quinta-feira, 1 de março de 2007
Biodiesel por Fumo
Representantes de diversos países se reuniram ontem na sede da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil (Opas), em Brasília, para discutir alternativas para o plantio do tabaco. A produção de biodiesel foi apontada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, como uma possível alternativa para o cultivo do fumo no Brasil. O evento, que termina hoje, é parte do processo de implantação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, primeiro tratado internacional de saúde pública que pretende frear a epidemia do tabagismo no mundo.
Guedes Pinto, comentou que não há dúvidas sobre a necessidade de se controlar o tabagismo, mas falou também que é preciso dar alternativas para as 200 mil famílias que sobrevivem da produção do fumo. “No Brasil, a produção de tabaco chega a 800 mil toneladas todos os anos, sete vezes maior que a de milho e de feijão. O biodiesel pode ser uma alternativa inovadora para esses produtores”, disse o ministro.
A dificuldade de lidar com uma atividade econômica que envolve tantos recursos e pessoas foi lembrada por Diego Victória, representante da Opas no Brasil. “Esse é um tema difícil, mas não impossível de ser tocado e trocado. O controle do tabagismo tem conseguido ampla reposta internacional, o que trará a diminuição do consumo”, afirmou.
O secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Peracci, falou sobre a importância do trabalho do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, que conseguiu reduzir a prevalência de fumantes em 40% nos últimos 15 anos. “Exemplos como o do Brasil, Canadá e Inglaterra devem ser seguidos em escala mundial, o que deve inevitavelmente diminuir a busca por tabaco. O Brasil já está se preparando para a retração no mercado”, comentou o secretário.
Fonte: Gazeta do Sul
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