Na Petrobras, braço operacional do governo na área de combustíveis, os investimentos em etanol somam R$ 81,5 milhões entre 2005 e 2008. O valor é muito inferior aos R$ 570 milhões para três unidades de biodiesel que devem ficar prontas ainda neste ano.
Para o H-Bio (processo industrial que mistura óleo vegetal à produção de diesel), o orçamento previsto é de R$ 150 milhões, para obras em quatro refinarias neste ano.
"O etanol é um produto, e o biodiesel, um projeto. O álcool já é uma indústria madura. O papel do governo não é investir dinheiro, mas dar suporte à produção, elaborar um marco regulatório e negociar acordos lá fora", avaliou José Nilton Vieira, diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura.
Regras claras que impulsionem o investimento deveriam ser tarefas prioritárias do governo, diz o professor Edelclaiton Daros, da Universidade Federal do Paraná.
"O governo não investe em etanol, mas em biodiesel. É uma política voltada para os menores [produtores]. Não há pequenos produzindo etanol no Brasil. É uma cultura de larga escala", avalia o professor Américo José dos Santos, da Universidade Federal de São Carlos.
O diretor do Ministério da Agricultura também avalia que é mais importante investir no biodiesel para reduzir a dependência brasileira de petróleo. A divisão do combustível líquido consumido no Brasil é a seguinte: 56%, diesel; 24%, gasolina; e o restante, álcool e gás.
O governo avalia que uma política industrial, para o etanol e qualquer setor, envolve quatro questões: propriedade intelectual, tributação, crédito e mercado.
No caso do etanol, ainda não há regulamentação sobre propriedade intelectual. Para a questão tributária, que é a mais sensível, há margem para desoneração de equipamentos, algo que não será feito agora.
Crédito, com o BNDES, e mercado, com o motor flex e as intenções norte-americanas, não seriam problemas.
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