sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

‘‘Precisamos avançar nas pesquisas’’


Haroldo Borges Rodrigues Lima, 64, é diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo e esteve ontem em Natal para a entrega de um equipamento de controle de qualidade de biodiesel à Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele acredita que o Brasil está no caminho certo para a redução na emissão de gases poluentes na atmosfera com a introdução paulatina do biocombustível no dia-a-dia da população.

Diário de Natal: Porque a UFRN foi escolhida para receber um equipamento desse porte e manter esta parceria com a ANP?

Haroldo Lima: O Rio Grande do Norte é uma importante província petrolífera brasileira e isso é um ponto forte do estado. Aqui já existe um laboratório de qualidade de combustível que já atua com gasolina, diesel e álcool e vários estudantes atuando com bolsas na área de graduação e pós-graduação, ou seja reunia várias condições para vir para cá.

Qual é, exatamente, a função desse cromatógrafo?

É um aparelho super moderno que ficará responsável pela qualidade do biodiesel, se está seguindo todas as especificações da ANP e de qual usina saiu aquele produto, vamos ter um controle total aqui do biocombustível produzido na Paraíba, no Ceará, em Pernambuco, em Alagoas e no próprio Rio Grande do Norte.

Como está sendo desenvolvido o programa de biodiesel do Brasil?

De forma gradual estamos fazendo essa transição, esse ano já será iniciada a comercialização do B2 que passará a ser obrigatória no próximo ano. Em 2011 passaremos ao B5. Esse programa é novo, algo em torno de dois anos, então ainda estamos aprimorando as tecnologias para chegar ao ideal. Mas só para se ter uma idéia a produção esse ano está prevista para 850 milhões de litros.

Atualmente qual o maior estado brasileiro produtor de biodiesel?

Atualmente é o Piauí, mas São Paulo já dá sinais de que passará a frente em breve. O Rio Grande do Norte ainda não figura entre os grandes produtores.

Já se definiu qual será a semente utilizada no Brasil?

Não estamos querendo prender as pesquisas em torno de uma ou outra para evitar privilégios de uma ou outra região do país. A soja tem apresentado excelentes resultados, mas se nos prendermos a ela o nordeste será prejudicado, ao mesmo tempo de se isso for feito com a mamona o sudeste e o nordeste não poderão participar do processo. A intenção é usar a mesma tecnologia para tirar o máximo proveito de cada uma delas.

É possível fazer uma projeção para o futuro do biocombustível no Brasil?

O biodiesel e o álcool têm uma marca brasileira muito forte, mas precisamos avançar, por exemplo, como a Alemanha. Há projeções de se exportar o excesso no álcool produzido no Brasil para os Estados Unidos, que já produz baseado em tecnologia com milho. A nossa perspectiva é manter cada vez mais parceria com universidades para formar mão-de-obra qualificada para desenvolver o potencial que o nosso país tem.

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