Falta de matéria-prima, mão-de-obra qualificada, logística e problemas de mercado
foram os principais pontos apresentados ontem pelo economista Reinaldo Fonseca dos Reis como entraves aos investimentos em biodiesel.
Ele apresentou a empresários e pesquisadores o estudo “Biodiesel para investidores”. Na ocasião foi realizado um debate sobre o tema na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Participaram do evento autoridades estaduais, federais e empresários do setor. Na apresentação do trabalho, a falta de soja para o mercado interno dominou a discussão. O grão é o produto mais utilizado na produção de biodiesel em Goiás.
A mamona e o algodão também são matérias-primas para o biodiesel, mas com pouca representatividade no Estado. “O produtor goiano já exporta a metade da produção. O que ele não manda para fora, tenta vender por um preço melhor em outros Estados. Por isso, o produto não fica no Estado”, simplifica o economista. Para reverter esse quadro, Reinaldo afirma que seria necessário melhorar a cotação no mercado interno. Ele acredita que, dessa forma, o Estado criaria um cenário mais propício aos investimentos em biodiesel.
Para o secretário de infra-estrutura, René Pompeu de Pina, a alternativa é viável, pois Goiás possui condições especiais de logística. Quesito fundamental na produção de biodiesel. “O objetivo dessa discussão é contribuir para inaugurar um novo ciclo de riquezas no Estado”, ressalta. O programa Produzir já aprovou sete projetos relacionados ao biodiesel em Goiás, sendo que um deles já está em andamento. A capacidade de produção é de cerca de 400 milhões de litros/ano. Em todo o País, a estimativa de capacidade de produção é de 1,8 bilhão de litros/ano. O economista calcula que, se fosse suprir as necessidades do setor, prevê 1,8 bilhão de litros de biodiesel para este ano, seriam necessárias quase 10 milhões de toneladas de soja.
A produção nacional estimada é de 50 milhões de toneladas. Totalizados os projetos em planejamento, cuja capacidade de produção prevista sobe para 2,3 bilhões litros/ano e, ainda, os projetos aprovados em Goiás pelo programa Produzir, a capacidade estimada de produção é de 4,2 bilhões de litros/ano no Brasil nos próximos anos. “Com esses números, o abastecimento do mercado interno brasileiro está garantido por enquanto”, diz.
O programa americano que financia a aquisição de matéria-prima para a produção de etanol e biodiesel, o Commodity Credit Corporatino Bioenergy, prevê uma meta de mistura de 20% de biodiesel ao diesel naquele país. O que resulta em um consumo estimado em quase 150 bilhões de litros/ano para uso em transporte. Assim, os Estados Unidos terão que produzir 30 bilhões de litros do produto.
Fonte: Diário de Cuibá
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