sábado, 3 de julho de 2010

Embrapa e Novozymes fazem parceria em estudos para agroenergia

Parceria vai buscar enzimas e microrganismos para agroenergia


A Embrapa e a Novozymes discutiram diversos temas para efetivar parcerias de modo a executar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em agroenergia. Foram discutidas várias possibilidades de atuação conjunta das empresas, realizando projetos de exploração de novas fontes de enzimas e de microrganismos e identificando aplicações em diferentes aspectos da produção de alimentos, fibras e biocombustíveis.

A reunião ocorreu na Embrapa Agroenergia e, por parte dessa Unidade, estiveram presentes o Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Esdras Sundfeld, o Chefe de Comunicação e Negócios, José Manuel Cabral e uma equipe de pesquisadores que trabalham em diferentes aspectos da produção de etanol e de biodiesel. Por parte da Novozymes, participaram o Presidente Regional para América Latina, Pedro Luiz Fernandes, e Henrik Bisgaard-Frentzen e Tomas Sorensen, respectivamente Diretor Geral e Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da corporação mundial.

Em relação aos biocombustíveis, Esdras Sundfeld ressaltou que a Embrapa trabalha em toda a cadeia de investigação, desde aspectos da genômica e proteômica das matérias-primas e microrganismos, até aos processos de produção de etanol e biodiesel e de agregação de valor aos coprodutos e resíduos. “Como a Novozymes tem vários interesses, a parceria proposta poderá se beneficiar da diversidade de Centros de Pesquisa da Embrapa, em que muitas facilidades de trabalhos em laboratórios e em campos experimentais já estão instalados”, observou.

Os próximos passos para a cooperação entre as empresas será a definição, por parte da Novozymes de alguns assuntos prioritários para cooperação. A partir daí, serão realizadas reuniões técnicas entre as equipes de pesquisa das empresas, para definir projetos conjuntos, que poderão ser realizados no Brasil ou em outros países, dependendo da disponibilidade de infraestrutura e pessoal qualificado.

Em termos globais, a Novozymes é a empresa líder no campo de enzimas industriais e microrganismos, com participação de 47% do mercado mundial. Tem cerca de 700 produtos, vendidos em 130 países para aplicações em laboratórios, nas indústrias de detergentes, têxteis, alimentos e rações. Com um total de 5.200 empregados, tem fábricas na Dinamarca, Estados Unidos, China e Brasil e em 2009 obteve um volume de vendas de US $ 1,5 bilhão. No Brasil, a sede da empresa, os laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e as instalações industriais estão situados no Distrito Industrial de Araucária, no Paraná, empregando 180 funcionários.

De acordo com Pedro Fernandes, a base para todas as pesquisas da empresa é o estudo de processos biológicos. “O uso de microrganismos e enzimas se tornará mais e mais difundido com o aumento da consciência global da necessidade de preservação dos recursos naturais e respeito por nosso meio ambiente”, destacou o Presidente Regional da Novozymes durante a reunião.

Fonte: Agora MS

Biodiesel ainda esta só engatinhando

Apesar dos avanços obtidos no segmento de biodiesel nos últimos cinco anos, o Brasil ainda precisa superar obstáculos e trabalhar novas alternativas de matéria-prima para produção do combustível renovável. A preocupação com o futuro da produção de biodiesel é tema de um evento, que começou ontem e termina hoje em Ribeirão Preto, com a participação de 12 especialistas em agroenergia do País.

De acordo com o coordenador do evento, José Roberto Scarpellini, engenheiro agrônomo e pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), entre as principais barreiras que a produção de biodiesel enfrenta hoje está definição de alternativas para a expansão nos volumes produzidos. “Para ampliar ainda mais a produção, precisamos trabalhar em matérias-primas e fomentar pesquisas nessa área. Não podemos ter uma produção de biodiesel centralizada em uma matéria-prima, como acontece hoje com a soja.”

Atualmente, segundo o pesquisador, cerca de 85% do biodiesel produzido no Brasil vem da soja. “Existe uma demanda muito grande pelo combustível, mas falta a ampliação da matéria-prima. Temos várias opções como o amendoim, milho e sorgo, mas ainda existem questões como a remuneração ao produtor, que, na maioria das vezes, é melhor se a produção for destinada à indústria de alimentos”, disse Scarpellini.

Para o professor da Universidade de São Paulo em Ribeirão (USP) Miguel Dabdoub, que participou ontem do evento, uma das grandes alternativas para a ampliação na produção de biodiesel, é a cana-de-açúcar. “Existem muitas matérias-primas para serem exploradas, mas o biodiesel resultante da reação química entre o álcool de cana e óleos vegetais também é uma alternativa interessante para o futuro.”

Segundo José Roberto Scarpellini, a evolução nas pesquisas desse tipo de matéria-prima faz com que a região de Ribeirão ganhe potencial na produção de biodiesel. “Por conta da força das usinas e do setor sucroalcooleiro existente aqui.”

Lavoura familiar pode ser a saída

A agricultura familiar também foi uma opção apontada por pesquisadores que participaram ontem do evento em Ribeirão, para o avanço na produção nacional de biodiesel. “Desenvolvemos um trabalho em todo o Estado com pequenos produtores familiares para o cultivo de sementes oleaginosas como o girasol, para que a produção de biodiesel tenha um avanço social também”, disse Dílson Rodrigues Cáceres, engenheiro agrônomo do Núcleo de Produção de Sementes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Segundo Cáceres, a produção de biodiesel em escala industrial teve início com o Programa Nacional de Produção de Biodiesel, pela Lei número 11.097, de 2005. “Em breve espaço de tempo, estamos com uma média de produção 1,6 bilhão de litros de biodiesel e satisfazendo a obrigatoriedade da adição de 4% de biodiesel ao diesel fóssil, por isso temos de ampliar as variedades cultivadas para a produção.”

Fonte:Gazeta de Ribeirão

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Concurso Petrobras Biocombustível - 2010

A Petrobras Biocombustível oferece 81 vagas imediatas e formação de cadastro de reserva para profissionais de níveis médio/técnico e superior. As remunerações variam de R$ 1,9 mil a R$ 5,6 mil. Inscrições de 26 de abril a 9 de maio. Provas previstas para 6 de junho. O concurso é organizado pela Cesgranrio.

Veja aqui o Edital do concurso

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bactérias para produzir biodiesel

A aposta no uso de microrganismos para melhorar a produção de biocombustíveis está em alta. Frequentemente surgem estudos com esse tema. O último reuniu pesquisadores de um ramo acadêmico inusitado para a área energética, como o Centro de Doenças Infecciosas e Vacinologia do Instituto de Biodesign da Universidade do Estado do Arizona. Eles desenvolveram uma cepa de cianobactéria, que possui cor azulada e capacidade de fazer fotossíntese, do gênero Synechocystis, para produzir ácidos graxos, substâncias gordurosas presentes em óleos, de soja, amendoim, dendê, que são a principal matéria-prima na produção de biodiesel. Os pesquisadores conseguiram retirar esses ácidos sem destruir a bactéria por meio da introdução de genes no DNA desses microrganismos para a produção de uma enzima chamada tioesterase. Ela facilita a secreção dos ácidos pela bactéria através da membrana celular. Os pesquisadores liderados pelo professor Xinyao Liu também introduziram modificações genéticas, ao longo de sucessivas gerações de cianobactérias, com adição de novos genes para provocar uma superprodução de ácidos graxos, além de eliminar estruturas celulares que não são essenciais para a sobrevivência da bactéria. O trabalho foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e os pesquisadores acreditam que as cianobactérias geneticamente modificadas são uma tecnologia promissora para a produção de biodiesel porque podem ser bem competitivas. Atualmente para produzir biodiesel é necessário cultivar plantas oleaginosas e depois fazer a extração do óleo por meio de solventes, além do alto gasto de energia elétrica.

Fonte:

sexta-feira, 9 de abril de 2010

CNPq recebe propostas para edital de apoio a cadeia produtiva do biodiesel

O CNPq está com as inscrições abertas até o dia 20 de maio para o edital 3/2010, que tem como objetivo apoiar projetos de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, mediante a seleção de propostas que visem ao desenvolvimento da cadeia produtiva do biodiesel. Os investimentos somam R$ 15 milhões, recurso proveniente do FNDCT/Fundos Setoriais.

A chamada contempla duas linhas de pesquisa. A primeira, Cadeia de Produção e Uso de Biodiesel, abrange as seguintes fases: produção e obtenção de matérias primas graxas; produção de biodiesel via rotas metílica e/ou etílica; caracterização e controle da qualidade do óleo e do biodiesel produzido e controle de processos de extração do óleo e obtenção dos mono-ésteres; estratégias e formas de armazenamento; e utilização de co-produtos das fases de obtenção de matéria prima, de extração do óleo e produção do biodiesel.

A segunda linha de pesquisa tem como foco a sustentabilidade ambiental, cujos projetos devem envolver uma das ações a seguir: recuperação de áreas degradadas com a utilização de culturas oleaginosas endêmicas e não convencionais como fonte de matéria prima para produção de biodiesel, envolvendo a extração do óleo e a utilização de co-produtos da fase agrícola; avaliação de impactos ambientais e estratégias de remediação ambiental; e análise do ciclo de vida de processos associados à produção de biodiesel.

O prazo de execução dos projetos é de 24 meses. Para participar, o proponente deve atender a alguns requisitos como possuir o título de doutor e ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes; ter vínculo formal com a instituição de execução do projeto; ter experiência de pesquisa na área, o que será caracterizado pela autoria de patentes e/ou artigos científicos e tecnológicos publicados em periódicos indexados, entre outros.

O edital está disponível neste link.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Biodiesel - Curitiba mais uma vez sai na frente

A comissão de licitação do transporte coletivo de Curitiba abriu ontem os envelopes com as propostas de preços dos três consórcios que participam da seleção.

A licitação apresentou alguns avanços, principalmente na área técnica. Os três consórcios concorrentes se comprometeram a cumprir os índices máximos descritos no edital da licitação em termos de acessibilidade, motores modernos e uso de biocombustível, entre outros.

As empresas apresentaram que 75% dos ônibus terão motores Euro 3 e parte da frota contará com tanques de biocombustível (B100). A maioria dos veículos (80%) terá plataformas elevatórias e a velocidade média, para otimização da frota e do serviço, deve subir para 21 quilômetros por hora, contra os 16 quilômetros por hora atuais. Haverá ainda a redução na taxa de ocupação dos veículos. Os itens devem ser cumpridos em até 24 meses de vigência do contrato.

Mas o fator que talvez seja de maior destaque é a mudança na remuneração das empresas que vão operar o sistema. Atualmente, as empresas que possuem a permissão para o serviço recebem por quilômetro rodado.

Após a licitação, os repasses serão de acordo com a composição quilômetro rodado por passageiros pagantes. Isso significa que as empresas terão que trazer mais usuários para o sistema de transporte coletivo.

Fonte:

Fusão Shell-Cosan muda estratégia da Petrobras

Gabrielli, presidente da Petrobras, e Rossetto, que comanda a PBio, subsidiária de biocombustíveis.

Entrada de petroleiras estrangeiras na produção de álcool faz estatal preferir aquisição de usinas para crescer mais rápido.

Diante da ofensiva de empresas estrangeiras como a anglo-holandesa Shell no mercado brasileiro de etanol, a Petrobras Biocombustível (PBio) vai dar uma guinada na estratégia de negócios a partir deste ano, com maior agressividade na política de aquisições.

Uma fonte da companhia, subsidiária da Petrobras para etanol e biodiesel, afirma que a estratégia de crescer por meio da construção de novas usinas foi deixada em segundo plano.

"A chegada de uma grande concorrente, e já na liderança, está nos levando a focar as aquisições", diz a fonte, um alto executivo da PBio que prefere não se identificar.
A Shell e a Cosan fecharam em janeiro parceria por meio da qual vão transferir para uma nova companhia seus ativos de produção de etanol e açúcar e de distribuição de combustíveis no país.

O negócio incomodou a Petrobras. Na semana passada em São Paulo, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli deixou claro que vai disputar espaço no setor com a construção e a aquisição de empresas.

Guinada

O anúncio fez a PBio mudar de estratégia por vários motivos. Basicamente, a empresa entende que precisa crescer rápido e tomando oportunidades de grandes concorrentes do setor de petróleo, que começam a entrar no etanol.

Além da Shell e da Petrobras, a British Petroleum (BP) também está presente na produção de álcool no Brasil, com 50% da Tropical Bioenergia.

Era das petroleiras

No mercado de açúcar e álcool, fala-se na "era das petroleiras", com a expectativa de que novos investimentos cheguem ao setor. "Os biocombustíveis estão para as petroleiras como a ala das baianas está para as escolas de samba: não tem nada a ver com o enredo, mas quem não investir perde pontos", compara o diretor do Itaú BBA, Alexandre Figliolino. O executivo trabalha com fusões e aquisições de usinas.
Diante dessas perspectivas, as aquisições permitirão à PBio um crescimento mais rápido do que a construção de novas usinas, que leva no mínimo dois anos. É muito tempo, considerando a diferença entre as participações que Petrobras e Shell detêm no setor.

O único ativo da Petrobras em etanol é 40% na usina Total, de Bambuí (MG), pelo qual a estatal pagou R$ 150 milhões em dezembro de 2009. A Total tem capacidade de produzir 100 milhões de litros de álcool por ano, e crescerá para 200 milhões com os recursos da PBio.

Já a Shell ficará com uma participação de 50% das usinas da Cosan, que produzem 2 bilhões de litros de etanol por ano.

Mercado externo

Além disso, a fusão Cosan-Shell também afeta diretamente a estratégia de crescimento orgânico da Petrobras Biocombustível. Isso porque o plano de negócios prevê que o foco da estatal nas aquisições de usinas é o mercado interno.

Já a construção de novos projetos estaria voltada ao mercado externo, em sociedade com tradings e compradores internacionais.

Mas a força da rede de distribuição de combustíveis da Shell no mundo dá à joint venture com a Cosan uma capacidade imbatível de desenvolver mercados mundiais de etanol. Ficar esperando por parceiros para construir usinas perdeu o sentido, segundo a fonte da PBio.

Fonte: Brasil Econômico/Luiz Silveira e Ricardo Rêgo Monteiro

Ipea garate o futuro da produção de biocombustíveis

A diversidade de matérias-primas renováveis e o reaproveitamento de resíduos vão garantir o futuro dos biocombustíveis no Brasil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As novas tecnologias, segundo o instituto, também vão contribuir para garantir o suprimento.

