segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Amazônia: entreguismo, não!

O manejo adequado da floresta amazônica é essencial para o Brasil e, certamente, interessa ao mundo inteiro. Tal necessidade, porém, não pode ser confundida com preservacionismo ingênuo em uma região que representa “85% da Amazônia total, constitui a maior floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do mundo, com um quinto da água doce do planeta, sendo, concomitantemente, a maior reserva mundial de biodiversidade e uma das maiores concentrações de minerais valiosos, com um potencial diamantífero na reserva Roosevelt 15 vezes superior ao da maior mina da África, reservas gigantescas de ferro e outros minerais na região de Carajás, no Pará, de bauxita no rio Trombeta, também no Pará, e de cassiterita, urânio e nióbio em Roraima”.

São dados do artigo do sociólogo Hélio Jaguaribe, recentemente publicado na Folha de S. Paulo. Eu postei um comentário a respeito aqui (A vergonha na Amazônia. Não é novela, não!). Não podemos ser ingênuos com o que ocorre hoje na Amazônia. “O dendê, nativo da Amazônia e nela facilmente cultivável, constitui uma das maiores reservas potenciais de biodiesel. Em apenas 7 milhões de hectares, numa região com 5 milhões de km2, é possível produzir 8 milhões de barris de biodiesel por dia, correspondentes à totalidade da produção de petróleo da Arábia Saudita. É absolutamente evidente que o Brasil está perdendo o controle da Amazônia. É urgentíssima uma apropriada intervenção federal, escreve o sociólogo”, escreve Jaguaribe.

“Por meio de uma multiplicidade de processos, a Amazônia está sendo submetida a acelerada desnacionalização, em que se conjugam ameaçadores projetos por parte de grandes potências para sua formal internacionalização com insensatas concessões de áreas gigantescas -correspondentes, no conjunto, a cerca de 13% do território nacional- a uma ínfima população de algo como 200 mil índios. Acrescente-se a isso inúmeras penetrações, freqüentemente sob a aparência de pesquisas científicas, e a atuação de mais de cem ONGs – organizações não-governamentais”.

A desnacionalização da Amazônia deve ser o foco principal das preocupações dos brasileiros com a região. De qualquer forma, o manejo adequado da floresta precisa ser feito com o objetivo fundamental de contribuir para o desenvolvimento da população do Brasil. Leia com cuidado tudo o que aparece sobre a preservação da Amazônia – pode ser mais uma ação de grupos, como o Greenpeace, WWF, Amigos da Terra e Survival Internacional, interessados na desnacionalização da região.

Agora mesmo divulga-se na Internet uma campanha por um abaixo-assinado, atribuída (http://www.amazoniaparasempre.com.br). Pede-se a interrupção imediata do desmatamento da floresta amazônica. Assim, linearmente, é bobagem. É preciso usar as riquezas da região adequadamente, sem entreguismo para organizações estrangeiras e para índios aliados de madeireiras.

Nenhum comentário: