levando Nelson Cortes da Silveira, um dos acionistas, a declarar que a ex-sócia “pesava como chumbo”. Quem sabe agora, ficando mais “leve”, a empresa encontre um parceiro — ou até um novo dono — que a permita deixar os problemas para trás.

Resumo da ópera:

Alguns fatores que mostram a gravidade da situação na Brasil Ecodiesel

  1. Maus resultados: acumula 94 milhões de reais em prejuízos, atribuídos aos custos de implantação e ao alto preço da soja, principal matéria-prima.

  2. Problemas na produção: desde maio, a empresa está entregando menos da metade do combustível prometido à Petrobras e, por isso, pode ser excluída dos leilões da ANP.

  3. Imagem comprometida: o Ministério do Desenvolvimento Agrário avalia se mantém o status de “selo social”, que comprova o uso de óleo produzido pela agricultura familiar. Se perder o selo, a empresa será excluída de 80% do mercado.

  4. Possibilidade de venda: já começaram as primeiras sondagens para vender a empresa. O comprador dos sonhos é a Petrobras, mas outras grandes companhias do setor também foram contatadas.

Fonte: Varias Fontes

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Noble faz investida em Biodiesel

O Noble Group está, definitivamente, decidida a entrar no mercado de produção de biocombustíveis no Brasil. Após alguns importante aportes no setor, no ano de 2007, entra na disputa da Agrenco Holding, disputando o controle da empresa com a Louis Dreyfus Commodities (LDC).

O Noble Group no ínicio do ano passado adquiriu cinco armazéns de grãos no Mato Grosso e Paraná, por US$ 18 milhões. Logo depois, comprou a Usina Petribu Paulista, no interior paulista, com capacidade de esmagamento de 2,5 milhões de toneladas. Depois disso, foram investidos US$ 150 milhões para dobrar a capacidade da usina e também implementar melhorias.

No mês passado, anunciou a intenção de investir US$ 300 milhões na construção de uma nova usina de açúcar e álcool em São Paulo, com capacidade de esmagar 8 milhões de toneladas anuais. A informação foi dada pelo vice-presidente do Noble, o indiano Harry Banga, em passagem pelo Brasil. A nova planta, prevista para entrar em funcionamento dentro de 18 a 24 meses, produzirá principalmente etanol.

No dia oito, terça-feira última, próxima, a Noble do Brasil entrou na disputa pela compra da Agrenco, fazendo uma proposta contendo condições equivalentes àquelas do Memorando de Entendimentos firmado entre a Agrenco e o grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC), dona da usina de biodiesel Coinbra em Ponta Grossa/PR , o qual propunha a compra da companhia por cerca de US$ 100 milhões, sendo US$ 33,5 milhões por meio de empréstimo conversível em ações que, na prática, significa a transferência do controle acionário da Agrenco para o LDC em troca de uma operação de capitalização.

O Noble Group é uma Trading multinacional de commodities com sede em Hong Kong. Atua no Brasil há quase 20 anos, no financiamento e comércio de produtos agrícolas, com destaque para a exportação de café e grãos. Ela apresentou, além da proposta, com validade de sete dias, um adicional adicional, equivalente à multa de descumprimento contratual estabelecida no memorando com a LDC.

Hoje, em comunicado à CVM - Comissão de Valores Mobiliários, a empresa LDC comprometeu-se a confirmar a transação dentro de dois dias úteis - ou seja, até sexta-feira, sem exigir o cumprimento de todas as condições pedidas antes. A ausência de realização de oferta pública de aquisição para os acionistas da Agrenco, por exemplo, não é mais condicionante para fechar o negócio, mas diz ainda depender do resultado da auditoria.

Agora, a LDC quer apenas a aprovação integral dos acionistas da Agrenco e autoridades regulatórias, o fim da due diligence, a assinatura de contratos definitivos e a inexistência de uma " mudança adversa relevante " . Se essas condições forem cumpridas, a LDC promete realizar a operação de capitalização da Agrenco, no valor de US$ 33,5 milhões, elevando, assim, o capital social da empresa, imediatamente após o prazo de dois dias úteis. “Considerando ainda que, a Agrenco deve negociar com a LDC em boa fé", o Conselho de Administração, decidiu continuar as negociações com a LDC pelos próximos dois dias úteis.

