As margens de lucro dos biocombustíveis são muito mais voláteis do que as do petróleo bruto e os riscos do setor também são mais difíceis de serem gerenciados, disse nesta terça-feira Kiru Rajasingam, do banco de investimentos Goldman Sachs.
Rajasingam, diretor-executivo da área de renda fixa, moedas e commodities, observou que as margens para fabricar etanol a partir do milho nos Estados Unidos (EUA) caíram durante os últimos meses.
"A volatilidade dessas margens é astronômica. É uma volatilidade muito maior do que você poderia esperar para uma refinaria de petróleo bruto", disse ele numa conferência organizada pela Euromoney.
Os preços do etanol caíram recentemente, acompanhando o declínio no mercado de petróleo bruto. Porém, os preços da matéria-prima do combustível, o milho, continuam firmes, acrescentando pressão às margens.
"As margens do biocombustível... não são como as do petróleo bruto, elas podem ser negativas e se tornarem mais negativas. (O petróleo bruto) é um negócio muito menos arriscado para participar", informou.
Rajasingam destacou que, caso as margens do petróleo bruto caiam, o mercado pode se ajustar com a queda dos preços da matéria-prima.
Já a matéria-prima utilizada para a produção de biocombustível é procurada também pelo setor de ração, no caso dos grãos, de forma que os preços não precisam ser reduzidos se as margens se tornarem negativas.
Os biocombustíveis, atualmente fabricados a partir de grãos, cana-de-açúcar e óleos vegetais, podem substituir os combustíveis fósseis e são uma alternativa para promover a redução de emissões de gases do efeito estufa, apontados como um dos fatores que contribuem para o aquecimento global.
"Os desafios para construir uma estrutura de gerenciamento (para os biocombustíveis) são vários", concluiu Rajasingam.
Ele ressaltou que, para o biodiesel, é difícil proteger os custos em parte devido às diferentes matérias-primas utilizadas na produção, como óleo de soja, de colza e de palma.
Ele também observou que diferentes políticas tarifárias, mesmo dentro da União Européia, também tornam mais difícil o "hedge" da commodity.
Fonte: Reuters do Brasil
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