sábado, 31 de maio de 2008

O sonho verde

Produzir combustíveis a partir de plantas pode ajudar o planeta - mas falta superar obstáculos.


Para os entusiastas, as fontes renováveis de energia poderiam reanimar a economia rural, diminuir a preocupante dependência de petróleo e - o melhor de tudo - reduzir a quantidade cada vez maior de dióxido de carbono que lançamos no ar. Ao contrário do carbono liberado pela queima de combustíveis fósseis, que vem elevando sem parar o termostato da Terra, o carbono dos biocombustíveis provém da atmosfera, de onde é capturado pelas plantas durante seu período de crescimento. Em teoria, portanto, a queima de de etanol poderia até mesmo zerar a conta de carbono.



Fonte:

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Charge - Néo


O Lado Social do Biodiesel

A necessidade de solução para os problemas ambientais no mundo acabaram por criar um grande mercado energético no Brasil e no Mundo, criando a possibilidade da implementação e sustentação de um programa de geração de emprego e renda a partir da produção do biodiesel.

O governo apresenta o PNPB como um indutor de benefícios sociais e ambientais. E pode ser, mas, devido os diferentes níveis de desenvolvimento econômico e social dentro do país, devemos considerar-lo de forma diferenciada para cada realidade do nosso País.

Estimativas feitas por estudos realizados pelo MDA, MAPA e MDIC mostram que, a cada mistura de 1% de biodiesel no diesel (B+1), quando há a participação da agricultura familiar no processo produtivo, gera uma possibilidade de criação de aproximadamente 40 mil empregos no campo, entre diretos e indiretos, com uma renda média de 5 mil reais por ano cada.

Ora, isso se confirmando e, admitindo-se que a geração de um emprego no campo geram três na cidade, estariamos criando 160 mil empregos a cada 1% de mistura. Adimitindo-se ainda que, num quadro extremamente otimista, o programa conte com a participação de 5 a 6% da participação da agricultura familiar neste mercado, estarimos gerando algo em torno de 1 milhão de empregos.

A possibilidade de se gerar e dar emprego a essa quantidade de pessoas é o que torna a produção de oleaginosas pela agricultura familiar para a fabricação de biodiesel uma alternativa com boa possibilidade de erradicação da fome no Brasil. Só na região do semi-árido nordestino vivem por volta de 2 milhões de famílias em condições deploraveis.

A inclusão social e o desenvolvimento regional, especialmente via geração de emprego e renda, devem ser os princípios orientadores básicos das ações direcionadas ao biodiesel, o que implica dizer que sua produção e consumo devem ser promovidos de forma descentralizada e não-excludente em termos de rotas tecnológicas e matérias-primas utilizadas.

Como o Governo Federal tem como diretriz básica o favorecimento da inclusão social e o respeito pelos aspectos de regionalização, nada mais justo que observemos alguns parametros no decorrer da implementação e durante o processo de sustentabilidade do Programa para que se garanta o pleno desenvolvimento do programa.


  1. Estabelecer e garantir o padrão e qualidade do biodiesel de maneira a não excluir quaisquer matérias-primas;

  2. Garantir a logistica de produção e distribuição através de uma estratégia de descentralização da produção, da industrialização e da distribuição;

  3. O programa deve se apoiar nas diferenças regionais para a escolha de óleos vegetais das espécies mais apropriadas e consolidadas localmente, de forma a orientar e não determinar, por exemplo, a região Norte pode produzir dendê, pupunha, buriti, macaúba, etc. A região Nordeste tem grande aptidão para a mamona, o babaçu é um potencial do Maranhão e a soja já está ganhando áreas do cerrado no Maranhão e no Piauí, além de já estar consolidada na Bahia;

  4. Incentivo a agregação de valores nos produtos destinados ao biodiesel, com a implementação de esmagadoras dos grãos pelos agricultores associados que irá auferir um maior preço ao óleo além de permitir o uso do farelo, diminuindo os custos de produção, para o aumento na oferta de proteína de origem animal, melhorando o padrão nutricional da população;

  5. A inserção de pequenas e médias empresas beneficiadoras descentralizadas, que possam negociar os subprodutos de forma direta com agricultores, até mesmo através de permuta entre o biodiesel, e subprodutos, com os grãos;

  6. Não fechar o conceito de biodiesel para possibilitar a inserção gradativa de novas tecnologias de geração de energia a partir da biomassa, seja a transesterficação pela via etilica ou metilica, seja o craqueamento dentre outras possiveis;

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ele é o falso vilão

Acusado de reduzir a oferta de comida no planeta, o etanol brasileiro estimula o plantio de alimentos.

Biodiesel aumenta embarque de farelo e óleo

O aumento da produção nacional e mundial de biodiesel está elevando as exportações brasileiras de óleo e de farelo de soja. Os dois produtos industrializados do grão de soja vinham perdendo espaço na pauta de exportações do complexo soja, mas inverteram a tendência tanto na receita quanto no volume dos embarques no primeiro semestre.

Os embarques de óleo cresceram 47,3% em receita sobre o primeiro semestre de 2006, devido a um aumento de 38% no preço médio e de 6,2% no volume embarcado. "As demandas internacionais por óleo de soja para a fabricação de biodiesel e de farelo de soja para a produção de carne estão em expansão", pontua o analista Anderson Galvão, da Céleres Consultoria.

Mas a maior surpresa fica por conta das exportações de farelo, que dispararam 25,4% em volume, para 6,077 milhões de toneladas na mesma comparação. O número surpreende porque supera em muito o crescimento das exportações de soja em grão - 2,2%, para 12,746 milhões de toneladas no semestre -, apesar de os preços do farelo terem subido menos no período.

Na comparação das médias de preços dos seis primeiros meses do ano, a soja esteve em 2007 17,3% mais cara, enquanto o farelo subiu apenas 11,4%. A explicação para a alta menor e para as exportações maiores de farelo pode estar no biodiesel, na avaliação do especialista Miguel Biegai, da consultoria Safras & Mercado.

"O Brasil deve produzir algo entre 800 milhões e 1 bilhão de litros de biodiesel este ano, e 70% deste volume será feito a partir do óleo de soja", calcula Biegai. São cerca de 700 milhões de litros de óleo de soja, ou 814 mil toneladas.

Como cerca de 18% do volume do grão é transformado em óleo quando a soja é esmagada, e 80% viram farelo, pode-se calcular que 3,6 milhões de toneladas de farelo serão geradas ao longo do ano só com a produção de óleo para o biodiesel.

Só no primeiro semestre, as exportações de farelo cresceram 1,232 milhões de toneladas. Para este ano, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) prevê o esmagamento de 30 milhões de toneladas de soja, representando um crescimento de cerca de 4% sobre o ano passado.

Margens e custos

Mas não é só por meio da produção interna que o biodiesel está interferindo na agregação de valor às exportações do complexo soja. O aumento da produção mundial do biocombustível elevou os preços dos óleos vegetais e estimulou indústrias e exportadores brasileiros a embarcarem mais óleo de soja.

"O que explica o aumento nas exportações de farelo e óleo é que as margens de lucro do esmagamento nunca estiveram tão altas nos últimos anos como neste semestre", constata o consultor da Agência Rural Fernando Muraro Júnior. Os cálculos exatos dessa margem, no entanto, são dificultados pelo segredo que as indústrias fazem sobre seus custos.

Segundo uma fonte de uma grande trading e indústria multinacional, a maior exportação de industrializados de soja foi uma estratégia adotada pelo setor para enfrentar o aumento dos custos com o frete rodoviário do Centro-Oeste até os portos. "O custo do frete do Mato Grosso pesa menos sobre os produtos de maior valor agregado - óleo, farelo ou frango -, mas a Argentina incentiva de 6% a 8% o esmagamento e 'mata' essa virtual vantagem brasileira", ressalta ele.

"É óbvio que as grandes tradings não pagam o preço de mercado pelo frete, senão não conseguiriam exportar", comenta um analista de mercado de grãos de Cuiabá (MT).

Os embarques brasileiros do complexo soja avançaram 27,5% em receita no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado: foram US$ 5,391 bilhões de dólares nos seis primeiros meses de 2007. O volume embarcado no semestre totalizou 19,849 milhões de toneladas, 8,5% acima do do mesmo intervalo de 2006. O volume de grãos de soja embarcado cresceu apenas 2,2%, para 12,746 milhões de toneladas. O preço médio das exportações do complexo subiu 17,2%.

Fonte:Revistabiodizio.com

Petrobras: alcoolduto deve entrar em operação em 2009

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta segunda-feira (26/05) que a empresa pretende operar o seu primeiro alcoolduto até o final de 2009. O projeto mais avançado é o que liga os municípios de Senador Cañedo (GO) e Paulínia (SP), com 1.150 km de extensão e um custo aproximado de US$ 1 bilhão.

