Interlocutores da cadeia produtiva do biodiesel avaliam que o novo empreendimento põe o Ceará na rota de produção do óleo vegetal, mas não assegura os benefícios de inclusão social preconizados pelo governo Federal no Programa Nacional de Biodiesel.
Produtores locais temem que o programa beneficie apenas grandes produtores de soja do Sudeste, de Mato Grosso e do Maranhão e que a recuperação da cultura da mamona no Estado não deslanche.
Para o engenheiro agrônomo do Programa de Biodiesel de Tauá, Francisco Marcelino, o agricultor cearense ainda não está convencido de que plantar mamona, mesmo que consorciada com outras culturas, como feijão, é um bom negócio.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Ceará (Fetraece), José Wilson, avalia que sem incentivos creditícios, sem assistência técnica suficiente e sem política de preço mínimo que o remunere dignamente, o agricultor dificilmente irá apostar novamente no programa.
Sustentabilidade
Sem garantias da sustentabilidade do programa, acrescenta, o agricultor preferiu continuar apostando nas culturas de grãos -milho e feijão - como forma de subsistência familiar. ´O Estado se preparou industrialmente, mas não aparelhou o agricultor para revitalizar a cultura´, critica José Wilson.
Combustível ecologicamente correto, o biodiesel é uma das apostas do Governo Federal. O Ministério de Minas e Energia anunciou que a produção desse biocombustível deve crescer de 850 milhões de litros para 3,3 bilhões em 2010, com investimentos de R$ 1,19 bi. (CE)
Fonte: Diário do Nordeste
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