A primeira análise ampla dos ciclos do biodiesel de soja e do álcool de milho - dois biocombustíveis em estudo para uso amplo nos EUA - mostra que o biodiesel tem muito menos impacto no ambiente e muito mais valor energético que o álcool, mas que nenhum dos dois será capaz de suprir a demanda de energia dos Estados Unidos. O trabalho com essas conclusões será publicado na edição desta terça-feira do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os pesquisadores contabilizaram a energia gasta no cultivo do milho e da soja, e na conversão da produção em biocombustíveis. Eles levaram em conta, também, o consumo de fertilizantes, pesticidas e quanto de gases do efeito estufa, nitrogênio, fósforo e poluentes derivados de pesticidas cada cultura despeja no ambiente.
O trabalho, chefiado pelo pesquisador de pós-doutorado Jason Hill, mostra que tanto o álcool quanto o biodiesel produzem mais energia do que é consumida em sua produção, refutando estudos anteriores que afirmavam o contrário. Mas a quantidade de energia liberada por cada combustível é muito diferente: o biodiesel de soja gera 94% mais energia do que a gasta para produzi-lo, contra 25% do álcool de milho.
Os pesquisadores advertem que nenhum dos dois produtos sequer chega perto de atender à crescente demanda por alternativas ao petróleo. Se toda a soja e todo o milho plantados nos EUA fossem destinados exclusivamente à produção de combustíveis, seria atendida apenas 12% da demanda por gasolina e 6% da demanda por diesel.
Os benefícios ambientais também são diferentes: o biodiesel de soja produz 41% menos gases do efeito estufa que o diesel tradicional; o álcool de milho, 12% menos que a gasolina.
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