quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Vem aí o biodiesel!

NOS PRÓXIMOS dias, mais precisamente em 1º/1/2008, o Brasil tornará obrigatória a mistura de 2% de biodiesel no diesel consumido no país. O Ano Novo começa com essa grande novidade.
Introduzir em grande escala um combustível renovável em lugar de outro de origem fóssil foi expediente já realizado no Brasil, em 14/11/1975, quando da criação do Proálcool, o maior programa de substituição de combustíveis fósseis até hoje conhecido no mundo.

A chegada do biodiesel à matriz energética brasileira tem significado semelhante. É o passo inicial de um programa audacioso, que combina modernização energética, sustentabilidade econômica e inclusão social.

Atualmente, modernizar, em política energética, é desenvolver, com sustentabilidade econômica e em grande escala, fontes de energia renováveis. Assim é que o biodiesel é usado com êxito em países como Alemanha, França, Itália, Malásia, Estados Unidos. Há mais de dez anos, a Alemanha é o maior produtor e consumidor de biodiesel no mundo, responsável por 42% da produção mundial.

No Brasil, a decisão de implantar o biodiesel agregou outro objetivo, o da inclusão social, e foi tomada há menos de três anos, com a edição da lei 11.097, de 13/1/2005. Nesse período, o país, que naquela data não tinha sequer uma usina de biodiesel, passou a ter 42 plantas autorizadas a produzir e outras 53 que estão sendo analisadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Passou também a proporcionar a cerca de 150 mil famílias de pequenos produtores renda para se manterem com dignidade no campo.

Nos cinco primeiros leilões realizados pela ANP, entre 23/11/05 e 14/2/ 07, os produtores de biodiesel venderam à Petrobras e à Refap 885 milhões de litros. No sexto e sétimo leilões, venderam mais 380 milhões de litros, somando 1,2 bilhão de litros de biodiesel. Em dezembro, as duas produtoras de óleo diesel vão comprar mais 100 milhões de litros, para fazer estoque, perfazendo um total de 1,3 bilhão de litros. Outros leilões serão realizados entre janeiro e junho do próximo ano, para garantir o abastecimento do segundo semestre.

A quantidade comprada até aqui é quase o dobro dos cerca de 800 milhões de litros de que o Brasil necessita por ano para cumprir a meta de 2% de biodiesel. A Petrobras e a Refap, que adquiriram o combustível ecológico nos leilões da ANP, já venderam o biodiesel para as distribuidoras de todo o país. A despeito de problemas ocorridos -como a não entrega de parte da produção comprada- e obstáculos que provavelmente ocorrerão, a partir do dia 1º/1, o programa começará a ser implantado.

O Brasil tem possibilidades de tirar amplo proveito desse programa. Suas vantagens comparativas são grandes. Enquanto o maior produtor e consumidor atual, a Alemanha, baseia sua produção em uma única fonte, a colza, uma espécie resultante do cruzamento genético entre a couve e o nabo, temos grande variedade de oleaginosas, espalhadas por regiões com distintos regimes climáticos; tecnologia já testada na fabricação do etanol; disponibilidade de solo, sem ameaças a lavouras de gêneros alimentícios e a florestas.

O crescimento da capacidade produtiva instalada já permite discussões sobre a antecipação das datas previstas em lei para o aumento do percentual de biodiesel no diesel de 2% para 5%. É sinal de que o programa brasileiro será bem-sucedido. Durante os últimos três anos, o governo vem fazendo tudo a seu alcance para que o programa dê certo. Teve apoio dos empresários que investem em plantas industriais e dos agricultores que cultivam as oleaginosas. Esse esforço não terá sido em vão.

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HAROLDO LIMA , 68, engenheiro eletricista, é diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Foi deputado federal pelo PMDB-BA (1083-1987) e pelo PC do B-BA (1987-2003).

Fonte:

Biodiesel no posto: equação difícil para produtores

Matérias-primas em alta e excesso de capacidade produtiva fazem do biodiesel um combustível fadado ao prejuízo em sua estréia nacional.

O biodiesel, foi anunciado como um dos principais programas do governo na área de energia. Ao mesmo tempo que oferece ganhos ambientais por reduzir a poluição e ser renovável, o biocombustível de óleo de mamona, soja ou palma, entre outras matérias-primas, foi apresentado como uma oportunidade para gerar emprego e renda na agricultura familiar. Depois de muito ensaio, chegou a hora da verdade para o biodiesel brasileiro. Em janeiro, passa a ser obrigatório nos postos de todo o país o B2, o diesel com mistura de 2% do biocombustível. Isso significa que, ao longo de 2008, serão necessários cerca de 840 milhões de litros de biodiesel para abastecer uma frota de 2,3 milhões de caminhões, ônibus e picapes. Mas a aguardada estréia pode ser ofuscada por dois problemas: excesso de capacidade industrial e disparada dos preços dos óleos vegetais. A cotação do óleo de soja, matéria-prima de 75% da produção brasileira de biodiesel, quase dobrou em dois anos. O resultado é que fazer biodiesel hoje dá prejuízo. Estimuladas por amplos incentivos do governo, muitas empresas investiram no setor. Existem 49 usinas aprovadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com uma capacidade instalada de 2,5 bilhões de litros por ano -- três vezes a cota necessária para suprir o B2 em 2008. Outras 47 fábricas aguardam autorização da agência para ser implantadas. Quando todas as usinas estiverem em operação, a capacidade de produção alcançará 3,8 bilhões de litros por ano. "Houve uma explosão no setor que gerou uma febre de competição e acabou jogando os preços lá embaixo", diz Jorio Dauster, presidente do conselho de administração da Brasil Ecodiesel, a maior empresa do setor, com seis usinas.

O fato é que a conta não fecha. Num leilão promovido pela ANP em novembro, a Petrobras adquiriu 380 milhões de litros de biodiesel pelo preço médio de 1,86 real por litro - embora o preço de referência fosse 2,40 reais. O valor atingido não cobre sequer o custo de produção, estimado em 2 reais o litro, do biocombustível feito com óleo de soja, considerado a versão mais viável economicamente. Por que as empresas se comprometeram a entregar o produto com prejuízo? A explicação é que, uma vez que muitas usinas já estão construídas, há uma ânsia em fechar contratos com a Petrobras e garantir alguma remuneração para o investimento. Afinal, os leilões já realizados pela ANP garantiriam o abastecimento de biodiesel para todo o primeiro semestre de 2008 e não haveria outra grande oportunidade de venda tão cedo. "Não podemos ficar com as fábricas paradas por seis meses", diz Dauster. Diante do cenário de matéria-prima nas alturas, o setor ficou dividido. "Algumas empresas acharam que era melhor apostar nesse início de programa, mesmo com o preço abaixo do custo. Outras entenderam que não dava para trabalhar no prejuízo", diz Odacir Klein, ex-ministro dos Transportes e diretor da recém-criada União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio). O grupo Bertin foi um dos que preferiram ficar de fora. Inaugurada em setembro, com capacidade para produzir 110 milhões de litros de biocombustível por ano utilizando óleos vegetais e sebo bovino dos frigoríficos da empresa, a fábrica de biodiesel do Bertin, localizada em Lins, no interior de São Paulo, está parada.

Quem vendeu o produto nos leilões, porém, lida com uma equação difícil de fechar -- por isso, reina a desconfiança de que algumas empresas não irão entregar o biodiesel leiloado, repetindo o que ocorreu ao longo de 2007. Nesse período, quando o mercado operou em fase de teste, apenas 400 milhões de litros, menos da metade do volume vendido, foram entregues. Para diminuir o risco de faltar o produto, a agência reguladora incluiu penalidades para quem não fornecer o prometido, proibindo a participação em futuros leilões. "O objetivo dos primeiros leilões era estimular o mercado a produzir e, portanto, os contratos nem traziam cláusulas punitivas. Agora, não existe mais essa possibilidade", diz Edson Silva, superintendente de abastecimento da ANP.



QUANDO O PROGRAMA brasileiro de biodiesel foi concebido, em 2005, o mercado das commodities agrícolas ia mal. Mas, desde então, suas perspectivas mudaram. O aumento de renda na China e na Índia elevou 6,5% o consumo de óleos vegetais em 2007, e já se prevê novo crescimento, de 6%, da demanda em 2008. Além disso, o avanço dos biocombustíveis -- aí incluído o etanol -- também mexeu com o mercado de óleos vegetais. À medida que o biodiesel ganha peso na matriz energética mundial, sua conexão com o petróleo aumenta. "Isso significa que um preço mais alto do petróleo tem sido traduzido em maiores preços dos óleos vegetais", diz James Fry, diretor da consultoria inglesa LMC, especializada no mercado de commodities agrícolas.

Não é só no Brasil que o mercado de biodiesel é complicado. A Alemanha é o maior produtor mundial, com 40% dos cerca de 13 bilhões de litros fabricados no planeta. Mas essa liderança foi construída com base numa gama de subsídios aos produtores e reduções tributárias. Os Estados Unidos, outro país importante no mercado, também oferecem largas vantagens aos produtores. Por aqui, o governo pensa em alternativas para impulsionar as indústrias. É quase certo que a adição compulsória de 5% do biocombustível ao diesel, prevista para 2013, será antecipada para ampliar a demanda. Também já se espera que os preços de referência dos próximos leilões sejam mais generosos, absorvendo, assim, o alto custo da matéria-prima. O governo deve ainda estimular o chamado mercado de BX -- aquele em que empresas utilizam o biodiesel em frotas próprias. A Vale, por exemplo, mistura 20% de biodiesel ao diesel de suas locomotivas. "Essa pode ser uma nova fronteira para o biodiesel nacional, porque a exportação ainda vai demorar a acontecer", diz Silva, da ANP.

O grande teste do biodiesel brasileiro virá mesmo a partir de março, quando a nova safra de soja começará a ser entregue. Se a demanda internacional pelo grão continuar aquecida, a pressão na exportação será um fator a mais para complicar a produção. Outros gargalos, como transporte e armazenagem, deverão surgir. A falta de tanques para estocagem do biocombustível nas distribuidoras pode ser o primeiro deles. Será preciso muito mais do que marketing para que o biodiesel cumpra as promessas douradas do lançamento do programa.


Eduardo Monteiro Fabiane Stefano

Fonte:

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Matérias-primas para a fabricação de biodiesel

O governo deveria ter realizado pesquisas sobre matérias-primas destinadas à produção de biodiesel, antes de lançar o Programa de Biodiesel. A afirmação é do presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais de Feliz Natal, em Mato Grosso, Leandro Martins.

“O programa está na contra-mão do que está acontecendo no campo”, disse Martins. Segundo ele, o uso da soja para a produção de biocombustível, pior exemplo, está inviável porque o preço da (produto primário de alto valor no mercado) varia diariamente, enquanto o valor para a venda do litro do biocombustível é tabelado.