Cana: da competitividade à sustentabilidade

Tornar-se competitiva, foi o grande desafio da indústria sucroalcooleira nos últimos 30 anos. A elevação média de produtividade à taxa de 3,7%/ano resultou de investimentos continuados em pesquisa, apesar da insistência de que o etanol não era competitivo com a gasolina. Mas o tempo demonstrou a competitividade empresarial do etanol, cujo custo médio de produção é de US$ 1,6 por galão, contra US$ 2,8 do galão de gasolina no mercado livre.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Amazônia: Verdades e Mentiras

Nas ultimas semanas, temos sido bombardeados por noticias sobre a Amazônia de forma continua e confusa. São noticias que nos chegam de forma fragmentada e contraditórias sobre a realidade da nossa Amazônia.

Fazem uma confunzão entre a Amazônia Legal e o Bioma Amazônia, e dessa confusão, as vezes proposital, surgem noticias ora, sobre a total e completa proteção da selva tropical brasileira, ora dando conta da sua iminente devastação e das suas conseqüências devastadoras sobre o equilíbrio do clima e da biodiversidade do planeta.

Quais são as verdades e quais são mentiras?

A questão não é, nem de perto, uma questão simples, muito pelo contrario, é complexa e cheia de facetas e, poe isso, merece um estudo mais aprofundado para que possamos entender a sua logica e podermos, com isso, defender com mais objetividade a nossa Amazônia.

Já possuímos conhecimentos e leis suficientes para ocuparmos de forma racional e econômica esta que representa, hoje, 60% do território brasileiro, sem alterarmos substancialmente seu metabolismo – mas para isso é vital que as leis sejam cumpridas, a ciência aplicada e a vigilância complementada com extensiva ação policial punitiva aos criminosos desmatadores.

Baseado em reportagem da Revista VEJA, tentamos mostrar as mintiras e as verdades sobre esse assunto tão polemico e atual.

  1. Porque preservar a Amazônia

  2. Grau de Desmatamento

  3. Ocupação do solo

  4. A legislação florestal

  5. Ocupação predatória

  6. Propostas para o futuro

  7. Matérias sobre a Amazônia

Biocombustível é quase indispensável, diz a AIE

27/05/08 - O etanol e o biodiesel representarão 63% do aumento da produção de combustíveis este ano nos países fora da Opep, o cartel do petróleo, sendo vitais para atender a demanda de óleo, avalia a Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório anual divulgado ontem em Paris. A AIE pediu que os governos incentivem as pesquisas sobre o etanol de segunda geração, feito a partir de produtos que não teriam um impacto sobre a disponibilidade de alimentos.

A entidade disse que uma diferenciação entre o etanol de cana e o etanol de milho deve ser feita. "O etanol de cana produzido nas regiões tropicais e sub-tropicais, como Brasil, África e Índia, tem excelente características em termos econômicos, de redução de CO2 e baixa exigência de terras."

Pelas projeções da agência, a produção de combustíveis fora da Opep crescerá 680 mil barris por dia em 2008. Desse total, o etanol e biodiesel representarão o equivalente a 436 mil barris de petróleo.

No total, a produção global de biocombustíveis sobe do equivalente de 1 milhão de barris de petróleo por dia para 1,5 milhão barris/dia este ano.

Isso significa que uma retração do etanol e biodiesel, demandada por várias organizações em meio a crise alimentar, poderia empurrar ainda mais alto o preço do petróleo, que já alcança níveis recordes. Embora pequena no total da produção mundial de óleo, o etanol e o biodiesel são importantes porque a Opep tem resistido a aumentar o fornecimento de petróleo.

A AIE projeta para a produção de etanol nos EUA um crescimento equivalente a 125 mil barris de petróleo por dia este ano. A produção brasileira sobe 50 mil barris/dia. Nos outros produtores, representando mais biodiesel, o suprimento aumenta o equivalente a 250 mil barris/dia.

Assis Moreira
Fonte:

A Amazônia é Nossa!!



quinta-feira, 22 de maio de 2008

Soja, Amazônia e Biocombustíveis

Alvo fácil para campanhas politicamente corretas, o Brasil entrou na mira, mais uma vez, do famigerado Greenpeace, desta vez por causa da produção de soja na Amazônia. Induzidas por essa ONG, redes varejistas e empresas produtoras de alimentos da Europa anunciaram restrições à compra de soja brasileira. Só aceitarão, segundo informações publicadas em Londres na segunda-feira, produto cultivado sem devastação da floresta amazônica.

Essa ignorância é o maior perigo e o governo brasileiro não deve desprezá-lo. É fácil converter campanhas politicamente corretas em boicotes orientados segundo os interesses de concorrentes. Bandeiras politicamente corretas nem sempre servem a finalidades honestas.

Tudo contribui, portanto, para tornar o Brasil especialmente vulnerável a pressões de entidades ambientalistas, locais ou estrangeiras, honestas ou não, interessadas no bem público ou empenhadas em atender a interesses econômicos na concorrência internacional.

Não é o caso de questionar os propósitos do Greenpeace. Podem ser os melhores. Mas as pessoas de boa-fé ainda esperam que essa ONG mobilize consumidores e empresas para boicotar produtos fabricados no país produtor de 25% das emissões globais de dióxido de carbono. Os Estados Unidos são esse país - a maior fonte de poluição atmosférica - e seu governo rejeitou o Protocolo de Kyoto. Ainda não houve notícia de boicote comercial.

Leia mais em: Soja, Amazônia e Biocombustíveis

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Guia do Biocombustível Etanol

Guia para tirar todas, ou quase todas, suas dúvidas sobre o combustível da moda

O barril de petróleo bateu em 127 dólares na semana passada. O consumo mundial chegou a 1.000 barris por segundo. A combinação desses dois números é o melhor indicador de que a busca por combustíveis alternativos deixou de ser uma atividade pitoresca para se elevar ao centro das atenções das empresas, dos governos e das instituições internacionais.

Entre todos os combustíveis alternativos, o mais viável atualmente, do ponto de vista econômico e ambiental, é o etanol. Entre todos os tipos de etanol, o de cana-de-açúcar é o que tem maiores chances de participar substancialmente da matriz energética planetária.

Entre todos os países produtores de etanol, o Brasil é aquele que apresenta as melhores condições geográficas, climáticas, culturais, econômicas e tecnológicas para liderar a produção do etanol, nome pelo qual é mais chamado hoje no planeta o álcool combustível, velho conhecido dos brasileiros desde a iniciativa pioneira dos anos 70, desencadeada pela primeira crise do petróleo.

Desde seu ressurgimento meteórico no cenário mundial, o álcool/etanol tornou-se alvo de todo tipo de especulação, sendo motivo de projeções nacionalistas gloriosas. Foi motivo também de outro tipo de especulação, muito mais pessimista: para manter a frota global de carros rodando, o planeta seria obrigado a abandonar o cultivo de alimentos para plantar cana-de-açúcar e produzir etanol.

Veja aqui o gráfico sobre o ciclo do etanol

Para colocar a questão do etanol na perspectiva correta, VEJA organizou o questionário das páginas seguintes. São setenta perguntas e respostas que cobrem todas as principais questões levantadas pela entrada do etanol no foco dos holofotes.

Nessa tarefa, VEJA valeu-se de inúmeras fontes e teve o privilégio de contar com a dedicação especial de um dos maiores especialistas no assunto, Luiz Augusto Horta Nogueira, engenheiro mecânico e doutor pela Universidade Estadual de Campinas. Nogueira é pioneiro nos estudos que levaram à criação da área de biocombustíveis da Agência Nacional do Petróleo, da qual foi diretor de 1998 a 2004.

Hoje é professor titular do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá e consultor para bioenergias de diversos órgãos internacionais, entre eles o Banco Mundial e a FAO, a divisão de agricultura e alimentação das Nações Unidas.



O Guia:

  1. INTRODUÇÃO

  2. PANORAMA

  3. CONSUMIDOR

  4. MEIO AMBIENTE

  5. IMPACTO SOCIAL

  6. TECNOLOGIA

  7. O CAMPEÃO EM NÚMEROS


Fonte:

Adeus à gasolina?


Preocupações com o aquecimento global e com o aumento constante no preço do petróleo têm forçado as montadoras a buscar novas alternativas de combustível para os carros. Conheça as tecnologias mais promissoras:





Fonte:

Comissão Européia aprova fim dos subsídios ao etanol

A Comissão Européia, órgão executivo da União Européia (UE), aprovou nesta terça-feira (20) o fim dos subsídios ao etanol, criados em 2003. Contudo, em uma mensagem ao Brasil e aos Estados Unidos, Bruxelas também deixou claro que irá insistir em critérios duros para a entrada no mercado europeu de biocombustíveis que não respeitem o meio ambiente e aspectos sociais. A UE ainda quer evitar importar etanol que esteja contribuindo para uma distorção no fornecimento de alimentos.

Os Biocombustíveis e os Alimentos

Três prioridades marcam a humanidade nesse início de século: alimento, ecologia e energia. Vai se tornando consenso que gerar alimentos, preservar o meio ambiente e encontrar um modelo energético menos poluente são objetivos prioritários atuais.

