São Paulo, 26 - O Brasil perde oportunidades ao deixar de reaproveitar o óleo de soja consumido no mercado interno para produção de biodiesel. A avaliação é do diretor de logística e gestão empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto.
Após a apresentação realizada nesta manhã no Biodiesel Congress, realizado em São Paulo, Porto afirmou que o Brasil poderia montar uma estrutura semelhante à que já existe com a reciclagem de alumínio e garrafas PET para reutilizar o óleo de soja. "É uma excelente opção porque reduz o passivo ambiental, já que o produto seria descartado, e ainda gera ocupação e renda", explica.
A demanda por biodiesel, após a adoção de 3% ao diesel, é projetada em 1,8 bilhão de litros neste ano. Já o consumo de óleo de soja é projetado em 3 bilhões de litros neste ano. "Se em uma projeção mais pessimista, poderíamos reciclar entre 10% ou 30% do óleo. Imagine o quanto isso representaria para a produção de biodiesel?", pondera.
Porto explica que o governo mantém sua meta de buscar matérias-primas alternativas, que estejam ligadas a outros biomas, como no Nordeste. "O pinhão manso ainda será uma alternativa vinculada à agricultura familiar", afirma. O chairman e CEO da Integrated Biodiesel Industries, Marcelo Lopes, reforçou que o setor mantém a busca por matérias-primas alternativas em face dos elevados preços da soja no mercado internacional.
Preços
Os especialistas reunidos hoje mostraram que apesar do recuo recente, a oleaginosa deve se estabilizar em patamar superior ao preço médio histórico. Dentre as opções pesquisadas, Lopes destacou o pinhão manso, as algas e a segunda geração dos biocombustíveis, produzidos a partir de biomassa, rejeitos vegetais e lixo urbano.
Atualmente, a soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel no Brasil, correspondendo a 80% do total. O sebo bovino responde a cerca de 20% e o restante é produzido a partir de outras fontes. (Fabíola Gomes)
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