“Hoje não compensa comprar soja para produzir biocombustíveis. Um óleo de soja custa mais caro do que o biodiesel que eu vou vender para a Petrobras”, afirmou.

Martins afirmou ainda que os próprios produtores estão realizando pesquisas sobre as matérias-primas disponíveis para a produção de biodiesel. Para ele, muitas usinas que venderam para a Petrobras vão ter dificuldades de honrar os compromissos. “Pelo preço que está hoje (a produção do biodiesel), não vale a pena vender para ao governo”.

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De:

Biodiesel, o novo combustível para o Brasil

No próximo dia 1º, os postos passam a comercializar um novo combustível no Brasil. Trata-se da mistura de 2% do biodiesel ao diesel tradicional. Chamada de B2, a mistura é um novo marco na decisão do Brasil de diversificar sua matriz energética e ampliar a participação de fontes renováveis de energia.

Para o Brasil, o uso do B2 significa ganhos expressivos do ponto de vista social, econômico e ambiental, e uma grande contribuição do país na corrida empreendida em todo o mundo em busca de alternativas para substituição dos combustíveis fósseis, especialmente o petróleo.

O consumidor não terá alterações na sua rotina porque os motores não necessitam de adaptações. A garantia dos veículos continua com a mistura B2, conforme atesta a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos automotores (Anfavea). Além disso, as normas e a fiscalização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) asseguram a qualidade do produto vendido aos consumidores.

O início da comercialização obrigatória do B2 coroa com sucesso a decisão do Governo, tomada em 2003, com a criação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, de estimular a produção do óleo vegetal para fins combustíveis. O biodiesel melhora o ar que respiramos, porque reduz as emissões de fuligem e de outros poluentes, e diminui a dependência brasileira de importação do diesel mineral, com uma economia na balança comercial de US$ 500 milhões por ano com a mistura B2. Para percentuais maiores de mistura, a economia será ainda maior. Além disso, cria perspectivas de um novo produto a compor a pauta de exportações do Brasil no médio prazo.

O desenvolvimento do Programa do Biodiesel permitiu o surgimento de uma nova cadeia produtiva no país, aumentando a oferta de empregos e melhorando a renda no campo e nas cidades. Hoje, 45 usinas já estão autorizadas pela ANP a produzir biodiesel. Juntas, podem produzir cerca de 2,4 bilhões de litros por ano, quase três vezes mais que a necessidade de produção para atender à mistura B2, de 840 milhões de litros por ano. A rápida resposta dos investidores ao programa leva o governo a avaliar a antecipação da mistura obrigatória do B5, quando o diesel mineral passará a ter 5% de biodiesel. Por lei, a obrigatoriedade de comercialização do B5 seria a partir de 2013, mas ela pode ser antecipada para 2010.

Na área rural, o impacto do programa é notável e confirma seu objetivo de inclusão social. Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário apontam que cerca de cem mil famílias da agricultura familiar, equivalentes a 500 mil pessoas, estão mobilizadas na produção de oleaginosas destinadas à produção do biodiesel e respondem por cerca de um terço do volume produzido. No semi-árido (Nordeste e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais), a produção de matérias-primas para o biodiesel apresenta-se como um instrumento eficaz de geração de emprego e renda e de utilização de áreas com baixo aproveitamento para a produção de gêneros alimentícios. À medida que o programa vai se consolidando, novas famílias serão mobilizadas, estimando-se a incorporação de um milhão de agricultores familiares nesse novo mercado.

Embora o programa tenha um forte conteúdo social, ele não é excludente, sendo também uma oportunidade de expansão da agricultura comercial, o que de fato já ocorre, especialmente com o aproveitamento da soja e do girassol para a produção do biodiesel. O programa também não é restritivo em relação à matéria-prima: a especificação brasileira é única, independentemente do tipo de oleaginosa, e hoje são utilizadas mamona, girassol, soja, dendê, caroço de algodão e até sebo bovino. A escolha da matéria-prima é opção do produtor e depende da sazonalidade agrícola, das vocações regionais e da possibilidade de aproveitamento de resíduos gerados por outras atividades, como é o caso do sebo, de óleos de fritura e borras do processamento de óleos vegetais para consumo humano.

No momento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) busca desenvolver variedades de mamona mais produtivas e viabilizar a utilização de outras oleaginosas, como o pinhão-manso e a macaúba, que podem se transformar em importantes opções de matérias-primas. Em outra ação, o Ministério da Agricultura está promovendo a realização do zoneamento de risco climático para diversas culturas oleaginosas potenciais fontes de matéria-prima para a produção de biodiesel. Estas ações consideram as questões relativas à preservação ambiental, em especial a proteção da Floresta Amazônica e outros biomas sensíveis, com vistas a garantir que a produção de biocombustíveis no Brasil ocorra de econômica e sustentável.

No plano internacional o Brasil reúne todas as condições para assumir uma posição central na produção mundial do biodiesel, devido à larga experiência que temos com o álcool, às condições climáticas, à grande quantidade de terras agricultáveis disponíveis e à competitividade do nosso agronegócio. Com isso, podemos afirmar que a produção brasileira de biocombustíveis não compete com a produção de alimentos, como pode acontecer em outros países que tenham características distintas das brasileiras.

Nesse sentido, dois pontos podem ser destacados: a disponibilidade de terras agricultáveis assegura ao Brasil a condição de ser um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e também grande produtor de biocombustíveis. Ainda, a produção de matérias-primas agrícolas para a produção de energia pode ser consorciada com a produção de alimentos, maximizando o ganho do produtor rural e os benefícios para a sociedade. Assim, a segurança alimentar será reforçada pela geração de renda e pelo efeito multiplicador dos biocombustíveis na economia.

O biodiesel é uma vitória de todos. Ganha o Brasil, que consolida sua posição de ser um dos maiores produtores mundiais de combustíveis renováveis e limpos. Ganham os empresários que ampliam os seus negócios. Ganham os trabalhadores da agricultura, que contam com novas oportunidades de geração de emprego e renda e ganha a sociedade, especialmente os moradores das grandes cidades, com um combustível menos poluente.


Nelson Hubner - ministro interino de Minas e Energia
Fonte:

Da Agência

Assentados da Brasil Ecodiesel abandonam projeto de biodiesel no Piauí

Células da Fazenda Santa, em Canto do Buriti Abandono: é assim a situação do assentamento Santa Clara, localizado a 70Km entre os municípios de Canto do Buriti e Eliseu Martins, região Sul do Piauí. Em 2004, o Governo do Estado inaugurou um núcleo de produção de mamona na região e assinou um acordo com a empresa Brasil Ecodiesel Participações LTDA para produção do vegetal como matriz energética, tendo a organização familiar como pressuposto da inclusão social no projeto.

Na semana passada houve uma manifestação dos moradores do local contra a atuação da empresa Brasil Ecodiesel. Segundo o secretário de formação e organização sindical da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí (FETAG), Adonias Higino Cunha, a população do local está revoltada com a situação de abandono. Adonias falou que grande parte das 600 famílias que residiam no local estão desistindo e indo embora, pois o descontentamento é grande.

O secretário denunciou que, quando teve início o projeto, o assentamento contava com 25 tratores e hoje só possui 3. Há suspeita de que esses três são também alugados para carvoarias da região, “servindo para que a empresa Brasil Ecodiesel arrecade dinheiro por fora”.

Adonias relatou também a situação dos ônibus que levam os estudantes da região às escolas. Segundo ele, os veículos estão depredados, causando riscos para quem os utiliza.

Adonias ressaltou ainda que os R$ 250,00 adiantados para os agricultores (que servem como garantia para compra da safra), são insuficientes para a subsistência dos trabalhadores. O secretário denunciou ainda que a área disponibilizada para o plantio também vem sendo diminuída: no início, eram 5 hectares e hoje são somente 2. Para Adonias Higino, essas situações acabam gerando o descontetamento da população.

O secretário de formação e organização sindical da FETAG disse que desde o início, a Federação verificou a necessidade de projetos paralelos que gerassem renda à população. Segundo ele, o plantio da mamona e do feijão não são suficientes para garantir o sustento dos agricultores. Adonias informou que foi construído um núcleo criatório de galinhas, mas a Brasil Ecodiesel “abandonou”. “Há um contraste entre o que a empresa representa e o que ela realmente pratica”, lamentou o secretário.
Células da Fazenda Santa, em Canto do Buriti

Fonte: TV canal 13

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Petrobras garante compra de mamona

A Petrobras começou a assinar, na manhã de ontem, em Montes Claros, contratos de garantia de compra da produção de mamona, amendoim e girassol de produtores rurais da agricultura familiar. Além disso, a Emater firmou convênio com os municípios do Norte de Minas para assegurar assistência ao setor. A solenidade foi realizada no auditório da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

O gerente executivo da Petrobras, Mozart Schmitt de Queiroz, e o gerente da Usina de Biodiesel de Montes Claros, Júlio César Monteiro Lopes, assinaram contratos simbólicos com três pequenos produtores, como Noêmia das Graças Araújo Brito, da comunidade de Calhau, na zona rural de Montes Claros. Ela representou 15 famílias, que plantaram 14 hectares de mamona. A colheita deverá ocorrer em julho, e a empresa se comprometeu a pagar o preço de mercado.

O cronograma prevê o plantio de 35.600 hectares de oleaginosas no Norte de Minas, por 14.500 famílias de pequenos produtores rurais, que receberão sementes selecionadas e assistência técnica da Emater. A Petrobras repassou R$ 11 milhões para o órgão desempenhar esse serviço.

O prefeito Athos Avelino afirmou que a Usina de Biodiesel deverá começar a operar em maio, em caráter experimental, e atingirá sua capacidade máxima de produção de óleo em julho, quando chegará a 57 mil toneladas, 30% com matéria prima da AGRICULTURA familiar. Segundo ele, o Norte de Minas terá que atender essa demanda, para que a matéria prima não seja buscada em outras regiões.

O gerente executivo da Diretoria de Gás e Energia da Petrobras, Mozart Schmitt de Queiroz, afirmou que será priorizada a produção de mamona, por meio da agricultura familiar, e a empresa está assinando contrato de garantia de compra com os produtores. Segundo ele, apesar da espécie pinhão manso ter sido registrada pelo Ministério da Agricultura, a cultura somente será incentivada depois de concluída pesquisa sobre a sua viabilidade econômica. Como a mamona tem ciclo de sete meses, a expectativa é a de que a colheita comece no início de agosto. No entanto, a usina começará a operar com matéria prima adquirida de grandes produtores rurais.

A produtora Noêmia das Graças Araújo Brito, que assinou contrato de garantia de compra, afirmou que, no início do mês, na comunidade de Calhau, foram plantados 14 hectares de mamona, depois que receberam as sementes. Ela disse que no local há 15 famílias produtoras, em áreas isoladas, mas não sabe qual será a produtividade nem o preço de venda da mamona. No entanto, está otimista com a nova perspectiva de negócios e de assistência técnica.

