As empresas alemãs são líderes mundiais em energias renováveis, mas podem perder o espaço no topo se não forem cuidadosas, alertou o ministro do meio ambiente, Sigmar Gabriel.
Gabriel disse que as companhias norte-americanas podem substituir as companhias alemãs e européias em importantes mercados de exportação. "A Europa precisa se esforçar bastante para não ficar para trás," disse em entrevista publicada nesta segunda-feira na edição alemã do jornal Financial Times.
Os Estados Unidos estão mudando sua visão sobre uso de energias renováveis, não tanto por razões ecológicas, mas por razões estratégicas. "Eles descobriram estas energias como um caminho para torná-los mais independentes das importações de gás e de petróleo", afirma Gabriel.
A Alemanha está atenta a este movimento e, por isso, trabalha para dobrar a quantidade de novas energias não fósseis até 2020.
O jornal deu o crédito para o governo anterior de Sociais Democratas e Verdes pelo incentivo às energias renováveis, mas disse que o principal avanço na área resultou do debate mundial sobre mudanças climáticas e das preocupações sobre o fornecimento energético proveniente da Rússia.
O setor de energias renováveis da Alemanha exportou instalações equivalentes a seis bilhões de euros (quase oito bilhões de dólares) em 2006, em oposição às exportações de somente 500 milhões de euros em 2000, publicou no domingo o jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung (FAS), citando dados da associação Bundesverband Erneuerbare Energien.
A associação pretende crescer 10% ao ano, e alcançar rotatividade de cerca de 120 bilhões de euros em 2010. Atualmente a rotatividade é de cerca de 16,4 bilhões de euros. A associação também pretende aumentar o número de empregos na área (aproximadamente em 170 mil hoje) para 500 mil em 2010.
"Empresas de Hamburg, Husum, Thalheim e Freiburg são as estrelas da produção de células solares, moinhos de vento e usinas de biocombustível", segundo o jornal. Um terço das instalações hidrelétricas do mundo vem da companhia Alemã Voith, de Heidesheim, e quase todos os moinhos de vento e um terço das células solares foram feitos na Alemanha. Trinta e quatro por cento das células foram exportadas.
Potencial não explorado nos países em desenvolvimento
Nos últimos anos, a participação da energia eólica na matriz energética do país mais que dobrou, passando de 4% para 11%. Enquanto o Brasil tem potencial para produzir 147 mil megawatts (MW) e usa menos de 300 MW; a Alemanha já utiliza 20 mil do potencial de 25 mil MW para esse tipo de energia.
O atraso brasileiro se deve em grande parte à legislação, segundo o coordenador do Conselho Mundial de Energias Renováveis na América Latina, Stefan Krauter.
Segundo a organização Solar and Wind Energy Resource Assessment (SWERA), formada por 25 instituições de todo o mundo, o potencial de energia solar e eólica em países em densenvolvimento é muito maior que os 50 mil megawatts (MW) do total instalados atualmente no mundo. Somente a China tem o potencial de 100 mil MW em energias renováveis.
Fonte: Deutsche Welle
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