O Noble Group está, definitivamente, decidida a entrar no mercado de produção de biocombustíveis no Brasil. Após alguns importante aportes no setor, no ano de 2007, entra na disputa da Agrenco Holding, disputando o controle da empresa com a Louis Dreyfus Commodities (LDC).
O Noble Group no ínicio do ano passado adquiriu cinco armazéns de grãos no Mato Grosso e Paraná, por US$ 18 milhões. Logo depois, comprou a Usina Petribu Paulista, no interior paulista, com capacidade de esmagamento de 2,5 milhões de toneladas. Depois disso, foram investidos US$ 150 milhões para dobrar a capacidade da usina e também implementar melhorias.
No mês passado, anunciou a intenção de investir US$ 300 milhões na construção de uma nova usina de açúcar e álcool em São Paulo, com capacidade de esmagar 8 milhões de toneladas anuais. A informação foi dada pelo vice-presidente do Noble, o indiano Harry Banga, em passagem pelo Brasil. A nova planta, prevista para entrar em funcionamento dentro de 18 a 24 meses, produzirá principalmente etanol.
No dia oito, terça-feira última, próxima, a Noble do Brasil entrou na disputa pela compra da Agrenco, fazendo uma proposta contendo condições equivalentes àquelas do Memorando de Entendimentos firmado entre a Agrenco e o grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC), dona da usina de biodiesel Coinbra em Ponta Grossa/PR , o qual propunha a compra da companhia por cerca de US$ 100 milhões, sendo US$ 33,5 milhões por meio de empréstimo conversível em ações que, na prática, significa a transferência do controle acionário da Agrenco para o LDC em troca de uma operação de capitalização.
O Noble Group é uma Trading multinacional de commodities com sede em Hong Kong. Atua no Brasil há quase 20 anos, no financiamento e comércio de produtos agrícolas, com destaque para a exportação de café e grãos. Ela apresentou, além da proposta, com validade de sete dias, um adicional adicional, equivalente à multa de descumprimento contratual estabelecida no memorando com a LDC.
Hoje, em comunicado à CVM - Comissão de Valores Mobiliários, a empresa LDC comprometeu-se a confirmar a transação dentro de dois dias úteis - ou seja, até sexta-feira, sem exigir o cumprimento de todas as condições pedidas antes. A ausência de realização de oferta pública de aquisição para os acionistas da Agrenco, por exemplo, não é mais condicionante para fechar o negócio, mas diz ainda depender do resultado da auditoria.
Agora, a LDC quer apenas a aprovação integral dos acionistas da Agrenco e autoridades regulatórias, o fim da due diligence, a assinatura de contratos definitivos e a inexistência de uma " mudança adversa relevante " . Se essas condições forem cumpridas, a LDC promete realizar a operação de capitalização da Agrenco, no valor de US$ 33,5 milhões, elevando, assim, o capital social da empresa, imediatamente após o prazo de dois dias úteis. “Considerando ainda que, a Agrenco deve negociar com a LDC em boa fé", o Conselho de Administração, decidiu continuar as negociações com a LDC pelos próximos dois dias úteis.
A Agrenco começou a dar os primeiros sinais de problemas financeiros em abril com o atraso de um mês do pagamento de produtores. Em meados de junho, a empresa Hunter Douglas do Brasil Ltda. pediu a falência da Agrenco em São Paulo por falta de pagamento de materiais de construção.
Em 2007, a Agrenco faturou US$ 1,5 bilhão com exportação de grãos e farelo do Brasil, Argentina e Paraguai. A previsão com seus três complexos agroindustriais recém construídos era de aumentar o faturamento em mais de US$ 1,1 bilhão.
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