Matéria-prima não é problema para a Fertibom Indústrias. Está faltando soja, usa-se mamona. Acabou? Tem pinhão manso. A safra não foi boa, sebo de animal serve. Hoje o Brasil produz combustível assim, num mesmo lugar, com o mesmo equipamento. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) entrou com os recursos e a empresa com a tecnologia para a construção de uma usina piloto para produção de biodiesel com diferentes tipos de matéria-prima. A unidade trabalha com sebo animal e 20 tipos de oleaginosas, como amendoim, soja, girassol, algodão, nabo forrageiro e pinhão manso e produz 40 mil litros de biodiesel por dia, informa o coordenador do projeto da Fertibom, Heitor Gobbi Barbosa. A planta servirá de modelo para a construção de uma unidade com capacidade para até 30 milhões de litros por ano.
Fabricante de fertilizantes líquidos de Catanduva, São Paulo, a Fertibom trabalha em parceria com a escola de química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no desenvolvimento de um novo processo de produção do combustível. "A idéia é obter um produto que possa atender interesses de produtores em diferentes regiões do país, o que ajudaria também a minimizar o risco da sazonalidade agrícola", ressalta Carolina Mello, analista da Finep responsável pelo projeto. Outro aspecto importante é o uso do álcool etílico para a fabricação do biodiesel.
Segundo Gobbi, no momento a Fertibom usa o sebo bovino na produção do biodiesel por ser mais vantajoso economicamente. O quilo custa entre R$ 1,05 e R$ 1,10 e cada quilo produz aproximadamente a mesma quantidade de biodiesel, informa. Toda a produção é vendida para a Petrobrás, em Paulínia, e para a refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul. A empresa ganhou o terceiro leilão para fornecimento do combustível e deve entregar ao governo até o final deste ano 6 milhões de litros de biodiesel.
Por Roberto do Nascimento
Fonte: Carbono Brasil
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