Ainda de acordo com o Ipea, a produção nacional de soja será capaz de atender a demanda crescente de biodiesel. O estudo alerta, no entanto, que se houver uma elevação de preço no mercado internacional, o mercado pode sofrer os mesmos problemas do açúcar e do álcool, com o desvio da produção para exportação e a falta de matéria-prima para produção de biodiesel localmente.

“É claro que, se os preços dos combustíveis fósseis retornarem aos patamares elevados do início deste século, o mercado de biocombustíveis será extremamente promissor, o que impulsionará o desenvolvimento de novos processos e tecnologias. O setor energético deve se preparar para a substituição da matriz energética e o setor agroindustrial exercerá papel importante nesta mudança”, diz o Ipea em nota.

Leia mais notícias de Economia e Negócios

A Inserção dos biocombustíveis na matriz energética brasileira á luz do princípio da precaução

Texto de final de curso de LARISSA TAVARES DE ALMEIDA

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Esalq e a Itesp têm projeto para produzir biodiesel de macaúba

Projeto inédito no país realizado em parceria entre a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e a Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) visa à produção de biodiesel a partir do óleo de macaúba.

De acordo com o professor responsável pelo Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Paulo Kageyama, estudo preliminar realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostra que o fruto da palmeira produz entre 5 e 10 vezes mais óleo do que a soja por hectare. Além disso, a iniciativa pretende ajudar os agricultores familiares que vivem em mais de 100 assentamentos da região, contribuindo ainda para a recuperação ambiental de áreas degradadas.

Atualmente, 90% do biodiesel produzido no país é feito a partir do óleo extraído da soja. Com a macaúba, além do óleo para o combustível, Kageyama explicou que o produto também poderá ser utilizado para fins medicinais e na produção de cosméticos.

O projeto teve início há um ano e é financiado pelo MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Segundo o professor da Esalq, para iniciar uma plantação seria necessário esperar quatro anos para que a planta oferecesse o óleo. No entanto, na região nativa da espécie (Pontal do Paranapanema) já existe uma grande quantidade de plantação natural de macaúba que já permite a produção imediata do biodiesel. (Alessandra Santos)

Fonte: Jornal de Piracicaba

Leia a íntegra da reportagem na edição impressa do JP ou no JP Virtual

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lucro com biodiesel

Este ano, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel passou de 4% para 5%, antecipando a meta do governo prevista para 2013. A produção vai muito bem.

O problema é que continua vindo quase tudo da soja, contrariando aquela expectativa inicial de usar o óleo de culturas alternativas como matéria-prima.

No começo da safra, o Globo Rural visitou agricultores familiares em Goiás que estão plantando soja para produção do novo combustível.

Muitos carros, caminhões, ônibus. Uma frota que não para de crescer. Uma preocupação mundial: diminuir os gases causadores do efeito estufa. Fontes de energia renováveis são bem-vindas. Nesse cenário, surgiu o Programa Nacional do Biodiesel, lançado pelo governo há cinco anos.

O objetivo era investir num combustível biodegradável e menos poluente, produzido a partir de óleos vegetais e animais, para substituir parte do diesel de petróleo. E de quebra ainda inserir a agricultura familiar nessa nova cadeia produtiva, principalmente no Norte e no Nordeste, que têm como produzir oleaginosas como a palma, que dá o dendê, e a mamona. O governo autorizou, então, a mistura de 2% do novo combustível ao diesel comum.

A ideia era chegar gradativamente, aos 5% em 2013. Mas a indústria respondeu rápido e os planos mudaram. O governo decidiu antecipar essa meta. Desde janeiro de 2010, todo diesel que sai das bombas dos postos de combustível do país passou a ter em sua composição 5% biodiesel. Uma mistura obrigatória.

Para atender à nova demanda, o país deve produzir este ano 2,3 milhões de metros cúbicos de biodiesel, que, contrariando as expectativas iniciais, será quase todo produzido a partir do óleo de soja.

O biodiesel de mamona (Ricinus communis L.), de que tanto se falou no início do programa, por enquanto não deu certo. No ano passado, o Globo Rural mostrou pequenos agricultores do Ceará que tiveram sérios problemas.

O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na coordenação do Programa Nacional do Biodiesel admite que houve erro de avaliação. “O governo já esperava que a soja fosse a oleaginosa mais importante. A velocidade da entrada dessas alternativas é que talvez nós tenhamos errado no tempo. Nós acreditávamos que seria mais rápido e tem sido mais lento. Essa lentidão se deve às diferenças de estrutura agrícola. Você tem uma cadeia produtiva como a da soja, com 40 anos de evolução, infra-estrutura, tecnologia, financiamento e todo um conhecimento dos agricultores já colocados. E essas outras culturas são novas. Então, estão sendo implantadas no nosso país”, explicou Arnoldo Campos.

Hoje, setenta e oito por cento do biodiesel produzido no Brasil vem da soja, quinze por cento é do sebo de animais e 3% do caroço de algodão. Todas as outras culturas dividem os 4% restantes.

“Hoje há uma participação de quase 20% da agricultura familiar no total do biodiesel produzido. Desse montante, são 93% de soja”, completou Campos.

Se é verdade que o programa de biodiesel ainda não decolou direito em regiões que dependem de oleaginosas alternativas, em outras partes do país onde a soja se dá bem ele vai de vento e popa.

No Estado de Goiás hoje são cerca de 1,7 mil agricultores familiares trabalhando para a produção do biodiesel. Mais de 90% plantam soja.

Jataí, no sudoeste goiano, é uma região com tradição na produção de grãos. No lugar, agricultores familiares de oito assentamentos, reunidos em cooperativa, vão entregar, este ano, sua quarta safra de soja para as indústrias que esmagam o grão para fazer biodiesel.

Fábio Gottems e seu irmão, Paulo, plantaram, juntos, nesta safra, setenta hectares. Cada um é dono de um lote no assentamento Rio Paraíso. Eles sempre plantaram soja. Primeiro, em terra arrendada. Depois, em terra própria. Desde 2007, entregam tudo o que produzem para a indústria de biodiesel.

“É uma diferença em questão do incentivo, preço melhor e a questão de crédito. As empresas também estão fornecendo um crédito com mais facilidade. Facilitou mais um pouco a vida do produtor”, comparou Fábio.

Fábio e Paulo são beneficiados pelo Selo Combustível Social, um tipo de certificado concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário a indústrias de biodiesel que fecham contratos antecipados com agricultores familiares para a compra de parte de sua matéria-prima e prestam assistência técnica para eles. A vantagem é que 80% do mercado de biodiesel, hoje, só pode ser acessado por empresas que detenham o selo. E elas também contam com um desconto no imposto Pis/Cofins.

Gilmar Katzer é presidente da Coparpa, cooperativa que fica no assentamento Rio Paraíso e atende, além do Fábio e do Paulo Gottems, outras 300 famílias produtoras de soja. Ele explicou que, juntos, fica mais fácil conseguir um bônus com as indústrias, que, por causa do selo, têm interesse em negociar.

“Esse ano, nós temos 4,5% a mais do que preço de mercado, mais R$ 2,00 para a soja convencional e R$ 1,00 para a soja transgênica. Nós vimos que essa diferença influencia em cerca de 20% a 25% do lucro do produtor”, avaliou Gilmar.

Fábio planta soja convencional e está satisfeito. Como ele já negociou boa parte do que está colhendo com a indústria, sabe o quanto esse bônus vai representar. “Da cerca de R$ 3,5 por saca. Numa produtividade de 50 sacas por hectares, aumenta em torno de R$ 150 a R$ 160 o hectare. Isso aí é um aumento de lucro”, calculou.

