O consumo de biodiesel, no Brasil, deve chegar a 2,4 bilhões de litros em 2012 e para que os pequenos produtores nordestinos sejam beneficiados uma agenda de compromissos foi debatida ontem no BNB. Segundo o diretor do Dnocs, Eudoro Santana, o maior desafio é não repetir os erros do Proálcool
A comercialização de biodiesel deve se expandir para 6.800 postos de combustível em 1.200 municípios do País até julho deste ano. Atualmente, cerca de quatro mil estabelecimentos vendem o produto, o que, em 2006, gerou um consumo de 200 milhões de litros. Para 2012, a previsão é que esse número aumente para 2,4 bilhões de litros no Brasil. No mundo, o crescimento deve ser dos 10 bilhões de litros de 2006 para 50 bilhões em 2012.
Esse seria o resultado da diminuição da dependência de combustíveis fósseis, como o petróleo, e a conseqüente expansão do uso de biocombustíveis, como explica o assessor do Ministério da Integração Nacional, Paulo Brasil. "O mundo estima que daqui a 35 anos os combustíveis renováveis sejam a principal fonte de energia, já o prazo do Brasil é de 20 anos". Os dados foram apresentados ontem na oficina de trabalho intitulada "Programa do Biodiesel com Inclusão Social no Semi-Árido Nordestino. Paulo Brasil também revelou que o Ministério investirá $ 50 milhões na construção de um Centro de Agroenergia.
E para garantir que o Programa do Biodiesel seja uma ferramenta para promover o crescimento do semi-árido nordestino, um Termo de Cooperação Técnica foi assinado entre o Dnocs e a Petrobras prevendo a construção de unidades de produção de óleo vegetal. "Não podemos permitir uma repetição do que aconteceu com o Proálcool. Ele, que inicialmente era um programa de inclusão social, acabou dando força aos latifundiários e multiplicando o número de bóias-frias", lembra Eudoro Santana.
O aproveitamento da oiticica para a produção de biodiesel também seria uma saída para priorizar pequenos produtores e evitar a falta de matéria-prima, acrescenta o vice-governador do Estado. "Há pesquisas que comprovam que a oiticica, bastante produzida no Ceará, é uma outra saída. É importante perceber que a produção dessas oleaginosas do semi-árido tem que ser grande ou a soja vai ocupar o vazio deixado, repetindo os erros do Proálcool", reforça Pinheiro.
Fonte: O Povo
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