sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Presidente da ANP garante que Petrobras vai comprar mamona

HAROLDO LIMA: "A Petrobras vai comprar todo o óleo de mamona produzido no Piauí"

O presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima garantiu ontem (27), durante solenidade no Karnak, que a Petrobras vai comprar todo o óleo de mamona produzido no Piauí, apesar da resolução da Agência determinando que a produção de biocombustível não seja feita somente a partir da mamona.

"Todo óleo de mamona produzido no Piauí será comprado, nós estamos necessitando de biodíesel, nós não estamos com excesso de biodiesel", disse.

Haroldo explicou que o programa B3 implantado pelo governo, determinando que seja usado três por cento de biodíesel no combustível nacional aumentou a demanda pelo produto. "O programa do Biodíesel continua no País. Nós começamos com o programa B2, que seria dois por cento de biocombustível e a partir de 1º de julho o B3, três por cento no mínimo de biodíesel no combustível do país. Estamos enfrentando alguns desafios, a última regulação feita pela ANP, estabelecendo as espe-cificações do biodíesel mostra que o biodíesel feito apenas pela mamona não satisfaz as especificações de viscosidade da ANP", explica.

A utilização da mamona no combustível passaria ainda por uma política do governo de ajuda a região do semi-árido, onde a oleaginosa é cultivada. "Isso não tem nenhuma anormalidade porque no setor de combustível o que existe é mistura, a própria gasolina é uma mistura, o que ficou posto é que biodíesel exclusivamente de mamona é inconveniente, não corresponde às especificações. Nós não tínhamos a mínima condição de abastecer o mercado com mamona exclusivamente", disse Haroldo.

No Piauí, a empresa Brasil Ecodíesel, instalada em Floriano desenvolve programa de beneficiamento da mamona. A atuação da empresa foi amea-çada depois da resolução da ANP expondo que a mamona, sozinha, é inviável para produzir biocombustível.

Fonte: - Edição: Flávio Moura (com correções)

Benefícios ambientais do biodiesel são questionados por cientista brasileiro

Ainda é precipitado afirmar que o biodiesel é um combustível mais limpo que o petrodiesel (diesel combustível). "Nas condições brasileiras, o biodiesel é considerado menos poluente em alguns aspectos, e em outros mais. O metanol utilizado como reagente para sua produção pode ser um problema, pois utiliza o gás natural como matéria-prima, que é um combustível não-renovável", revela o engenheiro químico André Moreira de Camargo. Na Escola Politécnica da USP, o engenheiro fez um inventário do ciclo de vida do metanol, álcool usado como reagente no processo de produção do biodiesel.

Avaliação do ciclo de vida do biodiesel

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta de gestão ambiental utilizada para determinar o impacto de determinado produto ou processo. A metodologia permite mapear o produto "do berço até o túmulo", calculando todo gasto de energia e poluição gerada desde a extração e processamento, passando pelo seu transporte, uso e destino final.

O estudo de Camargo é o primeiro a fazer esta análise sobre o ciclo de vida do metanol considerando as condições brasileiras. "Para realizar a ACV é necessário se ater às condições específicas do local onde o produto é feito, transportado e utilizado. No Brasil, por exemplo, a malha de transporte é basicamente rodoviária, então isto tem de ser levado em consideração nos cálculos de energia gasta e na poluição gerada quando utilizamos este meio de transporte", esclarece o pesquisador.

Metanol versus etanol

O inventário feito pelo pesquisador representa um primeiro passo para esclarecer esses pontos, mas ele ressalta que ainda é preciso fazer uma comparação do metanol com o mesmo tipo de estudo sobre o ciclo de vida do etanol nas condições apresentadas no Brasil, já que estudos feitos em outros países não traduzem corretamente a carga ambiental do combustível: matriz energética, condições de extração e transporte e a própria matéria-prima do etanol podem variar.

Aprimoramento dos estudos

Além disso, mesmo o ACV do metanol pode ser aperfeiçoado, modificando-se e ampliando-se o escopo contemplado nos cálculos. "O escopo corresponde aos fatores levados em consideração nos cálculos. Ele varia conforme o objetivo do estudo e as hipóteses consideradas pelo pesquisador, que deve utilizar seu bom senso. Devo avaliar se é importante incluir o impacto ambiental da produção do parafuso usado no equipamento de extração do gás, por exemplo, sempre lembrando que quanto mais extenso for este escopo, mais complexa ficará a ACV, e mais tempo levará para ser feita", explica.

Gestão ambiental

Avaliação do Ciclo de Vida é regulamentada por uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABTN) com o número NBR14040, derivada do ISO 1400, que especifica normas e metodologias de gestão ambiental. Apesar de a base de dados de ACV no Brasil ainda ser pequena, a tendência é que iniciativa privada e governo adotem cada vez mais esta metodologia, como têm feito algumas empresas. No âmbito da universidade, equipes como o Grupo de Prevenção da Poluição (GP2) da Poli estão se propondo a expandir esta base.

"A ACV é uma ferramenta que permite comparar produtos e serviços do ponto de vista ambiental, e estes estudos sempre podem ser ampliados e aperfeiçoados. Além disso, ela permite que se identifiquem os chamados 'gargalos de processos', indicando o que é preciso mudar para diminuir o impacto ambiental, seja com investimento em novas tecnologias ou mudanças na fonte energética usada", destaca o engenheiro.

Fonte: - Luiza Caires. 28/08/2008

Biodiesel de soja sofre influência da Bolsa de Chicago

Aprofundar pesquisas e reforçar a assistência técnica à agricultura familiar foram as constatações da audiência pública realizada na tarde de ontem (27) no Plenarinho da Assembléia Legislativa. O tema central girou em torno da viabilidade da mamona como matriz energética para a produção de biodiesel, cuja aplicação teria sido contestada por um parecer da Agência Nacional de Petróleo (ANP), sob alegação de alta viscosidade.

Os técnicos evitaram polemizar com a ANP, mas foram unânimes ao afirmar que houve equívoco na avaliação do parecer por setores da mídia. O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Jânio Rosa, afirmou que não há qualquer intenção de barrar o projeto, revelando acreditar na existência de interesses econômicos alimentando a polêmica.

“O governo não enterrou a mamona como matéria prima para o biodiesel. Não enterrou a mamona como matéria prima a ser produzida pela agricultura familiar, pelo contrário, o governo está incentivando através de pesquisa”, enfatizou.

Para o autor da proposta de audiência pública, deputado João de Deus (PT), a alta viscosidade do óleo da mamona é “café pequeno”, afirmando ainda que o interesse do governo é reforçar a agricultura familiar através dessa oleaginosa, ao invés de voltar a produção tendo como base a soja.

“Essa matriz recebe influência direta da Bolsa de Chicaco (EUA), o que reflete no preço do combustível. Além disso, ela ocuparia área territorial muito maior para produção em larga escala e, conseqüentemente, com maiores danos ao meio ambiente. Quer queria, quer não, o futuro do petróleo está comprometido, então, não existe outro caminho. Ou nós buscamos a alternativa do biodiesel ou vamos, lá na frente, nós arrepender de não termos feito o que era preciso, quer seja com a mamona ou outras oleaginosas, como o girassol e o algodão”, explicando que é preciso melhorar e aumentar a produtividade da mamona por hectare.

O líder do governo disse ainda que a Embrapa está recebendo investimentos para reforçar as pesquisas no Piauí, cerca de R$ 400 mil através do MDA. Além disso, R$ 100 mil estão sendo colocados à disposição para melhorar a seleção de sementes. O governo estadual e a Brasil Ecodiesel, já acordaram em entregar para a agricultura familiar 50 toneladas de sementes, para o plantio do consórcio da mamona e feijão para a safra 2008/2009.

A Agencia Nacional de Petróleo (ANP) informou que nunca pensou usar 100% do óleo da mamona como combustível, mas adicionando até 30% para cada litro de biodiesel. A estimativa da produção anual do óleo de mamona é de cerca de 500 mil toneladas.

A audiência foi considerada de suma importância, sendo destacada a sua representatividade, que contou com a participação do secretário de Planejamento, Sérgio Miranda, do coordenador de Relações Internacionais do Estado e coordenador do projeto de biodiesel no Piauí, Sérgio Vilela, do secretário de Desenvolvimento Rural, Élcio Martins e do delegado do MDA no Piauí, Adalberto Nascimento.

O corpo técnico e de pesquisadores foram representados por: José Wellington Dias, coordenador do Pronaf no Piauí, professor José Ribeiro, presidente do Conselho Regional de Química, professor Francisco Brito, da Embrapa, o representante da Fetag-PI, Simão Gomes e Paulo Sucupira, representante do Banco do Brasil, dentre outros.

Fonte: TV Canal 13

Agrenco esclarece acerca de pedido de falência de sua subsidiária

SÃO PAULO - A Agrenco enviou o seguinte comunicado ao mercado:

"A Bovespa efetuou a seguinte consulta a empresa:

Em coluna especifica de falencias, veiculada na edicao de 17/06/2008 do jornal Valor Economico, consta que Hunter Douglas do Brasil Ltda. requereu a falencia da Agrenco Bioenergia Industria e Comercio de Oleos e Biodiesel Ltda.

Solicitamos esclarecimentos sobre o referido processo, bem como outras informacoes consideradas importantes.

Em atencao a nossa consulta, a Agrenco Ltd., sociedade constituida e organizada sob as leis de Bermuda ("Agrenco" ou "Companhia"), com filial sediada no Brasil, denominada Agrenco Bioenergia Industria e Comercio de Oleos e Biodiesel Ltda. ("Agrenco Bioenergia"), prestou os seguintes esclarecimentos:

A Agrenco e uma companhia de servicos integrados que atua nos setores do agronegocio em ambito mundial, por meio de diversas subsidiarias, incluindo a Agrenco Bioenergia.

Por sua vez, a Agrenco Bioenergia tem como finalidade preponderante a fabricacao e comercializacao de oleo, biodiesel, farelo e oleo de soja, oleo de girassol, oleo de algodao e oleo de gordura animal, possuindo tres fabricas no Brasil.

Ademais, a Agrenco Bioenergia possui tres complexos para a producao de farelo de soja e biodiesel, que entrarao em operacao ate o final de 2008, localizados nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Parana.