A soja dos irmãos Gottems segue para Anápolis, sede de uma das indústrias que compram o grão para fazer biodiesel na região. Os grãos são testados, secos e laminados. O importante é saber que desse processo de esmagamento saem dois produtos principais. O primeiro é o farelo, produto nobre da soja, base da ração animal. O segundo produto da soja é o óleo, que a indústria usa para fazer o biodiesel.

O primeiro óleo extraído da soja fica armazenado em tanques. É o chamado óleo bruto. Agora em 2010, o Brasil deve utilizar 1,6 milhão de toneladas desse óleo. É a produção de 2,9 milhões de hectares. É o equivalente a 12% da área plantada no país.

“Esse óleo tem uma parcela destinada para refino, vendido no mercado interno, através de garrafas pets ou óleo enlatado. Tem outra parte que destinada para a produção de biodiesel, feita na unidade de Anápolis”, falou Wallinson Cavazzani, gerente de produção.

Segundo o diretor industrial, Juan Diego Ferrés, a maior parte do óleo produzido em uma indústria já vai para a produção de biodiesel. “Mais ou menos hoje 70% hoje do total já vai para o biodiesel e 30% vai para alimento”, contou.

O doutor Diego é também presidente da Ubrabio, União Brasileira do Biodiesel, entidade que já defende um aumento no percentual do biodiesel no diesel, de 5% para 10%. Segundo ele, há hoje um excedente de óleo de soja no mercado que permitiria o aumento. “Os mercados de óleo alimentício crescem 1,8 % ao ano, sendo que a oferta de produção cresce 7,6% ao ano”, justificou.

Ricardo Dornelles, diretor de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, explicou, no entanto, que a prioridade do governo, por enquanto, é outra.

“Hoje, nós temos a capacidade instalada de fábrica de produção de biodiesel superior à nossa demanda. Esse é um ponto que o governo olha, obviamente, mas nós temos hoje duas prioridades que talvez hoje sejam mais importantes: uma é consolidar e fortificar a questão da participação da agricultura familiar como agente desse processo; a segunda prioridade é ter uma menor dependência da soja. É buscar formas alternativas de diversificar a produção de matérias-primas. Com a diversificação você vai poder aproveitar a capacidade produção das micro regiões do país”, explicou Dornelles.

Enquanto isso, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel tem mudado mesmo é a vida do agricultor familiar que planta soja.

O seu José Antônio dos Santos é da Bahia. Ele trabalhava como técnico agrícola em fazenda de cacau no sul Estado. Com a decadência da cultura e a crise, ele foi para Goiás tentar a sorte. Virou sem-terra. Dos tempos de acampado, ele e a mulher, Norma dos Santos, não gostam nem de lembrar.

“Difícil demais. Muito perigoso. Você perde a liberdade e não conhece ninguém. E o povo não quer aproximação com a gente porque é um sem-terra”, reclamou dona Norma.

Quando o casal conseguiu um lote no assentamento Rio Verdinho, em Rio Verde, também no sudoeste goiano, eles decidiram criar gado de leite. Conseguiam se manter, mas a vida era dura.

O seu Zé e dona Norma migraram para a soja por conta do programa de biodiesel, incentivados pela cooperativa. Outros 27 agricultores do assentamento seguiram pelo mesmo caminho. Juntos, financiaram as máquinas que servem a todos. Muito zeloso, o seu Zé deposita na lavoura de 40 hectares a esperança de outro ano bom.

“Nós estamos esperando uma produtividade de 60 sacos por hectare. E nós estamos querendo ver se fazemos uma média de R$ 40,00 por saco”, falou seu Zé.

Esta é a quarta vez que seu Zé e a dona Norma vão entregar a soja para a indústria de biodiesel. Neste meio tempo, ampliaram a casa, reformaram a cozinha e renovaram os eletrodomésticos. Construiram novos quartos e a tão sonhada suíte. A sala também ganhou uma TV maior para divertir os netos.
Tem até computador com internet. Mas o xodó de seu Zé está garagem.

“Já é o segundo carro zero. Eu compro e pago à vista. Eu queria que o biodiesel num parasse nunca e fosse para frente a vida toda porque é uma fonte de energia renovável e está dando muito lucro para o pequeno produtor”, concluiu seu Zé.

O Brasil é o segundo maior produtor de biodiesel do mundo. Só perde para a Alemanha. Mas com o preço atual do petróleo, o novo combustível ainda custa mais do que o diesel comum.

Fonte:

Escassez de matéri-prima para 40% das usinas no Brasil

Apesar do potencial agrícola do país, atualmente 40% das usinas credenciadas para produção de biodiesel estão paradas, por falta de matéria-prima. Este e outos problemas serão discutidos durante o II Seminário de Biodiesel, em maio, promovido pela Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA).

Fonte: Diario de Pernambuco

10 mil toneladas de biocombustível apreendidos na Europae

A Europa apreendeu 10 mil toneladas de biocombustível nos portos de Veneza e Trieste, acusando os exportadores americanos de fraude. Os Estados Unidos sofrem uma taxa de importação que praticamente torna inviável o comércio com a Europa.

A suspeita é de que exportadores americanos estejam usando outros países como forma de driblar as tarifas e garantir a venda para o mercado europeu. Entre os países investigados estão Argentina, Brasil, Indonésia e, principalmente, o Canadá.

Na sexta-feira, a aduana italiana apreendeu 10 mil toneladas de biocombustível vindo de exportadores canadenses. A suspeita, porém, é de que o combustível tenha origem nos Estados Unidos e o Canadá esteja sendo usado como forma de driblar as imposições europeias.

Ao Estado, o Conselho Europeu de Biodiesel (EBB) admitiu que os produtores europeus estão investigando não apenas o Canadá, mas também argentinos, brasileiros e até a Indonésia por ajudar a mascarar as importações americanas.

A estratégia seria simples. Produtores americanos enviariam seus produtos a diferentes partes do mundo e, de lá, o biodiesel seguiria para a Europa, com nova origem. Segundo Amandine Lacourt, representante do Conselho Europeu de Biodiesel, a fraude poderia chegar a 100 milhões por ano em tarifas não pagas por americanos usando outros países.

Jamil Chade - 02/04/2010
Fonte:

Petrobras - duplicação de Candeias elevará em 33% capacidade de produção de biodiesel

Com a conclusão das obras de duplicação da Usina de Biodiesel de Candeias, na Bahia, prevista para agosto, a Petrobras aumentará em 33% a capacidade de produção de biodiesel de suas três unidades: a de Montes Claros (MG), a de Quixadá (CE) e a de Candeias.

A capacidade de produção conjunta das três usinas passará dos atuais 326 milhões de litros para 434 milhões de litros por ano, até o final do ano, após a conclusão das obras na Bahia. A outras duas usinas produzem, cada uma, 108 milhões de litros anuais.

O Planejamento Estratégico da Petrobras prevê ainda a construção de uma usina de grande porte na Região Norte do Brasil até 2012, que poderá para processar 120 milhões de litros de biodiesel por ano – o que vai dobrar a capacidade de produção da estatal nos próximos três anos. Para isso, a estatal vai transformar uma das suas duas unidades experimentais localizadas em Guamaré, no Rio Grande do Norte, em usina industrial.