É nesse quadro que se coloca a questão energética. O mundo vai percebendo que o modelo energético atual não atende à preservação do meio ambiente nem às necessidades vitais da humanidade.

O petróleo é finito e extremamente poluente. Por isso, todo um esforço se desenvolve em busca de energias alternativas.

Os biocombustíveis (Biodiesel e Etanol) estão no centro das atenções. O Brasil conquistou respeito internacional pelo avanço tecnológico na área e há uma internacionalização do setor. Empresas transnacionais adquirem usinas ou constroem outras, já de olho no crescimento deste mercado.

Portanto, o aumento vertiginoso de investimentos na produção de biocombustíveis é visto como uma das alternativas mais eficazes para relativizar a dependência de nossa sociedade pelo combustível fóssil - um dos vilões do aquecimento global.

Até o Greepeace reconhece o Brasil como tendo um dos maiores programas de substituição de petróleo por energia renovável do mundo, o programa do álcool combustível, que consegue substituir 200 mil barris por dia de petróleo, deixando de lançar na atmosfera milhões de toneladas de carbono por ano.

Com o firme propósito do governo na sua implementação, com a devida sustentação legal e a boa resposta do produtor de biodiesel, seja em plantas em operação ou em projeto e o apoio de capital externo, muitos agricultores e fazendeiros voltaram-se para o plantio da cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, e outras culturas utilizadas na produção do biodiesel como mamona e óleo de palma.

Em 2006, o biocombustível alimentava apenas 1% do transporte terrestre mundial, de acordo com a Agência Internacional de Energia. A estimativa é que o percentual se multiplique por oito até 2030. No Brasil, esta tendência é vista com ótimos olhos, pois representaria uma ótima oportunidade de crescimento.

No início de 2007, a área plantada de cana-de-açúcar no Brasil era de 7,04 milhões de hectares (mais de 78% na região centro-sul do país, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe). Deste total, cerca de um terço foi destinado a produção de etanol. Se o aumento da demanda mundial se concretizar, estima-se que a área cresça 60% em 5 anos e ultrapasse os 10 milhões de hectares.

Mas nem tudo são flores. O que os entusiastas dos biocombustíveis não previam são os questionamentos sobre o crescimento da produção de biocombustíveis versos a produção de alimentos. Até onde se pode produzir biocombustíveis sem afetar a produção de alimentos?

Para embasar a discução veja os proximos artigos:

  1. Biocombustíveis x alimentos (Impactos Negativos)

Fontes consultadas:

Do Autor do Blog

domingo, 18 de maio de 2008

A Amazônia é NOSSA!!

Esta talvez seja a melhor forma de se responder aos americanos:



Durante um debate em uma universidade nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, e então ministro da Educação, Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu a pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista, e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta de Cristovam Buarque:

“De fato como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo, e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Crianças pobres do mundo, como um patrimônio da Humanidade, elas não deveriam viver?


Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!"

Veja Também: Matérias sobre a Amazônia

"De quem é a Amazônia, afinal?", diz 'NY Times'

Jornal americano diz que Brasil se preocupa com soberania da floresta.

Uma reportagem publicada neste domingo no jornal americano The New York Times afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil.

No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".

O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em 1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".

"Esses comentários não são bem-aceitos aqui (no Brasil)", diz o jornal. "Aliás, eles reacenderam velhas atitudes de protecionismo territorial e observação de invasores estrangeiros escondidos."

O jornal afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros.

"Mas muitos especialistas em Amazônia dizem que as restrições propostas entram em conflito com os próprios esforços (do presidente Lula) de dar ao Brasil uma voz maior nas negociações sobre mudanças climáticas globais - um reconhecimento implícito de que a Amazônia é crítica para o mundo como um todo", afirma a reportagem.

O jornal diz que "visto em um contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de soberania contra o patrimônio da humanidade".

"Também existe uma briga sobre quem tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las."

"É uma briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição."

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Etanol será combustível de 25% dos carros em 2050, diz AIE


Um quarto dos carros no mundo estarão sendo movidos à etanol até 2050. A estimativa é da Agência Internacional de Energia, com sede em Paris. Segundo a entidade, 700 milhões de toneladas de biocombustíveis estarão sendo vendidos em meados do século.

Nesta terça-feira (13) em seu relatório mensal, a AIE apontou para uma verdadeira "explosão" no uso do etanol.

Fonte:

Do:

Brasil Ecodiesel amplia plantações de matérias-primas

Principal empresa de biodiesel do país consolida novas áreas de .

A Brasil Ecodiesel confirmou sua liderança no setor de biodiesel no primeiro trimestre de 2008 e anunciou o aumento das áreas de plantio de pinhão manso e mamona, em terras próprias. Dando continuidade à estratégia de buscar óleos vegetais alternativos para a produção do biodiesel, a companhia concluiu o plantio de 5.300 hectares adicionais de pinhão manso, parte em consórcio com a mamona em terras próprias da Companhia.

Energia x Alimentos

Diante da recente discussão em torno do impacto que a produção de biocombustíveis teria sobre a alta de preços dos alimentos, a Brasil Ecodiesel entende que este aumento dos últimos meses não tem relação com a produção de biodiesel. A causa está nos seguintes fatores: incremento da demanda de alimentos nos países em desenvolvimento, ocasionado pelos aumentos de renda e populacional, principalmente na China e na Índia; nos preços recordes do petróleo, que impactam toda a cadeia de produção (fertilizantes produzidos a partir de petróleo) e distribuição de alimentos (transporte).

O terceiro fator determinante para o aumento dos preços dos alimentos decorre da atuação de fundos especulativos no setor de commodities, principalmente após o início da crise com hipotecas de alto risco nos EUA, que levou muitos fundos a migrarem para as commodities agrícolas e metálicas como forma de manter a rentabilidade. Por fim, o crescimento do etanol de milho nos EUA, motivado por subsídios agrícolas, reduzindo a destinação do milho para alimentação assim como de terras destinadas a outras culturas alimentícias, exerceram forte pressão sobre os preços.

Fonte: CDN
Do:

Brasil vai levar polêmica sobre biocombustível e segurança alimentar ao Bric

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou na quinta-feira (15) que a polêmica sobre a produção de biocombustíveis e, sobretudo, da influência da produção do etanol brasileiro nos preços dos alimentos, serão levadas à primeira reunião formal dos ministros das Relações Exteriores do Bric – grupo formado pelos quatro maiores países emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China. O encontro acontece na cidade russa de Ecaterimburgo.


Fonte:

Legislação do Biodiesel Brasileiro

Fizemos um apanhado de toda a legislação brasileira que dispões sobre o Biodiesel Brasileiro e estamos disponibilizando para consulta em:


Não nos culpem pela fome, dizem produtores de biocombustíveis

Produtores de biocombustíveis reunidos na Espanha negaram veementemente as acusações de que são os responsáveis pelo aumento dos preços dos alimentos e pela fome mundial.

À medida em que o mundo busca uma oferta sustentável de energia e maneiras de reduzir as emissões de gás do efeito estufa, tem aumentado a preocupação de que a terra usada para agroenergia está competindo com a área plantada com alimentos.

Oradores de uma convenção sobre biocombustíveis, que terminou na quinta-feira em Sevilla, foram unânimes em dizer que a produção para biocombustíveis responde por apenas 3 por cento da demanda mundial por grãos.

Josep Borrell, presidente do Comitê de Desenvolvimento do Parlamento europeu, afirmou que a demanda é muito pequena para explicar um salto nos preços do arroz, estimado em 76 por cento entre dezembro de 2007 e abril de 2008 pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

"A indústria de biocombustíveis não pode ser o bode expiatório para os aumentos brutais dos preços", disse ele à Reuters em uma entrevista.

Borrell argumenta que os altos preços dos grãos podem na verdade tornar a agricultura mais rentável para pequenos produtores dos países em desenvolvimento, evitando a migração para as já superlotadas cidades.

Membros da indústria dizem que os preços dos grãos subiram devido a um aperto do crédito em todo o mundo, o que levou os fundos de investimentos a entrarem no mercado de commodities.

"Isso é logicamente parte do mercado, mas vale lembrar que posições especulativas no mercado de milho de Chicago são hoje três vezes os estoques para o final da temporada 2008/09, como previsto pelo Departamento de Agricultura dos EUA", disse Javier Salgado, presidente da Abengoa Bioenergy, um dos maiores produtores de biocombustível da Europa.

Muitos afirmam que a indústria tem sido alvo de uma campanha hostil da mídia, incluindo Bob Dinneen, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA.
"O mundo ficou louco", disse Dinneen. "O que já chegou a ser considerado uma maneira de curar nosso vício em petróleo é agora um crime contra a humanidade".

Para muitos europeus, o debate entre alimentos e combustíveis é redundante, já que eles não podem competir com as importações de biodiesel dos EUA, que segundo eles recebem isenções tarifárias injustas.

