sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Produção de biocombustíveis vai triplicar em Portugal

A corrida à produção de biocombustíveis está ao rubro. Em Portugal, existem atualmente duas unidades com dimensão relevante, a Iberol, em Alhandra, e a Torrejana, em Torres Novas, a produzir com uma capacidade da ordem das 200 mil toneladas, que é toda comprada pela maior petrolífera nacional, a Galp. Uma produção que hoje garante o abastecimento de 3% do consumo nacional de combustíveis.

Mas com os vários projetos já anunciados - Martifer, Enersis, Galp, entre outros -, a produção nacional deverá aumentar para as 650 a 700 mil toneladas. Um valor suficiente para satisfazer a ambiciosa meta nacional de 10% para incorporação bio até 2010 e provavelmente até para exportar.

Na Europa, a meta de 5% terá de ser substancialmente reforçada nos próximos anos. Segundo estimativas da Europia (associação europeia das petrolíferas), a União Europeia terá de garantir uma percentagem de 16% de biocombustíveis no consumo total de combustíveis rodoviários, se quiser cumprir a meta de redução de 10% das emissões de dióxido de carbono até 2020. O problema é que a Europa, e ainda mais Portugal, é altamente deficitária nas matéria-primas usadas no biocombustível, pelo que terá de recorrer à importação maciça de óleos, pressionado ainda mais os preços dos produtos alimentares que utilizam os mesmos cereais de base.

Para José Horta, secretário-geral da Associação das Empresas Petrolíferas Portuguesas (APETRO), o grande dilema que tem de ser resolvido a nível mundial é encontrar um equilíbrio entre a crescente procura da nova indústria - que promete reduzir a dependência do petróleo e as emissões de CO2 -e as necessidades alimentares mundiais, em particular do Terceiro Mundo. E uma das respostas passa por recorrer a culturas que não tenham uma utilização alimentar. Um exemplo é um arbusto que está a ser desenvolvido em países como o Egipto, Índia, Colômbia e Madagáscar. Segundo João Cardoso, presidente da Torrejana, as sementes do jatropha curcas permitem maior aproveitamento de óleo (40%) com menos área produzida, sendo que este produto não serve para a alimentação.


Fonte: Diário de Notícias - Portugal

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