Estima-se que esses complexos terao capacidade de producao de 1.050.000 toneladas de farelo de soja e 425 milhoes de litros de biodiesel por ano e producao de 320.000 MWh/ano de eletricidade, que podera ser vendida a rede eletrica.

Atualmente, a Companhia detem 85% do capital social da Agrenco Bioenergia.

Para realizacao de suas atividades, a Agrenco Bioenergia utiliza-se de diversos equipamentos de grande porte, fornecidos por diversos fornecedores, tal como a Hunter Douglas do Brasil Ltda. ("Hunter do Brasil").

Em 16 de junho de 2008, a Hunter do Brasil ingressou com um pedido de falencia em face da Agrenco Bioenergia, sob a alegacao do nao pagamento de um titulo no valor de R$ 254.123,18, referente ao fornecimento de materiais por aquela empresa a Agrenco Bioenergia. O processo encontra-se na 1a vara de falencias da cidade de Sao Paulo.

A Companhia, neste ato, informa que ja tomou todas as providencias para o pagamento imediato do titulo e a consequente extincao do processo, sendo que o pagamento do titulo sera realizado assim que este for liberado pelo juizo competente.

Por fim, a Companhia considera que a quantia do referido titulo (R$ 254.123,18) nao afetara as suas atividades e as atividades de sua subsidiaria, a Agrenco Bioenergia.


Por: Bovespa - 18/06/08 - 10h35

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mercedes-Benz ultrapassa 2 milhões de km de testes com biodiesel

A Mercedes-Benz do Brasil alcançou a marca de 2,2 milhões de quilômetros rodados de testes operacionais em ônibus abastecidos com biodiesel, sendo 1,8 milhões de quilômetros com a mistura B20 e 400 mil com B5. Esta quilometragem foi obtida em dois anos de testes sob condições severas com 23 ônibus da Viação Cidade Dutra, que atua no transporte coletivo urbano da cidade de São Paulo. Durante os testes operacionais com B5 e B20, foram analisadas cerca de 550 amostras de óleo lubrificante.

Com o alcance de 1,8 milhões de km rodados, os motores serão desmontados no Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Mercedes-Benz do Brasil, na fábrica de São Bernardo do Campo, para avaliação de peças e componentes. O objetivo é averiguar a influência do uso do biodiesel em termos de emissões, desempenho, confiabilidade e durabilidade do motor. Nessa etapa são verificados também o desgaste de peças e componentes, efeitos da ação química e formação de borra, além de outros itens.

- Meio ambiente

A empresa comenta que numa cidade como São Paulo, que conta com uma frota circulante de cerca de 15.000 ônibus, os benefícios do biodiesel são muito evidentes. O uso da mistura B20 em toda essa frota resultaria, por exemplo, numa redução de emissão de aproximadamente 72 mil toneladas de gás carbônico por ano, contribuindo significativamente para a redução de emissões dos gases de efeito estufa.

A contribuição do biodiesel para a melhoria da qualidade do ar é decisiva também por outros fatores, como, por exemplo, a redução de emissões de material particulado em cerca de 35%. Atualmente, a empresa realiza testes de operação com biodiesel B100, em parceria com clientes que atuam em condições severas de transporte. Os testes envolvem caminhões em médias e longas distâncias rodoviárias e em aplicações fora-de-estrada.

Fonte: http://www.adjorisc.com.br/jornais/obarrigaverde/noticias/index.phtml?id_conteudo=152990

Brasil poderia reciclar óleo de soja para produzir biodiesel

São Paulo, 26 - O Brasil perde oportunidades ao deixar de reaproveitar o óleo de soja consumido no mercado interno para produção de biodiesel. A avaliação é do diretor de logística e gestão empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto.

Após a apresentação realizada nesta manhã no Biodiesel Congress, realizado em São Paulo, Porto afirmou que o Brasil poderia montar uma estrutura semelhante à que já existe com a reciclagem de alumínio e garrafas PET para reutilizar o óleo de soja. "É uma excelente opção porque reduz o passivo ambiental, já que o produto seria descartado, e ainda gera ocupação e renda", explica.

A demanda por biodiesel, após a adoção de 3% ao diesel, é projetada em 1,8 bilhão de litros neste ano. Já o consumo de óleo de soja é projetado em 3 bilhões de litros neste ano. "Se em uma projeção mais pessimista, poderíamos reciclar entre 10% ou 30% do óleo. Imagine o quanto isso representaria para a produção de biodiesel?", pondera.

Porto explica que o governo mantém sua meta de buscar matérias-primas alternativas, que estejam ligadas a outros biomas, como no Nordeste. "O pinhão manso ainda será uma alternativa vinculada à agricultura familiar", afirma. O chairman e CEO da Integrated Biodiesel Industries, Marcelo Lopes, reforçou que o setor mantém a busca por matérias-primas alternativas em face dos elevados preços da soja no mercado internacional.

Preços

Os especialistas reunidos hoje mostraram que apesar do recuo recente, a oleaginosa deve se estabilizar em patamar superior ao preço médio histórico. Dentre as opções pesquisadas, Lopes destacou o pinhão manso, as algas e a segunda geração dos biocombustíveis, produzidos a partir de biomassa, rejeitos vegetais e lixo urbano.

Atualmente, a soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel no Brasil, correspondendo a 80% do total. O sebo bovino responde a cerca de 20% e o restante é produzido a partir de outras fontes. (Fabíola Gomes)

Fonte:

Biodiesel de Mamona

A Resolução n° 7/2008 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estabelece as novas especificações do biodiesel para comercialização no país. Ao longo de 2007, foram realizadas diversas reuniões com os agentes do setor, incluindo produtores de biodiesel e de diesel, distribuidores e indústria automobilística. A proposta apresentada pela ANP considerou, principalmente, os dados de qualidade declarados pelos produtores de biodiesel ao longo de 2006 e 2007, de forma a evitar que a nova especificação restringisse as opções de matérias-primas disponíveis no território nacional.

Como uma das premissas do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) sempre foi a de viabilizar o maior número de opções de matérias-primas, optou-se, inicialmente, por deixar uma série de características do produto em aberto, apenas com a indicação de que fossem analisadas pelos produtores de biodiesel e anotadas no Certificado da Qualidade.

A resolução da ANP altera alguns destes parâmetros, especificando os seus valores, mas não inviabiliza a produção de biodiesel feito a partir desta oleaginosa. A mamona permanece como opção energética, para a produção de biodiesel. Contudo, o biodiesel produzido a partir desta oleaginosa deverá conter, também, em sua composição uma mescla (blend) de outro material graxo, que permita o enquadramento de duas propriedades: a massa específica e a viscosidade. São propriedades muito importantes para a aplicação no motor e, portanto, refletem no uso final do produto.

Entendemos, portanto, que o mercado de biodiesel de mamona continua sendo viável e promissor, através do uso de uma mescla de oleaginosas, estratégia adotada por quase todas as produtoras de biodiesel no Brasil. Este procedimento tem sido adotado pelas empresas, a fim de evitar a dependência de uma única matéria-prima, resguardando-se de eventuais variações de mercado, bem como da competição com o setor alimentício.

Apesar de a soja representar, hoje, mais de 80 % da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel - por ser a principal matéria-prima disponível no mercado em escala comercial -, as empresas têm associado outros tipos de óleos para compor a sua produção. Além do sebo bovino, da mamona e do girassol, as companhias vêm investindo em pesquisa de outras oleaginosas como o pinhão manso, oleaginosa com características semelhantes à mamona.

Embora enfrente desafios climáticos no mundo todo, o potencial de crescimento do mercado brasileiro de mamona para utilização na produção de biodiesel é significativo. Para atender à nova especificação, é necessário que o óleo de mamona seja misturado a outro tipo de óleo vegetal numa proporção entre 20% e 30%, a depender do tipo de matéria-prima usado, obtendo um biodiesel de excelente qualidade, ainda mais considerando suas melhores características de elevada estabilidade oxidativa, baixo índice de iodo, alta lubricidade, baixo ponto de congelamento e ponto de entupimento de filtro a frio, além de elevado número de cetanos.

No Brasil são produzidas aproximadamente 150 mil toneladas de mamona em baga por ano, o que seria suficiente para produzir por volta de 70 mil toneladas de óleo de mamona. Para atender a demanda do B3 (3% de biodiesel adicionados ao diesel mineral), serão necessários 1,25 bilhões de litros de biodiesel no país, os quais poderiam ser produzidos com até 350 mil toneladas de óleo de mamona, representando um mercado potencial de aproximadamente 750 mil toneladas de mamona em baga por ano, o que ilustra o tamanho do mercado que ainda pode ser explorado. Ou seja, a produção nacional de mamona representa apenas 9,33 % da necessidade para a produção de B3

Considerando que tal crescimento poderá ocorrer na região do semi-árido, com produtividade média de 750 kg/ha, a produção brasileira de mamona poderia ser expandida para uma área adicional de cerca de 800 mil hectares, o que representaria até 300 mil novas famílias incluídas no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), com renda adicional de pelo menos R$ 530 milhões.

As especificações do óleo diesel, com a mistura de 3% de biodiesel, são determinadas em função do desempenho dos motores e das condições ambientais e, portanto, visam à proteção dos consumidores. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estabelece quais as condições para a garantia dos motores e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para as emissões dos motores. Caso as especificações não sejam atendidas, uma das conseqüências possíveis é que o motor produza fumaça devido à queima incompleta do combustível, com a conseqüente emissão de fuligem no ar.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A Petrobrás e a bioenergia

A Petrobrás preparava-se para se transformar na empresa de energia verde quando veio a descoberta do pré-sal. Apesar do extraordinário desafio do pré-sal, a bioernergia é importante demais para ficar em segundo plano.

O papel de cuidar da área ficou em uma nova subsidiária, a Petrobras Bioenergia, criada com a estrutura interna da empresa que já trata da questão. Já nasce grande, explica seu presidente Alan Kardec.

A nova empresa será a junção das áreas internas da Petrobras que já trabalhavam com o produto.

O Abastecimento que cuidava do etanol. Há uma meta de produção de 4,75 bilhões de litros/ano até 2012, que deverá ser mantida no novo planejamento estratégico da companhia.