A Agrenco começou a dar os primeiros sinais de problemas financeiros em abril com o atraso de um mês do pagamento de produtores. Em meados de junho, a empresa Hunter Douglas do Brasil Ltda. pediu a falência da Agrenco em São Paulo por falta de pagamento de materiais de construção.

Em 2007, a Agrenco faturou US$ 1,5 bilhão com exportação de grãos e farelo do Brasil, Argentina e Paraguai. A previsão com seus três complexos agroindustriais recém construídos era de aumentar o faturamento em mais de US$ 1,1 bilhão.

Fonte:

Bertin, agora sob nova direção

Com um faturamento de R$ 6,4 bilhões no ano passado e atuação nos setores de alimentos (carne bovina e lácteos), produtos para animais, de higiene e limpeza, couros e Biodiesel, a Bertin S.A entra em uma nova fase, sob novo comando. João Pinheiro Nogueira Batista, ex-Suzano e ex-Petrobras: objetivo é "agregar valor" à Bertin.

Fonte:

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Zoneamento de Oleaginosas auxilia na produção de Biodiesel

Brasília (20.3.2008)- De acordo com o coordenador de Agroenergia, da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Frederique Rosa e Abreu, atualmente, 90% da matéria-prima utilizada no biodiesel são provenientes do óleo de soja, os outros 10% vêm do algodão, amendoim, Palma/Dendê (Elaeis guineensis, Jacq.), gergelim, girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.

Por isso a Secretaria de Política Agrícola (SPA) vem fazendo o zoneamento agrícola de risco climático das oleaginosas destinadas ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). As oleaginosas contempladas são algodão, amendoim, canola, dendê, gergelim, girassol, mamona e soja.

Veja a Matéria aqui

Biodiesel: o desafio agora é a redução dos custos da produção

Se os resultados do PNPB são animadores ao se falar em produtividade, a avaliação costuma ser diferente quando se trata do custo da lavoura. De acordo com Heitor Petry, o valor médio do hectare no sul do País ficou em R$ 900,00. A intenção é fazer com que esse valor seja reduzido.

Outra ação para baratear a fabricação do biocombustível é adotada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Técnicos dos cursos de Engenharia Agrícola e Química vêm trabalhando na adaptação de um equipamento que transforma o óleo vegetal em biodiesel. Até agora um modelo está sendo usado e o desempenho é satisfatório. Apenas os custos ficaram mais altos. Por esse motivo, segundo o engenheiro mecânico e mestrando em Tecnologia Ambiental, Jonas Kaercher, ainda serão necessárias adaptações na máquina.

Uma delas tem como foco a redução nos custos do sistema. A outra envolve a forma de manuseio.

A intenção é possibilitar que os agricultores façam o biodiesel em casa de uma forma prática e mais barata. Enquanto isso estiver acontecendo, uma equipe da universidade também vai acompanhar o funcionamento dos motores nos quais passou a ser usado o combustível feito com girassol.

Fonte: Gazeta do Sul

Brasil Ecodiesel entra na Justiça contra a Petrobras

Agencia Estado
A Brasil Ecodiesel entrou hoje na Justiça pedindo a cobrança de multas contra a Petrobras pelo não recolhimento de volumes de biodiesel vendidos em dois leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo fato relevante divulgado pela Brasil Ecodiesel, a estatal deixou de recolher os volumes contratados nos leilões realizados no final de 2007, quando se comprometeu a entregar 161 milhões de litros. A empresa alega que a Petrobras não recolheu os volumes de fevereiro e março deste ano.

A produtora de biocombustíveis reclama ainda a suspensão de multas contratuais cobradas pela Petrobras referentes aos meses de abril, maio e junho de 2008. "Nesse período, a Petrobras encontrava-se inadimplente nos Contratos de Compra e Venda de biodiesel celebrados, o que segundo o entendimento da Brasil Ecodiesel permitiria que fosse suspensa a execução das suas obrigações contratuais, tudo devidamente notificado à Petrobras na época dos eventos", afirma o texto distribuído pela companhia.

Procurada, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto até o início desta noite. As regras atuais para o mercado de biodiesel determinam que a estatal compre em leilões volumes suficientes para a mistura de 3% ao diesel de petróleo e depois repasse o produto às distribuidoras. Em seu comunicado, a Brasil Ecodiesel diz que seus advogados entendem haver grandes chances de vitória na Justiça. A companhia não informou, porém, os valores das multas.

