sexta-feira, 25 de maio de 2007

Seminário apresenta oleaginosas para a produção de biodiesel em Mato Grosso


A cultura do amendoim pode ser uma alternativa rentável para o pequeno produtor na produção de biodiesel é o que relata o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Denizart Bolonhesi durante o I Seminário sobre culturas agroenergéticas que está acontecendo no município de Barra do Bugres, na Usina Barralcool. O evento começou no dia 24 e encerra hoje e está abordando sobre o Programa Nacional de Biodiesel, selo combustível social e a difusão de novas tecnologias.

O pesquisador do IAC relatou sobre os aspectos gerais da cultura do amendoim e o potencial da cultivar IAC-Caipó. Segundo o pesquisador, a variedade produz 52% de óleo e tem um potencial de produtividade de 5 mil quilos por hectare de amendoim em casca. A variedade Caipó utiliza 3 aplicações de fungicidas, enquanto as outras cultivares necessitam de 6 aplicações. “O município de Campo Novo do Parecis está produzindo amendoim para a indústria alimentícia com um custo de produção inferior a do Estado de São Paulo em torno de R$ 600,00”, esclarece Bolonhesi.

O diretor de Pesquisa da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Antonimar Marinho dos Santos, fala que o seminário está discutindo sobre as oleaginosas utilizadas para a produção de biodiesel, tais como: girassol, mamona, amendoim, pinhão manso, gergelim e dendê. E a proposta da Empaer é difundir tecnologias voltadas para a agricultura familiar para atender as indústrias do Estado.

Nas próximas décadas haverá concentração de esforços no desenvolvimento de biomassa moderna para produção de energia renovável, por exemplo, os biocombustíveis derivados de óleos vegetais, como biodiesel, extraídos de diferentes oleaginosas. Em Mato Grosso os pesquisadores da Empaer, Valter Martins de Almeida e Norival Tiago Cabral apresentaram resultados de pesquisas que estão sendo desenvolvidas com as culturas da mamoneira, pinhão manso e girassol.

Para acompanhar o comportamento da mamona, foram instaladas unidades de observação nos municípios de Cáceres e Quatro Marcos avaliando os genótipos a fim de produzir um material mais produtivo. Segundo Valter, apesar da mamona ser considerada uma cultura secundária a procura é grande pelo óleo e torta de mamona (adubo). “A produtividade da cultura no Estado é baixa apenas 800 quilos por hectare, com potencial para produzir de 1.200 a 1.500 quilos por/hectare”, salienta.

O pinhão manso é uma cultura perene que está recebendo um tratamento diferenciado, pois há necessidade de conhecer melhor a planta conferindo o material genético, espaçamento, sistema de poda, praga, doenças e outras. As unidades de observação foram implantadas nos municípios de Cáceres, Quatro Marcos, Tangará da Serra e Sinop em parceria com a Empresa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Embrapa. “Sabemos que o potencial nutricional do pinhão manso é muito bom, atingindo de 4 a 6 mil quilos de baga por hectare a partir do quarto ano”, relata.

O pesquisador acredita que as culturas terão resultados positivos no quarto ano de pesquisa. Esse trabalho vem sendo executado em conjunto com a extensão rural, produtores e indústrias. Participaram do seminário o presidente da Empaer, Leôncio Pinheiro da Silva Filho, diretores da Barralcool, os pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Astor Nied, Gilberto Colodro e Gilmar Liaforga, produtores e técnicos.

Fonte: SECOM

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