Para os próximos cinco anos, já foram aprovados pela companhia investimentos de R$ 1 bilhão, destinados ao desenvolvimento de tecnologias em biocombustíveis, a serem implementadas pelo Centro de Pesquisas da estatal, na Ilha do Fundão, e também por outras instituições de pesquisa.

A intenção da estatal brasileira de energia de se tornar uma das cinco maiores produtoras de biodiesel do mundo levou a estatal a concluir, em novembro do ano passado, o primeiro negócio para produção em parceria com a iniciativa privada, com a aquisição de 50% da Usina de Marialva, em Maringá, no norte do Paraná, do grupo BSBios.

O início da produção, que será de 120 milhões de litros por ano, está previsto para o segundo semestre de 2010. Esse volume representa 60% da demanda atual do estado do Paraná, que é de 200 milhões de litros por ano.

A produção de biodiesel da Petrobras em 2009 evitou a emissão na atmosfera de 320 mil toneladas de dióxido de carbono.

Fonte:

terça-feira, 30 de março de 2010

A Novozyme promove um "breakthrough" na hidrólise enzimática

Em 15 de fevereiro, a Novozyme, empresa de destaque na indústria de enzimas, anunciou que tinha chegado a uma redução no custo da enzima para produção do etanol de materiais celulósicos (Etanol Celulósico), levando-o para a faixa de 50 cents/ galão de etanol. Esse resultado permite atingir a famosa paridade com o etanol de milho americano – na faixa de US$ 2 / galão – que ainda é bem mais caro que o etanol brasileiro. Mas o que chama a atenção é a trajetória do progresso tecnológico. Não se deve esquecer que no final dos anos 90 o DOE “deu” US$ 15 milhões para a Novozyme tentar reduzir em 10 vezes o custo da enzima celulase. Isso foi feito em 3 ou 4 anos. Agora, é sobre essa base que a Novozyme anuncia ter conseguido uma redução adicional.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Brasil Ecodiesel reduz perdas em 2009

São Paulo, 23 mar (EFE).- A Brasil Ecodiesel, uma das líderes do mercado nacional na produção de biodiesel, reduziu suas perdas em 2009, com um saldo negativo de R$ 88,4 milhões, segundo dados da empresa. Este resultado se deve ao aumento de vendas de biodiesel nos leilões oficiais no segundo semestre de 2009.

A companhia, que passa por um processo de reestruturação financeira e de mudança estratégica, tinha registrado em 2008 um prejuízo de R$ 197,1 milhões. Esta reestruturação, no entanto, não foi suficiente para evitar um novo prejuízo anual que, no ano passado, fez a empresa recorrer a uma capitalização na Bolsa de Valores.
"A companhia viveu uma virada em 2009 e os números mostram a consolidação da reestruturação financeira e operacional", afirmou o diretor de Relacionamento com Investidores, Charles Mann de Toledo.

O balanço desfavorável foi influenciado por um impacto contábil negativo de R$ 63,7 milhões, produto de uma valorização de ativos e uma série de ajustes adotados pelo novo Conselho de Administração.

O ajuste do lucro bruto de exploração Ebitda (que mede os lucros antes de juros, taxas, impostos, depreciação e amortização) passou de R$ 58,6 milhões de reais negativos para R$ 45,8 milhões.

No ano passado, a empresa faturou R$ 404,9 milhões com a produção de 151,9 milhões de metros cúbicos do biocombustível, produzido de óleos de mamona e soja, entre outros.

A dívida de R$ 290,4 milhões, com o ajuste de disponibilidade e aplicações, passou a gerar um caixa líquido de R$ 37,2 milhões, segundo a empresa.

Com o novo direcionamento estratégico, duas usinas no Nordeste chegaram a ser desativadas, possibilitando reduzir ainda mais o prejuízo, para R$ 11,89 milhões.
No entanto, o MDA suspendeu o Selo Combustível Social da companhia no início do mês. Sem a certificação, a empresa não pode participar dos leilões da ANP voltados para o biodiesel produzido pela agricultura familiar.
A Brasil Ecodiesel é a principal fornecedora de biodiesel para a Petrobras.

Fonte: Fontes Diversas

terça-feira, 23 de março de 2010

Energia limpa não pode ser só retórica, afirma especialista

22/03/10 - "Hoje, fala-se muito sobre energia renovável, mas não se faz muito". Na opinião de Aldo Vieira da Rosa, 92, professor de engenharia da Universidade Stanford, na Califórnia, esse é um dos problemas impedindo o avanço das tecnologias que podem ajudar a substituir o uso combustíveis fósseis que alimenta o aquecimento global. Autor de um livro tido como referência no estudo de energia renovável, Rosa acaba de ser admitido na Ordem Nacional do Mérito Científico no Brasil.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Brasil poderá ter combustível à base de óleo vegetal

18/03/10 - Proposta que permite a comercialização e o uso de óleo vegetal refinado como combustível para veículos e máquinas agrícolas e para veículos de transporte público urbano foi aprovada nesta quinta-feira (18) pela CI (Comissão de Serviços de Infraestrutura), em decisão terminativa.

A permissão engloba máquinas e equipamentos agrícolas, geradores de energia, veículos de transporte de pessoas e de mercadorias, utilizados em atividades agropecuárias e florestais. Também se estende ao transporte rodoviário, hidroviário e ferroviário de produtos e insumos agropecuários e florestais, bem como aos veículos de transporte público e coletivo urbano.

O projeto de lei (PLS 81/08), de autoria do senador Gilberto Goellner (DEM-MT), também autoriza as indústrias refinadoras a produzir o óleo vegetal refinado para uso como combustível e a comercializá-lo diretamente ao consumidor. Isso "a fim de evitar o "passeio" desse combustível; ou seja, que ele seja transportado para outros centros de distribuição, onde, inevitavelmente, terá seu preço majorado devido aos custos desse deslocamento e mais outras despesas operacionais", explicou o autor, na justificação ao projeto.

A matéria já foi aprovada pela CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática) e pela CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária), com algumas modificações técnicas feitas pelos respectivos relatores.

Segundo o autor do projeto, a utilização do óleo vegetal como combustível ajudará na redução dos custos da produção do setor agropecuário, além de viabilizar ainda um novo mercado para esses produtos. Goellner também citou, como vantagem do uso do óleo vegetal como combustível, a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, o aumento de empregos na área e a dinamização dos setores econômicos ligados à produção de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas e de transporte em geral.

Vantagens

Favorável ao projeto, o relator, senador Eliseu Resende (DEM-MG), explicou que diversos trabalhos científicos têm atestado as vantagens da utilização de óleo vegetal como combustível, principalmente em relação ao óleo diesel e aos veículos movidos a gasolina e a álcool.

"A era do petróleo vai terminar antes do petróleo. As fontes renováveis de energia vão modificar profundamente as matrizes energéticas para que possamos ter uma configuração no setor energético mais adequada à preservação do meio ambiente no planeta para a sua manutenção", defendeu o relator.

Eliseu explicou ainda que a substituição do diesel por óleo vegetal refinado nos motores dos ônibus, microônibus e vans urbanos resultará em significativa melhoria das condições do ar, com reflexos extremamente positivos na saúde e na qualidade de vida da população.

A aprovação do projeto recebeu elogios de todos os senadores que participaram da reunião da CI nesta quinta-feira. Para Neuto de Conto (PMDB-SC), a aprovação desse projeto abre caminho para que os custos da produção no Brasil sejam mais compatíveis com a economia nacional. Jayme Campos (DEM-MT) observou que o custo dos óleos vegetais é bem menor para as regiões produtoras.

