sexta-feira, 23 de março de 2007
Empresas de biotecnologia buscam modificar plantas para aumentar eficiência na produção de etanol e biodiesel
O The New York Times publicou as reportagens "Redesigning Crops to Harvest Fuel" (Redesenhando culturas para colher combustível), de Andrew Pollack, e "Biofuels Come of Age as the Demand Rises" (Biocombustíveis atingem maturidade conforme a demanda aumenta), de Susan Moran, nos dias 8 e 12 de setembro, respectivamente. Os biocombustíveis estão no centro dos dois textos. O primeiro relata os esforços de grandes empresas produtoras de sementes e start-ups de biotecnologia para desenvolver culturas voltadas especialmente para a produção de etanol. Por engenharia genética ou por reprodução convencional, os cientistas dessas companhias estão criando variedades de milho e capim capazes de gerar mais energia por acre plantado — o milho é a principal matéria-prima do etanol nos Estados Unidos e o capim é uma das fontes possível para a obtenção do combustível a partir da celulose. O segundo texto ressalta o crescimento da produção norte-americana de biodiesel: de 2004 até hoje, o número de refinarias em atividade no país saltou de 22 para 76. O governo federal tem um crédito de imposto que oferece aos produtores e distribuidores de biodiesel US$ 1 para cada galão (cerca de 3,78 litros) do combustível misturado ao diesel convencional. O que mais se vende para o consumidor final nos Estados Unidos é uma mistura chamada B20, com 20% de biodiesel puro e 80% de diesel.
Para falar sobre o aumento da importância do biodiesel nos Estados Unidos, a segunda reportagem chama a atenção para os planos da companhia Renewable Energy Group, uma spin-off da cooperativa de plantadores de soja West Central: produzir cerca de 1,7 bilhão de litros do combustível, somando-se a produção de todas as suas unidades. Em agosto, a empresa anunciou a construção de mais uma unidade, que será capaz de refinar 227 milhões de litros de biodiesel por ano. Ela já acumula US$ 100 milhões em financiamentos para o empreendimento — entre os investidores está a divisão norte-americana da Bunge. Nile Ramsbottom, presidente do grupo, disse ao jornal que espera faturar US$ 740 milhões em 2010; no ano passado, foram US$ 116 milhões.
A reportagem também contém informações sobre outras companhias. A World Energy Alternatives, do Estado de Massachussets, espera que as vendas de seu biodiesel, feito a partir de soja, canola e gordura animal, ultrapassem US$ 100 milhões em 2006. A Imperium Renewables, fundada como Seattle Biodiesel, recebeu investimentos de três empresas desde a primavera do ano passado, totalizando US$ 10 milhões. A empresa, que hoje produz aproximadamente 19 milhões de litros anuais, está construindo uma unidade com capacidade para 378 milhões de litros. Há ainda a Greenshift Corporation, cuja divisão de biocombustíveis recebeu US$ 22 milhões em junho da empresa Cornell Capital Partners. A maior parte do dinheiro será usada na construção de uma planta de biodiesel capaz de refinar cerca de 170 milhões de litros por ano.
Nos Estados Unidos, conta o The New York Times, a produção do biodiesel triplicou de 2004 para 2005 e chegou a aproximadamente 283,5 milhões de litros. A estimativa do Conselho Nacional de Biodiesel é de que ela dobre este ano. Mais otimista, o diretor-executivo do órgão, Joe Jobe, acredita que o volume alcançará, e poderá ultrapassar, a marca de 945 milhões litros. Mas isso é pouco diante dos cerca de 530 bilhões de litros de gasolina consumidos anualmente no país. No mundo, o biodiesel também não tem ainda uma posição de destaque. Em 2005, informa o jornal, o mercado global de biocombustíveis totalizou US$ 15,7 bilhões, porém só US$ 1,6 bilhão veio do biodiesel. De acordo com a empresa de pesquisa Clean Edge, esse valor pode subir para US$ 7,1 bilhões em 2015.
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