terça-feira, 16 de janeiro de 2007
Assentados de SP usam óleo vegetal como combustivel
Com uma miniprensa doada por uma instituição da Catalunha, na Espanha, o assentamento Pirituba, na região de Itapeva (SP), já está produzindo biocombustível a partir da semente de girassol. O objetivo dos agricultores assentados é extrair o óleo de girassol para consumo próprio na alimentação e como combustível para tratores.
Na Agrovila 3 do assentamento, um trator já foi adaptado e já está funcionando com o óleo de girassol. Na Agrovila 6, onde está localizada a miniprensa, as famílias ainda não contam com veículos adaptados, mas estão utilizando o produto como óleo de cozinha. Segundo a agricultora Ana Proença, quem usou, aprovou. Outra vantagem é a possibilidade de aproveitamento do resíduo do processo de extração do óleo, a chamada torta de girassol. Altamente nutritiva, a torta é utilizada na alimentação animal. "Nós já demos para os porcos e para o gado. Os porcos não gostam muito, mas as vacas adoram", conta.
José Aparecido Ramos, presidente da cooperativa dos agricultores da Agrovila 3, esclarece que o combustível utilizado no assentamento não é propriamente o biodiesel, que é obtido por meio de um processo de refinamento do óleo vegetal. Os assentados apenas extraem o óleo bruto, por meio do esmagamento das sementes de girassol.
De acordo com os próprios assentados, além de barato e pouco poluente, o óleo vegetal é benéfico para o motor, desde que sejam feitas as adaptações necessárias. Até agora, um único inconveniente foi apontado: o cheiro de fritura exalado pelo motor, o que acaba atiçando o apetite dos agricultores.
"E não precisa usar agrotóxico", acrescenta Oliveira.
Na Agrovila 3, que aguarda também a chegada de uma miniprensa por meio de parceria com a Fundação Banco do Brasil, os agricultores pretendem plantar quatro hectares de girassol. Eles já cultivam a planta em um campo experimental de plantio agroecológico, onde o girassol, além dos benefícios ao solo, tem a tarefa de atrair, com suas vistosas flores, os insetos que poderiam atacar outras culturas.
Por enquanto, os assentados não planejam explorar comercialmente o óleo vegetal por meio de parcerias com empresas que produzem o biodiesel. A idéia é apenas atender ao consumo interno. "Não queremos que o assentamento vire uma monocultura de girassol", argumenta José Aparecido, da Agrovila 3. As informações são da Assessoria de Imprensa do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
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