A idéia será utilizar o diferencial da Petrobrás para parcerias que possam deslanchar os negócios sem comprometer muitos recursos internos. No caso da exportação, foi desenvolvido um Complexo Bioenergético, parceria com a empresa japonesa Mitsui (20%), Petrobrás (20%) e um produtor nacional tradicional (Cerrado Açúcar e Álcool). O investimento total será de US$ 227 milhões.

Para cada projeto será seguido esse modelo tripartite: um parceiro internacional que traga não apenas recursos, mas mercado; um parceiro nacional que produza álcool; e a Petrobras com a logística, os contatos internacionais e imagem internacional forte. O primeiro acordo de acionistas permitirá a exportação de 200 milhões de litros/ano para o mercado japonês.

Para atingir a meta de 4,75 bilhões de litros/ano, serão necessários 20 complexos similares.

Uma segunda área da Petrobras que tratava do tema era a de Gás e Energia que cuidava das unidades de biodiesel - que passarão também para a Petrobrás Bioenergia. A primeira unidade foi inaugurada em Candeias; a segunda em Quixadá, a terceira em Montes Claros. Também nessa área estão sendo costurados acordos internacionais.

Para o biodiesel, a estratégia para 2008-2012 será a de produzir 938 milhões de litros/ano e liderar o mercado produtor.

A ênfase continuará sendo a produção familiar, através do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Para obter o selo combustível social (e poder participar dos leilões da Agência Nacional de Petróleo), tem que comprar um determinado percentual de agricultura familiar. Para o nordeste, a exigência é de compra mínima de 50% da matéria prima. A usina de Candeias foi inaugurada com 58%, basicamente com fornecimento de dendê, amendoim, soja e girassol.

Outro caminho promissor, segundo Alan Kardec, será o reaproveitamento de óleo de fritura de alimentos. Já existem ONGs organizadas com esse propósito.

Uma terceira área é a de pesquisas, que continuará no Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobrás), que receberá mais recursos. O investimento em tecnologia será essencial. O Cenpes está investindo pesado em etanol celulósico. A tecnologia já existe mas ainda não é economicamente viável.

Em uma mesma área de cana destinada ao etanol, usando bagaço e palha se amplia a produção em 60%.

Fonte: Folha da Região
Luís Nassif é articulista da Folha da Região, jornalista, diretor superintendente da agência Dinheiro Vivo e comentarista do Jornal da TV Cultura.

"Tolerância Zero", versão escocesa

Ao inves de motorista embriagada, carro embriagado.

Bicombustível? Que nada. A destilaria escocesa Bruichladdich afirma ter criado o primeiro carro do mundo que só anda com o tanque cheio de uísque.

E não pode ser qualquer bebida, não. O Radical SR4, fabricado na Inglaterra e adaptado na Escócia, precisa ser abastecido com o uísque X4, considerado o malte mais alcoólico do mundo.

Com o uísque circulando "nas veias", o veículo esportivo acelera de 0 a 100 km/h em 3s50. O desempenho é semelhante ao obtido por um Radical SR4 comum, que utiliza gasolina.

A diferença é o preço: por mais que o petróleo esteja valorizado, um litro de gasolina passa longe dos cerca de R$ 70 cobrados por uma garrafa do uísque.

Vale lembrar que, assim como no Brasil, a legislação britânica de trânsito não permite que o motorista "compartilhe" o combustível utilizado pelo veículo.

Fonte: Portal G1

Programa de biodiesel manterá dependência da soja até 2015

20/08/08 - Enquanto o governo federal continua propagando a viabilidade de matérias-primas alternativas à soja para a fabricação do biodiesel, estudos apontam que o grão continuará sendo o único com condições de gerar escala de produção.

De acordo com a pesquisa sobre combustíveis renováveis da RC Consultores, elaborado por Fábio Silveira, a soja continuará atendendo a demanda que deveria ser atendida por outras oleaginosas. "Em 2015, o País irá produzir 3 bilhões de litros de biodiesel, sendo 2,5 bilhões de litros provenientes da soja", afirma Silveira.

Para triplicar a produção de biodiesel no País, que hoje é de aproximadamente 1 bilhão de litros, o consultor acredita que o Brasil terá dentro de seis safras uma produção de soja em grão da ordem de 90 toneladas, aumentando em 30% o volume atual. "A canalização para a produção de biodiesel passará de um volume de 5 a 6 milhões de toneladas para até 14 milhões", avalia Silveira.

Além da concentração da oferta partindo de um único insumo a concorrência com a Argentina será outro problema enfrentado pelas empresas instaladas no Brasil. Silveira acredita que até 2015 o país vizinho deverá liderar a produção e exportação de biodiesel. "Eles têm um menor custo de produção e estão mais preparados do ponto de vista logístico e político", diz.

De acordo com as projeções de Silveira, as exportações de biodiesel da Argentina devem atingir 988 milhões de litros, seguida pelos Estados Unidos, com 434 milhões de litros, e pelo Brasil, com 299 milhões de litros. A União Européia deverá se consolidar como principal importador, com demanda de 1,6 bilhão de litros.

Etanol

Para o mercado internacional de etanol as perspectivas são mais promissoras. Em 2015, o excedente de produção do Brasil chegará a 13,1 bilhões de litros e o País será líder mundial desse setor.

O volume produzido saltará dos atuais 20 bilhões de litros para quase 50 bilhões, sendo mais de 30 bilhões destinados ao consumo interno. A demanda doméstica será impulsionada, principalmente, pelo mercado de automóveis flex fuel que contará com uma frota de 18 milhões de carros.

Em razão do aumento da oferta, o estudo aponta para uma queda dos preços de açúcar e álcool em meados da próxima década. A principal razão será a maturação de projetos do setor. No entanto, Silveira afirma que ao longo da década o preço por litro voltará ao patamar de R$ 0,50.

Pesquisa da RC Consultores revela que a soja continuará atendendo a demanda que deveria ser de outras oleaginosas para o biodiesel. Em 2015, o País irá produzir 3 bilhões de litros, sendo 2,5 bilhões da soja.


Fonte: - Priscila Machado

Meta do biodiesel para a agricultura familiar é abandonada por Lula

22/08/08 - A meta original de vincular 200 mil agricultores familiares como fornecedores de matéria-prima no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) foi abandonada pelo Governo Lula, que optou por consolidar o programa que entra na fase obrigatória de mistura compulsória de 3% de biodiesel no diesel distribuído no país. Atualmente, cerca de 100 mil famílias (metade da meta) são fornecedoras de matéria prima para atender a demanda anual de 1,3 bilhão de litros do combustível para o mercado interno.

Outra meta que também ficou mais distante, foi de antecipar a mistura de 5% de 2013 para 2010. As principais dificuldades encontradas referem-se a organização das cadeias alternativas para produção de oleaginosas na agricultura familiar (como mamona e pinhão manso) e a forte elevação do preço das commodities. Esses fatores, levaram o governo a adotar a "cautela" e privilegiar a consolidação do que já foi alcançado.

Arnoldo de Campos, coordenador nacional do programa do Biodiesel do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), afirmou que o ingresso da agricultura familiar no programa parou de crescer e não será mais possível alcançar a meta de 200 mil famílias. "Na nova safra não haverá a ampliação do número de famílias. O importante agora é consolidar o número de 100 mil, o que já significa 250 mil pessoas, se considerarmos 2,5 indivíduos por família".

Fonte: Correio do Estado - Campo Grande/MS

Da Agência

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A soja como matéria-prima para a produção de biodiesel

Já a algum tempo venho alertando para os perigos do uso da soja como principal fonte de materia-prima para o biodiesel, mas, agora, fiquei feliz em descobrir que o governo do presidente Lula finalmente acordou para essa realidade que transformar soja em matriz principal do biocombustível é um equívoco.

"Transformar a soja na matriz principal é um erro, porque o preço é determinado no mercado internacional", afirmou.

Veja as materias públicadas aqui no nosso Blog:


Do Autor do Blog

Emissões de carbono evitadas pelos Flex-Fuel no Brasil


O total que você vê no Carbonômetro, em toneladas de CO2, é o volume de emissões evitadas pela frota brasileira de carros Flex-Fuel desde 2003, quando eles foram lançados no País.

“O Carbonômetro mostra que ações individuais estão entre as principais ferramentas que temos para ajudar a preservar o planeta em que vivemos”

Prof. José Goldemberg/USP

Para atingir a mesma economia de CO2 ao longo de 20 anos por meio do plantio de árvores, seria preciso plantar 130.028.302 árvores


Fonte: Etanol - Uma atitude inteligente

Usina de Quixada só operará a pleno vapor em 2009

As operações da usina de biodiesel da Petrobras em Quixadá só deverão iniciar as suas operações em setembro, operando, inicialmente, em fase de teste, passando a pleno vapor após seis meses.

Veja a Matéria aqui

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Campanha "Biodiesel, você usa, o Brasil acelera" da ANP

Dirigidos aos Caminhoneiros




Dirigidos aos agricultores Dirigidos aos Frotista de Ônibus

Dirigidos aos Frentistas

Filme de TV





Fonte: ANP

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Usina Premium de Biodiesel da Petrobras será no Ceará

Depois do anúncio de uma usina siderúrgica à carvão, será a vez da refinaria de petróleo, outro sonho de décadas de governos e povo cearense, ser anunciado. Durante a solenidade de inauguração do Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Pecém, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai assinar memorando com o Governo do Ceará para a construção de uma refinaria da Petrobras - do tipo Premium para a produção de 300 mil barris/dia. Um investimento de US$ 11,1 bilhões.

Hoje, segundo a assessoria de imprensa da estatal brasileira que não fala do memorando, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, participam de entrevista coletiva. Em pauta os novos investimentos no Estado do Ceará - Terminal de Regaseificação de GNL de Pecém e a Usina de Biodiesel de Quixadá - que serão inaugurados no dia seguinte na quarta-feira, com a presença do presidente Lula. A inauguração do terminal será às 9h30min, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, e da usina, às 12 horas, na Rodovia BR 122, Km 12, Distrito Juatama, Quixadá.

O líder do Governo do Estado na Assembléia Legislativa do Ceará, deputado Nelson Martins (PT), confirmou o anúncio da refinaria e disse que não tem risco de dar errado. Lembrou que trata-se de um investimento da Petrobras que vai processar produtos derivados, como querosene de avião (QAV), diesel, nafta e coque, que têm mercado internacional garantido. Segundo ele, será a quarta maior refinaria do Brasil - em primeiro será a Premium do Maranhão (ainda em projeto), a Paulínia de São Paulo e a Landulfo Alves na Bahia.