Fonte: Hoje em Dia

Etanol celulósico é "grande aposta" dos EUA, diz USDA

Os EUA estão fazendo uma "grande aposta" ao planejarem depender do Etanol celulósico para atender suas necessidades de biocombustível, disse Keith Collins, atual economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e que se aposentará em janeiro.

Anteontem o presidente George W. Bush sancionou lei para o setor de energia que aumentará o uso de combustíveis alternativos como o álcool a partir dos 7,5 bilhões de galões deste ano (28,3 bilhões de litros) para 36 bilhões de galões em 2022.

Cerca de 20 bilhões desses galões teriam de ser gerados por lascas de madeira, rejeitos de safras agrícolas e formas de biocombustível não fabricadas a partir do milho, que é a fonte predominante de álcool nos EUA, disse o economista-chefe do USDA.

As usinas de produção de combustível celulósico não foram testadas em escala comercial, de acordo com Collins, o que transforma o projeto para o setor de combustíveis "numa legislação incrivelmente audaciosa".

"Se construirmos usinas com capacidade para produzir 50 milhões de galões de álcool celulósico, teríamos de erguer 400 unidades para atender a demanda", disse. Essas construções teriam de ocorrer "após ficar comprovado que essa tecnologia é economicamente viável, o que ainda não ocorreu".

Fonte:

Comitê do Programa do Biodiesel em Alagoas apresenta balanço das ações em 2007

Membros do Comitê Gestor do Programa do Biodiesel em Alagoas (Probiodiesel/AL) se reuniram nesta quinta-feira, na sede da Secretaria de Estado da Agricultura, para fazer um balanço das ações realizadas em 2007; discutir a implantação do Projeto Agente de Desenvolvimento Rural e parceria com a Petrobras, além da aquisição de sementes de mamona para o ano de 2008.

Atualmente, no Estado, existem cerca de 800 hectares de área plantada de mamona consorciada com feijão, distribuídos em 20 municípios localizados no Sertão e Zona da Mata, zoneados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura.

Segundo Antônio Fidelis, consultor do Sebrae/AL e membro do Comitê do Probiodiesel, a meta é que, em 2008, o Programa atinja três mil hectares de área plantada e que sejam distribuídas 16 toneladas de sementes de mamona e 45 toneladas de semente de feijão. Em 2007, a Seagri distribuiu para o Programa 5 toneladas de sementes de mamona e 10 toneladas de sementes de feijão. A previsão é de que a colheita comece agora em dezembro e siga até fevereiro.

Fidelis explica que a matéria-prima será vendida para a Oleal, em Arapiraca, e o excedente para uma empresa em Pesqueira/PE. “O Programa tem viabilidade, pois agrega renda e é altamente sustentável”, acrescenta Antonio Fidélis.

Participaram da reunião representantes do Sebrae/AL, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) e das secretarias de Estado da Ciência e Tecnologia, da Agricultura e do Planejamento.

Fonte:

Diretor da ANP diz que 2008 será o ano do biodiesel

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que 2008 será o ano do biodiesel. Para Lima, a entrada deste combustível na matriz energética brasileira representa o ingresso do Brasil no cenário mundial do biocombustível. Lima que participou do lançamento do Anuário do Setor do Petróleo 2007, na sede da agência, no Centro do Rio de Janeiro.

– Estamos bem situados na questão do álcool, mas estamos só com um projeto na questão do biodiesel e que, internaciolmente, é muito mais acentuada que a questão do álcool. Então temos que correr atrás dos avanços que estão sendo dados na Europa, afirmou.

O ex-deputado declarou também que o projeto brasileiro de biodiesel é muito "ousado", uma vez que incorpora a produção familiar na venda da matéria-prima do produto. Lima acredita também que o biodiesel poderá ser um grande êxito para o país.

A partir de 1º de janeiro será obrigatória a inclusão de 2% de biodiesel ao diesel comum vendido nos postos, o chamado B2. Haroldo Lima explicou que várias reuniões foram feitas para organizar a fiscalização da venda do biodiesel.

– Nós temos feito diversas reuniões para planejar esses movimentos nos primeiros quinze dias do ano. Estamos com uma sala de monitoramento do projeto do biodiesel no país inteiro aqui na ANP, através da qual vamos acompanhar as denúncias, concluiu.

Fonte: Jornal Correio do Brasil

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Inauguração do Núcleo de Biodiesel da UFMA

Em janeiro, o NuBio inaugura sua nova sede. Dotada de dois laboratórios, 3 salas de professores, sala de informática, micro auditório, almoxarifado, 2 banheiros e lavabo, toda a estrutura custou cerca de 1 milhão de reais e foi financiada pela Eletronorte e Fapema (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão).

Em atividade desde 2003, o Núcleo de Biodiesel da UFMA possui 25 membros, entre estudantes de graduação e pós-graduação e professores de diversas áreas. Esses pesquisadores serão responsáveis pela produção, em pequena escala, de biodiesel feito a partir de óleo extraído da mamona e do babaçu. A unidade terá capacidade para fabricar 250 litros. “A Universidade será referência no controle de qualidade de biodiesel”, ressaltou Fernando Silva.

Segundo o professor do Departamento de Química, Adeilton Pereira Maciel, que também desenvolve pesquisas no NuBio, o grupo está prestes a patentear um sensor capaz de verificar a qualidade e detectar fraudes em biodiesel e diesel aditivado. “Esse projeto foi bastante assediado por empresas distribuidoras de combustíveis e aditivos durante o 7º encontro da Rede de Biodiesel em Brasília”, destacou ele.

A produção científica do Núcleo de Biodiesel da UFMA já conquistou três prêmios Fapema (2005, 2006 e 2007) e alcançou reconhecimento internacional, por meio da publicação de nove artigos em revistas da área. Além disso, foram apresentados 14 trabalhos no Congresso Internacional de Agroecologia e Biocombustíveis, em Teresina (PI), e outros sete, no Encontro da Rede de Biodiesel, em Brasília. Quatro dissertações de mestrado foram defendidas em 2004, uma será apresentada em 2008, duas teses de doutorado foram concluídas e outras duas estão previstas para o próximo ano, numa parceria da UFMA com a UFPB. “Esperamos aumentar ainda mais essa produção científica com a inauguração do novo Núcleo”, disse Adeilton Maciel.

“Estamos formando recursos humanos para o mercado de biodiesel que se forma no estado. Já temos uma indústria instalada e a expectativa é que surjam, com responsabilidade sócio-ambiental, outras quatro em curto e médio prazos”, finalizou o pró-reitor Fernando Silva. Para 2008, já foram garantidos 1,3 milhão de reais ao NuBio.

Fonte: Badauê On Line

Produção de biodiesel apresenta índices preocupantes de irregularidades

A Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz/MT), por meio do Segmento de Combustíveis, interditou na semana passada quatro usinas de biodiesel do Estado por irregularidades fiscais. As interdições são resultado de operação de fiscalização realizada em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 23 estabelecimentos de Mato Grosso.

As usinas que tiveram suas atividades interrompidas estão situadas nos municípios de Cuiabá, Campos de Júlio, Rondonópolis e Nova Ubiratã. Durante a ação, a Secretaria de Fazenda cassou a inscrição estadual de uma usina localizada em Várzea Grande. Os estabelecimentos só voltarão a funcionar quando os proprietários sanarem as irregularidades fiscais junto à Sefaz. Além disso, os usineiros podem ter de pagar multa de aproximadamente R$ 300 mil.

A fiscal de tributos Sidinéia Batista de Souza, que comandou a operação na região oeste do Estado, ressalta que, assim que forem sanadas as pendências, somente a equipe da Sefaz tem competência para romper o lacre dos postos. O descumprimento dessa situação implica punição criminal.

A ação foi desenvolvida entre os dias 10 e 14 de dezembro, por 12 fiscais de tributos. Na região sul do Estado, a operação foi comandada pelo fiscal Francisco Pedro dos Santos; na oeste, por Sidinéia Batista de Souza; na norte, por Leonor Moreira Dourado; e na médio-norte, por Benedito Antônio de Proença.

SITUAÇÃO PREOCUPANTE

O setor de produção de biodiesel apresenta índices preocupantes de irregularidades. Das 41 usinas registradas no Cadastro de Contribuintes da Sefaz/MT, 28 não possuem autorização dos órgãos licenciadores (ANP, Secretaria de Estado de Meio Ambiente – Sema, Corpo de Bombeiros, entre outros) para funcionar.

Desse total, 36 não estão cadastradas na Classificação Nacional de Atividades econômicas (CNAE). Diante de irregularidades no cumprimento das obrigações acessórias (tudo que não é pagável) junto aos órgãos licenciadores, sete estão suspensas e cinco, interditadas.

Além disso, nenhuma das 41 usinas recolhe o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido nas operações.

MOBILIZAÇÃO

Diante desse quadro preocupante e do avanço expressivo da produção de biodiesel em Mato Grosso, a Sefaz realizou no dia 26 de novembro uma reunião com empresários do referido segmento com a finalidade de debater assuntos pertinentes ao desenvolvimento dessa atividade econômica, como relações tributárias, ambientais e comerciais da cadeia produtiva.

Na ocasião, foram formadas três comissões – de tratamento tributário, cooperativas e meio ambiente – para acompanhar a tramitação do projeto de lei, em tramitação na Assembléia Legislativa, que institui a política estadual de apoio à produção e à utilização do biodiesel, de óleos vegetais e de gordura animal.

A intenção era que os empresários do setor oferecessem sugestões para a formulação da proposta, a fim de estruturar melhor o desenvolvimento dessa modalidade econômica em Mato Grosso. O assessor extraordinário da Sefaz, Altino Sátiro dos Reis, explicou que, como o desenvolvimento dessa atividade é recente e crescente no Estado, a legislação que abarca o setor também é.

Dessa forma, segundo ele, muitos produtores iniciaram na atividade sem ter os embasamentos técnicos e de legislação necessários. “A legislação é nova e complicada, baseada na legislação dos combustíveis, ditada pela ANP. Por isso, é importante que os produtores tirem suas dúvidas. Além disso, é preciso que conheçam e apresentem sugestões para o projeto que tramita na Comissão do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembléia Legislativa”, pontuou.

Altino observou que em caso de descumprimento da legislação – por pouco ou falta de conhecimento -, o estabelecimento pode chegar a ser lacrado e interditado pela Sefaz, que, por meio de convênio, desempenha essa atribuição no lugar da ANP no Estado.

Além disso, a insuficiência de conhecimentos técnicos por parte dos produtores pode causar danos ao meio ambiente. “A atividade cresceu mais do que o Governo do Estado esperava. O biodiesel não é um combustível puro. É preciso conhecer os procedimentos necessários para o tratamento dos resíduos para não provocar agressão ao meio ambiente”, acrescentou Altino.

