terça-feira, 22 de maio de 2007

Plano para biocombustíveis prevê expansão de cultivo de palmáceas

Entre os cenários trabalhados pelo governo para aumentar a produção de biocombustíveis, está a possibilidade de vincular arranjos produtivos locais (que funcionam como pequenas cadeias econômicas para determinado produto). Um deles pode ser vinculado às palmáceas de alto rendimento para a produção de óleo biodisel. É o caso da macaúba, babaçu, buriti, além do dendê.

“Essas são palmáceas importantes porque, do ponto de vista da concentração nativa desses materiais, tem uma população enorme. Podemos aproveitar essa diversidade tanto para uma utilização controlada, com marco regulatório definido e manejo sustentado, como para uma oferta de curto prazo dessas palmáceas na matéria-prima do biodiesel, enquanto criamos domínio tecnológico dessas palmáceas para colocá-las em outros ecossistemas com produtividade ainda alta”, informou o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães.

Durães salienta a necessidade de que haja uma diretriz pública definida para esses arranjos produtivos. Segundo ele, isso pode iniciar uma etapa mais avançada do programa Biodiesel Brasil diante da ampliação de culturais e locais produtores. Além disso, destacou que deve ser feito um acompanhamento sistemático da iniciativa privada em várias regiões do país.

“Nós precisamos colocar em disponibilidade outras espécies, com domínio tecnológico, para que a própria iniciativa privada possa se sentir mais confortável e expandir isso para outras regiões do país”. O Programa de Energia Renovável precisa ter essa logística de distribuição, em função de novos mercados e de custos de transporte, entre outros fatores, disse Durães. “A energia renovável precisa ter um caráter regionalizado”, defendeu.

A partir da Lei do Biodiesel, que autoriza a adição de 2% de biodiesel à gasolina engre 2005 e 2007, estima-se que existe um mercado potencial de 840 milhões de litros por ano. Quando a adição desse percentual se tornar obrigatória, a partir de janeiro de 2008 até 2012, esse mercado sobe para 1 bilhão de litros de biodiesel anuais.

De 2013 em diante, já com o percentual obrigatório de 5%, pode-se ter um mercado de 2,4 bilhões de litros por ano, de acordo com informações do presidente da Embrapa, Sílvio Crestana. Com o incentivo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a expectativa de produção é de 3,3 bilhões de litros por ano em 2010 no Brasil.

O programa do biodiesel “precisa estar crescentemente baseado em inovação, que nós da área pública e do setor privado precisamos acreditar nele, e criar esses mecanismos para um programa consolidado e sustentável nos próximos dez anos”, define Durães.

Ele ressaltou que a própria Lei de Inovação abre uma janela para que as parcerias entre governo e setor privado sejam viabilizadas no curto prazo. As ações do negócio público-privado serão divididas 51% para as empresas privadas e 49% para o governo, conforme define a lei. A Embrapa Agroenergia foi criada no final do ano passado para coordenar os trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e inovação das unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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