Fonte:
Do Jornal a Tarde - BA

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Biodiesel é Nosso!?!?!

É engraçado como às vezes nos surpreendemos com as pessoas e instituições no Brasil.

A Petrobrás, maior estatal brasileira, que pretende ser a maior produtora de biodiesel do Brasil e do Mundo, criou inclusive uma subsidiária própria para este fim, a Petrobras Bioenergia, tem feito grandes investimentos no Brasil, a meu ver de forma acertada, de maneira a proteger o PNPB e garantir o lado social do programa. Até aqui nenhuma surpresa, é o mínimo que nós, brasileiros, esperávamos de uma empresa que tem a cara do Brasil e que tem servido de exemplo da independência brasileira no desenvolvimento de suas próprias tecnologias, sem a necessidade de qualquer interferência estrangeira, pelo contrario, sendo ela própria exportadora de tecnologia para o resto do Mundo.

Então qual a surpresa?

A Petrobras formou uma joint venture com empresas portuguesas e está se preparando para construir a maior usina de biodiesel em Portugal. A refinaria deve entrar em operação em 2010 e terá uma capacidade anual de 250 mil toneladas, de acordo com um acionista.

Mas adivinha de onde virá a matéria-prima: do Brasil.

O que pode parecer uma grande jogada empresarial está se configurando mais, em minha opinião particular, numa afronta ao povo brasileiro, pois a agregação de valores aos produtos brasileiros, que deveria ser feita no Brasil, será feita em Portugal, gerando emprega e renda na Europa em vez de no nosso País.

Isso é um retrocesso brasileiro tão grande que remonta ao período do Brasil Colônia, onde éramos apenas meros produtores de matéria-prima para a sede da colônia.

Meu avô dizia algo sobre o "catingueiro" (Caipira do semi-árido nordestino) em referencia aos nordestinos que iam morar em São Paulo, que podemos muito bem aplicar a este caso: "O cabra sai do mato, meu filho, mas o mato não sai do cabra não!". O Brasil deixou de ser colônia, meus caros, mas a Petrobras não deixou de ser da colônia!

Temos que fazer com a Petrobras o que o Brasil fez por ela quando nós, brasileiro, ou pelo menos os nossos pais, lançamos e defendemos "O Petróleo é Nosso!" e lançar, urgentemente, a campanha:

O Biodiesel é Nosso!

Para podermos dar uma resposta à seguinte questão:

É Petrobras Bioenergia ou Petroporto Bioenergia???

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Fim da obrigatoriedade da adição de marcador no Biodiesel

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS
RESOLUÇÃO Nº 19, DE 4 DE JULHO DE 2008

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista as disposições da Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997, e a Resolução de Diretoria nº 435, de 24 de junho de 2008,

Considerando os estudos realizados para desenvolvimento de novas tecnologias na identificação do biodiesel, que acabaram por concluir ser possível a determinação do teor de biodiesel no diesel por espectrometria na região do infravermelho, torna público o seguinte ato:

Art. 1º Fica descontinuado o programa que obriga a adição de marcador ao biodiesel, pelos produtores e importadores em todo território nacional.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução ANP nº 37, de 22 de dezembro de 2005.

Art. 3º Esta Resolução entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação.

HAROLDO BORGES RODRIGUES LIMA
D.O.U, 7 de julho de 2008

domingo, 6 de julho de 2008

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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Biodiesel gera rejeito valioso

O biodiesel é bio - não-fóssil e renovável - mas não é isento de rejeitos. E o maior problema no seu processo produtivo chama-se glicerol, uma espécie de glicerina que sobra como resíduo no final da produção do biodiesel e para o qual ainda não há uma solução definitiva.

Existe um mercado restrito para o glicerol mas o crescimento da produção de biodiesel saturou esse mercado e agora é necessário desenvolver novas soluções em termos de reciclagem ou de reaproveitamento desse material em outros processos industriais.

Processos biotecnológicos

Recentemente, pesquisadores brasileiros desenvolveram uma técnica para transformar essa glicerina em biogás utilizando biotecnologia.

