A Brasil Ecodiesel iniciou tratativas com agricultores familiares de São Paulo para o fornecimento de matérias-primas destinadas à produção de biodiesel. Júlio Martinez, diretor de originação de matérias-primas da empresa, disse que a meta é comprar girassol e mamona, produzidos principalmente na região do Pontal do Paranapanema. A empresa tem hoje contrato com 45 mil famílias em outros Estados, ocupando uma área de 145 mil hectares de mamona e 15 mil hectares de girassol.
A meta da empresa é que, no médio prazo, 40% da produção de biodiesel seja feita com matérias-primas de agricultores familiares. "Temos que cumprir o contrato com a Petrobras de entregar 470 milhões de litros de biodiesel neste ano e vamos precisar aumentar a base de agricultores familiares que fornecem girassol e mamona", afirmou.
Para tanto, a empresa precisará adquirir a produção de 850 mil a 1 milhão de hectares de oleaginosas. A previsão da empresa, segundo Martinez, é contratar outros 55 mil agricultores familiares até o fim do ano, para ampliar a base de oferta.
De acordo com Braz Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp), a região do Pontal do Paranapanema dispõe de 250 mil hectares de área cultivada por agricultores familiares e assentados que podem produzir oleaginosas. "Existem mais de 40 mil agricultores familiares na região e que precisam diversificar a produção."
A Fetaesp decidiu intermediar as negociações entre agricultores familiares e empresas, para que os produtores negociem sua produção sob melhores condições. Recentemente, a entidade intermediou negociações de produtores com Bertin e Fertibom. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) também tem feito trabalho semelhante em 26 estados. Segundo Antoninho Rovaris, secretário de política agrícola da Contag, o objetivo é estruturar grupos que possam futuramente produzir óleo bruto. Já há projetos com cooperativas de Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Rondônia.
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