Leia ainda:

Mapa do Biodiesel no Brasil (Por Região - 179)


Fonte:

Governo estuda ampliar percentual de biodiesel já no ano que vem

O governo pretende começar a ampliar o percentual de biodiesel que é misturado ao diesel já a partir do ano que vem. A intenção do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) é fazer, em meados de 2008, um leilão de B3 (3% de biodiesel) para começar a preparar a transição para o B5, que por enquanto, será obrigatório somente em 2013. O governo, no entanto, estuda antecipar o B5 para 2010. A partir de 2008, a adição de 2% de biodiesel ao diesel será obrigatória.

A informação foi dada pelo diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que disse não ver problemas em relação à oferta e demanda do biodiesel em 2008. Segundo ele, o complemento da oferta deverá ser feito com a realização de um leilão, possivelmente em fevereiro. A decisão está a cargo da ANP (Agência nacional do Petróleo), ressaltou, mas a intenção é que sejam leiloados 380 milhões de litros de B2.

O B3 seria leiloado posteriormente, com volume próximo aos do leilão de B2.

"O CNPE deseja introduzir no mercado o B3, para que o processo até o B5 seja feito aos poucos. A idéia é começar a colocar o B3, depois o B4, para aí sim, chegar ao B5", afirmou.

Costa disse ainda que a Petrobras quer ser o principal produtor de biodiesel do país, até 2012. A meta da estatal é produzir, até lá, 850 milhões de litros/ano do combustível. No ano que vem, a Petrobras terá produção de 180 milhões de litros/ano, com a entrada, no primeiro semestre, de três unidades localizadas no Ceará, Minas Gerais e Bahia, com capacidade de 60 milhões de litros/ano cada.

Nas três unidades que estão sendo construídas, a Petrobras não tem parceiros. Em relação às futuras plantas, Costa não descartou tal possibilidade, inclusive em relação a sócios estrangeiros. O executivo não detalhou o número exato de novas unidades de produção de biodiesel e nem o investimento.

"Estamos definindo ainda. O que está certo é que teremos plantas maiores do que as que estão sendo construídas", completou.

Fonte:

ANP vai intensificar fiscalização na venda do biodiesel

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) vai intensificar a fiscalização da venda do biodiesel, que passará a ser misturado em 2% a todo diesel vendido no país a partir de 1º de janeiro.

“A fiscalização vai ser rigorosa, para transmitir confiança ao consumidor. Nós não podemos facilitar e deixar transparecer para o Brasil que todo o projeto do biodiesel, no qual nós depositamos tantas esperanças, foi por água abaixo”, afirmou o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, durante o lançamento do Anuário Estatístico do Petróleo e Gás Natural 2007.

Segundo Haroldo Lima, já foi montada uma sala dentro da agência só para monitorar o projeto em nível nacional. “Nós vamos acompanhar as denúncias e as notícias, que venham de onde vierem, e teremos capacidade para sanar as dificuldades em tempo muito rápido”.

O diretor da ANP lembrou que a agência promoveu uma série de reuniões com as distribuidoras em quatro regiões do país para esclarecer a política de fiscalização.

“Nós estamos no mesmo barco. Se tudo der certo, todos vamos sair vitoriosos. Mas se der errado, todos vamos perder”, disse.

Para o diretor-geral da ANP, 2008 será o ano do biodiesel. “O projeto brasileiro é ousado e avançado, não só do ponto de vista econômico, mas também da inclusão social, pois incorpora uma quantidade muito grande de trabalhadores”, afirmou.

De acordo com a agência, a expectativa é comercializar um total de 800 milhões de litros de biodiesel por ano, misturados aos 40 bilhões de litros de diesel consumidos anualmente no país. Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) informam que o plantio de oleagionosas para a produção de biodiesel - girassol, mamona, soja, pinhão manso e dendê - já gera renda para 100 mil famílias.

Fonte:

Coréia do Sul quer fazer investimento no Piauí

O embaixador da Coréia do Sul, Jong Hwa Choe, veio ao Piauí reunir informações a respeito do estado para instalação de futuros empreendimentos do país nos setores de produção de etanol, biodiesel e extração de minerais.

Os coreanos pretendem investir também nas áreas de construção naval, petroquímica e mineração.
Ele disse que possui conhecimento de que o Piauí possui diversas potencialidades e veio buscar as informações as respeito delas para repassar os dados às empresas coreanas que pretendem investir no Brasil. O embaixador informou ainda que as empresas da Coréia já investiram 2 bilhões no Brasil pretendem dobrar o valor em 2008.

Jong Hwa Choe declarou também que tem expectativas de realizar parcerias econômicas e encontrou indícios de que, no Piauí, podem ocorrer bons negócios entre a Coréia do Sul e o estado: “’PI’ quer dizer você na minha língua, ‘A’ quer dizer mim, e ‘UI’ quer dizer parceria”, ressaltou o embaixador.


Fonte: Jornal Meio Norte

BSBios e Emater vão elaborar projetos de custeio de canola e girassol

A Biodiesel Sul Brasil (BSBios), de Passo Fundo, Emater e Embrapa Trigo vão elaborar, em conjunto, projetos de custeio e com garantia de comercialização para produtores de canola e girassol. O anúncio foi feito, ontem, pelo diretor de Operações da BSBios, Erasmo Batistella, após firmar acordos de cooperação com as empresas. Segundo ele, a previsão é cultivar 15 mil hectares de canola e 10 mil ha de girassol, em 2008, em mais de cem municípios.


Fonte: Correio do Povo

Lucas R.Verde deve começar hoje produção de biodiesel

Está prevista para iniciar hoje a produção de biodiesel na unidade da Fiagril, instalada no complexo senador Atilio Fontana. A meta é produzir, mensalmente, 12 milhões de litros. A primeira remessa vai para a Petrobrás cumprindo contrato de leilão público, firmado este ano. A Fiagril já vendeu 23 milhões de litros que serão entregues no primeiro semestre de 2008. Só Notícias apurou que as primeiras carretas com biodiesel saem de Lucas do Rio Verde na primeira semana de janeiro.

A unidade está entre as 3 maiores do Brasil, terá capacidade de produção de até 120 milhões litros/ano e tem 50 profissionais trabalhando na produção de biodiesel. "Inicialmente, estaremos atendendo a Petrobrás mas temos capacidade para atender outras distribuidoras", afirmou Miguel Vaz Ribeiro, diretor da unidade.

O processo de produção do biodiesel começa com a mistura óleo vegetal ou gordura animal com catalisador e metanol, passando para a centrifugação. Depois, é feita a neutralização e o processo que separa a glicerina do óleo.

A matéria-prima é adquirida pela Fiagril no Estado. De Cuiabá, vem óleo vegetal e de soja. O óleo do caroço de algodão vem de Sinop, Sorriso, Nova Mutum e outras cidades da região. O fornecimento é feito diretamente pelos produtores.

Fonte:

Quatro usinas de biodiesel são interditadas pela ANP em MT

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) interditou 4 usinas de biodiesel em Mato Grosso. Nos municípios de Cuiabá, Nova Ubiratã, Campos de Júlio e Rondonópolis, as usinas estavam produzindo e comercializando o produto sem autorização da agência.

A multa para produção e comercialização de biodiesel sem autorização da ANP varia de R$ 50 à R$ 200 mil. Para voltar a funcionar, os proprietários terão que encaminhar à agência a documentação necessária para regulrizar a situação das usinas.

Veja também:

Mapa do Biodiesel no Brasil (Por Região - 179)

Biodiesel garantido

No dia 1º de janeiro de 2008, começa a vigorar a lei que obriga adicionar 2% de biodiesel ao diesel vendido no País.

Pelas contas da ANP, das 136 distribuidoras de petróleo brasileiras, só nove, todas miúdas, não se habilitaram, e estaram, se não o fizerem, impossibilitadas de comercializar diesel no Brasil até o fazerem.

A Agência acha que o abastecimento de biodiesel está garantido.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

TREZE PLANTAS - MT possui maior mercado para biodiesel

Mato Grosso concentra hoje o maior mercado potencial de biodiesel do país. O Estado possui 13 plantas com capacidade autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que somam 495 milhões de litros por ano. A participação do Estado em número de usinas é de 25% em relação ao total de 52 unidades espalhadas pelo Brasil e de 23,5% do total de 2,595 bilhões de litros.

A partir de janeiro de 2008 a adição de 2% do biodiesel na composição do óleo diesel será obrigatória e para atender parte dessa demanda a produção estadual deve alcançar 826 milhões de litros até o final do primeiro semestre do próximo ano, prevê o diretor- executivo das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos.

A maior parte da produção, estima, terá o sebo bovino como matéria-prima, mas o girassol, a soja, o caroço de algodão e o pinhão manso também serão utilizados na fabricação do biodiesel no Estado. Santos lembra que dos 13 projetos autorizados em Mato Grosso, a Barralcool e a Renobrás são as duas usinas em operação e já comercializam a produção existente nos leilões realizados pela ANP.

"A maioria das outras autorizadas, muitas em construção, também participam da oferta pública para entrega futura", explica. A Petrobras e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap/SA) são as empresas credenciadas para comprar o biocombustível no país.

O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alexandre Furlan, afirma que o uso do biodiesel traz dois efeitos importantes. "Primeiro, por ser um combustível de fonte renovável que contribui significativamente para reduzir a poluição; e, segundo, porque agrega valor às matérias-primas utilizadas na sua composição".

A ANP informa por meio da assessoria de imprensa que ainda analisa 53 projetos em todo o país para novas plantas e ampliação das já instaladas. Mato Grosso tem a maior participação, com 17 unidades (32%).

Unidades já autorizadas

Planta - Capacidade/ano/litros - Município

ADM - 169,5 - Rondonópolis

Agrosoja - 24 mi - Sorriso

Araguassu - 30 mi - Porto Alegre do Norte

Barralcool - 50 mi - Barra do Bugres

Biocamp - 46,2 mi - Campo Verde

Biopar - 10,8 - Nova Marilândia

CLV - 22,5 mi - Sorriso

Cooami - 3 mi - Sorriso

Cooperbio - 3 mi - Lucas do Rio Verde

Fiagril - 123 mi - Lucas do Rio Verde

KGB - 1,5 mi - Sinop

Renobrás - 6 mi - Dom Aquino

Usibio - 6 - Sinop

Total/Mato Grosso 495,5 milhões

Total/Brasil 2,595 bilhões

Veja aqui todas as plantas no Mato Grosso (43)

Fonte:

Bioprotecionismo

A MELHOR expressão das ambigüidades de países ricos diante daqueles que se afirmam como potências agrícolas, como o Brasil, foi oferecida em Bali.

Num dos muitos diálogos de surdos sobre mudança climática travados na ilha da Indonésia, EUA e União Européia apresentaram uma lista de produtos benéficos para o ambiente, como equipamentos de energia solar e eólica, cujas tarifas de importação deveriam ser rebaixadas. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, protestou, com razão, contra a não inclusão dos biocombustíveis (álcool e biodiesel).