"O problema está com a legislação dos EUA e apenas os EUA podem mudar isso", disse Raffaello Garofalo, chefe do Conselho Europeu de Biodiesel (EBB).

Em resposta, representantes norte-americanos reclamaram que as especificações técnicas da UE têm sido delineadas para bloquear o biocombustível norte-americano.

Fonte:

Governo amplia desoneração a produtores de biodiesel

O governo ampliou hoje o universo de produtores de biodiesel que têm direito à isenção de PIS/Pasep e Cofins na venda do produto. Decreto publicado hoje no "Diário Oficial da União" determina que terão direito ao benefício fiscal os fabricantes de biodiesel que comprarem qualquer tipo de matéria-prima produzida pela agricultura familiar das regiões Norte e Nordeste e do semi-árido.

A regra que estava em vigor antes do decreto previa que a isenção só poderia ser aplicada para quem adquirisse mamona ou palma desses produtores (da agricultura familiar). Ao estender o benefício aos produtores de biodiesel que usam outras sementes, o Ministério de Minas e Energia pretende estimular o cultivo das demais oleaginosas.

Decreto nº 6.458, de 14 de maio de 2008

Decreto nº 5.457, de 6 de junho de 2005

Decreto nº 5.297, de 6 de dezembro de 2004


Fonte:

Lei agrícola mantém tarifa do álcool e eleva subsídios nos EUA


A nova lei agrícola norte-americana aumenta o total de subsídios governamentais ao setor, mantém a tarifa cobrada ao álcool brasileiro por mais dois anos e diminui o valor do incentivo dado ao produtor do biocombustível local.

A "farm bill" prevê um gasto total de US$ 289 bilhões nos cinco anos de sua duração, dos quais 14%, ou pouco mais de US$ 40 bilhões, irão para incentivos. Ao mesmo tempo, aumenta o valor destinado ao programa de cupons de alimentação à população de baixa renda, que tomará dois terços do gasto previsto.


COMO A NOVA LEI AGRÍCOLA AFETA O BRASIL



  • Os novos subsídios agrícolas dos EUA estimulam o produtor norte-americano a aumentar a produção, pois eles têm garantias de preço mínimo;

  • Esse aumento da produção gera um excesso de oferta, que provoca a queda dos preços internacionais ;

  • Além disso, com o aumento da produção interna, o país passa a diminuir as importações e também começa a retirar mercado de outros países exportadores, o que limita as exportações brasileiras;

  • Os principais produtos afetados no Brasil são a soja e o algodão;

  • A soja é um dos principais produtos de expotação do Brasil. No ano passado, o produto perdeu apenas para as vendas de minério de ferro e de aviões. O país é o segundo principal exportador, ficando atrás só dos EUA;

  • No caso da soja, a situação poderia ser pior para o Brasil, já que a nova redistribuição dos subsídios incentiva o fazendeiro dos EUA a produzir mais milho que soja .

US$ 1,6 bilhão é o prejuízo que a nova lei agrícola norte-americana vai impor ao Brasil apenas em prerdas na exportações de soja, estima a CNA (Confederação Nacional da Agricultura).



Veja Mais em:


BUSH SANCIONA A NOVA LEI AGRÍCOLA

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Fungo pode ser chave para eficiência de biocombustíveis

Cientistas norte-americanos podem ter encontrado a chave para uma produção mais eficiente de biocombustíveis, segundo a revista Scientific American. Em estudo publicado na revista Nature Biotechnology desta semana, os cientistas revelaram terem decodificado a seqüencia genética do fungo Tricoderma reesei, extremamente eficiente na produção de energia e que pode revelar importantes chaves para uma produção energética eficiente usando, até mesmo, lixo.

O fungo, mais conhecido por sua inconveniente ação destruindo roupas e tendas das tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial, usa um número muito pequeno de genes para produzir as enzimas que lhe permitem se alimentar de celulose. Segundo os cientistas, isso indica uma grande eficiência na produção.

Eles esperam conseguir usar essa informação genética para conseguir informações sobre maneiras mais eficientes e baratas de quebra de celulose para produção de etanol. Nesse caso, a celulose poderia vir de plantas comuns e abundantes ou até do lixo, gerando biocombustíveis com ainda menos carbono.


Fonte: Estadão Online

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Trichoderma reesei genome paper published

Soft rot fungus is the muse for biofuel developers

Veja ainda, os estudos no Brasil sobre o Assunto:

Fungo poderia sintetizar álcool a partir de celulose

terça-feira, 13 de maio de 2008

Algas contra a crise alimentar mundial

A alga age seqüestrando o CO2, necessário para seu crescimento, e produz o óleo para ser usado na fabricação de biodiesel. Além disso, por não competir com as culturas alimentares, podem tornar-se numa melhor opção do que o milho ou o girassol na produção de biocombustíveis.

Materia Completa: Algas contra a crise alimentar mundial

Fonte: Agência Lusa

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A Cana tornou-se a 2ª maior fonte de energia do Brasil

A cana-de-açúcar e seus derivados se transformaram na segunda fonte total de energia do Brasil, atrás do petróleo e após deslocar a hidreletricidade, segundo um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ligada ao MME..

O feito foi obtido em 2007 e a tendência se manteve, segundo o órgão do Ministério de Minas e Energia.

"No geral, a demanda brasileira por todas as formas de energia (que no jargão técnico é chamada de Oferta Interna de Energia) cresceu 5,9% em 2007, totalizando 239,4 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). A taxa de expansão foi superior a da economia brasileira no ano passado, de 5,4% segundo o IBGE. O maior crescimento dentre todas as fontes, na comparação entre os dois últimos anos, ficou com os produtos da cana-de-açúcar, cuja oferta cresceu 17,1%. A forte expansão reflete o crescimento do consumo do etanol e o uso mais intenso do bagaço para geração de energia termelétrica.

O grande responsável por esse avanço no uso energético da cana foi o etanol, cuja demanda total (consumo interno mais exportações) foi de 20,1 bilhões de litros. Apenas o consumo doméstico de álcool hidratado apresentou aumento de 46,1%, chegando a 10,4 bilhões de litros em 2007. Suportou esse crescimento do etanol o aumento da produção de cana. A safra produziu 495 milhões de toneladas (crescimento de 15,7%), explicada, em parte, por aumento de produtividade, uma vez que a área colhida cresceu apenas 8,2%, abrangendo 6,7 milhões de hectares.

Além disso, contribuíram para a expansão do etanol a decisão do governo de aumentar de 23% para 25% a proporção de álcool anidro na gasolina “C” e a expansão da frota de veículos flex fuel, que se beneficiaram de preços médios mais baixos do que o da gasolina (em contraposição, o consumo de gasolina “pura” caiu 3,9%). A maior produção de cana significou também maior oferta de biomassa (bagaço)." diz o relatório.

Leia aqui a Integra do Estudo

Fonte: EPE

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Bagaço da cana para a produção de álcool

Uma pesquisa inovadora promete consolidar a posição estratégica do Brasil como um grande produtor mundial de biocombustíveis. Pesquisadores da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram uma tecnologia para a obtenção de etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que poderá aumentar em 40% a produção nacional desse biocombustível e incrementar a participação das fontes renováveis na matriz energética do país.

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Mitos sobre o álcool

O físico José Goldemberg tem reputação internacional como especialista em fontes alternativas de energia, cuja importância cresce na razão direta da alta nos preços do petróleo.

Goldemberg falou ao jornal "Valor Econômico" sobre quatro mitos que rondam combustíveis renováveis, todos negativos, e que acabam por contaminar o álcool de cana. Ei-los:
  • biocombustíveis causam desmatamento;
  • estão provocando fome no mundo;
  • seu efeito sobre a emissão de gases do efeito estufa é nulo; e,
  • seriam viáveis apenas em nichos, como o brasileiro.


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Hidrogênio a partir de algas: produção, armazenamento e distribuição no mesmo local

A célula de combustível a hidrogênio talvez ainda não se torne viável para veículos durante os próximos anos. Porém, um grupo de profissionais bastante criativos da Philadelphia, conhecido como 20/2 Collaborative, projetou um conceito único que possibilita a produção biológica de hidrogênio on-site e sua distribuição para o abastecimento de veículos. O projeto mistura lagoas de algas com balões flutuantes para a integração da produção do combustível e sua distribuição, e permite que o combustível renovável seja criado e distribuído no mesmo lugar.

Veja a materia aqui

Biodiesel: Alga no Tanque

A LifeFuel Inc., uma companhia localizada na Califórnia, está pesquisando o potencial de produção de óleo a partir dos mencionados seres de uma só célula. O objetivo é a substituição de milhares de litros de combustíveis fósseis nos EUA até o ano de 2010.


Para seu crescimento não é necessário terra; somente água, luz e gás carbônico. Além disso, a alga tem o potencial de fornecer 30 vezes mais combustível por metro quadrado que a cana-de-açúcar. Em 1 hectare, por exemplo, há a possibilidade de geração de 237 mil litros de biocombustível de alga. Em uma mesma área, produz-se cerca de 8000 litros de combustível com a cana.