Martins destacou que a refinaria tem faturamento previsto na faixa de 45% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. "Só com esse empreendimento da refinaria o PIB do Ceará crescerá 45%", reforça, adiantando que a previsão é que comece a funcionar em 2011. Para o parlamentar não tem perigo da Petrobras voltar atrás como aconteceu na assinatura da minuta de entendimento que assegurava o gás natural para a usina Ceará Steel. "O problema foi a falta de gás que impediu de levar o projeto da siderúrgica adiante", justificou. Na opinião dele, tudo agora é diferente: a Petrobras tem necessidade de fazer o refino de petróleo e a siderúrgica privada, investimento da coreana Dongkuk com a brasileira Vale do Rio Doce, está garantida e encaminhada.

De acordo com o deputado Nelson Martins, em Juazeiro do Norte, o presidente Lula vai inaugurar o campus da Universidade Federal do Ceará. Também vai entregar cinco mil títulos de propriedade rural. Adianta que houve regularização fundiária com recursos federais em diversos municípios do Cariri.

Fonte:

Petrobras inaugura, amanhã, a Usina de Biodiesel em Quixadá

Um dia depois de o governador Eduardo Campos bater foto aqui no Recife ao lado do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a estatal vai anunciar amanhã, em Fortaleza, os novos investimentos no Estado do Ceará - Terminal de Regaseificação de GNL de Pecém e a Usina de Biodiesel de Quixadá - que serão inaugurados no dia seguinte (20/08), com a presença do presidente Lula da Silva.

A inauguração do terminal será às 9h30, e da usina, às 12h. Também participarão do evento a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, e o presidente da Transpetro, Sergio Machado

Os eventos serão transmitidos para jornalistas, ao vivo, pelo site Agência Petrobras de Notícias).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tecnologia inovadora melhora a qualidade do biodiesel

Westfalia e centros de pesquisa como o ITAL investem em tecnologias e estudos para garantir a qualidade do biodiesel e processos de produção mais ecológicos

A GEA Westfalia Separator Brasil está disponibilizando no país uma planta industrial com um novo processo para cisão de borra (sabão), efluente indesejáveis do pré–tratamento de óleos vegetais para produção de biodiesel. No novo método ocorre a cisão contínua de borras, aumentando o rendimento final deste processo. “E ainda, a água ácida, que poderia afetar a qualidade do produto, é decantada em tanques cobertos e percorre um fluxo especial, onde efluentes são neutralizados. Tudo isso antes de ser enviada para o tratamento convencional”, destaca Renato Dorsa, gerente de engenharia da GEA Westfalia Separator Brasil.

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Brasil Ecodiesel eleva prejuízo no 2º trimestre

SÃO PAULO, 15 de agosto de 2008 - A Brasil Ecodiesel Indústria e Comércio de Biocombustíveis e Óleos Vegetais, maior empresa de biodiesel do Brasil, reportou hoje um prejuízo líquido de R$ 82,536 milhões no segundo trimestre de 2008, ante resultado negativo de R$ 13,881 milhões observado no mesmo período do ano anterior. o terceiro resultado negativo consecutivo da companhia. Foi também o maior prejuízo da empresa desde o início de suas operações, em 2006. A companhia só obteve um resultado positivo, no terceiro de trimestre de 2007, quando alcançou lucro líquido de R$ 1,092 milhão. A empresa renegociou na última semana R$ 205,8 milhões em dívidas, 82,65% de todos os seus débitos. Na sexta-feira, as ações da empresa tiveram alta de 10%.

A receita líquida da companhia totalizou R$ 45,790 milhões entre abril e junho deste ano, registrando queda de 14,20% em relação aos R$ 53,373 obtidos em igual período de 2007. No segundo trimestre de 2008, as vendas totais foram de 18,9 mil m³ de biodiesel, registrando queda de 78,2% ante o trimestre anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Brasil Ecodiesel ficou negativo em R$ 65,216 milhões no segundo trimestre de 2008, enquanto o Ebitda ajustado contabilizou R$ 29,438 milhões negativos no mesmo período.
Entre os fatores que determinaram o desempenho negativo da companhia estão a elevação nas cotações dos óleos vegetais e a baixa utilização da capacidade industrial. No segundo trimestre deste ano, a empresa vendeu apenas 18,9 milhões de litros de biodiesel, 78,2% menos que no trimestre anterior. "Isso ocorreu em função da necessidade de reduzirmos os volumes enquanto não fosse solucionada a pendência em relação às multas aplicadas contra a Petrobras, cuja inadimplência pressionava o capital de giro da companhia", explicou diretor de Relações com Investidores, Ricardo Vianna.

Relatório da auditoria independente Deloite apurou que a deficiência de capital de giro da Brasil Ecodiesel é de R$ 89 milhões. Na quinta-feira, a empresa anunciou a reestruturação de 86,5% de suas dívidas e a contratação de R$ 53 milhões para capital de giro. A Deloite também apontou que na atual situação financeira da empresa, a manutenção de suas operações depende do sucesso em futuros leilões ou na participação no mercado livre de biodiesel.

Ele afirma que a pendenga com a estatal, que resultou em junho em medida judicial, não interferiu na relação entre as duas partes. "Continuamos a participar dos leilões e já negociamos contratos", diz Vianna. A ANP informou ontem por meio de sua assessoria que a Brasil Ecodiesel não foi punida pela agência com a suspensão de participação em leilão (apesar de estar inadimplente com entrega) porque não houve rescisão de contrato entre a companhia e a Petrobras.

No décimo leilão de biodiesel da ANP, as usinas da Brasil Ecodiesel foram as que mais arremataram lotes. Dos 264 milhões de litros, 63,5 milhões foram de quatro unidades da companhia, ao valor médio de R$ 2,60 o litro. "Com Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), o biodiesel, cuja entrega iniciou a partir de julho, está com preço médio de R$ 3,11, ante os R$ 2,00 do primeiro semestre, 55% maior", calcula Vianna.

Sobre a entrada da Petrobras na disputa nos leilões o diretor disse que a unidade em operação da estatal ainda é pequena, de 50 milhões de litros. "Além do mais, é sempre salutar a entrada de outras empresas no mercado que é muito concentrado. As cinco maiores, concentram 80% da produção", afirma Vianna. Ele reconheceu que, de acordo com novas especificações para o biodiesel da ANP, o uso da mamona em 100% da biodiesel não é possível, devido à alta densidade desse óleo.

A receita bruta da companhia foi de R$ 53,3 milhões no segundo trimestre de 2008, sendo que 89,6% do total, ou R$ 47,8 milhões, foram resultantes da venda de 18,9 milhões de biodiesel. O EBTDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 65,2 milhões, ante os R$ 363 mil do trimestre anterior.

Em comunicado ao mercado, a Brasil Ecodiesel informou a reestruturação de 82,65% do endividamento financeiro existente, obtendo 48 meses para liquidação, sendo 12 meses de carência e mais 36 meses para pagamento. A companhia também anunciou a obtenção de linha adicional de R$ 53,3 milhões destinados ao fortalecimento do capital de giro.

A Brasil Ecodiesel revela que obteve contratos para fornecimento de aproximadamente 70 mil m³ no segundo trimestre de 2008, com preços significativamente mais elevados, entre R$ 3.113 e R$ 3.739 por m³. Já para o último trimestre do ano, a companha informa que detém o direito de fornecer 63.500 m³, ao preço médio de R$ 2.971,62/m³.

"A Brasil Ecodiesel espera apresentar recuperação em seus resultados nos próximos períodos e continuar a desenvolver sua estratégia de diversificação de matérias-primas, reduzindo a exposição ao mercado de commodities", afirma o comunicado difundido pela companhia.

Líder na produção de biodiesel no Brasil, a companhia foi responsável por 52,6% do volume em 2007 e 21,1% no primeiro trimestre de 2008. Atualmente, a Brasil Ecodiesel conta com seis usinas operacionais, com capacidade instalada para produção de 640 mil m³ de biodiesel por ano.

Fonte: Fontes Diversas

O Paraná e o biodiesel

O Paraná não configura na lista dos dez maiores produtores de biodiesel do país, muito pelo contrário. Levantamento da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) aponta que o Paraná está longe de ser um grande produtor do combustível - das atuais 85 usinas instaladas ou em construção no país, somente seis estão no Estado.

Tal resultado está muito distante da importância do Paraná no meio agrícola nacional. O Estado é o maior produtor de grãos do Brasil com 32 milhões de toneladas na safra, representando 22% de todo o volume nacional, além disso, é o segundo em produção de cana-de-açúcar – 41 milhões de toneladas.

O secretário estadual de Agricultura, Valter Bianchini, reconheceu essa deficiência."A explicação pela baixa representatividade deve-se pela alta das commodities no mundo e aproveitamento deste bom momento pelos agropecuaristas", disse.

No entanto, Valter Bianchini comentou que esta situação está sendo revertida. Até 2009, explicou ele, haverá investimentos da Petrobrás, em Palmeira (próximo de Curitiba), e da multinacional Grenko, em Maringá, com construção de novas usinas. Além disso, há promessa de investimentos de multinacionais coreanas na produção de biocombustível no Paraná. "Essa será a entrada definitiva do Paraná no Programa Nacional do Biodiesel", ressaltou.

Copel

A Copel lançará o Programa Estadual do Biodiesel, que consiste em pequenas usinas de processamento de oleaginosas, para absorver a produção da agricultura familiar e gerar mais renda aos pequenos agricultores. "Esses empreendimentos terão pequena capacidade de produção, girando em torno de 8 mil litros por dia", comentou Valter Bianchini. A primeira usina será construída no sudoeste estadual.

Brasil

Atualmente, há no Brasil 49 usinas produtoras de biodiesel comercial em funcionamento. Juntas, têm capacidade de produção de 2,5 bilhões de litros por ano. Estima-se que a demanda nacional deste combustível, em 2008, deva ser de 1,840 milhões de litros com a obrigação em adicionar 2% do biodiesel no litro do óleo diesel.