Biocombustíveis não são panacéia contra o aquecimento global, mas podem dar sua contribuição. Seu maior potencial está em países tropicais como o Brasil, que tem agroindústria menos lesiva ao ambiente, com o competitivo álcool de cana. Não era de esperar que UE e EUA, que gravam o álcool brasileiro com até 63% de taxa, baixassem a guarda na lista de proteção a seus ineficientes biocombustíveis.

As duas potências podem parecer antípodas da negociação sobre clima, mas convergem no que interessa. Ao mesmo tempo em que se arvora em vanguarda ecológica, a UE prepara novo aperto nas restrições a produtos brasileiros. Segundo o jornal "Valor", os europeus devem anunciar regras de "sustentabilidade" para biocombustíveis que barrariam, por exemplo, o álcool produzido com plantio de cana em áreas de floresta.
Embora o caráter protecionista da medida seja óbvio, seria ocioso bradar contra ela. Requisitos socioambientais constituem tendência irreversível no mercado internacional de commodities. Combatê-la poria o país na posição insustentável de ter de defender a destruição de ecossistemas em nome da produção ou, pior, em nome de condições de trabalho degradantes.

Governo e empresários já se curvaram ao imperativo. Trabalham em instrumentos racionais de gestão, como um zoneamento agroeconômico que exclua o plantio de cana da Amazônia ou um sistema de certificação social e ambiental. Esse é o caminho: em lugar de lamuriar-se, tomar a iniciativa e fazer a coisa certa.

Algo de similar pode ser dito de outra providência bioprotecionista em preparo na Europa, agora contra a carne bovina nacional, como noticiou esta Folha na sexta-feira. Produtores irlandeses e britânicos encaminham-se para obter da UE algum endurecimento, ainda que não talvez a desejada restrição total. Mais provável é que se aumentem as exigências para credenciar, uma a uma, as empresas autorizadas a exportar para a UE.

A motivação é protecionista, claro, mas também é fato que o Brasil ainda se encontra distante de um bom sistema de controle sanitário do rebanho. Aí está a ameaça perene da febre aftosa para provar. É no seu próprio interesse de potência agrícola que o país tem de enfrentar e resolver essas deficiências.

Fonte:

Alternativas para a produção de biodiesel

O crescimento esperado da demanda de biodiesel no mercado nacional para os próximos anos passa por uma evolução no sistema de produção de forma a torná-lo mais eficiente e ambientalmente favorável. Entre os atuais entraves industriais estão o uso do metanol, um produto tóxico derivado do gás natural que ainda não tem similar comercial produzido de biomassa. Outro problema está em deficiências no processo de transesterificação, para transformar o óleo vegetal em biodiesel, que resultam em resíduos não aproveitáveis e de baixa qualidade no produto final, independentemente do grão oleaginoso utilizado. Um caminho para a evolução desse sistema está nos estudos realizados por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da Universidade de São Paulo (USP). Eles trazem novas contribuições para a transformação do óleo vegetal em combustível. Em vez do metanol, eles usaram etanol da cana-de-açúcar, um ingrediente renovável, mais a lipase, uma enzima que age na função do catalisador da reação, quebrando e transformando as moléculas do óleo em biodiesel e glicerina.

Para funcionar bem nos motores, o óleo vegetal precisa passar por uma reação química alcoólica, a transesterificação, que resulta, como subproduto, na glicerina, substância usada na indústria química. O que os pesquisadores fizeram foi mudar os ingredientes desse processo sem alterar a essência dos produtos finais, o biodiesel e a glicerina, e conferindo-lhes maior qualidade. A enzima usada pelos pesquisadores da USP está presente naturalmente no pâncreas e no intestino humano, onde atua no processo da digestão de alimentos gordurosos. Mas ela também é produzida por fungos, leveduras e bactérias, o que viabiliza o uso industrial da lipase a partir do cultivo desses microorganismos em substratos apropriados. Ela é usada em diferentes campos industriais como farmacêutico, química fina, cosméticos, oleoquímica, couros, polpa de celulose e papel e no tratamento de resíduos de fábricas. Na indústria alimentícia, por exemplo, ela pode ser usada na produção de margarinas e cremes vegetais isentos da chamada gordura trans, substância que provoca uma série de problemas à saúde, incluindo o aumento na quantidade de LDL, o colesterol ruim, e a redução na quantidade de HDL, o colesterol bom.

No caso do biodiesel, o uso do etanol e da lipase é uma relação atrativa ambientalmente, porque, além de utilizar um reagente e um catalisador renováveis, ela diminui os resíduos de todo o processo”, diz a professora Heizir Ferreira de Castro, coordenadora dos estudos. Ela trabalha há cerca de 15 anos com a chamada química verde em processos que minimizam o impacto ambiental de processos industriais químicos. “Nosso grupo trabalha principalmente com biocatálise em meios não convencionais, em estudos relacionados à aplicação de enzimas para o desenvolvimento de novas rotas de processos para obtenção de produtos inovadores ou já existentes a custos mais competitivos”, diz Heizir. Os trabalhos com biodiesel começaram em 2003 quando essa unidade da USP na cidade de Lorena era autônoma e pública, chamada de Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil). Os resultados apontam para uma rota alternativa às técnicas atuais no sentido de prover a produção de biodiesel de procedimentos que tragam menos danos ao ambiente, com tecnologia limpa.

No trabalho que resultou na produção de biodiesel com lipase, os bolsistas da USP Ana Moreira e Victor Perez, além da pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá, professora Gisella Zanin, sob a coordenação de Heizir, publicaram um trabalho na revista científica Energy & Fuels em que descrevem o uso de lipase na transesterificação do óleo de palma com etanol para produzir biodiesel. Esse óleo, também conhecido como dendê, é oriundo da planta que melhor rende matéria-prima para esse fim com cerca de 4 mil litros por hectare (l/ha), enquanto a soja, que possui o óleo mais usado atualmente, rende cerca de 400 l/ha. Os pesquisadores usaram lipases produzidas por diferentes fontes de microorganismos: duas espécies de fungo, Thermomyces lanuginosus e Penicillium camembertii, uma de levedura, Candida antarctica, e duas de bactérias Pseudomonas fluorescens e Burkholderia cepacia, além de lipase extraída do pâncreas de suíno. A enzima mais eficiente para a produção do combustível foi a da P. fluorescens, que converteu 98% do óleo em biodiesel. Soma-se a esses resultados o fato de o combustível ser de alta qualidade em relação ao processo tradicional, principalmente em relação à viscosidade e à umidade, e de atender às especificações da Sociedade Americana de Testes e Materiais, ASTM na sigla em inglês.

O tempo da reação com a lipase na produção de biodiesel foi de 24 horas. Essa ainda é uma desvantagem em relação ao processo estritamente químico que usa catalisadores como hidróxido de sódio (NaOH), a popular soda cáustica, e hidróxido de potássio (KOH), carbonatos e alcóxidos com duração de quatro a cinco horas. Mas o tempo poderá ser compensado pela maior facilidade em recuperar a glicerina e o catalisador no final do processo para reúso. No caso da lipase, os pesquisadores desenvolveram um método em que ela pode ser reciclada para reúso por meio da imobilização dessa enzima em uma matriz sólida, chamada de suporte híbrido de polissiloxano-polivinilálcool constituída de sílica e PVA (álcool polivinílico). A lipase é um pó e, quando está presa a um substrato, ela não se dissolve no líquido.

O mesmo tipo de matriz foi usada em outra seqüência de experimentos para imobilizar uma preparação de lipase de baixo custo, extraída do pâncreas de porco, para produzir biodiesel a partir do óleo extraído do fruto do babaçu, palmeira típica da Amazônia e da Região Nordeste brasileira. Foram usados três tipos de álcool: etanol, da cana-de-açúcar, butanol e propanol, provenientes do refino do petróleo. O rendimento de biodiesel chegou a 75% com etanol, 80% com propanol e 95% com butanol. “Cada tipo de enzima é sensível a um meio e produz um resultado. No caso, a produção de biodiesel com lipase de origem suína mostrou-se factível e indiferente quanto ao tipo de álcool, embora o de butanol tenha sido um pouco mais produtivo”, explica Heizir. Os estudos também mostraram que a lipase utilizada serve para a produção de surfactantes, compostos químicos utilizados na fabricação de detergentes e outros materiais. O trabalho foi publicado na revista Journal of Chemical Technology and Biotechnology na edição de janeiro de 2007, assinado pelos alunos de pós-graduação Ariela Paula, Daniele Urioste e pelo professor Julio Santos, da EEL, também integrante do grupo.

Apesar dos bons resultados nos trabalhos laboratorais, a professora Heizir acredita ser ainda prematuro transpor os dados experimentais para uma escala ampliada. Antes é preciso efetuar um estudo técnico-econômico para contabilizar o custo global do processo enzimático. Um dos gargalos é referente ao elevado custo das lipases que ainda não são produzidas industrialmente no país. Os principais produtores são empresas da Dinamarca, Estados Unidos e Japão.

Mas ainda existem muitas alternativas a serem testadas. Uma delas é o uso de microondas para acelerar a reação de catálise no processo de produção de biodiesel, promovendo um consistente aumento da produtividade. Nesse sentido, uma pesquisa em fase de desenvolvimento pelo grupo da professora Heizir, principalmente com o trabalho da mestranda Patrícia Caroline, estuda a aplicação de campos eletromagnéticos de alta freqüência em processos enzimáticos, particularmente na síntese de biodiesel, a partir de óleos vegetais de baixo custo como óleo de babaçu e de palma, empregando lipase como catalisador. Reações influenciadas por microondas ainda estão em fase inicial de investigação também em muitos países.

Agricultores familiares vão plantar mamona para produção de biodiesel no PR

Mais de 500 agricultores familiares no Paraná estão aderindo ao plantio de mamona na safra 07/08 para produção de biodiesel.

Nos contratos que estão sendo firmados com a Brasil Ecodiesel, uma das empresas que ganhou os leilões de fornecimento de biodiesel para a Petrobras, deverão ser ocupados 724 hectares com mamona, com plantios concentrados nas regiões Norte e Central do Estado.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, a cultura da mamona já é uma realidade do Paraná. O Estado já foi um grande produtor da oleaginosa e agora o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está atualizando o pacote tecnológico para oferecer variedades novas e produtivas aos agricultores familiares.

Está crescendo a demanda por essa energia alternativa com a vigência do mercado de biodiesel a partir de 1 de janeiro de 2008. A partir dessa data será obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao óleo diesel.

Bianchini acredita no potencial do Paraná no fornecimento de matéria-prima para a produção de biodiesel em função da competitividade que o Estado tem na produção de grãos e pela disponibilidade de um grande número de agricultores familiares que podem participar do processo de produção. A legislação brasileira prevê benefícios fiscais e de crédito às usinas que produzirem o biodiesel com a emissão de um selo social, desde que a matéria-prima seja comprada de agricultores familiares.