Agora, também utilizando microorganismos, cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo de fermentação que permite que a E. coli e outras bactérias intestinais convertam a glicerina em ácidos orgânicos úteis em vários processos industriais e, portanto, com valor de mercado.

Transformando rejeito em lucro

"A nova via metabólica que nós descobrimos abre caminho para o desenvolvimento de novas tecnologias para converter esse rejeito em compostos químicos de alto valor," conta o professor Ramon Gonzalez.

O processo de fermentação também pode ser utilizado para transformar o glicerol em etanol. Mas os pesquisadores afirmam que utilizá-lo para produzir ácidos orgânicos, como formatos e sucinatos, é ainda mais eficiente e gera produtos com maior valor de mercado.

Condições especiais de fermentação

Até agora se acreditava que o glicerol somente poderia ser fermentado por organismos capazes de produzir um composto químico chamado 1,3-PDO (1,3-propanodiol). Só que nenhuma das bactérias mais comumente utilizadas em biotecnologia - como a E. coli e a Saccharomyces cerevisae - consegue fazer isto.

O que a equipe do Dr. Gonzalez descobriu é que é possível usar o 1,2-PDO, um composto muito similar ao 1,3-PDO e com a grande vantagem de poder ser produzido pela E. coli.

"A razão pela qual isto não havia ainda sido descoberto antes provavelmente é que a E. coli exige uma configuração especial de condições de fermentação para que esta via seja ativada," diz Gonzalez. "Não foi fácil ajustar essas condições, de forma que não é o tipo de processo em que alguém iria tropeçar por acidente."

O processo foi licenciado para uma empresa de biotecnologia que prometeu colocar a primeira planta-piloto em atividade dentro de 12 meses.

Fonte: inovação tecnológica

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Biodiesel de Arroz no Rio Grande do Sul


25/9/2006
Marcos Siqueira - Equipe Biotec AHG

A Faculdade de Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) vem se juntar às muitas outras instituições que têm preocupação com o meio ambiente e pretendem dentro do meio acadêmico estudar e por em prática fontes não-renováveis como os biocombustíveis que já são desenvolvidos em várias regiões do planeta. Porém a originalidade reside na matéria-prima, o arroz, cereal de grande expressão agrícola no Rio Grande do Sul.

Veja a Matéria aqui

Fonte:

Com a colheita da 1ª safra de mamona, tem inicio o Programa de Biodiesel de Alagoas

Os pequenos produtores alagoanos se preparam para a primeira safra de mamona pelo Programa de Biodiesel do Estado. Após terem se frustrado com as perdas ocasionadas pela seca no ano passado, o grupo espera colher, a partir de setembro, cerca de 4 mil toneladas da oleaginosa. A matéria-prima será beneficiada pela Oleal, empresa privada que pertence ao Grupo Bananeira, de Arapiraca, parceira do projeto, e que venderá seu biodiesel para a Petrobrás.

Com a colheita inaugural, Alagoas quebra o encanto e se insere definitivamente no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, do governo federal. O plantio começou em maio deste ano, em consórcio com o feijão, e ocupou 2 mil hectares de terra da região fumageira de Alagoas. A empreitada teve como ponto de partida a distribuição de 16 toneladas de sementes feita pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Seagri). A cultura está sendo desenvolvida por 500 núcleos de agricultura familiar dos municípios de Arapiraca, Girau do Ponciano, Craíbas, Traipu, Lagoa da Canoa, Taquarana, Limoeiro de Anadia, Coité do Nóia e Feira Grande.

Veja a Matéria aqui

por Secom

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Verdades e mentiras em torno dos biocombustíveis

Em meio ao grande volume de atenção que os biocombustíveis têm recebido da mídia, é difícil distinguir a percepção e a realidade.

Geralmente feitos de milho, cana-de-açúcar, soja e outros produtos agrícolas, os biocombustíveis para automóveis têm sido aclamados como uma panacéia que vai impedir a mudança do clima global, reduzir a dependência em relação aos combustíveis fósseis, assegurar a segurança energética e turbinar as economias agrárias.

Todavia, os biocombustíveis também sofrem denúncias dos críticos que afirmam que eles causarão mais danos ao meio ambiente do que benefícios e que não serão economicamente sustentáveis sem uma proteção governamental.

