domingo, 11 de fevereiro de 2007

Brasil na frente em energia para o futuro global

A edição da Science desta sexta-feira (9/2) tem como destaque um dossiê sobre sustentabilidade e energia. O consumo energético global é considerado pela revista como “o maior desafio para um futuro sustentável”.

Os editores da publicação norte-americana ressaltam a dependência mundial dos combustíveis fósseis não-renováveis que foram e continuarão a ser a principal causa da poluição e das mudanças climáticas. “Esses problemas e a crescente escassez das reservas de petróleo tornam cada vez mais urgente a viabilização de energias alternativas”, afirmam.

Os 22 artigos da seção especial da edição tratam de avanços científicos e de perspectivas em tópicos como energia solar, biocombustíveis, células de hidrogênio, energia fotovoltaica, seqüestro de carbono e produção de combustíveis a partir de microrganismos.

Mike Himmel, do Departamento de Bioquímica da Universidade do Estado do Colorado, explica como a União Européia planeja produzir um quarto de seus combustíveis a partir de biomassa até 2030. Em outro artigo, Janez Potocnik, diretor de Ciência e Pesquisa da Comissão Européia, discute como os europeus estão estabelecendo metas e alocando recursos para energias alternativas.

O biodiesel, de acordo com o professor, representa perigo ambiental iminente. “O problema é que ele está sendo produzido a partir da soja. É preciso procurar outras culturas, como dendê ou pinhão-bravo. A soja, ao contrário da cana-de-açúcar, é cultivável na Amazônia. Permitir que o programa seja dependente da soja é um grande perigo”, afirmou.

Em seu artigo, Goldemberg destaca que mais de 80% do total da energia utilizada do mundo é proveniente de combustíveis fósseis, que pouco mais de 6% correspondem à energia nuclear e que apenas cerca de 13% vêm de energias renováveis. “Mas boa parte dessa biomassa é usada de maneira não renovável. A grande oportunidade que temos é modernizar o uso de biomassa, e isso é o que está sendo feito com o etanol e o biodiesel”, disse.

O dossiê pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

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