Este é o primeiro ano que os produtores paranaenses estão aderindo a essa nova opção de diversificação e de renda na pequena propriedade. Inicialmente eles estão reservando pequenas áreas na propriedade, em torno de 1,5 a dois hectares de plantio a título de experiência, disse o engenheiro agrônomo Richardson de Souza, do Deral.

No Paraná, a empresa Brasil Ecodiesel, uma das vencedoras dos leilões de fornecimento de biodiesel para a Petrobras, está firmando contrato para compra da mamona com os agricultores familiares. A empresa oferece garantia de pagamento de R$ 0,75 o quilo de mamona, preço considerado bom porque cobre os custos de produção, disse o técnico. A empresa também se responsabiliza pelo fornecimento de sementes e assistência técnica.

O Governo do Estado pretende fomentar outras iniciativas para a produção de biodiesel no Paraná, salientou Bianchini. A partir de 2008, a Copel deverá implantar pequenas unidades de fabricação de biodiesel no Estado, com capacidade para processar 800 litros por dia, para serem utilizadas para pesquisa e também para consumo próprio dos produtores. "Será uma oportunidade para os agricultores usufruírem do biodiesel para consumo nas propriedades", disse o secretário

A Brasil Ecodiesel é uma empresa de capital misto (nacional e negociação na Bolsa de Valores), com sede no Rio de Janeiro. Está presente com escritórios em 19 estados brasileiros e tem fábricas funcionando no Piauí, Ceará, Bahia, Tocantins, Rio Grande do Sul e Maranhão.

A empresa considera o Paraná um Estado estratégico para a fabricação do biodiesel. Atualmente 55 mil famílias em todo o País produzem mamona e girassol para a Brasil Ecodiesel, ocupando uma área de quase 50 mil hectares. Na Bahia, são 8.600 associados que produzem 20 mil toneladas de mamona.

Fonte: Safras
Do:

sábado, 15 de dezembro de 2007

Bioagrifam entrega 60,5 toneladas de sementes em Montes Claros

O Programa Biodiesel a partir da Agricultura Familiar (Bioagrifam) promove nesta segunda-feira (17) a entrega de 60,5 toneladas de sementes (40t de mamona, 20t de amendoim e 500kg de pinhão-manso), oleaginosas usadas na produção do biodiesel que vão beneficiar cerca de 2 mil pequenos agricultores dos 188 municípios da área de atuação da secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) e Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene). A entrega será realizada na sede do Idene, em Montes Claros, às 10h

O Bioagrifam visa a implantação de núcleos de usinas de processamento de sementes de oleaginosas para extração de óleo para produção de biodiesel. Para tanto, promoveu capacitações para os agricultores familiares cujo principal objetivo foi organizar, qualificar, fortalecer e promover a inclusão social destes agricultores para a produção de óleo para a indústria de biodiesel em suas terras, baseado nos princípios da agro-ecologia sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável e do combate a pobreza rural, resguardando a promoção da segurança alimentar local.

Além disso, foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre o sistema Sedvan/Idene, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Minas Gerais (Fetraf-MG), Cooperativa de Trabalho e Educação dos Profissionais de Informática (Coonat), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Fundação de Auxílio à Investigação e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Sustentado (Fundecit) e o Instituto Brasileiro de Educação, Integração e Desenvolvimento Social (Ibeids), para a criação de um projeto piloto na região da Serra Geral e do Médio Jequitinhonha com vistas a produção de grãos e de óleo de para fornecimento à usina de Biodiesel da Petrobrás em Montes Claros e potencializar as ações já em andamento por diversas entidades.

O resultado dessas ações será a entrega das sementes aos agricultores para que eles dêem início à produção, que será monitorada por cerca de 60 agentes de desenvolvimento, capacitados pela Epamig, que serão multiplicadores e farão acompanhamento do projeto.

Projeto Estruturador
O Programa Biodiesel a partir da Agricultura Familiar faz parte das ações do Projeto Estruturador - Desenvolvimento da Produção Local e Acesso a Mercados, desenvolvido pelo sistema Sedvan/Idene, que tem como objetivo prover as bases para o desenvolvimento sustentável e includente da produção local e para o aumento da produtividade no campo, com ênfase na formação profissional, na promoção do empreendedorismo e na identificação e acesso a mercados, com vistas à melhoria da qualidade de vida da região. Os investimentos previstos, até 2011, são de R$ 13,8 milhões, somente do Tesouro Estadual.

Em 2007, as ações do programa priorizaram a cadeia do biodiesel, com foco na inclusão econômica (aumento de renda) e fortalecimento dos agricultores familiares. Foram investidos, pelo Governo do Estado, R$ 555 mil, para a realização do mapeamento das potencialidades econômicas da região, implementação do conceito de responsabilidade social na iniciativa privada, captação de parceiros, divulgação dos produtos característicos da região e, principalmente, com a qualificação profissional de dois mil agricultores.

Fonte: Governo de MG

Petrobras inicia venda de biodiesel em grande escala

A Petrobras iniciou esta semana a comercialização de biodiesel em grande escala. A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), subsidiária da empresa em Canoas (RS), colocou à venda 380 milhões de litros do combustível. No primeiro dia, foram feitas vendas para o Rio Grande do Sul e para as Regiões Norte e Centro-Oeste. Foram comercializados 157 milhões de litros, no valor de R$ 300 milhões.

Hoje (13), estão sendo feitas vendas para as Regiões Sudeste e parte do Nordeste. De acordo com a Lei 11.097, de 2005, todo o diesel comercializado no Brasil, a partir de 1o de janeiro, terá de conter 2% de biodiesel.

O biodiesel colocado à venda havia sido arrematado pela Refap e pela Petrobras nos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em novembro. O combustível foi comprado para ser revendido às distribuidoras no primeiro semestre de 2008. As informações foram divulgadas pela Petrobras em nota à imprensa.


13/12/2007
Fonte: Gazeta Mercantil

ICMS menor e até isenção

Secretários estaduais da Fazenda celebraram ontem, — último dia da reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz — uma série de protocolos e convênios entre si e com a União para redução e isenção do ICMS de alguns produtos e insumos, que poderão dar fôlego novo e ampliar a dinâmica de vários segmentos da economia, em todo o País. Apesar da guerra sem fim, gerada a partir da política diferenciada de incentivos fiscais adotada pelos estados, os novos acordos celebrados poderão resultar em benefícios para consumidores de energia, de medicamentos, de combustíveis e até mesmo de infra-estrutura de transporte ferroviário.

A partir da publicação dos protocolos acordados ontem, no Confaz, o biodiesel passa a ter o mesmo tratamento tributário do diesel, resguardando as devidas diferenças de alíquotas entre os estados brasileiros.

Ele ressalta no entanto, que o benefício vale apenas para as operações de venda desses combustíveis da produção para o setor industrial. ´Com a desoneração prevista para o diesel, o biodiesel ia acabar ficando em desvantagem, o que não faz sentido, quando a determinação é de estímulo à produção do biodiesel´, destacou.

Nota digital

Em comum acordo, os secretários celebraram ainda, um convênio para implantação da nota fiscal digital, a partir de abril próximo. Os setores de combustíveis, de cigarros e de transportes e revendedores retalhistas (redistribuição) de combustíveis serão os primeiros a serem inseridos no novo modelo de arrecadação.


CARLOS EUGÊNIO
Repórter

Fonte:

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Alcool Brasileiro tem a maior produtividade do mundo

O álcool de cana-de-açúcar do Brasil já é uma das melhores alternativas energéticas do planeta. País responde por 35% da produção mundial do planeta. Só perde para os EUA (37,5%).

Como é produzido?

No Brasil, o álcool combustível é produzido a partir da cana-de-açúcar, que pode ser colhida mecanicamente, com o uso de máquinas colheitadeiras, ou manualmente, queimando-se a palha que envolve a base do vegetal e cortando-se o caule. Este caule da cana é picado e triturado nas moendas das usinas e libera o caldo que serve de matéria-prima para a produção do etanol. O bagaço que sobra da moagem é queimado para produzir a eletricidade utilizada pela usina. Após ser filtrado, o caldo é fermentado com uma mistura composta de leite de levedura, água e ácido sulfúrico. Da fermentação ele é centrifugado e bombeado para colunas de destilação, onde é aquecido até 90ºC e transformado em álcool bruto. Novos processos de destilação transformam-no em álcool hidratado ou anidro (puro). A cana-de-açúcar não é a única matéria prima existente para a produção de álcool combustível. Em outros países, ele é extraído do milho, da beterraba e até da madeira, de onde é feito o metanol. A cana, no entanto, é o vegetal mais eficiente para a produção do etanol. No Brasil, ela encontra condições ideais de clima e solo.

Qual é sua importância para a economia nacional?

O álcool de cana-de-açúcar do Brasil é o biocombustível de maior produtividade no mundo – cada hectare plantado do vegetal gera 6.000 litros de etanol, número que pode dobrar em poucos anos devido ao avanço tecnológico do setor. A produção nacional cresce à taxa de 9% ao ano, roubando espaço de culturas menos rentáveis. Entre 2000 e 2006, a área plantada aumentou 43%, e as exportações cresceram impressionantes 3.000%. As usinas de açúcar e álcool movimentam 40 bilhões de reais por ano e fazem girar a roda da economia nos recantos mais remotos do país. Embora o centro econômico do setor encontre-se no interior de São Paulo – só de usinas de álcool há 300 projetos em andamento no país, sendo a maioria deles no interior paulista – , a fronteira agrícola se desloca para outras regiões. O clima é de efervescência econômica, principalmente nos dois novos pólos do setor, Goiás e Minas Gerais, que possuem cada um mais de dez projetos de novas usinas.

Quantos empregos gera no Brasil?

Entre engenheiros, agrônomos, produtores e cortadores de cana – os chamados bóias-frias – o setor canavieiro emprega mais de 3,5 milhões de pessoas no Brasil. Destas, cerca de 2,5 milhões são trabalhadores temporários.

É um combustível poluente?

Por conter oxigênio em sua composição, a combustão – reação que normalmente retira oxigênio da atmosfera – do álcool é mais fácil do que a da gasolina e libera menos poluentes. Isso não significa, porém, que seja inofensiva. A exemplo de outros combustíveis, o etanol lança no ar monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NO e NO2) e hidrocarbonetos (compostos de hidrogênio e carbono). No entanto, a queima do álcool produz em média 25% menos monóxido de carbono e 35% menos óxido de nitrogênio (NO) que a gasolina, dependendo da regulagem do motor. Em contrapartida, a quantidade de aldeídos – compostos orgânicos tóxicos – emitidos pelos carros a álcool é três vezes maior que a dos a gasolina, embora os do álcool sejam menos nocivos à saúde. O problema do álcool está em seu processo de produção. Cada litro obtido da cana-de-açúcar rende outros 13 de vinhoto, um ácido capaz de contaminar ecossistemas inteiros se não for administrado de forma segura. A colheita manual, que exige a queimada da palha da cana também promove uma verdadeira chuva de cinzas tóxicas, e precisa ser controlada para que a produção do álcool não comprometa seu caráter de combustível ecologicamente viável.

