terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Hbio, uma novidade?

Ainda ao final da década de 1970, uma pequena refinaria de Manaus, hoje pertence à Petrobrás, fez uma experiência interessante. Adicionou certa quantidade de óleo de soja degomado à carga de uma refinaria convencional de petróleo. O resultado foi curioso, pois a mistura, embora longe do ideal, até funcionava bem em termos práticos. A experiência não foi adiante porque os catalisadores usados no processo de refino exigiam reposição caríssima. Há pouco a Petrobrás anunciou um projeto parecido com o de Manaus. Duas refinarias, a partir de 2007, estariam sendo preparadas para fazer essa destilação consorciada com hidrogenação e saturação de cargas de petróleo e óleo vegetal bruto, para obter o tal Hbio, no caso exclusivamente de soja. Se der certo, outras refinarias entram na história. A empresa informa ainda que o produto é "equivalente" e "complementar" ao biodiesel brasileiro.

Com base nas experiências passadas, talvez o Hbio chegue a ser factível, se houver estudos aprofundados sobre seus efeitos técnicos. Mas seria preciso aguardar para saber, de fato, quanto valeria posto no tanque do usuário e se afetaria a dirigibilidade dos veículos. Por enquanto, a novidade tem gosto de "dèjá vu". Seria ótimo que desse certo, porque aí aquele ?outro? biodiesel poderia ser remetido direto para o crematório.
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Cezar de Aguiar, físico, foi presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, por quatro mandatos não-consecutivos, e vice-presidente mundial da Fisita - Fédèration Internationale des Ingénieurs des Techniques de l´Automobile. É presidente da Tecknowledge International, transnacional especializada em tecnologia automotiva, ambiental e energética.

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