Para determinar quem está certo, falamos com dezenas de especialistas em organizações governamentais, corporativas, acadêmicas e sem fins lucrativos e revimos os estudos sobre o crescimento e a viabilidade do mercado de biocombustíveis. Baseados nesta pesquisa, exploramos a verdade das hipóteses predominantes a respeito tanto da promessa dos biocombustíveis quanto do seu impacto nos mercados e no meio ambiente.

Percepção: Substituir o petróleo por biocombustíveis vai reduzir substancialmente as emissões de gases causadores do efeito estufa. Realidade: Pelo menos no curto prazo, os biocombustíveis oferecem benefícios mínimos em relação a esses gases.

À primeira vista, os biocombustíveis parecem deixar um rastro de carbono muito menor do que o petróleo porque as plantações voltadas à produção de energia (como todas as plantações) extraem carbono da atmosfera. Na verdade, estudos como o relatório "Biocombustíveis para o Transporte" de 2004 feito pela Agência Internacional de Energia indicam que a economia feita pelos biocombustíveis em relação aos gases do efeito estufa durante o seu ciclo de vida, varia de 20% com o etanol de milho, a 80% ou mais com o etanol da cana-de-açúcar ou etanol celulósico.

Contudo, a economia durante o ciclo de vida não leva em consideração o impacto da terra para agricultura que era, ou também se reverteria em pastagem ou floresta. Desmatar para converter a floresta ou a pastagem em plantações voltadas para a produção de energia resulta em um substancial depósito de dióxido de carbono () na atmosfera. Conseqüentemente, olhando para além no futuro, a esperança ambiental em relação aos biocombustíveis não é uma completa quimera.

Percepção: Os biocombustíveis não são economicamente viáveis como um substituto do petróleo. Realidade: Os biocombustíveis oferecem uma alternativa competitiva ao petróleo.

Embora os custos equilibrados relativos às diferentes tecnologias para a fabricação dos biocombustíveis variem significativamente, no Brasil o etanol da cana-de-açúcar já é comercialmente viável. Hoje, mais de 85% dos carros vendidos no Brasil apresentam motores flex, e o etanol da cana fornece uma porção significativa do pool de combustíveis para veículos com base em seu mérito econômico.

Graças ao grande número de veículos flex, os consumidores podem optar pelo combustível que for mais barato, o que, em última análise, varia com base nos preços relativos do petróleo e do açúcar.
Globalmente, o etanol de milho ainda é muito mais caro que o petróleo e vai continuar sendo até que os preços do petróleo subam mais ou menos 20%.

O etanol celulósico, embora ainda esteja no estágio inicial de desenvolvimento, provavelmente vá se igualar ao petróleo quando aquele estiver em cerca de US$ 55 por barril sem incentivos do governo - cerca de metade do preço do petróleo agora.

Talvez o maior endosso aos biocombustíveis como uma alternativa economicamente viável ao petróleo tenha vindo da própria Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Abdalla El-Badri, secretário geral da Opep, mencionou em junho de 2007 que o consórcio estava considerando cortar investimentos em uma nova produção de petróleo, em resposta a movimentações por parte dos países desenvolvidos de criar e usar mais biocombustíveis.

Percepção: Os mercados globais de energia são tão vastos que os biocombustíveis não podem esperar alterar o equilíbrio do fornecimento e da demanda por petróleo. Realidade: Se o fornecimento agrícola se expandir a taxas históricas, os biocombustíveis podem dar uma contribuição significativa ao pool de combustíveis para transportes, resultando em um super fornecimento de petróleo.

Embora os biocombustíveis sejam a melhor e mais econômica esperança por uma alternativa ao petróleo, a produção de biocombustível ainda representa menos de 1% da demanda global total por combustível. Todavia, se as melhorias agrícolas continuarem rápidas, os biocombustíveis podem finalmente se igualar ou superar as exportações atuais da Opep sem comprometer o fornecimento mundial de alimentos.

Com raras exceções, na última metade do século, avanços na reprodução de plantas, estudos do solo e uso de fertilizantes, gerenciamento da água, controle da ervas daninhas e de pestes e desenvolvimento da infra-estrutura têm aumentado a produção das plantações e a produtividade agrícola. A agricultura também produz mais alimentos usando menos trabalho, capital, químicos e terras.