Como é o mercado internacional do produto?

O Brasil respondia, ao final de 2006, por 35% da produção mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos, com 37,2%. A liderança dos dois países é inquestionável. Abaixo deles, China e Índia produziam respectivamente 7,7% e 7% do etanol mundial. Só que enquanto o etanol brasileiro responde por 17% do consumo nacional de combustíveis automotivos, o americano é usado somente por 3% de seu mercado. A gasolina brasileira já vem acrescida de quase um quarto de álcool, quantidade muito maior que a misturada em países como o Japão e a França. No entanto, com as recentes medidas de redução na emissão de gases poluentes assumidas pelas grandes potências, esta proporção tende a aumentar, o que expandiria a demanda pelo álcool combustível – inclusive o brasileiro. Projeções do final de 2006 indicavam que o Brasil exportava cerca de 3,1 bilhões de litros de etanol.


Fonte: Veja Online

Da Agência

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

PRESSÕES PARA EXPANDIR A AGRICULTURA NO BRASIL

O Brasil está rapidamente emergindo como superpotência agrícola, com amplas quantidades de terra barata e arável. O Brasil é o segundo maior exportador de carne bovina, café, frango, suco de laranja, soja e açúcar. Também é o quarto maior produtor de porco.

Há mais 1,7 milhão de quilômetros quadrados que podem ser usados para produção agrícola no Brasil, o equivalente a todo o espaço agrícola americano, sem atingir a floresta amazônica, diz a indústria agrícola brasileira.

A escala do cultivo de soja na Amazônia ainda é relativamente restrita, de acordo com o Greenpeace. Na estação de plantio de 2004-05, somente 5% de toda a área do Brasil plantada com soja estavam no ecossistema de floresta amazônica. Mais de 90% dessa soja amazônica foi produzida no Estado do Mato Grosso.

Ato de equilíbrio da Amazônia: o crescimento agrícola e as florestas

Na abafada fronteira da floresta amazônica mal se vê uma árvore. Até onde a vista alcança, vê-se campos verdes de soja recém-plantada.

O Brasil está a caminho de se tornar o maior exportador de soja do mundo. Apesar de ser vendida modestamente como alimento barato para humanos e animais, cada vez mais a soja é usada na fabricação de biodiesel, um combustível de queima mais limpa.

Os biocombustíveis brasileiros etanol e biodiesel estão sendo elogiados como os melhores exemplos globais de como combustíveis renováveis podem reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

O governador da Flórida, Charlie Crist, liderou uma missão comercial ao Brasil no mês passado, em grande parte concentrada em biocombustíveis.

Em janeiro, uma lei federal brasileira entrará em vigor exigindo que cada litro de diesel no Brasil seja misturado com 2% biodiesel, e a percentagem continuará subindo.

"Somente a soja hoje tem capacidade de produção para cumprir a demanda. Isso significa muita expansão", reconhece Carlos Klink, cientista brasileiro da Nature Conservancy que estudou em Harvard.

O rápido crescimento agrícola do Brasil, entretanto, alarmou os ambientalistas pelos efeitos na Amazônia, maior floresta úmida do mundo, uma região de vegetação tão densa que às vezes é chamada de "pulmão do planeta".

Será que a revolução dos combustíveis brasileiros pode de fato fazer mais mal do que bem?

"Gigantes agrícolas como a ADM (Archer Daniels Midland), Bunge e Cargill estabeleceram-se na Amazônia porque sabem que podem fazer dinheiro fácil com a destruição da floresta", diz o relatório do Greenpeace chamado "Comendo a Amazônia", de 2006.

Um estudo de dois anos do Greenpeace alegou que a Cargill, ADM e Bunge foram responsáveis por parte do desmatamento da Amazônia ao estimular os produtores a plantarem soja, cujo preço está em alta recorde.

A Amazônia perdeu cerca de 26.000 km quadrados de cobertura florestal só no ano passado, um aumento de 40% em relação ao ano anterior, de acordo com imagens de satélite do Instituto de Pesquisa Espacial do Brasil.

Uma tonelada de dióxido de carbono armazenado, um gás que contribui para o aquecimento global, é lançada na atmosfera a cada vez que uma árvore de 12 metros é cortada.

O Brasil alega estar fazendo maior esforço para regular a expansão agrícola em torno da Amazônia. De fato, com o aumento da preocupação global em relação à mudança de clima, o Brasil está sob forte pressão de seus clientes, especialmente da União Européia, com sua forte consciência ecológica, de melhorar suas práticas agrícolas ou arriscar perder contratos.

A demanda do mercado está crescendo para a chamada "soja responsável", que tem garantia de ter sido plantada em terras legais, não em área de floresta recém-derrubada.

Em uma campanha internacional em 2005, o Greenpeace atacou os produtores de soja brasileiros assim como o McDonald's, que compra galinha alimentada com a soja brasileira para fazer McNuggets.

Em resposta, a Cargill uniu comerciantes com grupos de advocacia e estabeleceu uma moratória sob a qual nenhuma soja seria comprada de áreas ilegalmente desmatadas da Amazônia por dois anos, a partir de 24 de julho de 2006.

Trabalhando com o Nature Conservancy, um dos maiores grupos ambientais americanos, o Projeto Soja Responsável foi lançado. Dois municípios no norte do Amazonas concordaram em adotar o programa, defendido pela Cargill e McDonalds, no qual a soja é comprada apenas de produtores que prometem plantar árvores em terra desmatada.

O Nature Conservancy estabeleceu o programa em torno da firme aderência ao código florestal brasileiro, que ambientalistas dizem ser uma lei excelente, apesar de mal fiscalizada. O código dita que os produtores amazônicos podem plantar apenas 20% de suas terras, preservando o resto como mata virgem.

A idéia parece estar pegando, na medida em que as empresas no Brasil estão de acordo para a demanda do mercado global para produtos sustentáveis, segundo o grupo.

"Estou ficando cada vez mais impressionado com a resposta que estamos tendo do setor privado", disse Klink, do Nature Conservancy. "Os produtores estão compreendendo que, para estar neste mercado global, eles têm que fazer muito mais para cumprir (o código florestal)."

Neste ano, o Nature Conservancy estabeleceu outro projeto em Lucas do Rio Verde, região de cerrado produtora de soja do Mato Grosso, ao sul da Amazônia.

Mato Grosso significa "mata fechada" em português, mas não há muito mais disso em torno de Lucas do Rio Verde.

Trinta anos atrás, a região era de floresta baixa e cerrado virgem. A cidade era pouco mais do que um posto batizado com o nome de um homem solitário chamado Lucas, um dos poucos habitantes da margem do Rio Verde.

Hoje a cidade próspera é uma das que mais cresce no Brasil. Sua população oficial é de 28.000, mas os moradores dizem que é mais para 35.000 e crescendo em 50 pessoas por dia.

Estimulados por uma política de colonização do governo nos anos 70 e 80, a área foi colonizada por agricultores louros de origem alemã do Sul do Brasil.

Em poucos anos, foi transformada na mais produtiva região de soja. Os produtores locais reconhecem que muito da floresta foi derrubado nos primeiros anos. Agora, os produtores estão reflorestando a terra para cumprir o código florestal. No cerrado, a lei exige que 35% de cada propriedade seja preservado com a vegetação natural, além de uma região tampão de 50 metros em torno de rios e nascentes.

Usando imagens de satélite, o projeto identificou rios e nascentes que precisam de proteção. Cerca de 14 km quadrados de terra arada foram identificados e marcados para reflorestamento.

Os produtores parecem entusiasmados, reconhecendo que práticas melhores de produção não são apenas uma estratégia de marketing inteligente, mas também mantêm suas terras mais produtivas.

"É bom para todo mundo", disse Darci Eichelt, 43, que planta 26 km quadrados de soja e milho. Como a maior parte dos produtores, ele está revertendo parte de suas terras para o habitat natural.

Defensores do projeto dizem que está revolucionando a agricultura. "As pessoas entendem que as leis precisam ser respeitadas", disse Luciane Copetti, secretária de agricultura e meio ambiente. "Elas querem consertar os danos, onde foram feitos erros."

Outros municípios próximos estão expressando interesse em copiar o modelo. Eles vêem-no como forma de combater a imagem negativa da soja e dar segurança aos produtores locais.

'Todo mundo aqui tem medo que o resto do mundo não queira comprar nada de nós", disse Paulo Fejeira, agente de desenvolvimento do Estado. "Isso vai ajudar a mostrar que não somos bandidos. Não estamos destruindo a Amazônia."

Tradução: Deborah Weinberg

Biocombustíveis com garantia ecológica

Os biocombustíveis (carburantes procedentes de plantações energéticas usadas como biodiesel ou bioetanol) que serão postos no mercado na UE a partir de 2010 deverão ter um selo ecológico que garanta que sua produção não depende de plantações que exijam a derrubada de florestas de grande interesse natural. É o que constará em uma diretriz da UE para fomentar as energias renováveis. Com ela, a Comissão Européia pretende, entre outros objetivos, enfrentar as críticas que está recebendo nos últimos tempos de descontrole sobre os biocombustíveis, atrás do qual está a mão de multinacionais que destroem e desmatam na Indonésia ou na América do Sul para plantar palma e outros agrocombustíveis.

Na Indonésia, por exemplo, ocorre atualmente uma rapidíssima substituição de florestas primárias tropicais e turfeiras de grande valor ecológico por plantações de palma, uma árvore com cujos frutos se fabrica biodiesel. O fenômeno pode destruir em poucos anos uma selva única. O problema é que a UE prevê que no futuro imediato haverá grandes importações desse produto para cumprir seus planos de introduzir combustíveis mais limpos (com menos emissões de CO2) para substituir a gasolina e o diesel em cumprimento do Protocolo de Kyoto.

A nova diretriz sobre energias renováveis manterá os mesmos objetivos atuais sobre fomento dessas fontes limpas (conseguir 10% de biocombustíveis em 2020 e que nessa mesma data 20% da energia primária sejam produzidos com fontes limpas, como solar, eólica ou biomassa). No entanto, tentará aperfeiçoar os atuais instrumentos de forma que "fará uma diretriz em escala européia para exigir um certificado de origem dos biocombustíveis, para que se leve em conta o ciclo de vida desses novos carburantes para evitar que procedam de um processo de desflorestamento de áreas valiosas", segundo adiantou a ministra do Meio Ambiente da Espanha, Cristina Narbona, durante uma visita ao parque nacional Gunung Leuser, no norte de Sumatra, Indonésia, onde se vive com especial intensidade esse problema. Trata-se de evitar que, "sob o pretexto de produzir combustíveis que não geram CO2, se destruam exatamente florestas que são grandes sumidouros" que recolhem o CO2 da atmosfera, acrescentou a ministra.

