segunda-feira, 23 de abril de 2007

Biocombustível: uma ameaça?

Cerca de 200 organizações ambientalistas assinaram uma carta aberta em que qualificam de "grave ameaça disfarçada de verde" a idéia de elevar a produção e o consumo de biocombustíveis no mundo.


O documento, divulgado em Madri, na Espanha, critica duramente a União Européia (UE), que em março deste ano fixou metas de utilização de biocombustíveis. Um porta-voz das entidades condenou o entusiasmo brasileiro com as iniciativas neste sentido.

"A UE sugere que grande parte dos cultivos destinados a biocombustíveis terão de ser produzidos nos países do hemisfério sul e exportados para a Europa", afirma o texto.

O documenta alerta: "Ainda que isto pareça uma grande oportunidade para as economias do sul, os monocultivos para biocombustíveis, como de palmeiras, soja, cana-de-açúcar e milho, conduzem a uma maior destruição da biodiversidade."

O documento foi proposto pela organização espanhola Ecologistas en Acción, e divulgado ao fim de uma conferência realizada em Madri, um mês depois de a União Européia estabelecer metas de utilização de fontes alternativas em sua matriz energética.

A Comissão Européia, o braço executivo do grupo de 27 países, estabeleceu que pelo menos 20% de toda a energia consumida pelo bloco devem ser provenientes de fontes renováveis até 2020. A CE determinou que 10% dos combustíveis consumidos pelos automóveis de cada país sejam biológicos.

O porta-voz da Ecologistas en Acción, Tom Kucharz, disse que a demanda por biocombustíveis vai fomentar disputas por terras "nas áreas ecologicamente mais frágeis do globo", entre elas o Brasil. "Não entendemos o entusiasmo brasileiro em relação aos biocombustíveis, porque o Brasil tem grande experiência no tema, e conhece os efeitos negativos de uma má gestão da selva amazônica, que é um patrimônio da humanidade", afirma.

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