segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Preço é principal dúvida sobre uso do biodiesel

A maior aposta do governo federal no setor energético ainda é motivo de dúvidas. Isso porque não se sabe se a inovação do biodiesel – que já está em alguns postos do Grande ABC – vai diminuir ou aumentar o preço do combustível para o consumidor final.

Quem mais sofre com esse dilema é o setor de logística. De acordo com o presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC), Antonio Caetano Pinto, o Toninho, o gasto com combustível representa entre 42% e 44% da despesa geral de um transporte na Grande São Paulo. Completar o tanque do caminhão com o diesel necessário para o trabalho come de 25% a 30% da receita gerada pela entrega.

Toninho, que também é dono da Transportadora Grande ABC, teme que essa mordida fique ainda mais dolorida com o biodiesel. O receio é que o custo do desenvolvimento da tecnologia encareça o combustível. “A tendência entre as coisas em desenvolvimento é que fique mais caro”, avalia. No entanto, o presidente do Setrans ressalta que é possível que os preços se reorganizem mais para o futuro ou que o governo federal “pague a conta” e subsidie o biodiesel.

Ele destaca, porém, que os benefícios ecológicos compensariam o preço maior do combustível. “Tudo que se puder fazer para amenizar a poluição é válido”, diz. Entretanto, se for deixado a cargo das empresas de transporte, a escolha entre biodiesel (mais caro e limpo) e diesel tradicional (barato e sujo), elas com certeza escolheriam a alternativa que pesaria menos no bolso.

Contudo, o presidente do Setrans ainda diz que é cedo demais para tirar conclusões. “As coisas estão muito recentes. Ninguém sabe como está esse processo. Por isso, é difícil debater tecnicamente sobre o biodiesel”, comenta Toninho.

Maior prova disso é a diferença entre expectativas de diferentes setores. O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), José Antônio Gonzalez Garcia – também conhecido como Toninho – acredita que o preço vai cair. “A tendência é baratear cada vez mais o diesel com a evolução da tecnologia”, prevê.

A discordância entre Toninhos só deixa claro que ainda há muito a ser revelado pela chegada do biodiesel. Porém, existe uma certeza: como a tecnologia é mais ecológica, as pessoas estão mais dispostas a fazer sacrifícios. “Como é para o meio ambiente, os motoristas têm gostado da idéia do biodiesel”, conta Garcia. “Mesmo que ficar mais caro o combustível, vai valer a pena”, reconhece o presidente do Setrans.

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