Já Marconi Perillo (PSDB-GO) ressaltou que somente quem conhece as dificuldades do produtor rural sabe como esse projeto será importante para a atividade agrícola no País.

Fonte:

Da Agência

Espuma de sapo transforma energia solar em biocombustíveis e alimentos

Cientistas inspiraram-se em uma rãzinha para criar uma espuma que capta energia, pode produzir biocombustíveis ou alimentos, e ainda remove o excesso de dióxido de carbono do ar.

Cientistas da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, inspiraram-se em um pequeno sapo existente nas Américas Central e Sul, para criar uma espuma que capta energia, pode produzir biocombustíveis ou alimentos, e ainda remove o excesso de dióxido de carbono do ar.

Fotossíntese artificial

A pesquisa é mais uma em uma lista cada vez maior do campo chamado fotossíntese artificial, na qual os cientistas estão tentando imitar a forma como as plantas captam a luz solar para produzir sua própria energia.

Na fotossíntese natural, as plantas absorvem a energia do Sol e o dióxido de carbono da atmosfera, e os convertem em oxigênio e em açúcares. O oxigênio é liberado para o ar e os açúcares são usados como fonte de energia que mantém a planta viva.

Os cientistas, por sua vez, estão encontrando formas de aproveitar a energia do sol e o carbono do ar para criar novas formas de biocombustíveis, que poderão alimentar nossos automóveis.

Espuma de sapo

O trabalho resultou na fabricação de um material fotossintético artificial que utiliza enzimas de plantas, bactérias e fungos, tudo acomodado no interior de um invólucro de espuma. Exposta à luz do Sol e ao carbono da atmosfera, a espuma gera açúcares.

A espuma é uma escolha natural: além de concentrar os reagentes, o material poroso permite uma boa penetração do ar e da luz solar.

O projeto da espuma baseou-se nos ninhos de uma pequena rãzinha tropical (Physalaemus pustulosus), que cria espumas para seus girinos que apresentam uma durabilidade incrivelmente longa. Uma proteína produzida pela rã, a Ranaspumina-2, foi utilizada como base da espuma artificial.

Melhor do que plantas e algas

"A vantagem do nosso sistema, em comparação com as plantas e as algas, é que toda a energia solar captada é convertida em açúcares livres, enquanto esses organismos precisam desviar uma grande quantidade de energia para outras funções, para manter sua vida e se reproduzir," diz o Dr. David Wendell, que coordenou a pesquisa, referindo-se à energia líquida disponível que pode ser aproveitada a partir das plantas já crescidas para sua posterior transformação em biocombustíveis.

"Nossa espuma também não precisa do solo, não afetando a produção de alimentos, e pode ser utilizada em ambientes com alta concentração de dióxido de carbono, como nas chaminés das centrais elétricas a carvão," diz ele, ressaltando que dióxido de carbono em excesso paralisa a fotossíntese natural.

Biocombustível ou alimento

O produto da "espuma fotossintética", os açúcares, pode ser utilizado como insumo para uma grande variedade de produtos, incluindo o etanol e outros biocombustíveis. Mas nada impede que o material seja utilizado também para produzir alimentos.

"Esta nova tecnologia cria uma forma econômica de utilizar a fisiologia dos sistemas vivos, criando uma nova geração de materiais funcionais que incorporam intrinsecamente processos de vida em sua estrutura", diz Dean Montemagno, coautor da pesquisa, acrescentando que o novo processo iguala ou supera outras técnicas de produção biossolar.

Larga escala

O próximo passo da equipe será tornar a tecnologia adequada para aplicações em grande escala, como a captura de carbono nas usinas a carvão.

"Isto envolve o desenvolvimento de uma estratégia para extrair a cobertura de lipídios das algas (usada para o biodiesel) e os conteúdos citoplasmáticos, e reutilizar essas proteínas na espuma", afirma Wendell. "Estamos também estudando outras moléculas de carbono mais curtas que podemos produzir alterando o coquetel de enzimas na espuma."

Fonte:

Bibliografia:

Artificial Photosynthesis in Ranaspumin-2 Based Foam
David Wendell, Jacob Todd, Dean Carlo Montemagno
Nano Letters
March 5, 2010
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/nl100550k

Mapa apoia cadeia produtiva do Biodiesel

A produção nacional de biodiesel quadriplicou nos últimos 3 anos, passou de 400 milhões em 2007 para 1,6 bilhão de litros em 2009

O desenvolvimento do biodiesel traz benefícios ao meio ambiente. Foto: Divulgação
O zoneamento de risco climático para as principais oleaginosas e o desenvolvimento de tecnologias para o cultivo dessas plantas são algumas das ações do Ministério da Agricultura para atender ao crescimento da demanda por biodiesel. A produção nacional do biocombustível quadriplicou nos últimos três anos, passando de 400 milhões de litros em 2007 para 1,6 bilhão em 2009, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para 2010, estão previstos 2,4 bilhões de litros.

Já estão concluídos zoneamentos de risco climático para sete oleaginosas: algodão, amendoim, canola, dendê, girassol, mamona e soja. Está programada, ainda, a divulgação do estudo sobre o gergelim. O zoneamento indica os melhores períodos e as regiões mais aptas para o plantio, prevenindo perdas por eventos climáticos. As instituições financeiras e o programa de subvenção ao seguro rural usam o estudo como base para concessão de crédito.

Outra importante ação do Ministério da Agricultura é o investimento em pesquisas de desenvolvimento de oleaginosas que permitirão o maior acúmulo de energia, resultando em maior eficiência, por área plantada. Nessa linha, já estão em andamento na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Agroenergia, estudos com pinhão manso e outros tipos de palmáceas.

Desde o começo deste ano, vigora a mistura de 5% (B5), que antecipou a meta do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel em três anos. Além disso, o aumento na mistura representa impacto significativo no consumo de óleo de soja no País.

Os agricultores são os grandes beneficiados com a medida, produzindo mais, gerando demanda para volume significativo de óleo. Considerando que o farelo e sua proteína são bastante utilizados na produção de rações, a quantidade de óleo necessária para o biocombustível fortalece a cadeia produtiva do grão, equilibrando a produção de biocombustível e a de alimentos.

Fonte: Tendências e Mercado

quinta-feira, 18 de março de 2010

Alemanha sai na frente e criar sistema de certificação para biocombustível

Toda a cadeia de produção de biocombustível terá que ser certificadaPaís é o primeiro a criar sistema de certificação para empresas da cadeia de biocombustível. Para ambientalistas, regras ainda são tímidas.

A Alemanha largou na frente da União Europeia como primeiro país do bloco a aprovar um sistema de certificação para biomassa e bioenergia.

A partir de julho de 2010, as empresas envolvidas do ramo terão que provar que o sistema de produção causa o mínimo impacto possível no meio ambiente. Na Alemanha, a produção de bionergia é feita especialmente a partir dos óleos de canola, palma e soja.

As regras estão sendo elaboradas pelo International Sustentability and Carbon Certification, ISCC. O órgão recebeu autorização para atuar no começo de março e ditará as normas para quem pretenda obter o selo de produção sustentável.

As empresas que quiserem se candidatar ao programa de redução de impostos do governo alemão terão, obrigatoriamente, que ser certificadas. "Isso tem um impacto claro no lucro dessas empresas", disse à Deutsche Welle o representante da ISCC Jan Henke, sobre o programa de certificação.

