Enquanto a soja gera quatro vezes mais energia do que consome, o índice de etanol atinge dez vezes mais
Uma das chaves para o avanço do processo de produção do biodiesel é o chamado balanço energético e de carbono dos insumos disponíveis. A produção nacional utiliza em larga escala a soja, mas analistas apontam essa possível escolha como um equívoco.
Levantamentos mostram que a soja tem um pequeno volume de líquido extraído e gera um teor energético apenas quatro vezes maior que a quantidade gasta para cultivá-la. Já o dendê apresenta um índice de cinco vezes mais energia. Com o óleo por planta, o girassol, a mamona, o algodão, o pinhão-manso e o amendoim, pode-se tirar de 30% a 60% de óleo vegetal de cada grão. O que mais se destaca entre os insumos é o etanol, que gera dez vezes mais energia do que se consome em sua produção.
Para entender melhor a questão, é preciso lembrar que, em qualquer cultura, o agricultor utiliza uma determinada quantidade de combustível. Há, por exemplo, o óleo diesel tradicional despendido por tratadores e colheitadeiras. De nada adianta produzir biocombustível com gasto elevado de combustíveis fósseis. Daí a importância de mensurar com cuidado o balanço energético para obter uma boa relação custo/benefício tanto do lado ambiental quanto do lado econômico.
Para representantes do setor, o ideal é optar pela utilização de matéria-prima sem mercado formado, de forma a evitar variações no preço do insumo. A instabilidade provocada pelo uso de uma matéria-prima já amplamente negociada em mercado ficou demonstrada com as oscilações acarretadas pela relação entre o preço do álcool e do açúcar. Quando o segundo disparava, os usineiros deixavam de produzir o primeiro. Resultado: queda na oferta de álcool e conseqüente disparada no preço do combustível.
Veja os indicadores da Relação entre bioenergia consumida e gerada
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