Os pesquisadores estão tentando identificar as espécies mais promissoras e como cultivá-las para que seja extraído o máximo de óleo da forma mais eficiente possível. Outra preocupação é o que fazer com o resíduo gerado pelo processo. Na Universidade de Minnesota, os cientistas estão bastante ocupados em seus laboratórios projetando um sistema chamado “fotobiorreator”. A dificuldade é fazer com que sejam fornecidos nutrientes e luz nas quantidades certas.

Esquema sobre a produção de biocombustível a partir de algas


botryococcus, uma das várias espécies de algas usadas


Fonte:

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Crise de alimentos pode servir para salvar os pobres

Genebra, 29 abr (EFE).- O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se mostrou hoje convencido de que a atual crise de alimentos pode ser um impulso para agir a longo prazo, e uma oportunidade para tirar da miséria milhões de pessoas, especialmente na África.

"Estou convencido de que podemos conduzir a crise global dos alimentos. Temos os recursos. Temos o conhecimento. Sabemos o que fazer. Portanto, deveríamos considerar isto não apenas um problema, mas uma oportunidade", disse Ban, durante uma conferência oferecida no Palácio das Nações de Genebra.

"É uma grande oportunidade para arrancar da raiz os problemas de muitos dos mais pobres do mundo, 70% dos que vivem como pequenos agricultores. Caso os ajudemos, se lhes oferecemos ajuda e a mistura correta de políticas nacionais e internacionais, a solução chegará", declarou.

Para o secretário-geral da ONU, as causas da crise são várias: o aumento dos preços dos combustíveis, a demanda crescente de alimentos, políticas comerciais equivocadas, a mudança climática, a especulação e a produção de biodiesel.

O secretário-geral acabou seu discurso de forma muito otimista e encorajando todos a colocarem "mãos à obra".

"Caso me perguntem se os ODM não vão se cumprir a resposta será 'não'. Podemos conseguir estes visionários objetivos para um mundo melhor. Juntos podemos transformar esta crise em uma oportunidade", concluiu.

Veja integra da materia

Fonte: UOL Economia

Ontem foi a mandioca, hoje é o pinhão-manso

O Brasil consome 42 bilhões de litros de diesel. É de longe o combustível veicular mais consumido, muito à frente da gasolina, com 24,4 bilhões de litros. A gasolina, ao contrário do diesel, tem substituto. O álcool e o gás natural, este em menor escala, entraram nos tanques e nos cilindros dos carros e comerciais leves. Nos caminhões, ônibus, tratores, o diesel reina absoluto. Os 2% de biodiesel adicionados de início ao diesel mineral demandam 1 bilhão de biocombustível.

Há uma guerra para ver quem chega na frente e ganha a parada do biodiesel. É a disputa de ricos contra pobres. Grandes produtores abominam pinhão manso como fonte de biodiesel. O pinhão dá em solo pobre. Vejo semelhança entre ontem e hoje. Ontem, foi a vez do álcool da mandioca, hoje é do pinhão-manso. O álcool de mandioca perdeu para a cana. Espero que o pinhão não seja derrotado.

Gazeta Mercantil

Garanhuns amplia uso de biodiesel

Angela Fernanda Belfort

A cidade de Garanhuns vai ter 97 veículos (entre caminhões e ônibus), a partir de junho, utilizando uma mistura que vai conter de 10% até 30% de biodiesel. Isso inclui toda a frota de ônibus que faz o transporte de passageiros daquele município, de acordo com informações do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene).

A lei manda que seja adicionado 2% de biodiesel. A partir de julho, este percentual vai subir para 3%. Em Garanhuns, já existe uma frota de 12 ônibus usando o B-20, uma mistura com 20% de biodiesel.

Os 97 veículos vão utilizar o biodiesel produzido pela fábrica de Caetés, no Agreste do Estado. A frota pertence a cinco empresas que aderiram ao programa. Para suprir a essa nova demanda, a unidade planeja aumentar a sua produção para cerca de 2 mil litros por dia. Atualmente, a planta produz entre 500 e 1 mil litros de biodiesel, diariamente.

“É uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e serão medidas, entre outras coisas, a potência dos motores dos veículos e a emissão de gases”, afirmou o diretor do Cetene, Fernando Jucá.

Fonte: Jornal do Commercio
Data: 05/04/2008

Cana será matéria-prima de biodiesel

A sucroalcooleira Santaelisa Vale anunciou ontem uma joint venture entre sua controlada Crystalsev e a americana Amyris, especializada em biotecnologia, para a criação de uma companhia voltada à produção e comercialização do inédito biodiesel renovável extraído da cana-de-açúcar. Batizada de Amyris Crystalsev Biocombustíveis, deverá entrar em operação em 2010 usando como plataforma a sede da Santaelisa. Localizada em Sertãozinho (SP), a meta é produzir cerca de 4 bilhões de litros do biocombustível até 2015. A Amyris ficará com 70% do capital da nova empresa e a Santelisa com 30%.

No ano passado, o Brasil consumiu 45 bilhões de litros do diesel convencional. Com isso, o foco da companhia será o mercado doméstico e a projeção é ocupar pouco menos de 10% desse mercado nos primeiros cinco anos. "A estratégia é agregar valor ao produto com a Santelisa e utilizar a logística de distribuição da Santelisa", observa Rui Lacerda Ferraz, presidente da Crystalsev.

A vantagem apontada em relação ao biodiesel convencional, extraído de oleaginosas, seria em relação ao percentual de mistura no tanque e principalmente ao custo de produção. Com o diesel de cana, o percentual de mistura ao diesel convencional pode chegar até 80% sem a necessidade de adaptações dos motores. A diferença está no processo de fermentação, onde são adicionadas leveduras que estimulam a produção do óleo a partir do suco da cana, que logo em seguida é encaminhado para a finalização.

"O foco do produto não é substituir o diesel convencional e nem o biodiesel. Mas obtermos uma nova matriz renovável e mais limpa", disse o presidente da Amyris, John Melo. Ele estima que o custo do barril do diesel de cana deve ficar próximo de US$ 60,00, enquanto o de biodiesel é de US$ 150,00. O produto ainda reduz em até 80% a emissão de poluentes. Melo lembra que o processo para obter o diesel de cana é o mesmo que o do álcool.

A estimativa é de um investimento de até US$ 35 milhões para adaptar o processo na usina. Ancelmo Lopes Rodrigues, presidente da Santelisa, explicou que o futuro do setor depende de novas tecnologias e ressaltou que é importante agregar mais um produto ao portfólio da empresa, gerando uma maior participação no mercado. "Essa diversificação na usina pode reduzir em 10% os custos operacionais. Atualmente, o custo total é de US$ 100,00 a tonelada", avaliou.

Ferraz disse ainda que a tendência é de que o Brasil seja referência em biocombustíveis e ressaltou que a crise dos alimentos não é causada pela cana. "A cana ocupa apenas sete milhões de hectares no Brasil". Avaliou também que a produtividade de etanol por hectare de cana é 7,5 mil litros, contra 3 mil litros do milho. "Isso significa maior produção em uma área menor".

Fonte: Gazeta Mercantil

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Biodiesel feito de Cana-de-Açúcar

Biossensores para controlar qualidade de biodiesel

Parcerias nas áreas de biossensores e tecnologia de controle de qualidade de biocombustíveis, especialmente o biodiesel, estão em discussão no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCT) e na Embrapa Instrumentação Agropecuária.

Herrmann Júnior é um dos pesquisadores envolvidos na criação da língua eletrônica, invenção já patenteada e utilizada na análise da qualidade de substâncias como o café, sucos e água. A língua eletrônica é um dos projetos mais famosos de nanotecnologia desenvolvidos no Brasil. O equipamento foi criado pela Embrapa e pela Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em 2001. Ela utiliza unidades sensoriais que conseguem perceber o gosto de forma ainda mais apurada que a língua humana.

"Queremos utilizar uma espécie de língua eletrônica para fazer o controle digital da qualidade do biodiesel armazenado, que é o uso de biosensores", aponta Fernando Jucá, diretor do Cetene. A intenção é associar estes biosensores a um equipamento de coleta e transmissão de informações, que nada mais é do que uma interface inteligente do sistema desenvolvido pelo Laboratório para a Integração de Circuitos e Sistemas (LINCS/MCT), uma design house que integra a estrutura do Cetene.

Inicialmente, os biossensores devem ser colocados no tanque de armazenamento de biodiesel da Usina de Biodiesel de Caetés , município do Agreste Meridional de Pernambuco. A usina é administrada pelo Cetene. As informações sobre a qualidade do biodiesel devem ser transmitidas via microondas pelo dispositivo eletrônico desenvolvido no LINCS para a central de informações do Cetene, em Recife.

"Existe hoje uma preocupação em controlar a qualidade do biodiesel, porque a tendência é que sua utilização na mistura com o óleo diesel seja crescente", aponta Jucá. O processo de produção do biodiesel faz com que, quando armazenado, ele sofra um processo natural de degradação, corrosão ou adulteração.

