27/05/08 - O etanol e o biodiesel representarão 63% do aumento da produção de combustíveis este ano nos países fora da Opep, o cartel do petróleo, sendo vitais para atender a demanda de óleo, avalia a Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório anual divulgado ontem em Paris. A AIE pediu que os governos incentivem as pesquisas sobre o etanol de segunda geração, feito a partir de produtos que não teriam um impacto sobre a disponibilidade de alimentos.
A entidade disse que uma diferenciação entre o etanol de cana e o etanol de milho deve ser feita. "O etanol de cana produzido nas regiões tropicais e sub-tropicais, como Brasil, África e Índia, tem excelente características em termos econômicos, de redução de CO2 e baixa exigência de terras."
Pelas projeções da agência, a produção de combustíveis fora da Opep crescerá 680 mil barris por dia em 2008. Desse total, o etanol e biodiesel representarão o equivalente a 436 mil barris de petróleo.
No total, a produção global de biocombustíveis sobe do equivalente de 1 milhão de barris de petróleo por dia para 1,5 milhão barris/dia este ano.
Isso significa que uma retração do etanol e biodiesel, demandada por várias organizações em meio a crise alimentar, poderia empurrar ainda mais alto o preço do petróleo, que já alcança níveis recordes. Embora pequena no total da produção mundial de óleo, o etanol e o biodiesel são importantes porque a Opep tem resistido a aumentar o fornecimento de petróleo.
A AIE projeta para a produção de etanol nos EUA um crescimento equivalente a 125 mil barris de petróleo por dia este ano. A produção brasileira sobe 50 mil barris/dia. Nos outros produtores, representando mais biodiesel, o suprimento aumenta o equivalente a 250 mil barris/dia.
Assis Moreira
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