Fonte: - Danilo Marconi - Redação

domingo, 17 de agosto de 2008

Leilões da ANP de biodiesel movimentam R$ 858,86 milhões

O 11º Leilão de Biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na sexta-feira, resultou na venda de 66 milhões de litros do produto, por 18 unidades, com uma movimentação de R$ 172,239 milhões. O preço médio ponderado foi de R$ 2,609 por litro, com um deságio médio de 0,39% sobre o preço de referência de R$ 2,62.

A Oleoplan, do Rio Grande do Sul, foi responsável por 13,64% das vendas, com nove milhões de litros, tornando-se a maior vendedora do dia. As empresas do Rio Grande do Sul venderam 38,9% (25,7 milhões de litros). Em segundo lugar, ficaram as de Goiás, com 12,9% (8,5 milhões de litros). Na Região Nordeste, as empresas que mais venderam foram as baianas, com 9,1%.

Em leilão de quinta, foram comercializados 264 milhões de litros de 23 unidades. O valor total pago foi de R$ 687 milhões. Segundo a ANP, o objetivo dos leilões de biodiesel de ontem e hoje foi atender à demanda de 330 milhões de litros gerada pela adição obrigatória de 3% de biodiesel ao óleo diesel vendido no Brasil.

No Total foram comercializados 330 milhões de litros nos dois leilões, com uma movimentação de R$ 859,859 milhões, que abastecerão o mercado até o fim do ano.

O leilão de venda de biodiesel de sexta foi o de menor deságio de todas as 11 rodadas realizadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com preço médio de R$ 2,61, o deságio foi de 0,4% - o teto de preço era R$ 2,62. Na décima rodada, realizada no dia anterior, o deságio havia sido de 0,59%.

Fonte:

Brasil Ecodiesel se reestrutura

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2008 - A Brasil Ecodiesel Indústria e Comércio de Biocombustíveis e Óleos Vegetais S.A. (Brasil Ecodiesel ou Companhia) e (Bovespa: ECOD3), a maior empresa de biodiesel do Brasil, anuncia seus resultados do 2T08 e convida para a teleconferência de resultados quer será realizada HOJE. Nas teleconferências serão discutidos os resultados do 2T08 e a reestruturação do endividamento.

Reestruturação de 82,65% do endividamento financeiro existente, obtendo 48 meses para liquidação, sendo 12 meses de carência e mais 36 meses para pagamento.

Obtenção de linha adicional de R$ 53,3 milhões destinados ao fortalecimento do capital de giro.

Medida judicial para apuração das responsabilidades e penalidades pela não retirada e não entrega de parte dos volumes de biodiesel para contratos findos em 30 de junho de 2008.

Contratos para fornecimento de aproximadamente 70 mil m3 no 3T08, com preços significativamente mais elevados, entre R$ 3.113 e R$ 3.739 por m3.

Obtenção do direito de fornecer 63.500 m3 no 4T08, ao preço médio de R$ 2.971,62/ m3.

Vendas de 18,9 mil m3 de biodiesel e Receita Líquida de R$ 45,8 milhões no 2T08.

EBITDA de R$ 65,2 milhões negativos e EBITDA Ajustado de R$ 29,4 milhões negativos no 2T08.

Prejuízo Líquido de R$ 82,5 milhões e Prejuízo Líquido Ajustado de R$ 46,7 milhões no 2T08.

ri@brasilecodiesel.com.br

www.brasilecodiesel.com.br/ri


Fonte:

Ler também:

Brasil Ecodiesel eleva prejuízo no 2º trimestre

Os percalços enfrentados pelo Biodiesel no Brasil

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Édson Silva defende venda livre de biodiesel no mercado

O Superintendente de Abastecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Édson Silva, já vê espaço para que a venda de biodiesel comece a ser flexibilizada no mercado. Atualmente, todo o volume é comercializado por meio de leilões, como os que estão sendo realizados ontem e hoje.

Os dois leilões de biodiesel prevêem a venda de 330 milhões de litros, que suprirão o mercado de outubro a dezembro. Foram leiloados 264 milhões de litros no 10º leilão da ANP,nesta quinta-feira, com preço médio de R$ 2,60 por litro, deságio de 0,59% sobre o proposto. Hoje esta sendo comercializado 66 milhões de litros no 11º leilão.

Para Édson Silva, o mercado está desenvolvido de forma suficiente para que parte do biodiesel já possa ser negociado livremente entre os diferentes agentes. Uma outra parte continuaria sendo leiloada. Ele considerou satisfatório o resultado do leilão desta quinta-feira, e considera que os 66 milhões de litros previstos para o novo leilão de hoje serão negociados.

"O mercado de biodiesel, já com a adição de 3% de óleo vegetal, estará abastecido no restante deste ano", afirmou.

A Petrobras comprou o volume negociado de 20 diferentes produtores. A maior parte do biodiesel - mais de 80% - é oriunda da soja, cujo preço vem oscialndo nas últimas semanas, mas ainda encontra-se em alta no mercado internacional. É justamente por causa da soja que Silva pede mais cautela sobre a possibilidade de já se elevar o percentual de biodiesel vendido no país.

"Existe capacidade instalada para que se aumente a demanda de biodiesel, mas acho que é apropriado no curto prazo, justamente pela dependência da soja, cujo preço está variando muito", avaliou, lembrando que as empresas disponibilizaram 347 milhões de litros para o leilão, mas o edital limitava a venda em 264 milhões de litros.

Silva disse que aprova a forma como o governo está ampliando a participação do biodiesel no mercado, de forma gradativa. Desde 1º de julho, todo diesel vendido no Brasil tem, obrigatoriamente, 3% de biodiesel em sua composição.

Além da questão da soja levantada por Édsom, a logistica de distribuição do biodiesel é outro fator importante a ser levado em consideração na precaução do aumento da mistura de biodiesel. Atualmente ainda existe alguns problemas a serem solucionados nesta área que poderiam causar serios problemas numa eventual elevação dos percentuais da mistura, como por exemplo, a falta de caminhões tanque para o transporte do biodiesel produzido nas usinas para as distribuidoras de diesel, onde ocorre a mistura.

Fonte: , Rio - CIRILO JUNIOR

Planta da ADM é a maior vendedora individual de Biodiesel no 10º Leilão da ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) conseguiu vender nesta quinta-feira no 10º leilão, 264 milhões de litros do produto, de um volume total ofertado de 347,06 milhões de litros.

O preço de referência adotado no leilão foi de R$ 2,62 por litro e o preço médio comercializado foi de R$ 2,60 - um deságio médio de 0,59% -, o que possibilitou a movimentação de R$ 687,62 milhões.

Segundo a ANP, a usina ADM, de Mato Grosso, foi responsável por 12,8% das vendas, com 33,9 milhões de litros, foi a maior usina vendedora individual de biodiesel. A Brasil Ecodiesel, porem, continua sendo a maior empresa com venda nos leilões, com 63,5 milhões de litros, 24,1% do total, distribuidos em quatro das suas unidades (Iraquara/BA - 8,2%, São Luís/MA - 8,2%, Rosário do Sul/RS - 5,5% e Crateús/CE - 2,2%).

A agência informou ainda que das 20 vendedoras do leilão, nove são da Região Centro-Oeste do país, quatro da Região Nordeste, quatro da Região Sul, duas da Região Sudeste e uma da Região Norte.

Hoje esta sendo realizado o 11º Leilão de Biodiesel da ANP, com oferta de 66 milhões de litros do produto, o que totalizará uma negociação de 330 milhões de litros nos dois leilões.

A realização dos dois leilões objetiva atender a determinação do governo federal para que, a partir de primeiro de julho deste ano, passasse a ser adotado obrigatoriamente no País o B3 - mistura de 3% de biodiesel ao diesel mineral comercializado em todo o País.

Participaram do 10º Leilão de biodiesel somente os produtores detentores do selo "Combustível Social", concedido pelo Ministério da Agricultura. Já no leilão desta sexta-feira todas as empresas que cumpram as exigências da ANP poderão participar.

Para participar de qualquer um dos leilões os produtores precisam ter autorização da ANP para exercer a atividade de produção de biodiesel, contar com o Registro Especial da Secretaria da Receita Federal e cadastro no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf).

Fonte:

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Usina da petrobras em Candeias recebe selo combustivel social

14/08/08 - A unidade da Petrobras S.A. de(Candeias/BA) é a mais nova empresa a receber o Selo Combustível Social, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Agora são 27 empresas certificadas pelo MDA como produtoras de biodiesel.

A unidade de Candeias foi inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 29 de julho de 2008 e é a primeira usina de produção da Petrobras Biocombustível, empresa que administra os projetos desse tipo de produção na Petrobras. A capacidade de produção da unidade é de 57 milhões de litros/ano, obtidos a partir de oleaginosas como a mamona e o girassol, entre outras matérias-primas, envolvendo quase 12 mil famílias de agricultores familiares.

Para o coordenador do PNPB do MDA, Arnoldo de Campos, a concessão do Selo para a Petrobras é mais um marco importante para a agricultura familiar.

"Trata-se de uma grande empresa que acaba de se comprometer em respeitar as exigências do Selo. Esperamos que esta relação seja duradoura e benéfica, tanto para estes agricultores, quanto para a empresa", diz.

Fonte: Agência Safras

Biotins quer exportar biodiesel do Tocantins

14/08/08 - A Biotins Companhia Produtora de Biodiesel do Tocantins planeja exportar o biocombustível fabricado atualmente a partir de óelo de soja degomado, óleo de cozinha reciclado, sebo bovino e óleo de girassol. A partir de meados de dezembro, a previsão é de que passe a usar o pinhão manso como matéria-prima. Até o final de setembro, a fábrica atende a Petrobrás com a disponibilização de 1,6 milhão de litros.

A empresa trabalha para importar fertilizantes, já produz com padrão europeu de qualidade, tem capacidade para produzir 8 milhões de litros por ano e usa equipamentos de fabricação oriundos da Eslováquia, com tecnologia austríaca. Tem 32 funcionários na área industrial.

O plano agrícola, segundo a assessoria de imprensa da Biotins, conta com 4 mil hectares de área plantada com pinhão no municípios de Paraíso e Caseara, ambos em Tocantins, e dos quais 1 mil hectares são oriundos da agricultura familiar.

