segunda-feira, 30 de abril de 2007

Biodiesel e Etanol: Nações Unidas apóiam Brasil

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) vai entrar na briga sobre o uso do etanol (álcool combustível), dando razão ao Brasil.

A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a FAO fez um diagnóstico sobre o assunto e concluiu que os biocombustíveis não prejudicam a produção de alimentos no mundo, como argumentam os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro.

Segundo Lula, mais do que fontes alternativas baratas, o etanol e o biodiesel oferecem repostas eficazes para os principais desafios da época – como geração de empregos – e diversificam a pauta exportadora.

“Vamos tirar a ideologia dessa discussão”, afirmou o ex-ministro José Graziano, atualmente no cargo de representante regional da FAO para a América Latina e Caribe. Lula recebeu as conclusões das Nações Unidas das mãos de Graziano, ao lançar a campanha intitulada “América Latina Sem Fome”.

“Esse é um tema novo, pouco conhecido e alvo de muita especulação. Não é uma solução para todos os países, não é uma panacéia, mas semear combustível é uma grande oportunidade de tirar muita gente da pobreza”, disse Graziano.

Discurso conciliatório
O presidente Lula iniciou a visita de menos de um dia a Santiago disposto a buscar novos aliados sem aumentar os rumores de que deseja isolar a Bolívia e a Venezuela, após uma sucessão de contenciosos com os dois países, que vão da questão do etanol à criação do Banco do Sul.

Não foi uma tarefa fácil, mas Lula usou o discurso no encerramento do Fórum Econômico da América Latina para pregar a união sul-americana: disse que as opções ideológicas dos governantes não são problema, mas solução, porque os eleitores escolheram nas urnas o caminho da mudança.

Convencido de que é preciso acenar para a conciliação, Lula fez um pronunciamento diplomático, no qual mencionou até mesmo o Banco do Sul – alvo de ruidosas divergências entre Brasil, Bolívia e Venezuela –, ao admitir que a região precisa de fontes inovadoras de financiamento.

Afirmou, porém, que, antes disso, é necessário aprofundar o processo de integração na área de infra-estrutura (já iniciado, no seu diagnóstico, com a construção de estradas, pontes e hidrelétricas) e fixar normas e critérios comuns de financiamento.

Na prática, Lula não recuou de sua posição anterior, evitando aceitar um “prato feito” antes de discutir melhor o tema.

Avaliou que é preciso concentrar esforços para a harmonização dos interesses do Mercosul e da União Sul-Americana de Nações. Não quis, no entanto, sair do encontro com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, dando a impressão de que deseja se livrar dos tradicionais parceiros.

A proposta da criação do Banco do Sul, que tanta polêmica causou recentemente na Cúpula Energética Sul-Americana, em Isla Margarita, foi feita pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em dobradinha com seu colega equatoriano, Rafael Correa, com o aval do boliviano Evo Morales.

O discurso de Lula no Fórum Econômico fechou um dia de negociações e assinatura de acordos bilaterais com o Chile. O presidente foi acompanhado por uma comitiva empresarial liderada pela Petrobras. (Agência Estado)

País firma parceria com Chile

SANTIAGO, Chile – Em tempos de insegurança no fornecimento de gás boliviano para o Brasil e argentino para o Chile, a Petrobras e a Enap (empresa de petróleo chilena) fecharam uma parceria para exploração de biocombustíveis, gás natural liquefeito e petróleo nos dois países e em outras nações.

O acordo foi assinado ontem, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Chile para reunião de trabalho com a presidente Michelle Bachelet, que esteve no Brasil há um ano.

O plano de ação das duas empresas prevê o desenvolvimento de projetos e negócios da indústria de hidrocarbonetos e energia, especialmente nas áreas de gás natural liquefeito, biocombustíveis e exploração da Plataforma Pacífica.

Ainda este ano, os dois países vão organizar missões tecnológicas e empresariais para implementação da parceria. GNL A importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) teve seus primeiros contratos assinados pela Petrobras com a empresa Nigerian LNG.

O acordo de intenções, assinado em Barcelona, estabelece todas as condições para a negociação entre as duas companhias sempre que houver demanda de GNL por parte da Petrobras.

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