terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Preço da soja dita velocidade do Biodiesel no MS


Apesar dos investimentos anunciados, nos últimos meses, por grupos interessados em instalar indústrias produtoras de biodiesel em Mato Grosso do Sul, as fortes oscilações nos preços das commodities no mercado internacional, principalmente, da soja, tem levado muitos empreendedores do setor a reavaliar e até a abandonar os projetos.

Desde o ano passado, pelo menos 10 grupos, dos 16 que haviam apresentado cartas-consulta ao Governo do Estado, já suspenderam os planos de implantação de usinas de biodiesel em MS.

De acordo com o representante da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção e Turismo (Seprotur) na Câmara Setorial do Biodiesel, Hermes Vieira Borges, restaram seis indústrias que mantêm planos de investir na produção de biodiesel em Mato Grosso do Sul. Destas, pelo menos dois empreendimentos devem começar a produzir ainda neste ano, e outras duas em 2008.

As duas usinas em construção no município de Dourados devem utilizar a soja como principal matéria-prima, em função da maior disponibilidade do grão frente a outras oleaginosas. Os primeiros contratos já firmados, segundo o representante da Seprotur, prevêem a utilização do biodiesel produzido na usina Biocar pela frota de ônibus de Dourados. "Os ônibus de Dourados devem circular, ainda neste ano, com 20% a 30% de biodiesel misturado ao diesel", revelou.

Segundo Vieira Borges, diversas indústrias pretendiam se instalar em Mato Grosso do Sul planejando a compra de óleo vegetal das grandes esmagadoras presentes no Estado para produzir biodiesel. No entanto, os elevados preços do óleo de soja, por exemplo, inviabilizam a compra do produto para produção do biocombustível e forçaram as indústrias a montar também estrutura de esmagamento dos grãos necessários para a usina de biodiesel.

"As empresas tiveram que refazer suas estratégias de negócio e de investimento devido à mudança de realidade econômica. Hoje, uma empresa de biodiesel precisa ter fortes investimentos em logística e em equipamentos capazes de esmagar os grãos e de armazenar todo o farelo gerado na produção de biodiesel", frisou. Outro desestímulo aos investidores do setor, apontado pelo representante da Seprotur, foi o anúncio pela Petrobras da descoberta do H-BIO – óleo diesel que utiliza uma parcela de matéria-prima renovável. A produção do H-BIO teria desestimulado muitos empreendedores do biodiesel que temiam suposta concorrência com o biocombustível da estatal. "Sobraram praticamente seis empresas que continuam com projetos em desenvolvimento no Estado", reafirmou Vieira Borges.

Fonte: 24 Horas News

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