A intenção da UE é elaborar essa nova diretriz em 2008, tramitar os debates no Parlamento Europeu no ano seguinte e aprová-la de maneira definitiva em 2010. O selo ecológico faria surgir algo parecido com os que já existem para certificar madeira procedente de uma floresta duradoura, mas seria obrigatório, acrescentou a ministra a este jornal.

Os biocombustíveis representam uma cota muito pequena do combustível consumido; no entanto, esses agrocombustíveis podem causar fortes impactos, pois a UE logo exigirá superfícies de plantações energéticas tão extensas que não poderão ser cobertas em seu próprio território. É aí que se abre a porta para importações que podem fazer agravar o desmatamento na Indonésia, no Brasil ou no Paraguai.

Ao norte de Sumatra, por exemplo, milhares de hectares dedicados à palma desmitificam o que alguém espera encontrar em uma floresta tropical, pois junto à estrada de Medan se estende uma paisagem uniforme de fileiras intermináveis de árvores delgadas (parecidas com palmeiras) dispostas para que se extraia o ouro verde. E caminhões com uma carga instável transportam os enormes cachos do fruto em uma estrada insegura, transformada em vitrine para os curiosos e ociosos habitantes que se sentam na varanda vendo passar o tempo em uma zona empobrecida depois do tsunami. "O governo indonésio está proibindo as plantações de palma ilegais, mas não tem força nem chega a todas as partes", diz Arantzazu Acha, uma técnica da Unesco em Jacarta que tenta conscientizar a população local sobre os benefícios de conservar o patrimônio do parque natural Gunung Leuser, reserva da biosfera da Unesco e santuário de dois terços dos últimos orangotangos de Sumatra.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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UE: CONSULTORIA PREVÊ FORTE AUMENTO DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

A produção de biodiesel na Europa vai continuar crescendo em 2008/09, para 11,7 milhões de toneladas, e para 13,44 milhões de toneladas em 2010/2011, ante 7,15 milhões nesta temporada, estimou em novembro a consultoria Strategie Grains.

Mas ela estimou que a demanda por biodiesel não manteria o ritmo do aumento de produção e apontou o consumo total na UE em 13,24 milhões de toneladas em 2010/11.

Na Alemanha, a produção poderia cair levemente na próxima temporada, para 2 milhões de toneladas, contra 2,32 milhões nesta safra, antes de se recuperar para 2,31 milhões de toneladas em 2010/11.

Na França, a produção deve saltar de 1,39 milhão de toneladas nesta temporada para 2,10 milhões de toneladas em 08/09 e 2,78 milhões de toneladas em 2010/11, segundo apresentação da consultoria realizada no GlobalGrain2007, em Genebra.

A maior produção de biodiesel estaria ligada a um salto de quase 50% na produção de colza nos próximos anos, para 26,4 milhões de toneladas em 2010/11, contra 18,1 milhões nesta temporada e 18,8 milhões em 08/09.

Em 2010/11, 21,4 milhões de toneladas de colza seriam destinadas à fabricação de biodiesel, ante 11,2 milhões nesta temporada.

Para aumentar a produção de colza, os fazendeiros irão aumentar o plantio da oleaginosa, notadamente em terras antes não-cultivadas, liberadas para o plantio pela União Européia.

Fonte:

Regras de sustentabilidade podem barrar biocombustíveis

A União Européia anunciará em janeiro a adoção de quatro critérios de sustentabilidade ambiental para permitir a importação de etanol e biodiesel, e essas novas regras poderão inviabilizar o desejado crescimento das vendas do Brasil para o bloco.

Bruxelas estabelecerá que um etanol sustentável ambientalmente não pode ser obtido a partir de matérias-primas cultivadas em áreas úmidas ou de florestas. Também exigirá provas de eficiência energética na produção, defesa da biodiversidade e certificação, entre outras medidas.

A UE nunca escondeu sua intenção de adotar um sistema para enquadrar a floresta tropical e combater o desmatamento na Amazônia. Só que a definição de "floresta" - área com mais de 20% de cobertura com árvores de 5 metros de altura - é suficientemente ampla para barrar o biocombustível fabricado em regiões de cerrado denso como norte do Mato Grosso e mesmo o Triângulo Mineiro, segundo um especialista.

Fontes do setor no Brasil insistem que a cana tem produtividade baixa na Amazônia e que o etanol é economicamente inviável na região. Mas o dendê, que se dá bem na área, estaria praticamente vetado pelo conceito europeu. Também há contradições: pelos novos critérios, o etanol poderia ser produzido nas Ilhas Galápagos, um dos principais recantos ecológicos do planeta apesar de não ter florestas.

Outro futuro critério visa limitar emissões de gases de efeito estufa na produção de etanol. Bruxelas exigirá maior eficiência energética desde a produção agrícola até o transporte do biocombustível, passado pelo processamento. Para isso, vai determinar um percentual de "poupança de gás" que a utilização do biocombustível deve permitir.

Nessa frente o Brasil está bem, já que usa bagaço de cana na produção de energia. O etanol do país permitiria redução de emissões entre 80% e 90% na comparação com a gasolina, enquanto na UE e nos EUA o percentual fica em torno de 35%. Mas as cifras são polêmicas. Se o limite de poupança estabelecido for de 50%, só o etanol brasileiro e o biodiesel de dendê passariam no teste europeu. O próprio setor agrícola do velho continente está pedindo que o nível de emissão na produção de biocombustível seja igual ao da gasolina ou do diesel, porque sabe que tem desempenho ecológico medíocre. No outro lado, organizações não-governamentais (ONGs) pedem para a UE ser extremamente dura.

O terceiro critério estabelecerá que biocombustível não poderá ser feito de matéria-prima obtida de terra de florestas não afetadas pela atividade humana ou de áreas protegidas a partir de maio de 2003, data da primeira diretiva européia sobre o tema. Ou seja, as exigências vão além do processo de produção. Se um país desmatou essas zonas para produzir bioetanol, terá que contabilizar também as emissões provocadas pela mudança de uso de terra. Se era floresta há pouco tempo e houve desmatamento, o biocombustível dessa área não passa no critério e fica inviabilizado comercialmente.

O quarto critério visa incentivar a produção dentro da UE, para atender aos critérios ambientais da Política Agrícola Comum (PAC). A UE vai adotar a diretiva para garantir que 20% da energia usada em seus 27 países-membros venha de fontes renováveis até 2020. Todos os combustíveis para transportes deverão conter pelo menos 10% de "agrocombustível" até lá. Isso significa o de uma grande quantidade de biocombustível para o setor de transportes, mas a meta só será alcançada com importação significativa porque a produção do bloco será insuficiente.

Assim, os países, para cumprir suas metas, precisarão importar biocombustível, forçosamente com o selo ambiental. Poderão importar outro tipo de etanol, mas aí sem contabilizar a redução de emissões de gases e nem se beneficiar de incentivos fiscais. Na prática, o etanol sem certificação ficará fora do mercado. Com as tarifas européias, o etanol brasileiro é mais caro que a gasolina. Só se usa etanol com incentivo fiscal ou para cumprir metas de redução de emissões - e isso fará os europeus pressionarem os brasileiros a se enquadrarem na diretiva.

Por outro lado, União Européia quer fazer acordos com países que têm seus próprios sistemas de certificação. O Inmetro está desenvolvendo uma proposta para isso. A Comissão Européia é mais liberal do que outros setores europeus, como o Parlamento, mais inclinado a impor sua própria certificação de etanol.

Haverá muita discussão sobre essa diretiva. ONGs estimam que Bruxelas impõe "limitados" critérios de sustentabilidade para evitar o desmatamento das florestas e outros estragos em regiões úmidas - Sudeste Asiático, por exemplo. E que ignora outros importantes ecossistemas, como o cerrado brasileiro, segundo a organização "Amigos da Terra". A UE diz que seus Estados-membros podem adotar critérios mais detalhados, desde que qualquer biocombustível que atenda a norma européia seja aceito em seu território.

Fonte:

Biodiesel desaparece das bombas de postos

O temor da possibilidade de faltar biodiesel no mercado no próximo ano - quando a mistura de 2% sobre o diesel será obrigatória - está fazendo com que o combustível desapareça das bombas nos postos de abastecimento neste mês. De um lado, produtores estão segurando o produto para entregarem às distribuidoras apenas a partir de 1° de janeiro, quando serão obrigados a cumprirem os contratos com as distribuidoras. De outro, está a Petrobras, que vem segurando o produto para compor um estoque e evitar que falte o combustível no primeiro mês de obrigatoriedade no ano.

Oficialmente, tanto a Petrobras quanto a Agência Nacional do Petróleo (ANP) dizem que o abastecimento está normal e qualquer falta neste momento de transição não será punida porque a mistura ainda não é obrigatória. “Quando começar a vigorar a obrigatoriedade, as penalidades serão cumpridas e equivalem ao valor do combustível vendido. Ou seja, os produtores que não entregarem o combustível vendido em leilão serão severamente punidos e não poderão participar de mais nenhum outro leilão”, disse recentemente, em entrevista, o diretor da ANP, Haroldo Lima.

Na semana passada, o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, admitiu que os postos de abastecimento da rede com biodiesel ficavam abaixo dos 90%, e não mais em 100%, como havia previsto a BR no início de 2007. Dutra, entretanto, minimizou o problema, dizendo que os estoques estavam normais e todos os problemas com logística enfrentados durante o decorrer de 2007 já haviam sido solucionados e o abastecimento seria normal no próximo ano.

Fonte:

Da Agência

Milho transgênico para produção de bioetanol

Um dos passos-chave para a produção de bioetanol a partir de biomassa lignocelulósica é a transformação dos polissacarídeos das paredes celulares das plantas em açúcares mais simples.

Esse passo pode ser acelerado por um grupo de enzimas, as celulases. Os sistemas atuais de produção, a maioria baseados na obtenção e extração de enzimas de fungos e bactérias, são muito caros para serem empregados em processo em grande escala, como a produção de bicombustíveis.

A celulose, na realidade, é degradada por meio da ação conjunta de ao menos duas enzimas celulolíticas: a endonuclease, responsável por romper a cadeia celulósica internamente, e a exocelulase, que a corta desde os extremos. Um grupo de cientistas dos Estados Unidos produziu linhagens de milho transgênico que fabricam as duas enzimas na proporção necessária para digestão eficiente da celulose.

Enquanto outros sistemas transgênicos têm demonstrado ser problemáticos na obtenção da reação correta, a produção de sementes de milho tem resultados dentro do esperado. Além disso, a expressão dessas enzimas foi estável durante várias gerações. O trabalho foi publicado na revista Plant Biotechnology Journal.

Fonte: Portal Cultivar

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