Até 2030, estimamos que as produções das plantações vão aumentar cerca de 55% e que os preços das lavouras voltadas à produção de alimentos terão caído a aproximadamente metade dos níveis de 2005. A essa época, se as previsões em relação aos preços do petróleo feitas pela Agência Internacional de Energia estiverem corretas, esperamos que a produção de biocombustíveis se equilibre de maneira econômica entre 40 e 50 milhões de barris de petróleo por dia, ou cerca de 40% da necessidade global total. Se o suprimento agrícola aumentasse em metade dessa taxa, os volumes de biocombustível cairiam a mais ou menos metade desse nível.

Percepção: As plantações direcionadas aos biocombustíveis vão ocupar o lugar das lavouras destinadas à produção de alimentos, fazendo os preços dos alimentos subirem e o consumo de alimentos cair no mundo em desenvolvimento. Realidade: Se a produção das plantações e a produtividade agrícola melhorarem a taxas históricas, os preços futuros dos alimentos não vão precisar ser mais altos do que são hoje.

Os críticos mantêm que ao longo do tempo a produção de biocombustíveis vai quase certamente ultrapassar a das lavouras destinadas aos alimentos, resultando em uma maior desnutrição em partes mais pobres do mundo, em particular. Esses argumentos são persuasivos, mas os biocombustíveis não podem ser responsabilizados pela aflição dos países em desenvolvimento em relação aos alimentos. Os fazendeiros nesses mercados já estão em desvantagem quando se trata de acessar as práticas agrícolas mais recentes e a informação sobre as melhorias na produção. Além disso, as políticas governamentais, a falta de infra-estrutura, a instabilidade política e importações mais baratas feitas dos Estados Unidos e da Europa deprimem mais as produções das plantações nessas áreas, fazendo com que os consumidores globais percam até 30% de sua produção agrícola potencial hoje.

Substituir o apetite por petróleo pelo gosto por biocombustíveis sem dúvida resultaria no consumo de recursos agrícolas substanciais. Entretanto, há uma terra não-irrigada adicional no mundo disponível para a produção agrícola, de acordo com a FAO (agência da ONU para alimentos e agricultura) e outras autoridades globais.

Fonte:

Do:

terça-feira, 1 de julho de 2008

A grande verdade sobre a quetão BiocombustiveisXAlimento

Toda a discussão sobre os problemas apresentados pelo mundo em cima da questão dos Biocombustíveis versos Alimento podem ser entendidos lendo esta reportagem sobre o programa Petroleo por alimentos:

Iraque abrirá processo nos EUA por escândalo do plano “petróleo por alimentos”

O Iraque vai processar nos Estados Unidos as empresas e indivíduos envolvidos na grande fraude descoberta no programa da ONU ´Petróleo por alimentos´, aplicado durante o regime do ex-presidente Saddam Hussein.

"O programa foi alvo de enormes escândalos financeiros que envolvem empresas e particulares que conspiraram com Saddam Hussein para desviar importantes somas de dinheiro mediante subornos, preços exagerados e o fornecimento de bens de má qualidade", declarou o porta-voz do governo iraquiano, Ali al Dabbagh, em um comunicado, que não dá maiores detalhes sobre a ação.

O programa "Petróleo por alimentos" funcionou entre 1996 e 2003, quando os Estados Unidos lideraram uma invasão militar ao Iraque para derrubar Saddam Hussein. Esse programa da ONU permitia a Bagdá vender petróleo em troca de bens humanitários de que o país necessitava devido às sanções vigentes depois de ter invadido o Kuwait em 1990. O regime de Saddam Hussein foi acusado de ter se aproveitado do programa para condicionar o direito a compra de petróleo à entrega secreta por parte dos compradores de comissões de vários milhões de dólares. Segundo um relatório de outubro de 2005, o informe "Volcker", a manipulação desse programa permitiu ao regime Saddam Hussein malversar 1,8 milhão de dólares. Mais de 2.200 empresas de 66 países foram acusadas de malversação.

Agência AFF - 29/06/2008

Os percalços enfrentados pelo Biodiesel no Brasil

A Agrenco teve três importantes executivos do seu grupo presos esta semana acusados de desvio de recursos da empresa. De acordo com a PF, Antonio Augusto Pires Junior e Antonio Iafelice foram presos sob a acusação de terem maquiado balanços financeiros da companhia, a fim de esconder desvios de recursos em benefício próprio.