Caminho para certificação

Segundo as diretrizes da União Europeia, os países do bloco precisam garantir que a produção de biomassa não acarrete a degradação ambiental em outras nações. Em países como Paraguai e Malásia, por exemplo, grandes áreas de floresta tropical foram transformadas em plantações de palma, para a extração de óleo.

Outra exigência do bloco é que a produção de biocombustível reduza as emissões de gases do efeito estufa em até 35%, em comparação com o combustível fóssil.

"Com a aprovação do ISCC, somos o primeiro país a ter capacidade de seguir as regras sustentáveis de produção de biomassa", defende Julia Klöckner, do ministério alemão da Agricultura.

Efeito reverso

O sistema de certificação foi bem aceito pelas associações ambientalistas na Alemanha – como WWF e Nabu (Federação de Proteção Ambiental da Alemanha) – mas com ressalvas.

"Nós achamos que os critérios mínimos estipulados pela União Europeia são relativamente fracos", disse Dietmar Geliger, da Nabu. Para o ambientalista, não é preciso muito esforço para aderir ao percentual de 35% de redução de emissão.

Grit Ludwig, pesquisadora do Centro Helmholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ), em Leipizig, acredita que as diretrizes da UE ainda são pouco para preservar ambientes naturais. "Elas não oferecem diretivas para quando a terra que produzirá biomassa já foi usada anteriormente para outros fins."

A preocupação dos ambientalistas é que a indústria de biomassa possa deslocar a produção de alimentos para áreas ecologicamente ricas – e assim causar danos ao meio ambiente e aumento das emissões que deveriam ser minimizadas pelos biocombustíveis.

Controle efetivo

Como a Alemanha não tem capacidade para produzir biomassa para suprir toda a demanda interna, o país precisa recorrer à importação – principalmente a nações em desenvolvimento. Este é um desafio considerável, já que todas as fornecedoras, inclusive as estrangeiras, precisarão do selo de certificação.

O próprio Jan Henke, do ISCC, ressalta as dificuldades: as agências particulares encarregadas de emitir geralmente não operam nos locais de produção e seus controles são esporádicos. "É questionável, por exemplo, se o avaliador conseguirá visitar fazendas extensas de países em desenvolvimento em poucos dias e checar se todos os critérios estão sendo seguidos."

Na Alemanha, cerca de 2 mil empresas estão na fila para conseguir a certificação e provar que são sustentáveis. Segundo Henke, será um desafio completar todo o processo até julho próximo, mas muitas companhias estão preparadas.

Autoras: Sabina Casagrande / Nádia Pontes
Revisão: Augusto Valente

Fonte:

Petrobras Biocombustível registrou um prejuízo de R$ 92 milhões em seu primeiro ano de operação

SÃO PAULO - A Petrobras Biocombustível S.A. registrou um prejuízo líquido de R$ 92 milhões em 2009, seu primeiro ano de operação. Criada para concentrar as operações com etanol, biodiesel e outros combustíveis renováveis da Petrobras e com investimentos previstos de US$ 2,5 bilhões até 2013, apenas a produção de biodiesel está em operação.

Segundo dados financeiros da empresa, o prejuízo foi provocado pelo fato das usinas de biodiesel terem entrado em operação plena apenas no segundo trimestre. Também é ressaltado no documento os custos advindos dos gastos adicionais de matéria-prima pelas usinas de biodiesel localizadas na região do semiárido brasileiro. A Petrobras Biocombustível possui hoje três usinas produtoras de biodiesel, em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG) que totalizam uma capacidade de produção anual de 326 milhões de litros.

Em 2009, a Petrobras Biocombustível comercializou 11,46 milhões de litros de biodiesel, 852 mil litros de óleo e 11,12 milhões de litros de outros produtos, o que gerou um receita operacional líquida de R$ 231 milhões. Porém, o custo dos produtos vendidos foi de R$ 235,8 milhões, o que gerou um prejuízo bruto no período de R$ 5 milhões. O Ebitda da empresa foi negativo em R$ 94 milhões, com uma margem bruta de -2% e uma margem operacional de -40%.

A expectativa é de que em 2010 a empresa consiga melhores resultados com biodiesel em razão de ganhos de escala e com o aumento de produção. No caso do etanol, a empresa prevê a ampliação de sua participação neste mercado. Com 80% dos investimentos previstos até 2013 focados em etanol, até o momento a empresa tem apenas uma participação de 40,4% da Total Agroindústria Canavieira, em Bambuí (MG), com capacidade instalada de 100 milhões de litros de hidratado por ano. A capacidade pode ser elevada para 203 milhões de litros por ano, gerando um excedente de energia elétrica de 38,5 MW a partir de bagaço de cana.

Fonte:

Petrobrás pesquisa biodiesel para navios

Biocombustível pode reduzir emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar nas proximidades de portos brasileiros

A Petrobrás vai pesquisar a adição de biodiesel ao combustível usado por navios, conhecido no mercado pelo nome de bunker de navegação. O objetivo é tentar reduzir as emissões de gases poluentes do produto, que deve ter grande crescimento de consumo no Brasil nos próximos anos.
A pesquisa é um dos focos do laboratório Bunker 1, fruto de parceria da Petrobrás com a Coppe/UFRJ, que será inaugurado hoje. Com investimento inicial de R$ 6,7 milhões, o laboratório vai buscar novas tecnologias para a produção de bunker, com foco na eficiência de queima do combustível e nas emissões de gases poluentes.

Uma segunda etapa, orçada em R$ 5,9 milhões, já foi aprovada, com a compra de um segundo motor para testes de combustível. O primeiro, um motor alemão da MAN, com potência de 500 quilowatts (kW), já está na Coppe para a primeira fase do laboratório Bunker.

O bunker é um óleo combustível pesado, usado apenas em motores de baixa rotação. Segundo o coordenador do Laboratório de Máquinas Térmicas da Coppe, Albino Leiroz, apresenta dificuldades de queima e altas emissões, problemas que o laboratório espera reduzir. Ele diz que o objetivo é aumentar a eficiência do bunker produzido pelas refinarias brasileiras.

"Temos um grupo temático de estudos sobre combustíveis, com projetos na área de automóveis e motocicletas, por exemplo, mas percebemos que não havia conhecimento na área de bunker no Brasil", completa o pesquisador do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), Tadeu Cordeiro. "O Brasil é líder mundial em biocombustíveis e esse laboratório vai permitir a pesquisa de adição de biocombustíveis ao óleo combustível", completa.

O uso de biocombustíveis, diz, pode ser uma maneira de reduzir as emissões de fuligem na queima do bunker, melhorando a qualidade do ar no entorno dos portos brasileiros. A Petrobrás espera grande crescimento no consumo do produto, diante das encomendas de novos navios para o transporte de petróleo no País. "A frota de petroleiros está crescendo bastante, com as encomendas da Transpetro", diz Cordeiro.

Segundo Leiroz, da Coppe, o laboratório deve iniciar os testes em cinco meses. Antes disso, os pesquisadores vão trabalhar na preparação dos testes. "Trata-se de uma operação complicada, que envolve estocagem de combustíveis, operação de bombas e válvulas", comenta o professor.