O Cetene já avalia o uso do B20 em motores estacionários no arquipélago de Fernando de Noronha, território do estado de Pernambuco.

Fonte: Agência MCT

Apesar dos obstáculos, os biocombustíveis continuam avançando

Por Antonio Carlos Porto Araujo *

A produção dos biocombustíveis no mundo cresceu cerca de 20%, atingindo a marca de 54 bilhões de litros em 2007. Isso significa que este produto alcançou um share de 1,5% da fonte global de combustíveis líquidos, representando um acréscimo de 0,25% sobre 2006. Esse número deverá crescer exponencialmente, já que 50% da energia consumida nos Estados Unidos vêm do carvão, altamente emissor de gases de efeito estufa.

A produção global do etanol é basicamente derivada da cana-de-açúcar, que em 2007 cresceu 18%, atingindo 46 bilhões de litros, confirmando seguida alta nos últimos cinco anos.

No caso do biodiesel no Brasil, a soja ainda é predominantemente a principal oleaginosa utilizada como matéria-prima. O país já tem tecnologia desenvolvida para produção de biodiesel a partir de outras fontes, como a palma (dendê), mas ainda investe em inovação para aproveitar essa capacidade em ganho de escala comercial do ponto de vista energético.

Os Estados Unidos, que produz o etanol a partir do milho, aumentou em 2007 a destinação para produção do biocombustível, ampliando de 15 para 90 milhões de toneladas anualmente, ocasionando alta generalizada dos preços das commotidies alimentícias. De acordo com projeções, o consumo de biocombustíveis nos EUA em 2020 será de cerca de 140 bilhões de litros anuais, movimentando algo em torno de US$ 50 bilhões.

Ao mesmo tempo, várias manifestações, sobretudo de organizações européias, têm eclodido, condenando o uso do etanol na Europa com argumentos sobre a insuficiente eficiência ambiental. Essas manifestações contrárias baseiam-se na eventual substituição de área agricultável de produção de alimentos para plantação de culturas para biocombustíveis, sobretudo palma.

Como resposta, a comunidade européia recentemente propôs um acordo inicial em questão de padrões de sustentabilidade para os biocombustíveis: em geral, que produzam emissões de gases de efeito estufa no mínimo 35% menos do que os combustíveis fósseis até 2015; e um mínimo de 50% menos a partir de 2015.

A questão é polêmica, mas não pode ser alijada de um fato concreto: os biocombustíveis são um caminho sem volta na ocupação de espaço cada vez maior na matriz energética mundial.


* Antonio Carlos Porto Araujo é ambientalista, consultor da Trevisan Consultoria e professor da Trevisan Escola de Negócios.


Fonte: Trevisan

Embrapa abre caminho para o plantio comercial do Pinhão Manso

Em uma decisão inédita, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio da Instrução Normativa nº 4, de 14/01/2008, autorizou a inscrição do Pinhão Manso (Jatropha Curcas L.) no Registro Nacional de Cultivares (RNC). Editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a instrução, na prática, permite o cultivo da espécie em grande escala em todo o território Nacional.

O Pinhão Manso é uma planta oleaginosa, originária da América do Sul. A variedade é da mesma família que a mamona e tem ciclo de vida superior a 40 anos. A espécie ainda apresenta um bom comportamento em condições de seca e em caso de ataque de pragas. O Pinhão ainda pode desempenhar um importante papel na conservação dos solos, além de produzir diversas colheitas anuais.

A produção das sementes varia de duas e quatro toneladas de óleo por hectare/ano. Por meio de um processo químico de transesterificação, o óleo extraído é transformado em Biodiesel. Além disso, sua biomassa tem um teor de proteínas acima de 50%, podendo ser usada para ração animal.

A proibição de cultivo da espécie decorria, sobretudo, da ausência de pesquisas sobre o comportamento das diversas cultivares, e de avaliações de um sistema de produção que incluísse, entre outros, estudos agronômicos.

Ao autorizar o cultivo, a Embrapa poderá reduzir o tempo de avaliação, que levaria entre sete a 10 anos, com base nas informações relativas a outros estudos e publicações científicas decorrentes. No 2º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel, ocorrido em novembro de 2007, em Brasília, 51% dos trabalhos científicos de quase todas as universidades trataram, fundamentalmente, das características físico-químicas, biológicas e agronômicas do Pinhão Manso.

Apesar disso, ainda não se pode prever, hoje, os riscos agrícolas, que vão desde uma simples doença até a possibilidade de perda do plantio, o que, em grandes áreas, pode acarretar em prejuízos da ordem de milhões de reais.

A Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais (Epamig) foi pioneira e estuda a oleaginosa desde o início dos anos 1980. No Rio de Janeiro, os estudos realizados com o óleo do Pinhão Manso revelaram um Biodiesel de excelente qualidade. Resultados inéditos das análises e procedimentos foram publicados na "Cartilha do Pinhão Manso – da Semente ao Biodiesel", distribuída a todas as instituições afins brasileiras e recebendo o apoio da Coordenação Nacional do Programa de Biocombustíveis, de deputados e senadores, da Secretaria Federal de Agricultura – SFA/RJ e de órgãos representativos de classe, como a União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio).

Essa contribuição, que ajudou a colocar o Pinhão Manso na mesa de discussão, faz parte de um convênio firmado entre o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT) e a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) Prêmio Finep de Inovação Tecnológica em Biodiesel, que também contou com a colaboração do Programa Rio Biodiesel, da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT) do Rio de Janeiro.

Com informações da Assessoria de Imprensa do CBPF

Fonte: Embrapa

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Com insucesso da mamona Petrobras aposta no girassol

Em Guamaré, está instalado o Núcleo de Energias Renováveis, campo de testes para os experimentos realizados pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) que atende às demandas tecnológicas da companhia.

A Petrobras se esforça em três áreas de ecoeficiência, trabalha na produção de biodiesel, na geração de energia eólica e solar, e no aproveitamento da energia geotermal, calor proveniente da Terra, utilizada pela empresa no Campo de Ubarana. O biodiesel é a tecnologia em maior desenvolvimento no RN. Desde 2004, a Petrobras investe no biodiesel. A mamona foi a matéria-prima escolhida de início porque apresentava vantagens de cultivo em regiões com poucas chuvas e ainda poderia ser plantada em sistema de consórcio com outras culturas como feijão, mandioca e milho, que servem à alimentação diária.

A proposta era beneficiar os pequenos produtores rurais que poderiam vender, através de associações, sua produção diretamente para a Petrobras. O governo do estado lançou o Programa do Agronegócio da Mamona através do Instituto de Assistência e Extensão Rural do RN (Emater) e Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pesca, que firmaram parcerias com o Banco do Nordeste, Banco do Brasil e com a Empresa de Pesquisa do Estado do RN (Emparn). O programa buscou incentivar os pequenos agricultores a plantar de início 10 mil hectares de mamona, com uma previsão de que este número chegasse a 40 mil hectares em 2007. 28 municípios foram selecionados, mas os agricultores tiveram experiências inesperadas com a mamona. A cultura local da diversificação no campo incluía a criação de pequenos animais como as cabras que acabavam comendo as folhas da mamona que possuem rícino tóxico. Os animais começaram a morrer e os agricultores, que não conseguiam efetivar um sistema de controle, acabaram desanimados com o plantio. Historicamente, a partir de 1914, o trabalhador rural se acostumou com o algodão e não ficou muito convencido em abandonar uma cultura que já domina por outra que apresentava problemas e exigia mais cuidados. Deveria-se procurar uma alternativa para o problema.

"Verificamos com a Embrapa e a Emparn a possibilidade de se optar pelo girassol que tem uma semente com um bom teor de óleo, e poderia ser usado na produção de biodiesel junto com a mamona, bastava uma adaptação das atuais plantas instaladas no Pólo Industrial de Guamaré", diz Fernando Ribeiro. O girassol é uma planta com um ciclo curto de 90 dias, desde o plantio até a extração, pode ser consorciado com a com a piscicultura (substitui a soja e o milho na alimentação dos peixes), sua folhagem serve de comida para o gado, propicia a apicultura e, depois de processadas, suas sementes viram uma torta que também pode alimentar os rebanhos. A Embrapa Roraima vem desenvolvendo estudos com cultivares de girassol desde 2000 e chegou a resultados de produção entre 1,4 a 3,4 toneladas por hectare plantado e teores de óleo entre 38 e 55%. O girassol tem um cultivo econômico, rústico que não requer maquinário especializado e se adapta perfeitamente a condições de solo e clima pouco favoráveis, da mesma forma que a mamona. "Não queremos deixar a mamona de lado, mas, pelas vantagens que apresenta, estamos mais propensos a priorizar o girassol. Vemos que o agricultor também está mais satisfeito com esta cultura", afirma Fernando Ribeiro.