Fonte: Agroind

Biodiesel usara energia solar no RN

12/08/08 - O Rio Grande do Norte vai abrigar a maior usina fotovoltaica (energia solar) do País. Ela será instalada no pólo industrial de Guamaré, a 165 quilômetros de Natal; e tem expectativa de gerar 80 megawatts de energia elétrica. Toda essa energia será usada para alimentar a Unidade Experimental de Biodiesel que também está instalada no pólo de Guamaré. O investimento, de acordo com a Unidade de Negócios para o Rio Grande do Norte e Ceará (UN-RNCE) é de R$ 710.400,00. Ao todo serão instalados 956 placas para absorver a luz do sol.

De acordo com a Petrobras, a instalação dos painéis solares deve estar concluída até o final deste ano. Essa iniciativa será desenvolvida como projeto do Núcleo de Energias Renováveis da Petrobras, cujo coordenador é Henrique Landa. Ele explicou que a quantidade de painéis que compõem a usina são o destaque do projeto. E que futuramente a energia gerada será usada em outros projetos da Petrobras no Estado. “”Em uma fase seguinte, vamos utilizar também a energia térmica para aquecer o fluido utilizado na produção da Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos (UTPF) economizando o gás que hoje é queimado”.

A energia fotovoltaica tem sido utilizada cada vez mais pela Petrobras em diversas unidades pelo Brasil. Em algumas plataformas desabitadas, a energia solar substituiu o diesel na alimentação dos dispositivos de medição e monitoramento. No RN, um exemplo está em Mossoró, onde a unidade de bombeamento do primeiro poço produtor do Estado (dentro do hotel Thermas) funciona movida a energia solar.

Henrique landa explicou que por se tratarem de painéis solares de alta capacidade, a temperatura nas placas pode chegar a até 200 graus (quando estiverem funcionando com todo potencial). Atualmente, os painéis estão armazenados no pólo de Guamaré, prontos para começar a serem montados. Esse projeto de exploração de energia solar contempla ainda a possibilidade de parte dessa potência ser disponibilizada para as indústrias potiguares interessadas na produção de energia elétrica a partir do calor do sol. “Visamos, em uma fase seguinte, o uso dessa tecnologia para a indústria. É a possibilidade de produzir energia elétrica sem queimar um combustível fóssil”, disse.

De acordo com o gerente de executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras (em nível nacional), Mozart Schmitt, o interesse da empresa em desenvolver esse tipo de energia ocorre por conta do alto potencial que o país, e principalmente o Nordeste, possuem. “Nós temos olhado com atenção os potenciais da energia solar, a gente sabe que temos altos índices de insolação. A gente tem estudado alguns projetos para termossolares, isso é viável hoje economicamente, porém a competitividade de projetos de geração de energia elétrica a partir do aquecimento solar, hoje ainda não existe por aqui”, explicou.

A exemplo da energia eólica, o Rio Grande do Norte também é muito bem servido de energia solar. O Estado tem cerca de 300 dias (ou mais) de sol, cada um deles com aproximadamente 10 horas de sol visível. Apesar da abundância, este tipo de energia não é explorada em larga escala no Estado (nem no Brasil). No Rio Grande do Norte, o uso mais comum ainda é por hotéis e pousadas como forma de reduzir os custos relativos a energia elétrica.

Em geral, as placas são usadas para aquecimento da água usada pelos hospedes. A economia gira em torno de 30%. O sistema de captação de energia solar é composto por painéis que captam a luz e transferem seu calor para a água armazenada num reservatório chamado “boiler”. E época de chuva, esse tipo de aquecimento tem de ser auxiliado com energia elétrica. Para aquecer água usada numa residência com quatro moradores, são necessários cerca de 4 metros quadrados de painéis.

Fonte: Tribuna do Norte - Natal/RN

BBE receberá $128 milhões do BNDES para biodiesel

SAFRAS (11) - O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um financiamento de R$ 128 milhões para a BBE Brasil Bioenergia S.A.

Segundo comunicado, os recursos serão utilizados na implantação de uma unidade integrada para extração de óleo vegetal e produção de biodiesel em Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul. O projeto está avaliado em R$ 160 milhões e o investimento do BNDES corresponde a 80% do total.

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A ADM vai duplicar a capacidade de produção de biodiesel da usina em Rondonópolis

A Archer Daniels Midland Company, a ADM, vai duplicar a capacidade de produção da usina de biocombustível instalada em Rondonópolis/MT. Com isso, a produção vai saltar dos atuais 500 mil litros (l) por dia para 1 milhão de l/dia. A previsão é que a ampliação comece a ser executada no próximo ano, possivelmente ainda no primeiro semestre. O projeto de aumentar a produção surge menos de um ano depois que a indústria iniciou oficialmente a fabricação do combustível vegetal na cidade. As informações são do secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Elio Rasia.

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ANP faz leilões de biodiesel hoje e amanhã

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza hoje e amanhã o 10º e o 11º Leilão de Biodiesel, com a oferta de 330 milhões de litros do produto. O objetivo é atender à demanda gerada pela adição obrigatória de 3% de biodiesel ao óleo diesel vendido no Brasil. A mistura B3 entrou em vigor em 1ºde julho de 2008. Estão habilitadas para participar 57 empresas.

O 10º Leilão, que tem por objetivo a venda de 264 milhões de litros de biodiesel, é aberto somente para produtores detentores do selo "Combustível Social", e o 11º Leilão, com oferta de 66 milhões de litros, para todas as empresas que cumpram as exigências da ANP.
O preço máximo de referência será de R$ 2.620/m3.

Para participar dos leilões da ANP, os produtores precisam ter autorização da ANP para exercer a atividade de produção de biodiesel, contar com o Registro Especial da Secretaria da Receita Federal, cadastro no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf) e Selo Combustível Social, que é uma exigência para alguns leilões.

Fonte:

Brasil já é o terceiro maior produtor mundial de Biodiesel

A cadeia produtiva do biodiesel no Brasil se estruturou rapidamente e, apenas sete meses após a entrada em vigor da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, o País se destaca como terceiro maior produtor e consumidor desse combustível alternativo no mundo, atrás da Alemanha e dos Estados Unidos. A série “Brasil de Todas as Fontes” do Em Questão apresenta nesta edição os avanços obtidos com o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), lançado em 2004 pelo governo federal. O programa se baseia em três pilares: econômico (criação de uma nova indústria), social (inserção da agricultura familiar) e ambiental (captura de gases de efeito estufa).

Por meio de um marco regulatório estável e uma série de leilões de compra, a cadeia produtiva foi estruturada e o abastecimento do mercado, garantido. O Brasil conta hoje com 57 usinas com autorização de funcionamento e outras 26 unidades estão em processo de regularização na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A capacidade autorizada da indústria é de 2,93 bilhões de litros — volume bem superior aos 1,25 bilhão de litros exigidos pela mistura de 3% de biodiesel ao diesel comercializado em todo o País. Mais de 65% das usinas detêm o Selo Combustível Social, as quais representam 95% da capacidade instalada. Concedido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), o selo assegura benefícios fiscais para as unidades produtoras que compram matéria-prima da agricultura familiar.

Combinada com a agricultura empresarial (agronegócio), a participação da agricultura familiar é cada vez mais organizada e aproximadamente 100 mil famílias já produzem cerca de 20% de toda a matéria-prima entregue às usinas.

Hoje, a cultura mais utilizada na produção de biodiesel no Brasil é a soja (+ 80%), o sebo é a segunda (10%).

No aspecto ambiental, a mistura de 2%, ampliada para 3% em julho, garante um balanço muito mais sustentável na produção de combustíveis veiculares por conta da absorção de gases de efeito estufa na etapa agrícola, o que não ocorre com derivados de petróleo. Ou seja: o que o veículo emite na queima do combustível é anulado na fase do crescimento da planta quando ocorre a captura de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono.

Como forma de organizar a produção e garantir o abastecimento gradativo do mercado, o governo promoveu nove leilões nos últimos dois anos e meio. A partir de janeiro de 2008, todo o diesel comercializado no Brasil passou a ter, obrigatoriamente, 2% de biodiesel. Esse percentual foi ampliado para 3% em julho, o que reforçou ainda mais a participação de fontes limpas e renováveis na matriz brasileira de combustíveis. O programa prevê a ampliação da mistura para 5%, em 2013.

Fonte:

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O Brasil tem todas as condições para ser líder na produção mundial de Biodiesel

As perspectivas para o mercado de combustíveis, se tudo continuar como está, não são positivas. O petróleo e demais fontes fósseis de energia estão com os dias contados. Segundo especialistas, as reservas atuais darão conta do abastecimento mundial por mais apenas 40 anos...

Por conta deste panorama, o mundo todo começa a investir seriamente em outras fontes prováveis de energia que já vinham sendo estudadas no passado, sejam as opções a produção de biocombustíveis, o melhor aproveitamento de gás natural ou qualquer outro combustível renovável e não-poluente. Tudo isso ficou ainda mais urgente após a discussão do Protocolo de Quioto, através do qual os países devem diminuir sua cota de emissão de gás carbônico (C02), principal causador do efeito estufa. Portanto, o momento é de escolha de tecnologia a ser adotada e de qual matéria-prima utilizar para geração de energia.

No Brasil, de tradição agrícola, a pesquisa do biodiesel tem se mostrado a opção número um. Com grande extensão territorial para plantação, o combustível obtido através de óleos vegetais pode ser o diferencial. Neste contexto, o insumo número um é a soja, já que o país é um dos maiores produtores mundiais do grão.

O Pólo Nacional de Biocombustíveis, na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) é responsável por centralizar as pesquisas feitas no país em relação ao biodiesel e desenvolver outras com cana-de-açúcar e derivados, além de insumos como madeira, milho, amendoim, soja e girassol. tem sido também papel dele contribuir na definição de estratégias no campo da energia baseada em fontes alternativas e conta com a participação dos ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia e Minas e Energia.

No entanto, substituir o óleo diesel pelo vegetal não será tarefa fácil, já que o tradicional continua sendo mais barato. O Brasil importa mais de 18% do óleo diesel que consome e, para fazer a troca, será necessária uma grande produção de matéria-prima vegetal, seja ela a soja, o dendê, a mamona, o girassol ou outro insumo. A utilização de uma gama de vegetais tem sido uma oportunidade para o aproveitamento do potencial de diferentes estados brasileiros. Só para atingir o objetivo de substituir 5% do diesel importado pelo de óleos vegetais deverão ser produzidos aproximadamente 3 bilhões de litros de biodiesel anualmente.