Pesquisa. O investimento tem sido bancado com recursos da participação especial cobrada dos grandes campos produtores de petróleo. Segundo a lei, 1% dessa arrecadação deve ser destinada a pesquisa e desenvolvimento, medida que tem possibilitado a abertura de inúmeros laboratórios de pesquisa pelo País ? e iniciativas como a criação do Parque Tecnológico da UFRJ, que vai desenvolver pesquisas sobre o pré-sal.

Petrobrás e Coppe já assinaram um primeiro convênio para a operação do laboratório de bunker, ao custo de R$ 1,9 milhão e prazo de dois anos. O laboratório contará com dois professores, três engenheiros, seis técnicos e entre seis e dez alunos de pós-graduação do instituto, hoje reconhecido como um dos principais parceiros da Petrobrás no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria petrolífera.

Fonte:

segunda-feira, 15 de março de 2010

IBAMA cria uma “nota verde” para os carros

A Nota Verde, criada pelo Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, varia numa escala de 0 a 10. Quanto maior a nota de um carro, menor o seu índice de emissão de CO, hidrocarbonetos e NOx. Os dados disponíveis referem-se a modelos produzidos em 2008 e estão de fora os carros a álcool. O site Lista10 publicou o Top 10:

  1. Ford Focus – 9,4 pontos
  2. Honda New Fit EX – 9,2
  3. Nissan Tiida – 9,2
  4. Honda New Fit LXL – 9,1
  5. Ford Edge – 9,1
  6. Honda New Fit LX – 9,1
  7. Chrysler PT Cruiser – 9
  8. Fiat Uno – 9
  9. Fiat Uno Way – 8,9
  10. Honda Civic LXS – 8,8

Abastecer com gasolina ou álcool?

Para usuário de carro flex, abastecer com álcool só tem vantagem se o preço corresponder a no máximo 70% do valor da gasolina. Isso porque o álcool faz com que o carro tenha um rendimento, em média, 30% menor. Para saber se é vantajoso abastecer, o motorista deve dividir o preço do álcool pela gasolina e o resultado não pode ultrapassar 0,7.

Fonte:

sexta-feira, 5 de março de 2010

RS dá incentivo tributário ao Biodiesel

A governadora Yeda Crusius assinou ontem decreto ampliando o diferimento do pagamento do ICMS na saída de máquinas e equipamentos industriais, peças e componentes de unidades produtoras de biodiesel, álcool neutro e álcool combustível no Estado. Conforme o governo, a medida regulamenta lei anterior e permite que indústrias do setor, que se encontram em fase de instalação, organizem seus investimentos, chegando ao mercado de forma mais competitiva.

Fonte: Zero Hora

Sem o Selo Combustivel Social, ações da Brasil Ecodiesel caem 7%

SÃO PAULO - As ações da Brasil Ecodiesel caem com força no pregão desta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Por volta das 13h10, o papel apresentava queda de 6,79%, a R$ 1,20, com mais de R$ 140 milhões negociados. Para efeito de comparação apenas três papéis de toda a bolsa movimentavam mais dinheiro.

A queda está relacionada com a perda Selo Combustível Social por quatro usinas da companhia. Sem a tal certificação, essas unidades não podem vender biodiesel por meio dos leilões com selo organizados pela ANP. As operações com o selo representam 80% do volume total leiloado pela agência.

"A companhia não concorda com a decisão tomada e está tomando as medidas judiciais necessárias para proteger os interesses da empresa e de seus acionistas", disse a companhia por meio de Fato Relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A perda do selo é resultado de processo administrativo envolvendo a companhia com relação ao cumprimento das normas em 2007. A decisão sobre a suspensão foi publicada hoje no Diário Oficial da União pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

As unidades afetadas foram Iraquara, Itaqui, Crateús e Floriano, sendo que as duas últimas já estão desativadas, segundo a companhia.

O Selo Combustível Social é um conjunto de medidas específicas que visa estimular a inclusão social da agricultura.

De acordo com as normas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o selo será concedido aos produtores de biodiesel que compram matéria-prima da agricultura familiar em percentual pré-determinado, que façam contratos negociados com os agricultores familiares e assegurem assistência e capacitação técnica aos agricultores familiares.

A contrapartida às empresas são alíquotas diferenciadas de PIS/Pasep e Cofins e melhores condições de financiamentos junto aos agentes financeiros.

Eduardo Campos

Fonte:

quarta-feira, 3 de março de 2010

Biodiesel gera economia de US$ 1,3 bilhão com importação de diesel

RIO - O superintendente de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Dirceu Amorelli, revelou que a mistura de 4% de biodiesel no óleo diesel comercializado no país significou uma economia de US$ 1,3 bilhão em divisas que seriam gastas na importação do derivado de petróleo.

No ano passado, o consumo de biodiesel apresentou a maior alta entre os combustíveis regulados pela ANP. Em 2009 foram consumidos 1,565 bilhão de litros do produto, 39,1% acima dos 1,125 bilhão de litros registrados em 2008.

Em contrapartida, o consumo de óleo diesel caiu 1%, passando de 44,764 bilhões de litros em 2008 para 44,298 bilhões de litros no ano passado.

Outros combustíveis que apresentaram queda no consumo no ano passado foram o GLP e o óleo combustível. O primeiro passou de 12,259 bilhões de litros em 2008 para 12,113 bilhões de litros no ano passado, um recuo de 1,2%. As vendas de óleo combustível retrocederam 3,2%, passando de 5,172 bilhões de litros para 5,004 bilhões de litros.

Estimulado pelo crescimento do setor de aviação, o consumo de querosene de aviação (QAV) cresceu 3,8%, passando de 5,227 bilhões de litros em 2008 para 5,428 bilhões de litros. Já a gasolina de aviação subiu 2,4%, de 61 milhões de litros para 62 milhões de litros.

Rafael Rosas

Fonte:

Leilão de biodiesel

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou ontem que o 17º leilão de biodiesel foi encerrado ontem (02/03) com a venda de 565 milhões de litros. Participaram da concorrência 43 unidades produtoras. Os preços médios ponderados praticados no leilão tiveram 2,74% de deságio, fechando em R$ 2,2369 por litro, contra preço de referência de R$ 2,3 por litro. No 16o leilão, em novembro, o deságio havia ficado em 1 por cento, com preço de venda de 2,33 reais o litro.

Das 33 empresas vencedoras, a Granol foi a que ofereceu o maior volume de biodiesel, 70 milhões de litros, sendo 40 milhões de litros da unidade produtora de Anapólis (GO).

O leilão teve a participação de produtores de 14 Estados brasileiros, sendo que a região Centro-Oeste foi a que teve o maior volume arrematado no leilão, cerca de 273,7 milhões de litros de biodiesel.

A região Sudeste ficou em segundo lugar, com 96,5 milhões de litros, seguida das regiões Sul (95,9 milhões de litros), nordeste (75,0 milhões de litros) e norte (23,8 milhões de litros).

O volume comercializado destina-se a atender resolução que estabelece em 5 por cento o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final (B5), a partir de janeiro deste ano.

O primeiro lote, de 452 milhões de litros, foi ofertado aos produtores de biodiesel autorizados pela ANP e detentores do selo "Combustível Social". Já o segundo lote, de 113 milhões de litros, foi ofertado aos produtores que não detêm o selo. O volume comercializado no leilão destina-se a atender a obrigatoriedade de mistura de 5% de biodiesel no óleo diesel vendido ao consumidor final. O período de entrega do produto à Petrobras e e à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) será de abril a junho de 2010.

Fontes: