segunda-feira, 21 de maio de 2007

Vale vai usar biodiesel em locomotivas

A Companhia Vale do Rio Doce e a Petrobras Distribuidora (BR) anunciaram nessa quinta-feira (17-05) um acordo para o fornecimento de uma mistura de 80% de óleo diesel e 20% de biodiesel, conhecida como B20, para abastecimento das locomotivas da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e da Estrada de Ferro Carajás (EFC).

A previsão é de que o fornecimento de B20 para as duas ferrovias chegue a 33 milhões de litros mensais, o que demandará cerca de 6,6 milhões de biodiesel puro (B100), quase a metade da produção nacional do biocombustível, que foi de 14,8 milhões de litros em fevereiro, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O B20 que será utilizado pelas locomotivas da Vale é inédito no país e está bem acima da meta do Governo federal, que tornará obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao diesel, B2, só no início de 2008. A Vale já utiliza o B2 em locomotivas, caminhões fora- de-estrada e na geração de energia elétrica. A partir do ano que vem, a Vale pretende utilizar o B20 nas locomotivas da Ferrovia Centro-Atlântica.

A Vale e a BR calculam que o B20 das locomotivas da EFVM e da EFC e o B2 dos demais equipamentos da mineradora vão contribuir para a redução de 224 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalentes - gás de efeito estufa - na atmosfera em 2007. Este volume de gás carbônico que deixará de ser emitido corresponde à produção anual de CO2 de uma cidade com 27 mil habitantes, estimam as empresas.

Apesar dos impactos ambientais positivos do negócio, a presidente da BR, Graça Foster, informou que, para a empresa, o programa tem caráter comercial. Ela detalhou que o fornecimento de biodiesel B20 ou B2 para a Vale faz parte de um contrato global de venda de 9 milhões de metros cúbicos de combustíveis - gasolina, diesel e óleo combustível - ao longo de cinco anos, com valor total de R$ 11 bilhões.

Para fornecer o B20 para a Vale, a BR teve que adaptar a infra-estrutura dos terminais de Betim e Imbiruçu, em Minas Gerais. Também foram adaptados os terminais de Duque de Caxias (RJ), São Luís (MA) e Vitória (ES), e as bases de Açailândia (MA) e Marabá (PA).

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