Nestes 4 anos, as plantas de produção de biodiesel da Petrobras em Guamaré produziram experimentalmente e por batelada, o que significa que devia-se encher o reator com as bagas da mamona para que ele reagisse e, seguidamente, retomar a operação. A partir deste ano, a produção passa a ser contínua o que permite uma capacidade de produção de 18 mil toneladas de biodiesel por ano, mais do que suficiente para abastecer três estados nordestinos. O problema é que, para atingir este número, a Petrobras precisa de uma grande quantidade de oleaginosas e a estimativa aponta para áreas de plantio no RN entre 40 e 50 mil hectares. "Com sorte, chegaremos aos 13 mil hectares este ano", revela Fernando Ribeiro.


05/05/08
Diário de Natal

Comanche lança campanha Doe Óleo

A produtora de biocombustíveis vai coletar óleo doméstico e industrial usado

A Comanche Clean Energy, multinacional produtora de biocombustíveis, lança a Campanha Doe Óleo, que vai coletar óleo doméstico e industrial usado. Os resíduos, que antes seriam despejados nos esgotos, contaminando o meio ambiente, agora serão utilizados na produção de combustíveis limpos e renováveis.

“Trata-se de uma campanha duplamente positiva. Ao recolher o óleo usado, vamos facilitar o descarte desse resíduo, que é extremamente poluente. Assim, ajudaremos a preservar o meio ambiente. Por outro lado, utilizaremos os resíduos como matéria-prima para a produção de biodiesel. Todos saem ganhando: a Comanche, a sociedade e o meio ambiente”, afirma João Pesciotto, vice-presidente de Novos Negócios do grupo Comanche.

A coleta do óleo já está em funcionamento na região metropolitana de Salvador, na Bahia. Em breve, o serviço de coleta será estendido para todo o país.

Para fazer a doação e obter mais informações:
Tel. 0800 723 1180 ou doeoleo@comanche.com.br

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada

Plantio de canola para biodiesel é estimulado no RS

O cultivo de canola, que já tem o incentivo do mercado, atrelado à indústria de biodiesel, terá o estímulo adicional de contar, pela primeira vez, com zoneamento agrícola na safra 2008 no Rio Grande do Sul. O Estado é o primeiro a receber zoneamento para o grão. O trabalho indica o período adequado de plantio de forma a reduzir riscos climáticos e, com isso, obter melhor rendimento.
O plantio foi autorizado entre 15 de abril e 25 de junho em todas as regiões, começando pelo noroeste. Como o zoneamento ficou pronto junto com o início da safra - foi publicado no dia 29 de abril -, é difícil avaliar quanto pode crescer a área cultivada no Estado em 2008, avalia o chefe de pesquisa da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires. Na safra passada, o cultivo foi estimado em 30 mil hectares. Em 2009, o interesse pela cultura deve crescer, calcula ele.

O valor de compra para esta safra foi definido em R$ 42,00 por saca até a produção de 14 sacas por hectare. Acima deste rendimento, o preço, que foi negociado com entidades rurais, equivale ao valor de mercado da soja mais R$ 1,00/saca. A canola gera o dobro de óleo da soja e tem a vantagem de não competir pela mesma área, pois é cultivada no inverno, ressalta o diretor de operações da fabricante de biodiesel BSBios, Erasmo Carlos Battistella. (Sandra Hahn)

Fonte: Agência Estado

Biodiesel pode ajudar na preservação da Amazônia

O presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam), Edson Barcelos, afirmou nesta terça-feira (6), que a produção de biocombustíveis na Amazônia ajudará a preservar a floresta, ao contrário do que vem sendo divulgado mundialmente. Barcelos participou do programa "Amazônia em Debate" desta terça-feira (6), do Amazon Sat.

A polêmica em torno da produção de biocombustíveis na Amazônia foi o tema do debate, que também contou com a presença do engenheiro eletricista e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), José Castro. Ele falou sobre suas experiências em pesquisas envolvendo a produção de óleo vegetal a partir de sementes oleaginosas nativas da Amazônia.

O professor universitário informou que a região possui um vasto estoque de sementes capazes de produzir biocombustíveis, mas que ainda estão dispersas. "Já foram descobertas até agora mais de cem espécies de oleaginosas, mas a maioria delas ainda não foi pesquisada", destacou.

Desenvolvimento e renda

Os convidados do "Amazônia em Debate" ressaltaram os benefícios que a produção de biodiesel local pode trazer para a região norte. Segundo Barcelos, a produção de óleo vegetal pode triplicar a renda do caboclo. "Um hectare produz cinco toneladas de óleo vegetal, que chega a render R$ 15 mil, em média, ao produtor", relata.

- Além de gerar renda e desenvolvimento para a população local, o biocombustível ainda leva energia de baixo custo a diversas localidades e ainda ajuda a minimizar os efeitos nocivos dos efeito estufa - citou José Castro.

Polêmica

Durante cerimônia de inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manaus, o presidente Lula deu declarações polêmicas sobre relação da crise dos alimentos com o biocombustível brasileiro.

- Agora inventaram que vai faltar alimento no mundo porque o biocombustível está tomando o lugar da producão de alimento. É sacanagem de quem não tem competência para competir com o Brasil - disse Lula.

Edson Barcelos disse ser a favor da posição do presidente Lula e ainda completou: "Quando falamos em produção de óleo vegetal na Amazônia não pensamos em desmatamento. A área necessária para produzir combustível suficiente para sustentar diversas cidades do Amazonas é bastante reduzida, por isso não há preocupação quanto a devastação da floresta."

"Amazônia em Debate"

O programa "Amazônia em Debate", do canal regional Amazon Sat, vai ao ar ao vivo todas as terças-feiras, às 19h40, horário de Manaus. As discussões são sempre ligadas à temas regionais, trazendo convidados e temas de todos os estados que integram a Rede Amazônica de Rádio e Televisão: Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas e Amapá.

Fonte: Portal Amazônia - RC

É sacanice mesmo

No festejado Dicionário Aurélio, sacanagem significa procedimento ou dito de sacana; sacanice, devassidão, bandalheira, libertinagem, ou, na culinária, salgadinho feito com salsicha, queijo, pimentão, etc., espetados num palito. Foi esse o termo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou ontem em Manaus para rebater o que classifica de campanha dos países ricos contra os biocombustíveis brasileiros, que, em dizer de seus “especialistas”, afetariam a produção de alimento no mundo.

Além de considerar “sacanagem pura e malandragem pura” contra o Brasil, Lula foi mais incisivo sobre o que muita gente vem falando a respeito da devastação da Amazônia para produção de cana-de-açúcar e etanol. “Nunca vi tanta gente dando palpite. Se eles cuidassem da floresta deles, como querem cuidar da nossa, não seriam países carecas, porque já desmataram tudo. (...) Não queremos que palpiteiros venham aqui dizer o que devemos fazer. Quando a gente quiser conselho, a gente pede. Quando a gente quiser opinião, a gente pede”, contra-atacou Lula.

Seja como for, a reação do presidente tem que ser dura e imediata. Ela vem no momento em que o petróleo bate sucessivos recordes de preços, o mundo se debate sobre a inflação dos alimentos, enquanto países do chamado primeiro mundo usam os biocombustíveis como bode expiatório para a fome em países miseráveis e emergentes – um problema que, historicamente, nunca incomodou os ricos da Europa ou dos Estados Unidos. Muito pelo contrário.

Agora, de repente, o problema do aumento dos preços dos alimentos no mundo chama a atenção para a tecnologia do etanol, dominada pela indústria brasileira e capaz de superar os combustíveis fósseis no tanque dos automóveis. Isso preocupa mesmo. Se não, organismos internacionais, como a própria ONU, encontrariam outros pretextos para justificar a omissão e indiferença que sempre tiveram com relação à fome no Planeta.

Na realidade, o consumo de alimentos tem aumentado em proporção maior do que a capacidade de produção dos campos agrícolas. O de arroz, por exemplo, excede a atual produção, havendo o risco de mais de 1 bilhão de pessoas ficarem desnutridas. E a sugestão desses organismos internacionais é no sentido de se fazer uma moratória na produção de biocombustíveis para aumentar a área plantada, principalmente de grãos. Contudo, no Brasil em particular, apenas 2 % da área agricultável é utilizada na produção de cana-de-açúcar para álcool. Mas eles querem boicotar a concorrência do combustível limpo.

No Maranhão, esse percentual é ainda muito mais ínfimo. Daí a urgência na definição e implantação de uma política agrícola agressiva, tecnologicamente avançada e capaz de atender à demanda interna de alimentos. Esse imenso mercado em evolução e ebulição em busca do que comer não tem volta. A tendência é crescer, e para atendê-lo é necessário planejar e agir. Terra existe, o clima é dos melhores e mão-de-obra no campo não falta.

Nunca no Maranhão as condições estiveram tão favoráveis ao desenvolvimento de uma agricultura sustentável e capaz de garantir o abastecimento da panela do maranhense, sem precisar importar arroz do Vietnã, farinha do Pará, feijão da Bahia e melancia do Rio Grande do Norte. O Maranhão tem como inverter esta realidade. Só falta começar a botar a mão na massa.


Editorial
Fonte: O Imparcial - MA

Biocombustíveis: A vez das algas

Após cana e milho, as algas viraram matéria-prima para a produção de biocombustíveis. A Alltech, empresa voltada para a biotecnologia, e com indústrias no Brasil, construiu uma fábrica nos EUA para a produção de álcool a partir de algas.

As algas precisam de luz solar e dióxido de carbono para sobreviver. Produzem 5.000 galões de biocombustível por acre por ano, contra 400 galões produzidos pelo milho plantado no mesmo espaço. A unidade também utilizará gramíneas, sabugos e resíduos de milho.


Fonte: Folha de S. Paulo

Biocombustível é "bode expiatório"

Os biocombustíveis estão sendo usados como "bode expiatório" para explicar o repentino aumento dos custos dos alimentos, afirmou hoje a comissária agrícola da União Européia, Mariann Fischer Boel. "Os preços dos cereais caíram pela metade em termos reais desde 1975, mas agora estão subindo, e as pessoas estão preocupadas", disse ela. "A enxurrada de comentários da mídia sobre os biocombustíveis tem se tornado maior e maior, e chegou a um ponto em que agora é difícil ouvir um debate real sobre o assunto", acrescentou.

Segundo ela, representam influências maiores sobre os preços fatores como aumento da demanda por parte de países emergentes, o clima adverso que reduziu a produção global nas duas últimas temporadas e o crescimento do interesse especulativo.

Análises da comissão mostram que a meta do bloco para que cada país membro adote uma mistura de 10% de biocombustíveis até 2020 não irá pressionar excessivamente os recursos de terra para o mercado de alimentação e de ração.

De acordo com essas análises, os aumentos de produtividade irão gerar um adicional de 34 milhões de toneladas de cereais até 2020. A comissão também espera que combustíveis de segunda geração correspondam a 30% da demanda por biocombustível do bloco até 2020.

Fonte: Agência Estado

Biocombustíveis: A vez das algas

A miopia do debate sobre a inflação de alimentos

segunda-feira, 5 de maio de 2008

SAMORCC e a ONG TREVO dão mais um passo rumo ao desenvolvimento sustentável!

Célia Marcondes, presidente da SAMORCC, pioneira na coleta de óleo de cozinha usado, de porta-a-porta, ao saber da existência de mini usinas que fabricam biodiesel, convidou a ONG TREVO = Sr Roberto Costacoi (http://www.ongtrevo.org.br/), para em parceria com a PLANETA BIODIESEL-MINI USINAS & EQUIPAMENTOS = Sr Sergio Arditti (http://www.planetabiodiesel.com.br/), a completar a ação, transformando em BIODIESEL, para no futuro abastecer a sua própria frota, servindo de exemplo para outros interessados.

Assim, a ONG TREVO poderá usar seu prório biodiesel, para coletar mais óleo de descarte e fabricar BIODIESEL.

Resultado: Nesta manhã, realizaram os testes. Montaram a máquina, colocaram óleo de cozinha decantado, adicionaram os componentes quimicos (METHANOL E HIDRÓXIDO DE POTASSIO E FOI FEITO O PROCESSO DE TRANSESTERIFICAÇÃO) e PRODUZIRAM BIODIESEL MAIS GLICERINA BRUTA.

TESTES DO BIOCOMBUSTÍVEL produzido foram excelentes. Caminhões já receberam o produto para teste, na medida de 2% da capacidade de combustível de cada caminhão.Os primeiros testes já foram aprovados!

Os benefícios da coleta e aproveitamento dos restos do óleo de cozinha são indiscutíveis, destacando-se A PRESERVAÇÃO DOS CANOS DAS RESIDÊNCIAS, DA SABESP, DOS RIOS, LAGOS, MANANCIAIS, ETC.

Não obstante, o barateamento do custo da água, pela diminução dos custos operacionais e purificação da água, a UTILIZAÇÃO PARA BIOCOMBUSTÍVEL, poderá evitar DESMATAMENTO DE FLORESTAS.

Por outro lado, o material coletado vira matéria prima para saponáceos, tintas e vernizes, ração animal, biodiesel, etc.

A SAMORCC tem trabalhado arduamente para que a sensibilização de todos seja feita, e que nenhuma gota de óleo seja mais jogada na pia, ralo ou bueiros, mas, REAPROVEITADO NA SUA TOTALIDADE= BIODIESEL QUE TRAZ SUSTENTABILIDADE!

SAMORCC - SOC. AMIGOS E MORADORES DE CERQUEIRA CÉSAR (JARDINS E CONSOLAÇÃO)

ONG TREVO-COLETA DE OLEOPLANETA BIODIESEL-MINI SUINAS & EQUIPAMENTOS

domingo, 4 de maio de 2008

GM irá produzir biocombustível

A General Motors anunciou ontem a criação de "uma relação estratégica" com o laboratório americano Mascoma para o desenvolvimento de álcool celulósico. A montadora não divulgou quanto irá investir no acordo.

O combustível da Mascoma tem como base uma gramínea. A empresa disse que espera começar a produzi-lo até o final deste ano. A GM também divulgou que suas vendas de veículos nos EUA no mês passado caíram 16,3% ante o mesmo período de 2007. Ela perdeu US$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre.

Fonte: Folha de S. Paulo

ONU se rende aos biocombustíveis

O secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), Supachai Panitchpakdi, isentou os biocombustíveis pela alta mundial dos preços dos alimentos.

Na sua avaliação, grande parte da crise mundial de abastecimento se deve à má estrutura de distribuição dos produtos agrícolas.

Supachai citou o caso brasileiro como exemplo de compatibilidade entre produção de alimentos e biocombustíveis. "O Brasil provou que isso é possível. Continua como um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e é o maior produtor de álcool", disse ele, durante entrevista coletiva, realizada antes da sessão de encerramento da 12ª Unctad, em Gana.

Na avaliação de Supachai, a maioria dos países africanos ainda tem terras disponíveis para produzir alimentos e biocombustíveis. O seu entusiasmo ficou mais claro durante o discurso na plenária final, quando elogiou o acordo firmado, esta semana, entre Brasil e Gana para a produção de biocombustíveis a partir de transferência de tecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Apesar dos comentários positivos, o secretário-geral frisou que a Unctad não prega a adoção do modelo brasileiro em todo mundo. "O exemplo esta aí e devemos aprender com eles [brasileiros]. É bom para os países do Sul aprenderem com as experiências dos outros, mas não penso que os exemplos possam ser simplesmente repetidos em todos os lugares."

Segundo Supachai, a Unctad tem alertado os governos dos países pobres para que definam suas estratégias de desenvolvimento antes de apostar em um programa de biocombustíveis.

"Na minha opinião, não são todos os países que podem investir em programas de biocombustíveis. Depende de sua receita, de tecnologia, de capacidade de investimentos. Não se trata apenas de considerar a produção de alimentos. É preciso pensar que as fábricas vão precisar se instalar em algum lugar, é preciso pensar no meio ambiente e na preservação das florestas, é preciso considerar muitas outras coisas", ponderou.

Folha de S.Paulo

Biodiesel brasileiro

Considera-se que há dois anos foram consumidos no mundo 10 bilhões de litros de biodiesel. Para 2012 espera-se que esse número aumente consideravelmente para 50 bilhões. Hoje são consumidos no Brasil cerca de 200 milhões com estimável aumento para 2,4 bilhões em 5 anos. Na região Nordeste estão situadas 23 fábricas construídas ou em construção que trabalham com biodiesel, ao todo são 113 pelo Brasil afora.

Os brasileiros contam hoje com 4 mil postos de combustíveis que oferecem a combinação do óleo diesel com o óleo vegetal contraído da soja, da mamona, do dendê, do babaçu, do amendoim e do algodão. A meta para este ano é aumentar para 7 mil postos dispersos em 1.200 municípios.

Cálculos feitos pela Embrapa, Petrobras e Ministério da Agricultura, mostram que serão produzidos 7,5 bilhões de litros de biodiesel por ano a partir de 2010, o equivalente a 20% do consumo nacional de diesel.

O procedimento para produzir o biodiesel está em desenvolvimento avançado. A Petrobras possui esta tecnologia e o combustível orgânico já vem sendo utilizado em certos veículos no país.

De acordo com o Engenheiro Agrônomo Frederico Ozanan Machado Durães, Chefe Geral da Embrapa Agroenergia, a oportunidade para o Brasil liderar a nova matriz energética é baseada na energia de biomassa que congrega as plataformas de etanol, biodiesel, florestas energéticas e resíduos. “O Brasil necessita consolidar o programa biodiesel em 10 anos. Os próximos 03 anos vão definir o futuro do programa no país e o ano de 2008 será especialmente decisivo para aspectos críticos como o ordenamento e gestão territorial, matéria-prima, logísticas agrícola e industrial, arranjos produtivos locais, regionais e infra-estrutura de produção.”