sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Agora é a vez do agronegócios no biodiesel

Empresas buscarão na bolsa recursos para financiar aumento da produtividade.

Depois do boom de abertura de capital das empresas de tecnologia e do setor imobiliário, é esperado que o agribusiness seja o grande destaque dos IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) que ocorrerão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) num futuro próximo. O segmento precisará de recursos para financiar o aumento da produtividade e atender o crescimento da demanda, principalmente no caso das usinas de álcool.

A primeira companhia do setor de açúcar e álcool, a Cosan, captou recursos na Bovespa no ano passado. Já a Brasil Ecodiesel, maior produtora de biodiesel do País ingressou em novembro de 2006.

O movimento das empresas de agro rumo ao mercado é conjuntural, pois o setor tem boas perspectivas. "Acredito que as grandes empresas do setor de agronegócio irão buscar a Bovespa para financiar o crescimento", diz o gerente sênior da BDO Trevisan, Henrique Campos.

O especialista em mercado de capitais ressalta que a tendência é de que a Bolsa ultrapasse o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em financiamento de novos investimentos nos próximos anos. "O ritmo de crescimento da Bovespa nos últimos anos foi muito maior do que a carteira do BNDES", diz.

Campos lembra que a captação de recursos na Bovespa é bem mais barata para o financiamento de projetos. "O gasto com as mudanças para a abertura de capital e manutenção é, em média, 5% do volume de recursos captados no mercado ao ano. Ao mesmo tempo, a empresa que investe em governança e controles acaba recebendo benefícios com a melhora de produtividade", avalia.

O fluxo de capital estrangeiro, responsável pela maior parte das ofertas tem alimentado o movimento. No momento, o grande boom tem sido focado nas empresas do setor imobiliário. Este foi o caso do Iguatemi Shopping. O preço da ação ficou estabelecido no limite máximo aguardado, R$ 30,00. No primeiro dia de negociação, os papéis da companhia já se encontravam em alta.

A primeira leva de IPOs na bolsa, após a entrada da Natura, foi marcada pelo segmento de tecnologia. "Foi uma cópia do modelo norte-americano com a Nasdaq. O Brasil tem uma série de empresas de tecnologia de qualidade", explica o gerente da BDO.

Fonte: Monitor Mercantil

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