Em fase final de construção das suas três usinas de biodiesel que lhe renderiam o segundo lugar no ranking das maiores produtoras do Brasil, com capacidade total de produção de 425 milhões de litros/ano, ficando atrás apenas da Brasil Ecodiesel, a Agrenco trás para o setor um grande problema de confiabilidade que afeta o biodiesel, mesmo não havendo correlações entre as prisões e a produção de biodiesel.

O Grupo já passava por problemas de falta de capital de giro que acarretavam atrasos nos pagamentos de fornecedores e uma preocupação com a solidez da empresa, por parte de seus empregados, que formavam uma imagem negativa da empresa junto ao mercado.
Com o inicio da mistura de 3% de biodiesel no diesel (B3) a partir de hoje o problema toma uma proporção ainda maior para o setor. A Agrenco arrematou 39,6 milhões de litros nos leilões da ANP e terá que produzir 12,8 milhões de litros ainda este mês, volume nunca antes produzido por uma única empresa do ramo neste mesmo tempo.

Em meio a essa crise, a Louis Dreyfus Commodities Group (LDC), ou Coinbra no Brasil, anunciou proposta de compra da Agrenco Group, por US$ 0,70 por ação ordinária (R$ 1,12 ao câmbio de R$ 1,60), o que, equivaleria a um valor nove vezes menor do que o valor da Oferta Inicial de Ações (IPO, sigla em inglês) - R$ 10,40 - em outubro do ano passado e um pouco abaixo do valor atual das ações da companhia, 1,25.

O que parece ser a solução para o problema da empresa, pode não ser do programa de biodiesel, pois se a produção for afetada durante o processo de transição e o grupo não conseguir honrar o compromisso de entrega de 50% do volume negociado nos leilões, além de não puder participar dos próximos leilões da ANP, ainda poderá gerar um desabastecimento de biodiesel.

Juntando à crise da Agrenco, a Brasil Ecodiesel só conseguiu atender, até abril, 36,6 % do volume negociado, 77,7 dos 211,9 milhões de litros.

Para tentar amenizar a crise a Petrobras realizou três leilões de biodiesel, dentre aquelas empresas que considerava confiável na entrega do produto, na tentativa de assegurar os estoques para a mistura de biodiesel (B3). O grande problema foi que estas empresas só tiveram capacidade de oferecer 69 % do volume pretendido pela Petrobrás.

Os números da produção divulgados pela ANP, até agora, não permitem prever a capacidade da Brasil Ecodiesel em entregar o restante dos 80% do biodiesel que vendeu, ou pelo menos atingir os 50% necessários para que possa continuar participando dos futuros leilões, que a esta altura já parecem ser uma realidade a ser seguida pela ANP, necessários para garantir o B3.

Esta situação levou o diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo Campos, a uma situação um tanto quanto inusitada frente à realidade do disparate entre a quantidade produzida e a quantidade vendida. Após fazer duras declarações sobre a Brasil Ecodiesel, sugerir a possível quebra da empresa declarou, ainda, em nota, que a empresa está entregando regularmente sua produção de biodiesel.

A quebra da Brasil Ecodiesel só não será um baque maior para o programa de biodiesel caso as especulações sobre a sua venda pra a Petrobrás Bioenergia se confirmem, apesar de ainda significarem um grande baque. A empresa é hoje a maior do setor: produziu, em 2007, 52,7% dos 402.176,89 milhões de litros e tem 22% da capacidade produtiva autorizada pela ANP. Como a opinião pública iria reagir a sua falência ainda é uma incógnita, mas podemos ver que uma relação com a inviabilidade do programa é uma opção.

O governo tem o desafio de mostrar que a entrada da Petrobras no setor é uma realidade mercadológica imposta às grandes do setor petróleo pela total viabilidade dos biocombustíveis (biodiesel e etanol) e não uma forma de protecionismo imposta à Petrobrás para garantir uma possível inviabilidade do biodiesel como combustível. Será necessário mostrar a capacidade do programa em suportar esses pequenos ajustes que se fazem necessário num programa de introdução de um elemento na Matriz Energética tão novo e tão importante para o País e para o Mundo.

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