segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Cotação de sebo bovino sobem puxado pelo biodiesel

Enquanto as cotações do boi oscilaram no último ano em menos de 5% - de R$ 50 para R$ 54 a arroba, em Araçatuba (SP) - as do sebo bovino duplicaram. Saíram de R$ 550 a tonelada em fevereiro de 2006 para R$ 1.100 em janeiro deste ano, segundo a Safras & Mercados.

De acordo com o analista de biocombustíveis da consultoria, Miguel Biegai Júnior, foi a demanda para uso na produção de biodiesel que alavancou os preços, não só do sebo bovino, como o de óleo de outros animais. "Historicamente, o preço do sebo se comportava no ritmo da cotação da arroba do boi. Mas, desde meados de 2006, esse ‘descolamento’ está ocorrendo com mais intensidade, se mostrando como tendência consolidada", afirma. O maior preço dos últimos 12 meses foi identificado em novembro do ano passado, quando a tonelada do sebo bateu R$ 1.120.

Estima-se que a disponibilidade de sebo bovino no mercado brasileiro seja de 800 mil toneladas por ano. "É o equivalente a 800 milhões de litros de biodiesel, ou seja, a demanda da mistura de 2% ao diesel (B-2), que começa a vigorar em 2008", acrescenta Biegai.

Segundo ele, a alta do preço do óleo de soja também pode ter motivado o movimento ascendente do sebo de boi, pois ambos disputam o mercado de biodiesel. Ele afirma não ter dados exatos do uso do sebo na produção desse combustível no Brasil. "Mas, sabemos que frigoríficos têm projetos em fase de implantação para uso de múltiplas matérias-primas, entre elas o sebo bovino", completa. Até então esse produto era utilizado pelas indústrias de cosméticos e de produtos de limpeza.

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