Cerca de 200 mil famílias poderão integrar a cadeia produtiva do novo combustível. O Programa Nacional de Biodiesel, estratégia de desenvolvimento voltada ao combate de desigualdades regionais, inclui 113 projetos entre usinas, miniusinas e unidades piloto no País para operação até 2012, sendo 23 no Nordeste. Para o secretário de Políticas Regionais do Ministério da Integração Nacional, Maurício Rodrigues, que esteve na semana passada em Fortaleza, o programa não é política de um ministério ou do governo federal, mas uma iniciativa de Estado e um dos grandes desafios será articular políticas sociais e competitividade, de forma a promover a sustentabilidade. Projeções iniciais indicam que cerca de 200 mil famílias poderão integrar a cadeia produtiva do biodiesel no País.
O engenheiro agrônomo Valdir José Silva, gerente de oleaginosas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), informa que até o ano passado estavam em operação no País 12 usinas em condições de produzir hoje algo em torno de 100 milhões de litros de biodiesel/ano, além de outras 16 usinas experimentais de pesquisa, a maioria em universidades. "Em fase de instalação, temos 57 usinas", assinala. A movimentação em torno do biodiesel, que mobiliza estados nordestinos e o norte de Minas Gerais, tem no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) o articulador das ações para que o projeto seja contemplado no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
A iniciativa sugere investimentos conjuntos dos governos nas esferas federal e estadual da ordem de R$ 420 milhões, recursos a serem aplicados na construção de 600 unidades de extração de óleo vegetal até 2010. Essas unidades ficariam localizadas no entorno das 30 usinas a serem construídas pela Petrobras e iniciativa privada. Somadas, essas unidades teriam condições de produzir cerca de 1,5 bilhão de litros do combustível. Dois hectares cultivados de mamona podem render até 2 mil litros de biodiesel/ano, conforme do Dnocs encaminhado ao Ministério da Integração Nacional e à Casa Civil.
O cronograma de implantação prevê para a primeira etapa a construção 60 unidades de extração de óleo entre Minas Gerais, Bahia e Ceará, este ano, com investimento de R$ 42 milhões. No ano seguinte, os demais estados da região entrariam no circuito e, entre 2009 e 2010, todos ganhariam reforço de 20 novas unidades, cada. Segundo observa o diretor-geral do Dnocs, Eudoro Walter de Santana, que na semana passada coordenou a oficina de trabalho "Biodiesel como inclusão social no semi-árido nordestino", na sede do Banco do Nordeste (BNB), em Fortaleza, cada unidade custaria cerca de R$ 700 mil, incluindo a montagem e a capacitação.
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