quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Aquecimento Global esquenta os Fundos


A preocupação dos países com o aquecimento global deve estimular o aumento da demanda por combustíveis renováveis e atrair o interesse dos fundos de investimento e de private equity para o setor sucroalcooleiro no Brasil. O diretor da Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (Abvcap), Marcus Regueira, estima que o aporte de recursos no setor deve chegar entre US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões este ano.

De olho nesse potencial mercado, gestoras e consultorias nacionais se movimentam para lançar fundos deprivate equity e venture capital focados no setor de bioenergia. A Maxambiental deve lançar um fundo de private equity ainda no primeiro semestre. O fundo deve ser formado com a captação de recursos de investidores estrangeiros, que deve chegar a US$ 50 milhões. “A liquidez no mercado internacional é muito grande, os fundos estão dispostos a aplicar grandes cotas no setor de bioenergia no Brasil”, afirma Flávio Brando, presidente da Maxambiental.

Além do investimento direto nas empresas, o fundo também deverá atuar na estruturação e comercialização de Certificados de Redução de Emissões (CREs), ou créditos de carbono.

Segundo um relatório produzido pela Cleantech Venture Network, a estimativa é de que, entre 2005 e 2009, os investimentos de fundos de venture capital em tecnologias limpas em todo o mundo cheguem a cerca de US$ 10 bilhões. Somente nos Estados Unidos esse segmento deve captar cerca de 10% do portfólio total desses fundos.

A Infinity Bio-Energy, empresa de produção de biocombustíveis, já investiu cerca de US$ 300 milhões na aquisição de três usinas: Alcana e Cridasa, que pertenciam ao fundo inglês Evergreen, e Usinavi. A Infinity possui participação do fundo americano Kidd & Company, que possui 25% do seu capital, e deve entrar no setor de produção de biodiesel nos próximos meses.

O banco Société Générale também deve fechar três projetos ainda no começo deste ano. O banco lançou no ano passado um fundo de private equity que deve investir US$ 1 bilhão no prazo de quatro anos em aquisições de participação de grupos ligados a bioenergia. “O Brasil é de longe o produtor mais eficiente do mundo em termos de custo no setor sucroalcooleiro”, afirma Patrick Funaro, gestor do fundo.
A perspectiva de crescimento do setor de bioenergia ainda tem atraído nomes como Roberto Rodrigues e Armínio Fraga. A Gávea Investimentos lançou um fundo de private equity no ano passado, que possui um patrimônio de R$ 200 milhões, e tem como um dos focos o setor sucroalcooleiro e de bienergia. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, também está estruturando um fundo para financiar projetos no segmento de álcool e biodiesel, e deverá investir em novos empreendimentos, na compra de terras e aquisições acionária.

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