O interesse pelo desenvolvimento no país de novas fontes combustíveis vai além das fronteiras brasileiras. Para o governo americano o potencial do Brasil quanto ao biodiesel não é nada desprezível. Segundo estudos do NBB (National Biodiesel Board), órgão americano de implementação de biodiesel nos Estados Unidos, o Brasil tem todas as condições para ser líder na produção mundial deste tipo de combustível, promovendo a substituição de 60% da demanda mundial do óleo diesel.

Fonte: Agronegociar.com

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Petrobras e o Biodiesel

A Petrobras inaugurou em Candeias (BA), a primeira das três fábricas de biodiesel com as quais a empresa pretende, até 2012, produzir 40% da demanda nacional do combustível alternativo — a meta são 940 milhões de litros por ano, frente a uma necessidade de 2,4 bilhões de litros quando a mistura for de 5%. As próximas usinas, previstas para inauguração em agosto, serão em Montes Claros/MG e Quixadá/CE . Todas serão controladas por uma nova subsidiária da estatal, a Petrobras Biocombustível, que vai reunir ainda os negócios de etanol voltados à exportação.

A inauguração em Candeias e a nomeação dos diretores da Petrobras Biocombustível se deram em clima defensivo, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e dirigentes da Petrobras rebatendo as críticas dos que acusam os biocombustíveis de provocar inflação nos preços dos alimentos. “Enquanto eu for Presidente, se alguém provar que o aumento dos biocombustíveis tem impacto nos preços dos alimentos, eu não seria louco de deixar de encher o tanque de um brasileiro para encher o tanque de um automóvel, até porque o meu tanque precisa estar cheio para apertar o pé do acelerador”, discursou Lula. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, emendou: “No momento em que internacionalmente sofremos ataques equivocados , querem atribuir ao programa do biodiesel brasileiro responsabilidades que não são dele.”

A usina de biodiesel de Montes Claros/MG ocupa uma área de 103 mil metros quadrados no Distrito Industrial de Montes Claros e teve a pedra fundamental lançada em 22 de dezembro de 2005 (com a presença de Lula). Ela é considerada estratégica por ser a única entre as três unidades produtoras do chamado combustível verde situada na Região Sudeste. O empreendimento recebeu investimentos de R$ 73,4 milhões e terá capacidade para produzir 57 milhões de biocombustível por ano, a partir do aproveitamento de oleaginosas como mamona, algodão, amendoim e outras. A sua capacidade de produção será a mesma das outras duas usinas. Assim, com as três unidades em funcionamento, a Petrobras vai produzir 171 milhões de litros de biodiesel por ano. A meta da Petrobras Biocombustível é produzir 1 bilhão de litros de biodiesel por ano.

Fonte: Em cima da notícia

Distância entre insumo e usina afeta biodiesel

Da forma que está estruturada a cadeia produtiva dos biocombustíveis, com as usinas estando distante das regiões produtoras de matéria-prima, o Brasil corre o risco de gastar uma imensa quantidade de óleo diesel para produzir biodiesel, o que seria um contrasenso econômico e ambiental.

A avaliação é de Décio Gazzonni, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e um dos palestrantes do III Congresso Brasileiro de Mamona (CBM), que está acontecendo em Salvador desde segunda e será encerrado amanhã.

“Na Bahia, a usina inaugurada pela Petrobras em Candeias, na semana passada, está numa área onde não se plantam as principais matérias-primas, como mamona, algodão e soja, cujas produções estão na região de Irecê e no oeste. Tal situação demanda o transporte desse material por caminhões à base de óleo diesel”, destacou Gazzonni, salientando que o problema seria o mesmo caso a usina fosse implantada nessas regiões. “Como o mercado consumidor está no litoral, o biodiesel também teria que ser transportado para cá. O problema é de logística”, disse.

Outro problema indicado pelo pesquisador refere-se à baixa produtividade da lavoura.

Segundo a Embrapa, a Bahia é o maior produtor nacional de mamona, com 141 mil hectares de área plantada dos 154 mil hectares voltados para a mamona no Brasil. “Apesar disso, hoje, a produção é de 700 quilos de mamona por hectare, quando o ideal para se garantir a rentabilidade seria de 2,0 a 3,0 toneladas por hectare. “Só assim, o pequeno produtor poderia obter vantagem com a mamona e, realmente, ter condições de se inserir na cadeia produtiva”,afirmou Gazzonni, ressaltando que o cenário derruba inclusive o alarde em torno da resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), estabelecendo que a mamona não é indicada para ser utilizada pura na fabricação de biodiesel. “Nos parâmetros da produção atual, de modo algum seria possível suprir a indústria do biodiesel apenas com mamona”, enfatizou.

Fonte:

Fundação Bradesco ensina a produzir biodiesel na propriedade

06/08/08 - Pequenos produtores de aves e suínos podem aproveitar um resíduo potencialmente poluente do abate, a gordura, para economizar combustível e reduzir a emissão de gases do efeito estufa, sobretudo metano. A partir da gordura suína ou avícola derretida, filtrada e misturada a soda cáustica e metanol, pode-se obter um eficiente biodiesel para movimentar tratores e outros motores a diesel da propriedade rural.

A fabricação artesanal do biodiesel foi pesquisada na escola da Fundação Bradesco Bodoquena, em Miranda (MS). O projeto, Teste para disponibilização da produção de biodiesel aos pequenos produtores de forma artesanal através de gordura animal, desenvolvido pelo aluno Flávio Araújo Marques e o professor Marcelo de Carvalho Lorenzine, foi o grande vencedor do 51º Concurso Cientistas do Amanhã, do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (Ibecc/Unesco).

A tecnologia, segundo o diretor de Ensino, Marcos de Souza Filho, servirá para reciclar o resíduo gerado na própria escola. “Temos criações de suínos e aves, abatidas aqui para alimentação própria”, conta. “Uma parte dos resíduos ia para compostagem; a outra virava lixo.” Com o biodiesel artesanal, Souza Filho diz que será possível aproveitar 100% dos resíduos e economizar combustível. “Repassaremos também a tecnologia para os pais de alunos, muitos deles pequenos produtores rurais da região.”

Fonte: - Tânia Rabello

Do:

Colômbia quer usar biodiesel de palma como alternativa à coca

País é o maior produtor de óleo de Palma/Dendê (Elaeis guineensis, Jacq.) - base para o biodiesel - das Américas e o quinto maior do mundo (atrás de Malásia, Indonésia, Nigéria e Tailândia)

Com a experiência de quem já é um dos maiores produtores mundiais de óleo de palma, a Colômbia está começando a ingressar no circuito de produção de biodiesel. A matéria-prima principal é a mesma dos óleos comestíveis: a palma, também chamada de dendê.

O país tem 357 mil hectares já cultivados e planeja chegar a 500 mil hectares até 2010. Para 2020, a meta é que 2 milhões de hectares de terras estejam destinadas à palma - com parte disso sendo usado para a fabricação de óleo e outra parte como fonte de energia.

Como acontece no Brasil em relação ao etanol, produtores e governo colombianos defendem seu combustível alternativo como uma matriz sustentável mais limpa e mais barata de energia em relação aos combustíveis fósseis. Mas na Colômbia há outro e muito peculiar argumento: o de que a cadeia de produção do biodiesel no país, uma vez fortalecida, servirá como fonte de emprego e renda aos camponeses que hoje cultivam a folha de coca - base para produção da cocaína - e àqueles forçados a migrar fugindo de grupos armados ou do narcotráfico e que tentam se estabelecer em outras áreas do país.

"A motivação do governo ao estimular a produção de biocombustíveis não é apenas energética nem apenas ambiental. Isso tudo é importante, mas o que é decisivamente importante para nós é que os biocombustíveis nos ajudem a criar uma solução para o pós-conflito", disse ao Valor, em seu escritório em Bogotá, Arturo Infante Villarreal, coordenador nacional para o desenvolvimento de biocombustíveis do Departamento Nacional de Planejamento.

Segundo ele, hoje existem algo em torno de 20 mil colombianos trabalhando com a cultura da coca no país - aproximadamente um trabalhador por hectare. No caso da palma, cada dez hectares geram um emprego direto e dois indiretos, diz. "Se chegarmos aos 2 milhões de hectares, um total de 600 mil empregos serão criados."

Em algumas regiões do país, acrescenta o diretor de desenvolvimento tecnológico e proteção sanitária do Ministério da Agricultura colombiano, José Leonias Tobón, as plantações de palma já são alternativa aos cultivos ilícitos de coca. É o que já ocorre, diz ele, nos Departamentos de Meta, Caquetá e Nariño.

Especialista em biodiesel no ministério, Tobón, que já atuou em áreas de plantios ilícitos elaborando projetos alternativos para os agricultores, faz as contas: diz que, para o produtor, dois hectares de palma rendem anualmente algo em torno de 7 milhões de pesos colombianos (uns US$ 4 mil). E que um produtor de coca fatura 2 milhões de pesos a cada dois meses - mas, considerando os descontos aplicados pelos traficantes com os custos de insumos, transporte e outros, o camponês chega a receber algo em torno de 500 mil pesos por bimestre.

Muitos trabalhadores rurais colombianos vinculados ao plantio de coca atuam como temporários nas plantações de palma. Depois da safra, voltam para os plantios ilícitos. O desafio do governo é tentar fazer com que a indústria do biodiesel ofereça oportunidades para que os camponeses tenham trabalho o ano todo no campo.

O plano de expansão da palma também interessa às Forças Armadas. Isso porque, num país tão militarizado (com um contingente aproximado de 400 mil homens), o novo segmento de energia poderá significar alternativas econômicas para milhares de soldados que deixam o serviço militar todo ano e que muitas vezes acabam sem uma perspectiva de emprego clara.

Somente no Exército, são 100 mil soldados que dão baixa todos os anos. A taxa de desemprego na Colômbia era em maio de 10,7%. No quarto trimestre de 2007, o país era o líder em desemprego numa comparação com mais sete países latino-americanos.

