sexta-feira, 16 de março de 2007

Programa de Biodiesel do Estado de Alagoas


Biocombustível, etanol, agroenergia. Os termos são diferentes, mas tratam de um único assunto que dominou as manchetes dos principais jornais brasileiros na última semana. A visita do Presidente George W. Bush ao Brasil, na última sexta-feira, evidenciou ainda mais as discussões.

Na mesa de conversações com o governo brasileiro, um produto em cujo desenvolvimento o Brasil é pioneiro, o Biodiesel. E Alagoas está de olho nesse mercado. A cadeia produtiva do biocombustível começa com o plantio de oleaginosas e com isso a agricultura familiar é inserida no processo, gerando postos de trabalho no meio rural.

Ano passado foi implantado no Estado o Programa de Biodiesel do Estado de Alagoas, o Probiodiesel/AL, um dos braços do Comitê Gestor Estadual para o Biodiesel formado por 18 entidades. Mas enquanto as pesquisas com o pinhão manso são desenvolvidas, o carro-chefe do programa é a mamona. Bem adaptada ao solo do Semi-árido alagoano, a mamoeira apresenta resistência aos períodos de seca e possui alto teor de óleo.

A coordenação do Probiodiesel/AL, composta por técnicos da Secretaria de Planejamento e Orçamento do Estado de Alagoas (Seplan) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas (Sebrae), tem visitado os municípios alagoanos para apresentar as vantagens sociais e econômicas de se investir na plantação de oleaginosas para a produção de biodiesel. “Também estamos entrando em contato com as prefeituras levando os termos de adesão do programa para serem assinados pelos prefeitos”, explica a coordenadora do Probiodiesel/AL Glória Velásquez.

Esta semana os técnicos do programa estiveram nos municípios de Ouro Branco, Maravilha, Poço das Trincheiras, Cacimbinhas, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas, Maribondo, Craíbas, Igaci e Taquarana. Entre os dias 20 e 22 desse mês a coordenação do Probiodiesel passará por Belém, Coité do Nóia, Tanque D’Arca, Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano, Mar Vermelho e Pindoba. “Durante a nossa permanência estaremos conduzindo também aulas práticas, explicando ao produtor a maneira correta de cultivo da mamona”, diz Glória.

Os municípios visitados pela coordenação foram estrategicamente escolhidos. Primeiro por que todos já foram totalmente zoneados pela Embrapa e porque o período de semeadura na região destes municípios começa já em abril. A intenção do Probiodiesel é que os agricultores já comecem as plantações de mamona ainda no primeiro semestre.

Porém, muitos agricultores ainda desconfiam da iniciativa. O grande entrave está em quem vai comprar e processar a mamona colhida. A coordenação do Probiodiesel diz que a produção será absorvida pela Oleal – Óleos Vegetais de Alagoas, localizada no município de Arapiraca.

A Oleal era uma fábrica de beneficiamento de algodão que com a implantação do programa do biodiesel no Estado, passaria a ter um suporte para produzir biodiesel. Mas até agora a Oleal só processa o óleo bruto. “A Oleal está sendo preparada para receber essa produção. A intenção do programa é o de desenvolver toda a cadeia produtiva e todos vão sair ganhando. Antes de ser um programa energético, o Probiodiesel é um programa social”, conclui.

Fonte: Gazeta de Alagoas

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