terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Biodiesel, opinião divergente
O Jorge Garcez em sua coluna semanal do Jornal do Commercio de Manaus faz algumas ponderações sobre o biodiesel de forma quase insana, para não dizer patética.
O biodiesel não é visto de forma unânime, muita menos majoritária, como substituto dos combustíveis fosseis, ele tem sido visto mais como uma forma transitória de substituição até a solução definitiva que passará pela fusão a frio, pelo hidrogênio, entre outras muitas que já estão sendo pesquisadas.
Quanto às questões ambientais, tirando de foco toda a visão de bobos desavisados que o Jorge quer passar, os ambientalistas não tem comprado a idéia de revolução verde do biodiesel de forma assim tão abobalhada como ele quer passar. Sabem que o biodiesel representa uma menor emissão de poluentes na atmosfera sim, mas não perdem a visão de quão desastroso pode ser uma política de ocupação da terra para a produção de combustíveis, vejamos o caso do açúcar e do Pró-Alcool. Por isso o que temos visto é a apresentação de propostas de substituição de áreas devastadas da Amazônia por plantio de oleaginosas regionais para a produção de biodiesel, como é o caso da Palma (Elaeis guineensis).
A condição para atendimento da demanda mundial de biodiesel posta da forma que é colocada parece realmente desastrosa, mas dói ouvir alguém falar de agricultura regionalizada e não globalizada como ela o é hoje em dia. A Inglaterra não teria área suficiente para garantir o abastecimento de biodiesel, com certeza, como não tem para o de petróleo, de soja, de café, de dendê e de muitas outras coisas, mas, nem por isso, o inglês deixa de tomar seu cafezinho com creme do leite das suas vacas alimentadas com soja brasileira, ou americana, ou russa, ou....
Concordo quando ele diz que caberia ampliar as discussões públicas e políticas sobre as verdades e mentiras que acercam a questão do biodiesel e outros biocombustíveis, de modo que não se ampliem às fronteiras de destruição do pouco que resta de áreas destinadas à produção de alimentos, só não concordo com as premissas colocadas para levantar essa discussão. Temos que resolver o problema da alimentação mundial, temos, mas para isso não podemos fazer como a avestruz que enterra a cabeça na terra quando esta diante de um novo desafio que a amedronta. Devemos aparecer com solução e não criticas negativas, mesmo sabendo que falar mal do que esta sendo feito é sempre mais fácil do que fazer algo melhor.
A coluna do geólogo e consultor ambiental Jorge Garcez jorge.garcez@internext.com.br, é publicada às terças-feiras no Jornal do Commercio-Manaus, sob sua coordenação.
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