sexta-feira, 16 de março de 2007

Biocombustíveis do Brasil são exemplo para EUA, diz Obama


O presidenciável democrata americano Barack Obama disse à BBC Brasil que "o Brasil fez um excelente trabalho em estimular a sua indústria de combustíveis alternativos".

E acrescentou que "os Estados Unidos devem seguir esse exemplo". Na semana passada, Obama elogiou a cooperação entre Brasil e Estados Unidos na área de biocombustíveis, mas alertou para os riscos de que o país venha a substituir a sua dependência de petróleo importado pela dependência do etanol brasileiro.

Indagado sobre o que achava da proposta feita pelo governo brasileiro de que os Estados Unidos reduzam a taxa de US$ 0,54 (R$ 1,13) por galão cobrada sobre o etanol que o Brasil exporta para o país, o senador desconversou.

"Eu não vi os detalhes do acordo. É preciso ver os termos do acordo antes de comentar", afirmou, em referência ao memorando de cooperação na produção de etanol que Brasil e Estados Unidos firmaram durante a visita do presidente George W. Bush ao país.

Os comentários do senador foram feitos após sua participação no Fórum Presidencial Bipartidário, um evento realizado nesta quarta-feira em Washington e promovido pela Associação Internacional de Bombeiros, entidade que conta com 280 mil membros nos EUA e no Canadá.

Elogios e ressalvas

Durante um discurso no Senado realizado semana passada, Obama disse que "uma maior produção de etanol por parte do Brasil poderia estimular o desenvolvimento econômico sustentável na região e reconfigurar a geopolítica de energia na região, reduzindo a influência propiciada pelo petróleo de Hugo Chávez, da Venezuela".

Mas Obama acrescentou que "substituir o petróleo importado por nosso país pelo etanol brasileiro não atende aos nossos interesses nacionais e econômicos. Em outras palavras, aqueles que advogam substituir a produção de biocombustíveis americanos pela exportação brasileira de etanol, por mais bem intencionados que sejam, não compreenderam nosso desafio energético de longo prazo e estão ignorando uma valiosa oportunidade de política externa".

De acordo com o senador, "os Estados Unidos precisam ampliar dramaticamente sua produção doméstica de biocombustíveis e não abraçar um ajuste que desestimule investimento na expansão da indústria nacional de combustíveis renováveis".

O representante do Illinois afirmou que "transferir tecnologia para os vizinhos dos Estados Unidos no Caribe e na América do Sul irá ajudá-los a empregar seus próprios recursos para produzir etanol ambientalmente limpo e reduzir as suas contas de gasolina, promovendo, dessa forma, estabilidade econômica no Caribe e na América do Sul e fortalecendo a relação entre Brasil e Estados Unidos".

Obama concluiu que será "vital que o presidente Bush mantenha o Congresso envolvido em cada passo dado" na parceria entre os dois países na produção de combustíveis renováveis. Obama acrescentou que "essa relação deve ser estruturada de forma a não dificultar a produção nacional de biocombustíveis ou o desenvolvimento de tecnologias que possam aprimorar a nossa segurança energética".

Autonomia

Durante seu pronunciamento nesta quarta-feira, em Washington, o senador voltou a falar das oportunidades representadas pelos biocombustíveis para a indústria nacional americana e para a busca do país por autonomia energética.

O político do Illinois foi um dos poucos presidenciáveis presentes ao fórum que tratou de biocombustíveis em seu discurso. O tema esteve ausente dos pronunciamentos de Hillary Clinton, John Edwards e John McCain.

Obama afirmou que não faz sentido que os Estados Unidos paguem ’’US$ 800 milhões pelo petróleo de algum ditador do Oriente Médio, quando podemos investir em combustíveis renováveis aqui mesmo em Iowa ou no meu Estado natal, Illinois’’

Fonte: BBC Brasil.com

da Agência de Notícia UDOP

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