Mas a Colômbia ainda tem pouca experiência com o biodiesel. Os primeiros litros começaram a ser produzidos em dezembro. O país tem duas usinas privadas em atividade e uma terceira, pequena, estatal. A produção total é de 300 mil litros diários. Mas, segundo Tobón, até o ano que vem um total de nove usinas estarão em funcionamento, elevando a produção diária para 2,4 milhões de litros.

A produção tem mercado certo. O governo estabeleceu, ainda no ano passado, que 5% do combustível comercializado na costa atlântica deve ter uma mistura de 5% de biocombustível. Este ano, a regra já vale para todo o país. Em 2010, a mistura será de 10% e, em 2012, de 20%. A Colômbia também tem investido na produção de etanol, cuja mistura também segue, desde 2005, uma progressão escalonada até os 20% em 2012.

Embora seja produtora de petróleo, a Colômbia passou a se preocupar com seu abastecimento no início da década, quando estimativas apontaram que o equilíbrio entre oferta e demanda por petróleo no mercado interno duraria até no máximo 2009. A partir de então, a oferta passaria a ser insuficiente. Essa margem foi revista e agora a expectativa é de que a data limite seja 2014.

Em parte porque durante anos as atividades de prospecção foram interrompidas por causa da falta de segurança no interior do país, a Colômbia está há anos sem descobrir um campo de petróleo significativo. A aposta nos biocombustíveis pareceu então uma alternativa a uma possível demanda que não atendida pelo petróleo do país.

O governo colombiano passou a subsidiar 20% dos custos de uma nova plantação, além de conferir outros incentivos, como isenção de imposto de renda por certos períodos e a possibilidade de usinas de biocombustível obter, sob algumas condições, o status de zona franca uniempresarial.

A produção de biocombustível colombiana, diz Arturo Infante Villarreal, servirá para abastecer o mercado interno, mas os olhos do país estão voltados também para as exportações. Os EUA, principal parceiro comercial colombiano e com quem Bogotá espera ver ratificado um acordo de livre comércio, seriam um mercado potencial. A palma, assim como a cana, possuem uma densidade energética superior ao etanol de milho, comum nos EUA. Enquanto, segundo dados de Infante, a palma produz 148 milhões de BTU por hectare ao ano e a cana 135 milhões, o etanol de milho produz 63,3 milhões e o biodiesel de soja, 23,14 milhões. "Imagine quantos hectares de terra os EUA precisam para produção de energia com uma planta com essa densidade energética tão baixa", diz Villarreal.

No país, a palma cresce nos mesmos terrenos onde cresce a coca. E isso cria dores de cabeça para as autoridades. "Os narcotraficantes descobriram que se plantassem coca entre linhas de palma conseguiam evitar as fumigações [feitas pelo governo com substâncias químicas para destruir os plantios ilícitos]", diz Villarreal. Como é mais alta, a palma encobre e esconde a coca. "Esse é um assunto para o qual estamos muito atentos."

Outra dor de cabeça é o fato de grupos armados tentarem às vezes se aventurar pelo mercado da palma. O objetivo é lavar dinheiro. Há pouco tempo, houve um caso de plantações de palma em Urabá, região de fronteira com o Panamá onde não apenas guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) estavam presentes, mas principalmente os paramilitares. Entraram num plantio de 10 mil hectares e expulsaram os trabalhadores para assumir a produção e lavar dinheiro. A ação foi descoberta, e o grupo se tornou alvo das forças armadas colombianas.

Essas incursões - combatidas pelo Exército, segundo o governo - de grupos armados no setor ajudam a dar asas a críticas feitas no exterior em relação à indústria do biocombustível no país andino.

"O lobby da soja nos EUA fez uma campanha contra a palma plantada na Ásia alegando primeiro que podia ser cancerígena e, depois - e com certa razão -, que a expansão das plantações estava destruindo as florestas. Aqui, também nos acusam de estarmos destruindo a mata, como dizem do Brasil, nos criticam pelas fumigações e fazem associações com a droga", critica Villarreal, dizendo que as críticas são injustificadas.

A Colômbia, juntamente com o Brasil e outros países produtores de biocombustíveis, está discutindo a elaboração de um selo de qualidade para garantir ao mercado que o produto foi fabricado de acordo com critérios sociais e ambientais. "Entramos tarde nesse setor, mas estamos unindo forças com o Brasil nos fóruns internacionais contra os ataques voltados ao biocombustível", afirma Villarreal.

Fonte: - Marcos de Moura e Souza - 05/08

Do: Jornal da ciências

terça-feira, 5 de agosto de 2008

CORA fecha parceria com Bioauto para Biodiesel

Em reunião realizada nesta quarta-feira, 30, a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Arujá, Cora, fechou parceria com a empresa Bioauto para comercializar o óleo vegetal usado coletado no município. Com isso, a cooperativa deixa de vender para atravessadores e passa a comercializar o material diretamente com a indústria, o que aumentará em cerca de R$ 15,00 a renda de cada catador.

A Cora já realiza no município a coleta de óleo no condomínio Arujá 5 e em alguns bares e restaurantes. Segundo o presidente da Associação, Carlos Henrique Nicolau, por mês os catadores já contabilizam 300 litros de óleo com a coleta, mas com novas parceria a meta é ampliar ainda mais esse número. "Já estamos colocando em prática a implantação da coleta seletiva e de óleo no Condomínio Hills III e no Arujá IV, onde iniciamos recentemente a coleta seletiva em agosto e a coleta do óleo também", adianta Carlos.

Na parceria com a Bioauto a Cora se responsabiliza por realizar a coleta do material no município enquanto a empresa vai ceder à associação as bombas para armazenamento do óleo. Juntos, eles planejam realizar na cidade uma campanha educacional em agosto voltada para proprietários de bares e restaurantes. "A Bioauto vai disponibilizar para nós um material de divulgação para sensibilizarmos a população e principalmente os donos de bares e restaurantes para que juntos possamos aumentar a coleta do óleo, evitando assim a poluição do meio ambiente", explica o presidente da associação.


Parceria trará benefícios ao município

Além de possuir o título de "Cidade Natureza", Arujá ainda tem 52% de seu território considerado como área de proteção de mananciais, ou seja, próxima a nascentes. Por isso, o cuidado com a preservação do meio ambiente deve ser constante e nesse quesito a parceria entre a Cora e a Bioauto só vem a contribuir. É o que afirma a representante da empresa, Maria Aparecida. "Existem pesquisas que apontam que um litro de óleo vegetal despejado em ralos, pias ou bueiros pode contaminar até um milhão de litros de água e, sabendo que a cidade possui grande parte de seu território em área de manancial, percebemos ainda mais a necessidade de realização de iniciativas como essa", disse Maria Aparecida.

A profissional ainda destaca a relevância da negociação com associação de Arujá. "A parceria com a Cora é importante tanto para a empresa, já que nos abastecerá da nossa matéria-prima, quanto para diminuir a poluição desse recurso natural essencial que é a água. Além disso, vimos o trabalho sério que a cooperativa desenvolve na questão de inclusão social dos catadores e sabemos que trabalhando com eles vamos agregar valor aos projetos da Cora e incentivar que eles se desenvolvam cada vez mais", afirma.

Maria Aparecida também adiantou que está organizando junto à associação uma visita de crianças do município à empresa para participarem do programa de educação ambiental que desenvolvem. "Temos duas educadoras ambientais aqui na empresa que realizam um trabalho muito bom com o público infantil e estamos agendando com a Cora uma visita das crianças de Arujá para que elas possam participar e conscientizar quanto à importância da reciclagem", explica Maria.

Curitiba terá ônibus movidos a biodiesel de óleo de fritura

No próximo mês chegam a Curitiba (PR) doze ônibus articulados (veículos duplos com estruturas unidas por uma “sanfona”) que marcam o início de mais uma experiência da administração municipal no sentido de implantar no transporte urbano combustíveis alternativos ao diesel.

Esses ônibus – seis da Volvo, seis da Scania – vão rodar movidos a biodiesel feito com óleo de fritura usado. O processo de beneficiamento do produto – resumidamente, filtragem e esterificação - terá de observar especificações européias, uma exigência das montadoras para garantir que não haja prejuízo aos componentes do motor.

Essa iniciativa foi o tema da segunda Reunião do Grupo de Trabalho de Avaliação das Mudanças Climáticas, formado em maio passado no âmbito do Conselho Municipal de Meio Ambiente.

No encontro, realizado na sexta-feira passada na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smma), Élcio Luiz Karas, da Área de Vistoria e Cadastro da Urbs (Urbanização de Curitiba), fez uma apresentação sobre ações do órgão dentro do Programa de Utilização de Combustíveis Alternativos, posto em prática desde 1995, quando cinco ônibus começaram a circular abastecidos com uma mistura de álcool hidratado e aditivo, na proporção de 95% e 5% respectivamente.

Agora, esses doze veículos movidos a B100 – tecnicamente, como se denomina o combustível – vão demandar por dia dois mil litros de óleo de fritura, pelos cálculos da Urbs. A oferta deste, a princípio um resíduo de alto potencial poluente, é estimada em 800 mil litros/mês, portanto suficiente para essa investida inicial.

A proposta é que uma empresa já em operação na cidade faça a coleta, numa logística que incluirá condomínios, restaurantes e comunidades. “Isso está sendo desenhado e estamos cientes de que precisaremos do apoio de grande parte da população”, disse Élcio, lembrando que a experiência contribui para resolver – ou ao menos minimizar - um passivo ambiental.

Os doze ônibus compõem dois terços da frota inicial a circular pela chamada Linha Verde, o sexto corredor de transporte urbano de Curitiba, cuja primeira etapa está prevista para entrega em outubro próximo, num investimento de R$ 121 milhões.

Maior obra de infra-estrutura viária em andamento no Paraná, esse primeiro trecho tem 9,4 quilômetros de extensão e corta dez bairros, no leito da antiga rodovia BR-116.

Operam hoje em Curitiba 28 empresas de ônibus – urbanas e metropolitanas -, que disponibilizam à população 2.690 veículos, cujas emissões são verificadas periodicamente. Na mais recente verificação, a Urbs constatou que, comparativamente à anterior, seis meses antes, houve redução de 11% no índice de fumaça emitida (opacidade, no jargão técnico). A amostra foi de 680 ônibus, o equivalente a 36% da frota.

Fonte: