sexta-feira, 25 de julho de 2008

Agricultura familiar no Mato Grosso é fortalecida pelo Biodiesel

O desenvolvimento da produção de biodiesel em Mato Grosso é fator decisivo para a melhoria da agricultura familiar no Estado. A afirmação foi apresentada nesta quinta-feira (24) durante o seminário Fortalecimento da organização na base de produção de oleaginosas da agricultura familiar para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (Seder), o evento reuniu grandes empresas produtoras do combustível ecológico com representantes dos agricultores familiares de todo o Estado.

“As empresas reconheceram que existiram erros durante a implantação do biodiesel na agricultura familiar, isto é algo que eu não esperava ouvir aqui. Estou muito satisfeito porque estamos buscando soluções para melhorar nossa produção, juntos”, comentou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondonópolis, Antônio Paulo de Arruda. Ele citou a cultura da mamona como exemplo, “nós não tínhamos a tradição com esta planta, por isso foi difícil trabalhar com esta oleaginosa. Mas com orientação técnica está começando a ser mais rentável”.

O ponto crucial para o fortalecimento da agricultura familiar está no Selo Combustível Social, rótulo inserido para empresas que utilizam pelo menos 10% de sua matéria prima oriunda da agricultura familiar. O Selo faz parte do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), explica o assessor da Plural Cooperativa, Nelson Borges. Ele detalhou que as empresas que recebem este selo possuem prioridade nos leilões da Agência Nacional de Petróleo. “Estas empresas compram as cotas oferecidas pela ANP, as cotas que sobram são vendidas para as empresas que não possuem o Selo Social”.

Em Mato Grosso, o superintendente de Política Agrícola da Seder, Rogério Monteiro Costa, detalhou que são 29 as empresas que trabalham com o biodiesel, mas apenas seis delas possuem o Selo Social. Ele acrescentou que a Seder está estudando maneiras de aumentar o número destas empresas com Selo Social, que elas passem a utilizar mais a matéria prima vinda agricultura familiar. “São agricultores que precisam da mão do Estado. Existe a produção nestas áreas, mas a comercialização é o grande problema. A compra da produção por estas empresas é vantagem para todos”. Rogério também adiantou que existe a possibilidade dessa cota de 10% para aquisição do Selo Social pode ser elevada para 20%, fortalecendo ainda mais a agricultura familiar. (Silvana Ribas)

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